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4 EMBASAMENTO TEÓRICO

5.3 SUJEITOS DO ESTUDO

Nesta pesquisa, o processo de coleta de dados foi realizado com alunos do curso de Medicina da UFSM, antes e depois de realizarem o internato em APS, durante o ICO. Participaram todos os acadêmicos que realizavam o ICO em APS, de ambos os sexos, sendo 77 na primeira etapa e 76 na segunda etapa. Todos esses alunos, encontravam-se regularmente matriculados, e cursando o sexto ano do Curso de medicina da UFSM, entre janeiro e julho de 2013. Por necessidades operacionais, e de logística, visando a coleta de dados nas mesmas condições objetivas, a amostra investigada, não foi necessariamente constituída dos mesmos alunos.

Os sujeitos de pesquisa apresentavam idade média semelhante, com distribuição de sexo semelhante- ver item 6.1-, matriculados no mesmo semestre, cursando o mesmo período do internato e na mesma escola médica. Desenvolveram, durante a graduação as mesmas atividades, e no momento, tinham igualmente vencido a primeira etapa do ICO do curso de Medicina da UFSM, de 15 meses. Haviam, dessa forma, concluído suas atividades nas seguintes áreas comuns: Urgência e Emergência, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Clínica

Médica e Clínica Cirúrgica. Igualmente, foram supervisionados pelos mesmos docentes responsáveis, e orientados no local do ICO em APS, pelos mesmos profissionais médicos ligados as secretárias municipais de saúde de cada localidade.

Para a caracterização da demanda atendida pelos acadêmicos, foram considerados os indivíduos que procuraram atendimento nas unidades de saúde, em que os internos desenvolviam atividades. A distribuição dos pacientes pelas secretárias das unidades, ocorreu de forma aleatória, e o período de realização da coleta de dados foi de abril a junho de 2013. 5.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário elaborado com questões objetivas, respondido de forma voluntária, durante a reunião preparatória, realizada previamente a ida dos estagiários as respectivas cidades (Apêndice D). A segunda aplicação ocorreu, quando do retorno dos mesmos ao final do período de internato em APS (Apêndice E). Um levantamento epidemiológico, visando caracterizar a demanda atendida pelos acadêmicos, também foi realizado.

Os dados continham elementos de identificação, e questões objetivas a respeito da contribuição do Internato em APS para a formação médica. Buscou-se, dessa forma, dimensionar a contribuição que o conhecimento dessa realidade de saúde, teve na evolução de um enfoque preventivo das doenças, e na melhoria da relação médico-paciente. Também se buscou determinar, o impacto dessa atividade no desenvolvimento de sua capacidade resolutiva, em relação às consultas médicas realizadas pelo interno.

De modo análogo, procurou-se conhecer a contribuição que o ICO em APS tem no desenvolvimento da autonomia, visando o futuro profissional. Também determinou a contribuição que essas atividades tiveram no desenvolvimento da sensação de segurança, confiança e resolutividade, com a prática da medicina. Ademais, procurou-se conhecer, a contribuição que o ICO em APS teve, no desenvolvimento da percepção de autonomia, no relacionamento com outros profissionais de saúde e na coerência, entre a atenção dispensada e as necessidades vivenciadas no local.

Um levantamento epidemiológico, visando caracterizar o perfil da demanda atendida pelos estagiários foi realizado. Com estes dados, efetuou-se um estudo transversal descritivo (PEREIRA, 2009), com avaliação de 1.673 consultas realizadas pelos acadêmicos do Curso de Medicina, nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios em que se desenrolava o estágio, de abril a julho de 2013. Foi utilizado como critério de exclusão, o atendimento realizado

diretamente pelo preceptor, sem a participação do aluno. De um total de 1.805 consultas realizadas pelos acadêmicos, foram desconsiderados 78 (4,3%), devido a diagnóstico mal definido, e 54 (3,0%) por falta do mesmo. Assim, a presente amostra ficou constituída de 1.673 consultas. A identidade dos pacientes foi preservada, sendo atribuído um número a cada um deles, na análise dos dados.

Para a realização do estudo de caracterização da demanda atendida por esses internos, as variáveis foram obtidas de protocolo preenchido pelo acadêmico, e incluíram: idade, sexo, motivo principal da consulta, necessidade, tipo de exame complementar solicitado e encaminhamento para serviço especializado. Não foi utilizado nenhum sistema de classificação, como a Classificação Internacional de Doenças (CID), ou o Clinical

Information Access Portal (CIAP). A classificação foi definida no próprio estudo, visando

coletar de forma mais fidedigna possível, os dados gerados nas consultas médicas atendidas pelos internos.

5.4.1 Estudo preliminar de validação do questionário aplicado aos acadêmicos antes da realização do Internato Curricular Obrigatório

O instrumento de coleta de dados, foi um questionário estruturado, elaborado pelo investigador, a partir dos trabalhos de Campos (2006) e Campos e Foster (2008). O mesmo foi constituído de duas partes: (a) registro de dados sócio demográficos; e (b) questões referentes: ao conhecimento da realidade de saúde da população; a evolução do enfoque preventivo das doenças; ao aprimoramento da relação médico-paciente; ao trabalho em equipe de saúde; e a aquisição de competências, autonomia e segurança por parte dos internos.

Antes da sua aplicação, foi realizado um estudo piloto com dez alunos do 12º semestre do curso de Medicina da UFSM. Os mesmos, foram entrevistados em duas unidades básicas de saúde de Santa Maria, e não houve recusa em preencher o questionário. O instrumento utilizado, na ocasião, apresentava o mesmo número de questões do atual e teve um tempo médio de aplicação de 50 minutos, não se observando problemas quanto ao seu preenchimento ou interpretação.

5.4.2 Aplicação dos questionários aos acadêmicos

O primeiro questionário continha 48 perguntas e foi aplicado entre 10 e 15 dias antes do início das atividades de APS (Apêndice D). Já o segundo, continha exatamente o mesmo número de perguntas, e era idêntico ao primeiramente aplicado, alterando-se apenas os aspectos verbais e gramaticais. Foi aplicado entre 10 e 15 dias após o término do internato em

APS (Apêndice E). Em ambos os momentos, os questionários foram preenchidos simultaneamente, a todos os alunos que iriam ou já haviam desenvolvido a atividade.

5.4.3 Preenchimento do instrumento, pelos acadêmicos durante o Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde, visando o levantamento epidemiológico para caracterizar a demanda atendida nas unidades em que se desenvolvia o Internato

Nos atendimentos médicos individuais, realizados pelos estudantes durante o ICO em APS, fez-se um levantamento epidemiológico visando caracterizar o perfil da demanda atendida. Ao final de cada dia de atendimento, os internos preenchiam um protocolo padrão (Apêndice F). A partir dos prontuários dos pacientes atendidos, foram obtidos os seguintes dados: idade, sexo, motivo principal da consulta, necessidade e tipo de exame complementar solicitado e encaminhamento para serviço especializado.