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Interesses específicos dos grupos experimental e de controle quanto aos estudos

4.1 ANÁLISE DO PERFIL DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

4.1.4. Interesses específicos dos grupos experimental e de controle quanto aos estudos

Neste tópico, é possível observarmos especificamente o que os alunos gostam de aprender na escola, e a ideia que eles têm sobre a língua portuguesa. Essa geração se fez necessária porque apenas as notas dos alunos não nos dariam pistas exatas sobre suas preferências. Um aluno pode não gostar de certa disciplina, mas tirar notas boas, pois é fácil para ele.

Além disso, quando da comparação entre as turmas, observamos detalhes interessantes. O primeiro deles é que, em ambos os casos, a maioria dos alunos acha difícil aprender a língua portuguesa, 61,67% para o grupo experimental e 61,90% para o grupo de controle. Nesse aspecto em particular, a gramática e o constante estudo de regras foram apontados como principais fatores desmotivadores. E há outra particularidade: a disciplina de

100,00% 0,00% 100,00% 0,00% 90,48% 9,52% 71,43% 28,57% GOSTA DA ESCOLA NÃO GOSTA DA ESCOLA GOSTA DE ESTUDAR NÃO GOSTA DE ESTUDAR GOSTA DE LER

NÃO GOSTA DE LER GOSTA DE ESCREVER NÃO GOSTA DE ESCREVER

Português somente aparece entre as favoritas do grupo experimental. Não analisamos esse último fato em particular, contudo, parece evidente que se o aluno já demonstra interesse em Português, fica mais fácil trabalhar essa disciplina em sala de aula.

Gráfico 7: interesses específicos do grupo experimental quanto aos estudos

Fonte: caderno de Atividades de ILR, p. 6-7. Questionário biográfico. (Apêndice A)

Gráfico 8: interesses específicos do grupo de controle quanto aos estudos

Fonte: caderno de Atividades de ILR, p. 6-7. Questionário biográfico. (Apêndice A)

O segundo ponto que nos parece interessante é o grau de interesse pelo inglês, sendo a disciplina favorita do grupo experimental, 25%, o que pressupõe um interesse geral pelo aprendizado de línguas. No grupo de controle, apenas a disciplina de ciências se sobressai, haja vista que a preferência pelas demais torna os índices bem próximos uns dos outros. Nesse instante, observamos a necessidade em abrir um tópico específico na pesquisa quanto à relação entre o inglês e as línguas românicas.

14,58% 14,58% 25,00% 8,33% 18,75% 8,33% 10,42% 61,67% 38,33% EDUCAÇÃO FÍSICA CIÊNCIAS INGLES MATEMÁTICA PORTUGUÊS GEOGRAFIA RELIGIÃO PORTUGUÊS É DIFÍCIL PORTUGUÊS NÃO É DIFÍCIL

9,52% 23,81% 14,29% 14,29% 14,29% 14,29% 9,52% 61,90% 38,10% EDUCAÇÃO FÍSICA CIÊNCIAS INGLES HISTÓRIA MATEMÁTICA GEOGRAFIA RELIGIÃO PORTUGUÊS É DIFÍCIL PORTUGUÊS NÃO É DIFÍCIL

4.1.5 Interesses dos grupos experimental e de controle quanto à IC e à LE

Os dados deste tópico merecem uma observação especial. Fazemos, aqui, a ponte entre o pré-conhecimento de outras línguas, que não apenas o português e o inglês, pois essa última já está consolidada na matriz curricular como disciplina obrigatória e é admirada principalmente pelos alunos do grupo experimental, como observado no tópico anterior (gráfico 07 – 25% dos alunos têm interesse na disciplina de inglês).

Destacamos que, embora na legenda do gráfico apareça a sigla IC, os alunos não sabiam, até então, do que se tratava o projeto, como e qual seria a participação deles etc. A

pergunta correspondente à legenda foi a seguinte: “Você gostaria que a sua escola adotasse

alguma disciplina que apresentasse um pouco da cultura, da história, da língua de outros países para que você pudesse conhecer um pouco mais sobre eles, ou até mesmo conseguir aprender um pouco dessa (s) nova (s) língua (s), para utilizá-las, por exemplo, como ferramenta de leitura ou comunicação pela internet com pessoas de outros países?”. Esse é ponto importante para a intercompreensão, mas, nesse momento da pesquisa, não foi explicitado o conceito para os participantes.

Por meio desses dados, quanto às línguas estrangeiras modernas, observamos elementos-chave para tentarmos mensurar o grau de conhecimento dos alunos em línguas. Nesse caso, foi essencial trabalharmos com jovens com o mínimo de contato possível com uma LE, pois se assim não o fosse, boa parte da nossa tese poderia estar comprometida pelo conhecimento e identificação prévia por parte dos alunos desse campo linguístico, o que teria facilitado o acompanhamento da nova disciplina e, talvez, não direcionasse aos resultados obtidos após as análises quantitativas e qualitativas, o resultado final. Vejamos o primeiro gráfico, quanto aos grupos experimentais.

Gráfico 9: interesses do grupo experimental quanto à IC e à LE

Fonte: caderno de Atividades de ILR, p. 6-7. Questionário biográfico. (Apêndice A)

A leitura do Gráfico 09 indica que não há, por parte desse grupo, forte evidência de aprendizagem prévia de línguas estrangeiras, o que já era esperado principalmente por fatores socioeconômicos observados nos documentos cedidos pela escola.

A constatação esperada e que se confirmou, mesmo que em pequeno número de participantes, foi a de contato com outros idiomas – dentre eles, foram citados o italiano e o espanhol; o que pode se dever ao fato de, nas últimas décadas, a cidade de Natal ter recebido milhares de turistas oriundos de vários países, com seu auge em 200535, além de investidores estrangeiros em massa, consolidando-se como grande polo turístico internacional, sendo o Estado do Rio Grande do Norte um dos que mais recebem investimentos de pessoas físicas de outros países36. A esse respeito, todos os contatos dos alunos se deram por meio de parceiros estrangeiros de parentes próximos, mas por período de tempo irrelevante.

Quanto aos demais dados, o percentual de 91,67% dos alunos aponta para uma falta de estudo sistemático, instrucional, de uma LE, além do inglês, que é disciplina obrigatória na escola regular, embora 98,33% tenham afirmado que gostariam de aprender outras línguas e 95% acharam interessante a ideia da IC como disciplina permanente em sua escola. Para o grupo de controle, chama-nos a atenção o fato de que 100% dos participantes acharam interessante a ideia da disciplina de IC na sua escola.

35

Movimento Operacional Acumulado da REDE INFRAERO – Aeroporto Augusto Severo (embarques e desembarques internacionais de Janeiro a Dezembro de 2005).

36 Dados do primeiro semestre de 2012. Disponível em: http://tribunadonorte.com.br/news.php?not_id=229516.

8,33% 91,67% 31,67% 68,33% 98,33% 1,67% 95,00%

5,00% ESTUDOU L.E. SIM

ESTUDOU L.E. NÃO CONTATO L.E. SIM CONTATO L.E. NÃO APRENDER L.E. SIM APRENDER L.E. NÃO I.C. ESCOLA SIM I.C. ESCOLA NÃO

Gráfico 10: interesses do grupo de controle quanto à IC e à LE

Fonte: caderno de Atividades de ILR, p. 6-7. Questionário biográfico. (Apêndice A)

Os dados dessa última amostra são irrelevantes para a pesquisa, haja vista a não participação do grupo de controle como turma experimental. Servem, principalmente, para observarmos o interesse por outras línguas, assim como os demais alunos pesquisados.