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CAPÍTULO III – METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO EMPÍRICA

4. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

144 Do Projeto Educativo da Escola ao Projeto de Intervenção do Diretor: (Inter)dependências.

4. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Esta investigação foi realizada durante o ano letivo 2015-2016, numa escola secundária urbana da região norte do país, inserida numa cidade com cerca de 30 mil habitantes, cuja população integra, maioritariamente, o setor secundário.

4.1. O local de investigação: a escola e os seus atores

A escola foi selecionada pelo facto de se localizar a uma distância razoável da nossa área de residência, o que facilitaria o acesso ao contexto de estudo, e pelo facto de ser uma escola com as caraterísticas capazes de proporcionar dados capazes de dar respostas aos nossos objetivos de investigação. Outro fator determinante nesta nossa escolha prende-se com o facto de termos trabalhado durante vários anos nessa escola, à qual nos liga, de forma extremamente positiva, uma experiência profissional da qual guardamos gratas recordações.

A caracterização do contexto do estudo decorre de dados recolhidos na análise de documentos escritos apresentados na página eletrónica da escola, do conhecimento que detemos, bem como, de dados recolhidos numa monografia da autoria de um antigo professor da escola, publicada em 2001.

É uma escola secundária fundada em 1974 a partir da união de duas secções de escolas, uma liceal e outra industrial e comercial, que, na sequência do 25 de abril, do mesmo ano, adquiriu estatuto legal.

A precaridade das instalações provisórias e o número de alunos a crescer significativamente determinaram a construção em 1980 de um edifício de raiz para acolher a Escola Secundária.

Acompanhando as necessidades da comunidade envolvente, em 1982 inicia-se a lecionação de cursos noturnos.

Em Dezembro de 1984, acontece um momento marcante da Escola Secundária: o Ministério da Educação abriu a possibilidade de a escola escolher um patrono.

Na década de oitenta, a Associação de Estudantes ganha estatuto e um espaço próprio.

A partir de 1993 e até 2008, a escola acolhe um Centro de Formação da Associação de Escolas. Nos anos noventa, a Escola iniciou-se na formação de Clubes Escolares, que contavam com a disponibilidade oferecida pelos professores e incrementavam a motivação dos alunos: Ciência,

Do Projeto Educativo da Escola ao Projeto de Intervenção do Diretor: (Inter)dependências 145 Ambiente, Saúde, Tecnologia, Teatro, Desporto, Astronomia, Meteorologia, Jornalismo, Cinema, Vídeo, Fotografia, Informática, Artes Plásticas, Cerâmica, Línguas e Solidariedade.

Em 1999, a Escola é dotada de Regulamento Interno e de Projeto Educativo.

A escola encontra-se integrada na Direção de Serviços da Região Norte (DSRN), dependente Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE). O seu funcionamento, no ano de desenvolvimento deste estudo, é só diurno, tendo ao longo de vários anos oferecido, também, Cursos Noturnos e Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA). Além disso, esta escola oferece um apoio constante aos alunos fornecido, não só pelo Serviço de Psicologia, mas também pelo acompanhamento próximo dos Diretores de Turma (DT), de forma a sensibilizar os discentes para problemas de assiduidade e aproveitamento, para a importância da sua formação, sucesso escolar e ingresso no mercado de trabalho.

No ano em que procedemos à recolha de dados, a escola tinha um número de 1548 alunos, sendo 406 do 3º ciclo e 1142 do ensino secundário, distribuídos por anos de escolaridade, cursos regulares e vocacionais do 3º ciclo, cursos científico-humanísticos e profissionais do ensino secundário e turmas, conforme o quadro seguinte:

Quadro 3 - Número de alunos da escola em 2015/2016

7º ano 8º ano 9º ano TOTAL Ensino Básico

Regular 5 4 6 15

Vocacional 1 1 1 3

Total 6 5 7 18

10º ano 11ºano 12º ano Ensino Secundário

Ciências e Tecnologias 7 5 5 17

Ciências Sociais e Humanas 3 3 3 9

Ciências Económicas 1 1 1 3

Artes Visuais 1 2 1 4

Profissionais 3 3 3 9

Total 15 14 13 42

60

O corpo docente era constituído por 147 professores, sendo destes 121 do quadro, com vínculo por tempo indeterminado (ex-quadro), que conferem uma grande estabilidade à escola, 1 técnico superior, psicólogo, sendo o corpo não docente formado por 42 trabalhadores, assistentes operacionais e assistentes técnicos que contribuem para o bom funcionamento da escola e que apresentamos no Quadro 4.

4. Contextualização do estudo

146 Do Projeto Educativo da Escola ao Projeto de Intervenção do Diretor: (Inter)dependências.

Quadro 4 - Número de funcionários da escola em 2015/2016 Número de Funcionários: Pessoal Docente e Não Docente no ano letivo de 2015/2016

Quadro Contratado Pessoal noutra Situação TOTAL

Pessoal Docente 121 27 0 148

Pessoal Não Docente 42 0 0 42

Total 163 27 0 190

O Conselho Geral da escola é constituído pelos seguintes elementos (Quadro 5): Quadro 5 - Constituição do conselho geral

Representantes Nº elementos

Pessoal docente 6

Pessoal não docente 1

Alunos 1

Pais e Encarregados de Educação 3

Autarquia 2

Comunidade Local 2

Total 15

O diretor é coadjuvado por um subdiretor e por três adjuntos. O apoio à atividade do diretor é realizado por quatro docentes, assessores técnico-pedagógicos que se distribuem por funções de proximidade à promoção do sucesso, da escola paralela, da autoavaliação e à integração e acompanhamento dos cursos profissionais.

O conselho pedagógico é constituído por catorze elementos, a saber, o diretor, que preside, cinco coordenadores de departamento: Línguas, Matemática e Ciências Computacionais, Ciências Experimentais, Ciências Sociais e Humanas e Expressões, coordenador da Biblioteca, coordenador dos diretores de turma, do ensino regular e do ensino vocacional/qualificante, coordenador para a promoção do sucesso, coordenador para a escola paralela, coordenador para a auto-avaliação da escola, coordenador para a integração no mercado de trabalho e coordenador para a inovação. Em julho de 2016 foi efetuada uma revisão do regulamento interno que introduziu mais um coordenador neste conselho agora, dito coordenador da educação especial.

Os departamentos curriculares estão organizados em conformidade com o Quadro 6 que a seguir se apresenta:

Do Projeto Educativo da Escola ao Projeto de Intervenção do Diretor: (Inter)dependências 147 Quadro 6 - Constituição dos departamentos curriculares

Departamentos Código / grupo

Línguas 300, 330, 350 Matemática e Ciências Computacionais 500, 540, 550

Ciências Experimentais 510, 520

Ciências Sociais e Humanas 290, 400, 410, 420, 430, 530

Expressões 530, 600, 620 e Técnicas Especializadas

A existência de outros coordenadores no conselho pedagógico, nomeadamente, o coordenador para a promoção do sucesso, o coordenador para a escola paralela e o coordenador para a inovação, levaram-nos a tentar deixar mais clara a opção adotada na escola.

No regulamento interno, as competências destes departamentos é traduzida por: relativamente ao coordenador para a Promoção do Sucesso, que este “é responsável pela coordenação de estruturas que concorram para a redução do abandono e insucesso escolares, nomeadamente, tutorias, apoios educativos, salas de estudo e demais projetos implementados ou a implementar com este objetivo” (RI, p.8); ao coordenador para a Escola Paralela, que este “representa, no Conselho Pedagógico, todos os clubes existentes na escola e demais projetos que potenciem as experiências extracurriculares e a estimulação cultural externa. É responsável pela elaboração do Plano Anual de Atividades e, caso seja decidido pelo Conselho Pedagógico, pelo Plano Plurianual de Atividades” (RI, p.8); ao coordenador para a Inovação, cabe a responsabilidade “pelo desenvolvimento e acompanhamento de projetos e procedimentos que concorram para a excelência da escola, garantindo a promoção da imagem da escola junto da comunidade envolvente e a articulação com os objetivos preconizados no Projeto Educativo da Escola” (RI, p.9).

A oferta de atividades complementares ao currículo nacional fazem-se através de uma malha de interesses que motivam os professores e os alunos e dispõem-se em torno das organizações internas, com ligações à comunidade, denominadas clube, que desenvolvem ações no âmbito da Matemática, da saúde, do desporto escolar, do ambiente, das rendas de bilros, da astronomia, da fotografia e vídeo e de um jornal da escola.

Os projetos educativos da escola que têm relevância nesta investigação foram aprovados nos anos indicados no quadro que se segue, onde se inclui o projeto de intervenção do diretor para que seja possível enquadrá-lo temporalmente e contextualizá-lo no quadro organizacional e orientador da ação, bem como no contrato de autonomia (Quadro 7):

4. Contextualização do estudo

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Quadro 7 - Ano de aprovação de documentos

Ano Documentos

2005 Projeto Educativo da Escola 2009 Projeto de Intervenção do diretor 2011 Projeto Educativo da Escola

2013 Carta de Missão

2013 Contrato de Autonomia

2015 Projeto Educativo da Escola

O contrato de autonomia celebrado com a administração educativa em 2013, sistematiza e organiza, num conjunto de pontos, as finalidades, as intenções e as práticas definidas e em execução na escola. Por outro lado, elenca, com base nos aspetos destacados na avaliação externa, um conjunto de medidas constituintes de um denominado plano de melhoria que assenta em “metodologias que, concorrem para o maior envolvimento de toda a comunidade escolar”. No campo dos compromissos, o “plano de ação estratégico” especifica as áreas de intervenção, os objetivos, as ações e a calendarização das várias etapas. No âmbito da definição das competências da escola elas não vão para além do que está instituído e legislado pela tutela relativamente à gestão das instituições educativas. Como compromisso mais específico da tutela, destaca-se a autorização de contratação de um psicólogo, aspeto desde há muito tempo eleito pela escola como de grande valia para o desenvolvimento da ação educativa.

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5. PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA RECOLHA, TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS