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Contribuição do Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde no aprimoramento da relação médico-paciente, na aquisição de competências,

4 EMBASAMENTO TEÓRICO

6.2 ASPECTOS AVALIADOS NOS INTERNOS ANTES E DEPOIS DO INTERNATO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

6.2.2 Contribuição do Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde no aprimoramento da relação médico-paciente, na aquisição de competências,

autonomia, segurança e na relação com outros profissionais

Esta categoria constou de dezenove questões que estão explicitadas nas Tabelas 4, 5, 6 e 7, e serão descritas em sequência, a seguir.

Ao considerar a percepção, anterior ao desenvolvimento da atividade, 84,4% dos entrevistados concordavam que a mesma deveria ter um impacto positivo, no aprimoramento da relação médico-paciente. Posteriormente ao internato em APS, o percentual aumentou para 93,4 %, sem associação na análise, com (p=0,166).

Ao se considerar, a capacidade do internato em APS, em impactar o aluno em suas competências, relacionadas a prática médica, observa-se um desenvolvimento da confiança em relação às condutas médicas tomadas. Antes da atividade, 90,9% dos entrevistados concordavam com ela, sendo que esse percentual aumentou para 97,4% após a mesma, sem, no entanto, observarmos associação entre as variáveis, com (p=0,253).

Ao serem questionados, a respeito da influência que o Internato em APS exerceria no desenvolvimento da segurança, observou-se um percentual muito semelhante antes e depois da atividade, sendo respectivamente, 87,1% e 86,8%. Outra questão presente, detalhava, qual a influência que o Internato em APS tinha sobre a resolutividade das condutas médicas tomadas. Observou-se, antes da atividade, que 49,4% concordaram com este quesito, após a mesma, o valor aumentou para 73,7%. Este resultado demonstra a relação de associação existente entre a vivência e a mudança na resposta, com (p=0,010).

Ao serem confrontados com o questionamento a respeito da mudança na percepção quanto ao exercício da profissão médica após a atividade no internato em APS, observou-se que o percentual passou de 79,2% para 88,2%. Mesmo sem mostrar associação entre as variáveis, verificou-se uma diminuição de aproximadamente 30% nos indivíduos que discordavam, antes e depois da atividade. Do mesmo modo observou-se uma diminuição de

mais de 50% nos indivíduos que nem concordavam ou discordavam. Na análise , as variáveis não se mostraram associadas, com (p=0,34) (Tabela 5).

Tabela 4 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre o aprimoramento da relação médico paciente antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

Variáveis Antes Depois P

N (%) N (%)

No internato em APS aprimora-se o relacionamento médico-paciente

0,166*

Concordo 65 (84,4) 71 (93,4)

Discordo 3 (3,9) 1 (1,3)

Não concordo e nem discordo 9 (11,7) 4 (5,5) Legenda: * Mann Whitney.

Fonte: elaboração própria.

Avaliando se o Internato em APS dava perspectivas do campo de trabalho para o futuro profissional, observou-se um aumento na concordância após os internos vivenciarem a atividade. Antes da mesma, 83,1% concordavam, percentual que se elevou para 90,8% ao final do Internato. Da mesma forma, ocorreu uma diminuição importante nos indivíduos que discordavam, que passaram de 9,1% para 1,3% depois da conclusão do estágio. Ao serem analisados essas variáveis não se mostraram associadas, com (p=0,18).

Quando perguntados se o estágio proporcionaria uma melhor articulação entre teoria e prática, observou-se que 88,3% concordavam antes da atividade, percentual que regressou para 86,8 % após o término da mesma, não se mostrando associados na análise.

Em relação a estarem mais bem preparados para o trabalho médico, após a participação no internato em APS, observou-se que antes da atividade, 84,4% tinham essa expectativa, valor que passou a 94,7% ao final do internato. Ressalta-se ainda, a inexistência de discordantes ao final do internato, e o percentual dos que não concordavam nem discordavam caiu de 13% para 5,3%. Esses dados ao serem analisados não se mostraram relacionados, com (p=0,13).

Na avaliação se o Internato em APS melhorava a sua capacidade diagnóstica, observou-se que 77,9% esperavam esses resultados, valor que aumentou para 82,9% após o término da atividade, sem significância na análise (p=0,3).

Tabela 5 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre a influência na aquisição de competências em relação à prática médica antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

(continua)

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

O internato em APS influência no desenvolvimento da autoconfiança em relação às condutas médicas

0,253

Concordo 70 (90,9) 74 (97,4)

Discordo - 2 (2,6)

Não concordo e nem discordo 7 (9,1) -

O internato em APS influência no desenvolvimento de segurança em relação às condutas médicas

0,470

Concordo 67 (87,1) 66(86,8)

Discordo - 3 (4,0)

Não concordo e nem discordo 10 (13,0) 7 (9,2)

O internato em APS influência na melhoria da resolubilidade das condutas médicas

0,001

Concordo 38 (49,4) 56 (73,7)

Discordo 8 (10,4) 8 (10,5)

Não concordo e nem discordo 31 (40,3) 12 (15,8)

Existe mudança na percepção quanto ao exercício da profissão médica, ao término do internato em APS

0,346

Concordo 61 (79,2) 67 (88,2)

Discordo 6 (7,8) 4 (5,3)

Tabela 5 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre a influência na aquisição de competências em relação à prática médica antes e após a participação no Internato em Atenção Primária à Saúde

(continua)

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

A experiência do estágio deu perspectivas de campo de trabalho

0,180

Concordo 64 (83,1) 69 (90,8)

Discordo 7 (9,1) 1 (1,3)

Não concordo e nem discordo 6 (7,8) 6 (7,9)

Após o estágio, tenho melhor conceito da teoria e prática na área

0,439

Concordo 68 (88,3) 66 (86,8)

Discordo 2 (2,6) 2 (2,6)

Não concordo e nem discordo 7 (9,1) 8 (10,5)

Sinto-me mais preparado para o trabalho médico

0,130

Concordo 65 (84,4) 72 (94,7)

Discordo 2 (2,6) -

Não concordo e nem discordo 10 (13,0) 4 (5,35)

Aprendi a diagnosticar de maneira mais rápida e precisa

0,30

Concordo 60 (77,9) 63 (82,9)

Discordo 3 (3,9) 6 (3,9)

Não concordo e nem discordo 14 (18,2) 24 (15,7)

Aprendi a tratar de maneira mais rápida e precisa

0,05

Concordo 58 (75,3) 67 (88,2)

Discordo 2 (2,6) 3 (4,0)

Não concordo e nem discordo 17 (22,1) 6 (7,9) Legenda: * Mann Whitney.

Tabela 5 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre a influência na aquisição de competências em relação à prática médica antes e após a participação no Internato em Atenção Primária à Saúde

(conclusão)

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

A atividades eram apropriadas para os objetivos propostos

0,005

Concordo 29 (38,6) 49 (64,4)

Discordo 29 (38,6) 13 (17,1)

Não concordo e nem discordo 19 (24,6) 14 (18,4)

Este internato me auxiliou a identificar os meus objetivos

0,041

Concordo 56 (72,7) 68 (89,5)

Discordo 17 (22,0) 5 (6,6)

Não concordo e nem discordo 4 (5,1) 3 (3,9)

Legenda: * Mann Whitney. Fonte: elaboração própria.

Outro questionamento que compôs esta categoria de análise, dizia respeito ao impacto que o internato em APS teria sobre a melhora na capacidade de diagnosticar e de tratar pacientes por parte desses alunos. Nesse quesito, observou-se que antes da atividade 75,3% dos entrevistados tinham essa expectativa, valor que aumentou para 88,2% após o término da atividade. Observou-se também uma diminuição importante entre os internos que nem concordavam nem discordavam, que caíram de 22,1% para 7,9%. Ao serem analisados os resultados mostraram-se associados (p=0,05).

Quando indagados se as atividades desenvolvidas no ICO em APS eram apropriadas aos objetivos propostos, observou-se uma evolução positiva. Antes da atividade, 38,6 %

tinham essa expectativa, sendo que após a mesma, o número aumentou para 64,4%, com associação significativa entre as variáveis, com (p=0,005)

Ao serem questionados sobre a importância desta etapa do Internato Curricular, na identificação dos objetivos pessoais dos internos, observa-se, do mesmo modo, uma evolução positiva. Antes da realização do ICO em APS, 72,7% dos sujeitos de pesquisa tinham essa perspectiva, ao término da atividade, 89,5% tinha essa percepção. Ao serem analisados os dados se mostraram significantes, com p=0,041.

Como se pode ver na Tabela 6, ao serem questionados, se estavam preparados para o trabalho médico em APS, observou-se a seguinte evolução: antes da atividade, 63,6% deles se julgavam preparados, ao passo que no término do estágio, 96,1% se julgavam aptos a esse fim. Frisa-se, que antes do internato em APS, 16,9% deles discordavam da afirmativa, valor que decresceu para 1,3% após o término da atividade. Outro aspecto a ser ressaltado nesse quesito, refere-se os sujeitos de pesquisa que antes da atividade se mostravam nem concordantes nem discordantes, que passaram de 19,5% para 2,6% respectivamente. Ao serem analisados, esses dados não se mostraram significantes, com (p=0,49).

O quesito subsequente, referiu-se a percepção de sentir-se preparado para o trabalho em Atenção Primária a Saúde, após a realização do Internato na área. Antes do mesmo, 63,6% deles se julgavam preparados para a tarefa, sendo que ao término da atividade, esse percentual passou para 93,4%. De igual maneira, observa-se que o percentual de discordantes caiu de 15,6% para 1,3%, antes e depois da atividade, respectivamente. Semelhante fenômeno ocorreu entre os que nem discordavam nem concordavam. Antes do estágio eram de 15,6%, e se reduziram para 5,3% ao final da atividade. Ao serem analisados, os resultados não se mostraram associados, com (p=0,49).

Dos participantes do estudo 57,1% conjecturavam, antes de desenvolverem a atividade, que suas consultas seriam resolutivas, sendo que 71% dos alunos assim se consideravam, ao término da atividade. De igual forma os discordantes diminuíram de 10,4% para 4% ao término da mesma, resultados que não se mostraram significantes, com (p=0,41). Observou-se também, que em relação ao número de sujeitos de pesquisa, que nem concordavam nem discordavam, caíram de 32,5% antes da atividade, para 25% após a mesma. Deve-se ressaltar, no entanto, que mesmo ao fim dessa atividade 25% dos sujeitos de pesquisa ainda estavam sem opinião formada sobre a questão.

Tabela 6 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre sua segurança e autonomia antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

Você se sente preparado para trabalhar em APS

0,491*

Concordo 49 (63,6) 73 (96,1)

Discordo 13 (16,9) 1 (1,3)

Não concordo e nem discordo 15 (19,5) 2 (2,6)

Você se sente preparado para atender em APS

0,405

Concordo 53 (68,8) 71 (93,4)

Discordo 12 (15,6) 1 (1,3)

Não concordo e nem discordo 12 (15,6) 4 (5,3)

No internato em APS as condutas serão resolutivas

0,401

Concordo 44 (57,1) 54 (71,0)

Discordo 8 (10,4) 3 (4,0)

Não concordo e nem discordo 25(32,5) 19 (25,0)

O internato na APS possibilitará/ possibilitou que a resolutividade do atendimento fosse igual ou maior que 80%

0,190

Concordo 44 (57,1) 57 (75,0)

Discordo 8 (10,4) 9 (11,8)

Não concordo e nem discordo 25 (32,5) 10 (13,2) Legenda: * Mann Whitney.

Fonte: elaboração própria.

Outra questão, versava sobre os atendimentos realizados no internato em APS, procurando verificar a presença de uma resolutividade de no mínimo 80% dos casos. Antes de serem submetidos à atividade, 57,1% deles tinham essa expectativa, e 75% assim se manifestaram após o término da atividade. Observou-se, por outro lado, uma alteração

importante entre os que não concordavam nem discordavam que diminuíram de 32,5% para 13,2%, no entanto, na análise os dados não se mostraram associados, com (p=0,19).

Ao se considerar questões envolvendo o estabelecimento de relações, pessoais ou profissionais, durante o internato em APS (Tabela 7), pode-se observar uma forte influência da atividade. Antes da mesma, 70,1% tinham a expectativa que a atividade seria capaz de proporcionar esse envolvimento, findo o período, esse percentual elevou-se para 86,8%. Em relação aos que nem discordavam e nem concordavam, o valor passou de 24,7% para 9,3%, antes e depois, respectivamente. Ao serem analisadas, as variáveis se mostraram associadas, com (p=0,04).

Quando inqueridos se o trabalho seria estimulante, antes da atividade 54,6% tinham essa expectativa, sendo que após o ICO em APS, esse percentual passou para 59,6%.

Quando perguntados, se esperavam estabelecer boas relações com as pessoas envolvidas no estágio, observamos que 84,4% dos sujeitos de pesquisa tinham essa expectativa, valor esse que aumentou para 98,7% ao término da atividade. É muito interessante observar, que ao término do estágio nenhum sujeito de pesquisa discordou dessa afirmativa, e também se constatou que os indivíduos que nem concordavam e nem discordavam passaram de 13% antes da atividade para 1,3% ao término da mesma. As variáveis consideradas, se mostraram relacionadas, com (p=0,05)

Ao serem questionados se o Internato em APS propiciaria um aprendizado em lidar com grupos profissionais diferentes, antes da atividade, 87% dos sujeitos tinha essa expectativa, que passou para 89,5%. Observou-se, nesse caso, um aumento nos discordantes que passaram de 1,3% para 2,6% ao término da mesma. Constatou-se por outro lado, uma diminuição entre os que nem concordavam ou discordavam, que passaram de 11,7% para 7,9%. As variáveis não se mostraram associação na análise, com (p=0,4).

Ao serem indagadas sobre a capacidade do internato em APS dar perspectivas sobre o campo de trabalho profissional, 72,7% dos sujeitos de pesquisa tinha essa expectativa, ao passo que após a mesma, esse percentual passou para 89,5%. De igual maneira o percentual de discordante passou de 5,2% para 3,9% e o percentual dos que nem concordavam e nem discordavam caíram de 22,1% para 6,6%. Ao serem analisados os dados não se mostraram associados, com (p=0,18).

Ao serem inquiridos a respeito da perspectiva de trabalharem em equipe de saúde durante o internato em APS. Previamente a realização do mesmo, 78,9 % dos sujeitos de pesquisas, tinham essa expectativa, valor que passou a 81,6 % após a realização do mesmo,

com um decréscimo de 16,1% para 6,6% entre os discordantes, ao término da atividade. Os resultados se mostraram significantes, quando analisados, com (p=0,038).

Ao serem questionados se o internato em APS seria capaz de proporcionar uma melhor compreensão sobre a importância do trabalho em equipe multiprofissional de saúde, antes da atividade, 72,4% dos sujeitos de pesquisa tinham essa expectativa, ao passo que ao final, esses valores foram de 89,5%. Observou-se ainda uma redução de 5 vezes entre os discordantes, que passaram de 25%, para 5,3%. Ao serem analisados as variáveis se mostraram associadas, com (p=0,012).

Tabela 7 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre o impacto causado em aspectos da vida pessoal, interpessoal e na relação multiprofissional antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

O internato em APS influencia em alguns aspectos da vida pessoal (valores, afetividade)

0,042

Concordo 54 (70,1) 66 (86,8)

Discordo 4 (5,2) 3 (3,9)

Não concordo e nem discordo 19 (24,7) 7 (9,3)

O trabalho realizado foi estimulante 0,400

Concordo 42 (54,6) 45 (59,2)

Discordo 9 (11,7) 12 (15,8)

Não concordo e nem discordo 26 (33,8) 19 (25,0)

Tive boas relações com as pessoas envolvidas no internato

0,050

Concordo 65 (84,4) 75 (98,7)

Discordo 2 (2,6) -

Não concordo e nem discordo 10 (13,0) 1 (1,3)

Aprendi a lidar com grupos de profissionais e pessoas diferentes

0,40

Concordo 67 (87,0) 68 (89,5)

Não concordo e nem discordo 9 (11,7) 6 (7,9)

A experiência do estágio deu perspectivas de campo de trabalho

0,18

Concordo 56 (72,7) 68 (89,5)

Discordo 4 (5,2) 3 (3,9)

Não concordo e nem discordo 17 (22,1) 5 (6,6) Legenda: * Mann Whitney.

Fonte: elaboração própria.

Tabela 8 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre o impacto causado em aspectos da vida pessoal, interpessoal e na relação multiprofissional antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

Durante o internato em APS trabalha-se em equipe de saúde

0,038

Concordo 60 (78,9) 62 (81,6)

Discordo 13 (16,1) 5 (6,6)

Não concordo e nem discordo 3 (3,9) 9 (11,8)

Existe uma melhor compreensão da

importância do trabalho em equipe de saúde após o internato em APS

0,012

Concordo 55 (72,4) 68 (89,5)

Discordo 19 (25,0) 4 (5,3)

Não concordo e nem discordo 2 (2,6) 4 (5,3)

Legenda: * Mann Whitney. Fonte: elaboração própria.

6.3 ASPECTOS AVALIADOS NO LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO REALIZADO