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3 PRÁXIS DOCENTE NA RELAÇÃO INSTITUIÇÕES DE

3.2 Abordagem das instituições de ensino na relação modernização

3.2.1 Contextualização do mundo tecnológizado num breve inventário

A ideia que podemos conceber a partir do termo tecnologia (do grego    ofício e     estudo) envolve não apenas objetos, mas conhecimentos, estudos diversificados, métodos e processos usados em diversas atividades humanas. Portanto, todo esse processo de conquista tecnológica assume um caráter biopolítico, de modo que afetam profundamente o “modo humano de ser” (ALEVATO, 2015, p. 221).

Já o conceito de ferramenta para Bruner (2006, p. 90) se ancora na natureza de sua utilização, nesse sentido, “ferramentas possuem sua significação própria como amplificadores das capacidades humanas e implementadoras da atividade humana”. Desse modo, a evolução humana ocorre paulatina ao desenvolvimento de ferramentas,

ou seja, de maneira geral, modificações nos tipos de ferramentas significa modificações nos modos de vida, de cultura e de organização social (BRUNER, 2006).

Abaixo elaboramos um breve panorama histórico da evolução das tecnologias e seus respectivos artefatos tecnológicos em períodos específicos do desenvolvimento histórico da humanidade.

Quadro 2- Evolução das tecnologias

Natureza das tecnologias Artefatos tecnológicos

Tecnologias primitivas Roda, escrita, fogo, ferramentas em pedra, arco, funda, cobre, roda, bronze, ferro, catapulta.

Tecnologias medievais Prensa móvel, óculos, moinho, tecnologias militares com a criação da pólvora e de armas.

Tecnologias das grandes navegações caravelas, bússola, astrolábio. Tecnologias da Revolução Industrial

(século XVIII)

Motor a vapor, locomotiva, tear mecânico e telefone.

Tecnologias digitais de informação e comunicação.

Evolução das telecomunicações,

utilização dos computadores, desenvolvimento da internet.

As tecnologias avançadas Utilização de Energia Nuclear, Nanotecnologia e Biotecnologia.

Fonte: elaborado pela autora30

Por meio do quadro exposto, percebemos que ao longo da história, a humanidade buscou adaptar-se ao meio e explorá-lo de maneira satisfatória de modo a garantir o sustento e a evolução da espécie. Assim, à medida que o homem exerce esse papel de desbravador e inventor novos artefatos surgem e vão sendo agregados ao sistema de organização da sociedade, que dialeticamente se modifica na mesma medida que modifica seu agente.

Para Bruner (2006), a habilidade de desenvolver ou utilizar ferramentas ou tecnologias que garante a utilização da mente do homem e, por conseguinte, lhe assegura a expressão e amplificação de seu poder.

30

Quadro construído a partir de pesquisas feitas nos endereços eletrônicos que seguem:

Tecnologias primitivas ou clássicas: http://www.significados.com.br/tecnologia-2/ Acesso em: 11/12/15 Tecnologias medievais: http://10-invencoes-medievais-que-mudaram-o-mundo/ Acesso em: 11/12/15 Tecnologias da Revolução industrial: http://aventuras-historia/revolucao-nao-so-industrial Acesso em: Acesso em: 11/12/15.

Tecnologias de informação e comunicação: http://tic-tecnologias-da-informacao-e-comunicacao/ Acesso em: 11/12/15

Já McLuhan (1964, p. 115), ao se referir aos efeitos que invenções como a roda e o papel causaram nas estruturas de poder da época, afirma que paradoxalmente esse efeito foi centralizador, uma vez que “a aceleração das comunicações sempre permite à autoridade central estender suas operações a margens mais distantes” (1964, p. 115). Contudo, mesmo que o surgimento do papiro e do alfabeto tenha significado o treinamento de maior número de pessoas como os escribas e os administradores, foi somente com o advento da mecanização da escrita durante o Renascimento que se intensificou a centralização e unificação do poder. No entanto, nos exércitos do Egito e de Roma ocorreu “uma espécie de democratização pela educação tecnológica uniforme” (McLUHAN, 1964, p. 115).

Bruner (2006) afirma que, embora pareçam ofensivos os termos ferramentas e tecnologias para designar a dependência do homem em relação a estes para “a realização de sua humanidade”, na verdade, ele não usa esses termos no sentido de hardware e sim no sentido de software, ou seja, “habilidades que são ferramentas”. A linguagem é, pois, para Bruner (2006) um exemplo de tecnologia avançada, ao denotar não somente seu poder de comunicação, mas sua capacidade de codificar a realidade por meio de um processo que ocorre “representando questões remotas ou imediatas e, realizando todas essas coisas de acordo com as regras que nos permitam tanto representar a realidade tanto transformá-la, por meio de regras convencionais e apropriadas” (BRUNER, 2006, p. 38).

Martino (2015) afirma que uma das preocupações da Teoria da Mídia de McLuhan é justamente compreender como os meios de comunicação interferem na sensibilidade humana, ou seja, como esses artefatos criados para comunicação humana afetam a maneira como passamos a perceber a realidade que nos cerca. Os sentidos são privilegiados de acordo com a natureza do artefato por exemplo. Assim, ao se referir à escrita, McLuhan (1964, p. 115) afirma que “a escrita alfabética traduziu o homem tribal para o mundo visual, convidando-o a empreender a organização visual do espaço”.

Já se remontarmos ao período da idade média, quando não havia papel impresso, os meios que promoviam a aprendizagem eram essencialmente auditivos, orais e visuais. Desse modo, quando Gutemberg revolucionou o mundo com a invenção da tipografia, por volta de 1450, esse cenário sofreu consideráveis modificações. Passou-se

a privilegiar mais um único sentido que foi a visão. De certa forma, aprender deixou de ser uma experiência somente ou essencialmente multissensorial (MARTINO, 2015).

Concebendo dessa maneira, a educação como sendo uma invenção social (BRUNER, 2006), é natural que ela acompanhe toda a evolução que desponta nas tecnologias em seu entorno. É, pois, a observação na “taxa de modificação na sociedade em que vivemos” que “força a redefinir como devemos educar a próxima geração” (BRUNER, 2006, p. 36).

No entanto, Houot (1999) afirma que o desenvolvimento de novas tecnologias dificultou o trabalho de pedagogos em vez de simplificá-los, por exemplo, uma vez que ao inserir novos instrumentos pedagógicos, surgiram novas exigências escolares e novas dificuldades no meio familiar e social dos discentes a serem formados. Mas paradoxalmente a esse fato, ao mesmo tempo em que as novas tecnologias oferecem desafios, oferecem também meios novos para enfrentá-los.

Kenski (2007) ao se referir às mudanças acarretadas pelas inovações tecnológicas na sociedade, afirma que “artefatos como a lousa, o giz, o material didático, o rádio, a televisão e, nas últimas décadas o computador e a internet foram sendo incorporados à prática pedagógica, à medida que surgiram como produtos de inovação”. A sociedade cambiante na qual convivemos tem dado suporte a essa evolução e inserção paulatina das tecnologias na educação.

Esse processo evolutivo pode ser comprovado no quadro que elaboramos. Quadro 3-evolução e inserção das tecnologias no campo educacional

De 1400 a 1900 Democratização do saber

Tecnologia Ano Efeitos pedagógicos

IMPRENSA O conhecimento passa a ser

disseminado com mais praticidade. Surge um mercado editorial e autores clássicos chegam às mãos de mais leitores.

Criação da imprensa pelo alemão Johannes Gutenberg cria a prensa de tipo móvel com caracteres usados na escrita manual e inicia a impressão que temos hoje.

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LOUSA Com a inserção dessa ferramenta, a

aula ganhou a informação visual como uma estratégia pedagógica.

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Criação da lousa por James Pillans, diretor da Escola Superior de Edimburgo (Escócia). Ele uniu placas de ardósia para mostrar mapas na aula de geografia.

MIMEÓGRAFO O mimeógrafo, que antecedeu

funcionalmente a fotocopiadora, representou um considerável avanço na confecção das tarefas escolares.

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O empresário americano Thomas Edison recebe a patente do equipamento que faz cópias com ajuda de uma manivela e usa álcool e um papel chamado estêncil. O aparelho recebeu o nome de mimeógrafo.

De 1900 a 1970 Automatização de processos

Tecnologia Ano Efeitos pedagógicos

RETROPROJETOR Com o retroprojetor o professor

ganha ajuda para repassar o conteúdo em sala de aula, sem a necessidade de preencher diversas vezes a lousa.

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O equipamento foi criado inicialmente para treinar militares na 2ª Guerra.

LABORATÓRIO DE LÍNGUAS A criação dos laboratórios de áudio culmina no apogeu do material gravado, embora não tenha tido muito sucesso devido a rigidez das instalações (MENEZES, s.d., p.6)35. Escolas nos EUA começam a

instalar cabines individuais com fones de ouvido e fitas com aulas pré-gravadas.

31

Prensa de Gutenberg: http://www.geocities.prensa/gutenberg.html Acesso em: 14/12/15.

32

Lousa de ardósia: http://pt.depositphotos.com/lousadeardosiahtml Acesso em: 14/12/15.

33

Mimeógrafo: http://www.voceselembramimegrafo_12.html Acesso em: 14/12/15.

34

Retroprojetor: http://retro--projetor./boa-e-velha-transparencia.html Acesso em: 14/12/15.

35

Fonte: http://www.veramenezes.com/techist.pdf Acesso em: 14/12/15.

1800

1876

1950

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MÁQUINA DE ENSINAR: GABARITO INSTANTÂNEO

Ao utilizar esse equipamento, professor pode supervisionar a sala inteira e poderia debater os

conteúdos, também individualmente, enquanto cada

aluno segue seu próprio ritmo de aprendizagem.

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Dispositivo do psicólogo americano Burrhus Skinner.

FOTOCOPIADORA Como ferramenta pedagógica,

gradualmente substituiu o mimeógrafo e outros equipamentos semelhantes, diminuindo a sujeira e economizando tempo.

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A invenção da Xerox para produzir cópias automáticas. Ao lado temos Chester Carlson com o primeiro protótipo de sua invenção e logo abaixo o modelo Xerox 914, primeira fotocopiadora a obter destaque em escala comercial.

LIQUID PAPER Como ferramenta escolar o liquid

paper tornou mais viável a escrita à tinta, dada a praticidade de corrigir Criado por Bette Nesmith Graham,

36

Laboratório de línguas: http://fotos-de-laboratorio-de-linguas/ Acesso em: 14/12/15.

37

Máquina de ensina gabarito instantâneo: https://www.youtube.com/ Acesso em: 14/12/15.

38

Protótipo recebeu o nome de xerography (xerografia): http://50-anos-da-lendaria-copiadora-xerox-914/ Acesso em: 14/12/15.

39

Copiadora Xerox 914: http://50-anos-da-lendaria-copiadora-xerox-914/ Acesso em: 14/12/15.

1959 1959

secretária executiva, cansada de usar demasiadamente a borracha para apagar eventuaais erros de datilografia, o produto foi batizado inicialmente de mistake out (“elimina erros”), era um líquido branco, à base de água, que secava rapidamente, para ser passado com um pincel de esmalte de unha. Em 1956, ela fundou a Mistake Out Company e no mesmo ano trocou o nome do produto para liquid paper (líquido para papel).

os erros cometidos ao escrever com a caneta esferográfica.

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CALCULADORA PORTÁTIL A calculadora pode ser usada em contexto escolar sem prejuízo para o desenvolvimento do raciocínio matemático quando associado ao cálculo mental. Se o aluno não conseguir fazer estimativas, o uso da calculadora de torna inútil (SCHIFFL, 2006, p.24).

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Engenheiros da Texas Instrument reduziram as calculadoras que antes eram objetos de mesa a equipamentos que cabem na palma da mão.

De 1970 a 2000

Informática na educação e inclusão digital nas escolas COMPUTADOR:

PRIMEIRO PASSO

Brasil discute o uso de computadores para o ensino de física, em seminário promovido pela Universidade Federal de São Carlos (SP), com a presença de especialistas americanos.

Inserção do uso do computador no ensino

TELECURSO: AULAS NA TV As aulas na TV permitem que a prática pedagógica seja virtualizada e por meio da transmissão via satélite chegue ao aluno. Esse formato digital pode tanto corroborar de maneira criativa na comunicação professor-aluno, quanto pode limitar-se à aula expositiva transmitida por um meio de comunicação de massa Programa de videoaulas começa

com conteúdos para o ensino médio e, mais tarde, avança para o fundamental e para a população que não havia concluído os estudos.

40Liquid paper:

http://mundodasmarcas/liquid-paper-esquea-o-erro.html Acesso em: 14/12/15.

41

Calculadora portátil: http://invencao-da-calculadora.html Acesso em: 14/12/15.

1960

1967

1971

(SALDANHA, 2013). CD-ROM: ENCICLOPÉDIAS EM

UM DISCO.

Os CD-Roms começam a fazer parte dos materiais didáticos das grandes editoras. Desse modo, o livro recebeu a companhia do som e da imagem, “oferecendo input menos artificial” (MENEZES, s/d, p. 7).

Armazenamento em disco de coleções inteiras de enciclopédias, além de trazer recursos multimídia como vídeos e fotos.

WORLD WIDE WEB (WWW) - INÍCIO DA INTERNET

Os ganhos pedagógicos com o advento da internet são maiores quando, a partir do século XXI, A rede mundial de computadores entra em uma nova fase, a chamada Web 2.0. Nessa nova versão, o usuário deixa de ser mero consumidor de informações e passa também a ser um produtor de conteúdos (MENEZES, s/d, p. 9).

O britânico Tim Berners Lee cria o sistema que utiliza o hipertexto para funcionar na internet e é usado para ligar páginas da web e para transferir dados.

LOUSA INTERATIVA: AULA MULTIMÍDIA

A interação por meio da lousa se tornou mais dinâmica. Todavia, toda questão pedagógica não se resume a midiatização da sala de aula e da simples troca dos obsoletos quadros-negros por lousas digitais. A questão é redimensionar as práticas pedagógicas para que de fato elas se apresentem como uma inovação e não como uma mera transposição didática de conteúdos para suportes digitais.

O modelo tradicional de lousa ganha um concorrente com computador e tela sensível ao toque.

De 2000 a 2015

O conhecimento nas mãos do usuário

FACEBOOK: A REDE SOCIAL O uso pedagógico do Facebook permite a organização de grupos de trabalhos de livre acesso e, assim, alguns documentos como textos, vídeos ou imagens podem ser compartilhados. Como várias ferramentas possibilitam a realização de enquetes, mensagens ou organização de eventos, o professor pode dialogar com os alunos, comentar suas postagens, enviar mensagens, expressar sentimentos e realiza intervenções (VAGULA, 2010, p. 9).

Os americanos Mark Zuckerberg, Dustin Moskovitz e Chris Hughes e o brasileiro Eduardo Saverin criam a rede social na Universidade de Harvard.

YOUTUBE: POPULARIZAÇÃO DOS VÍDEOS

O YouTube, como ferramenta da Web 2.0, pode possibilitar diversas oportunidades para a criação de um O site abre espaço para que

1985

1989

1999

2004

educadores compartilhem conteúdo, incluindo o Khan

Academy, com estudantes do mundo todo.

ambiente de aprendizagem eficiente e, desse modo, pode contribuir para a promoção da inovação, da colaboração, da interação e da partilha. Tudo isso para promover a participação efetiva dos alunos e a construção do pensamento crítico-

reflexo (PATRÍCIO; GONÇALVES, 2010, p.3).

LAPTOP X0 – COMPUTADOR DE US$ 100

Programas como o PROUCA - Projeto que destina a cada aluno um pequeno computador com material didático digital que pode ser levado para casa e trazido às aulas – só representará significativa mudança se a utilização dessas tecnologias forem abordadas de maneira inovadora (FINO, 2010).

Estrela do programa “Um Computador por Aluno”, custava US$ 100 e era distribuído gratuitamente por governos para crianças, inclusive no Brasil.

SMARTPHONES E TABLETS: APRENDIZADO MÓVEL

O uso de smartphones e tablets por si só não garante inovação na escola (SAYAD, 2011). Todavia pode abrir portas para “um modelo de intervenção pedagógica baseado em pressupostos que rompam com as rotinas e as crenças estruturantes da escola do tempo das tecnologias tradicionais” (FINO, 2010, p.2). Dispositivos móveis permitem a

interação, produção e consumo de material de fotos, textos e vídeos em tempo real.

APLICATIVOS: AULA PERSONALIZADA

A personalização do ensino42 é uma abordagem educativa que se apresenta como uma forte tendência do ensino atual. Ela consiste basicamente em promover o desenvolvimento dos estudantes de

maneira individualizada, respeitando as limitações e os

talentos de cada um e, desse modo, proporcionar um ensino significativo para cada estudante.

Aplicativos permitem estudar a qualquer hora e em qualquer lugar, de acordo com o ritmo do aluno. Dados medem desempenho individual e traçam planos específicos de aula.

Fonte: elaborado pela autora43

A evolução dos artefatos tecnológicos evidencia como a estrutura da sociedade não é estanque, pois o homem vai alcançando melhor controle técnico de seu mundo à medida que avança na ciência moderna (BRUNER, 2006).

42

Para mais informações acessar: http://www.porvir.org/especiais/personalizacao/ Acesso em:15/12/15.

43

Produção inspirada na evolução processual das ferramentas como artefatos pedagógicos apresentada no site: http://porvir.org/especiais/tecnologia/ Acesso em: 14/12/15.

2006

2007-2015

No entanto, Boaventura Santos (2002) aponta a influência das economias hegemônicas sobre mercados dos países considerados em desenvolvimento. A esse respeito, Almeida (2009) afirma que essa postura teórica e metodológica citada pelo autor contribui para que, no campo educacional, as tecnologias fossem inseridas como “velhas novidades” e com “forte viés tecninicista” deixando-se em segundo plano questões de ordem pedagógica e passando-se a readequar-se e preparar os profissionais apenas para obter conhecimentos a serem posteriormente vivenciados nas empresas (ALMEIDA, 2009, p. 9).

O avanço das tecnologias tem sido diretamente proporcional ao papel que educação deve desempenhar para promover habilidades necessárias para gerenciar essa expansão. Logo, o primeiro passo das instituições educacionais em resposta a aceleração tecnológica é produzir técnicos, engenheiros e cientistas para gerenciar e controlar essa operação evolutiva (BRUNER, 2006). No entanto, Bruner afirma ser duvidoso aceitar que essa postura seja eficiente e se ela desenvolve-se, de fato, na medida do necessário, “simplesmente porque não há ciência ou tecnologia específica que ofereça uma metalinguagem em termos do que pensar sobre a sociedade, sua tecnologia, ciência e as constantes modificações que ela sofre com a inovação” (BRUNER, 2006, p. 45).

Desse modo, seguindo a abordagem na subseção anterior, passamos à subseção seguinte discutindo a respeito da relação tecnologia e discurso tecnopedagógico. Para tanto, levantamos preliminarmente os seguintes questionamentos: Por que usar as TDIC? Como na realidade na vida cotidiana podemos usá-las e quando usá-las? Que discursos fomentam a sua regulação de uso? A quem interessa adquirir artefatos tecnológicos? Pressupondo que estamos inseridos numa sociedade em rede (CASTELLS, 2005), é possível (sobre)viver sem a interação tecnológica? Na busca por responder a essas indagações abordaremos em seguida o contexto de regulação desses artefatos digitais.

3.2.2 Contextualização da regulação de uso das TDIC: um olhar reflexivo-crítico