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Contribuição do Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde no conhecimento da realidade de saúde da população, e na evolução do enfoque

4 EMBASAMENTO TEÓRICO

6.2 ASPECTOS AVALIADOS NOS INTERNOS ANTES E DEPOIS DO INTERNATO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

6.2.1 Contribuição do Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde no conhecimento da realidade de saúde da população, e na evolução do enfoque

preventivo das doenças

Esta categoria, constou de treze questões que estão explicitadas nas Tabelas 2 e 3, e serão descritas em sequência: ao serem indagados, se o Internato em APS influenciava no conhecimento da realidade de saúde da população 97,4% e 96,0% respectivamente, concordaram com a assertiva, antes e após a experiência.

Outra questão presente no questionário, inquiria se no Internato em APS tomavam-se condutas de acordo com a população assistida. Antes da atividade, 33,8% concordaram com a assertiva, e após a mesma, esse número aumentou para 43,4 % dos entrevistados.

Quando perguntados, se no Internato em APS as condutas tomadas seriam coerentes com a realidade de saúde da população, evidenciou-se, que antes da atividade 45,5 % dos sujeitos de pesquisa, entendiam que essa coerência deveria existir. Após o desenvolvimento do internato, esse número aumentou para 65,8 % dos indivíduos pesquisados. Observou-se, portanto, mudança na percepção dos acadêmicos após a atividade realizada, mostrando a existência de associação dessa variável, com o tempo de vivência na atividade, com (p=0,028).

Ao se observar as respostas relacionadas à evolução na valorização de alguns fatores de risco, principalmente relacionadas às DCNTs, constatou-se um impacto positivo na valorização desses fatores. Na Tabela 3, podem-se observar as respostas aos questionamentos sobre as recomendações gerais, de prevenção as DCNTs, realizadas durante a consulta antes e depois do internato na APS. Observou-se que antes da atividade, 67,3% referiam ter realizados essas recomendações nas consultas realizadas até então, após o estágio, o percentual aumentou para 92,1%. Verificou-se também, um decréscimo substancial, entre os alunos que habitualmente não faziam essas recomendações no decorrer da atividade, que diminuíram de 22,2% para 6,6%. Esses dados, quando analisados, não se mostram associados (p=0,233).

Ao serem questionados se possuíam o hábito de realizar recomendações sobre a redução no consumo de sal durante a consulta médica, antes da atividade, 66,2% dos alunos concordaram com essa questão, após a imersão em APS, o percentual se elevou para 85,5% dos pesquisados. Os sujeitos de pesquisa que se mostravam indiferentes a essa recomendação, diminuíram de 26,5% para 7,9%. Apesar da tendência observada, os dados não se mostraram associados, com (p=0,36).

Tabela 2 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria sobre o conhecimento da realidade de Saúde da População antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

Variáveis Antes Depois P

N (%) N (%)

O internato em APS propicia conhecer a realidade de saúde da população

0,44*

Concordo 75 (97,4) 73 (96,0)

Discordo - -

Não concordo e nem discordo 2 (2,6) 3 (4,0)

No internato em APS tomam-se condutas eficientes e de acordo com a realidade da população assistida

0,37*

Concordo 26 (33,8) 33 (43,4)

Discordo 10 (13,0) 16 (21,0)

Não concordo e nem discordo 41 (53,2) 27 (35,5)

No internato em APS tomam-se condutas coerentes com a realidade da população

0,028*

Concordo 35 (45,5) 50 (65,8)

Discordo 4 (5,2) 6 (8,0)

Não concordo e nem discordo 38 (49,4) 20 (26,3) Legenda: Mann Whitney

Tabela 3 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria na valorização de alguns fatores de risco para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis durante a consulta médica antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

(continua)

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

Na maior parte das consultas clinicas que fez ou assistiu até hoje, foram feitas recomendações a respeito das medidas gerais de prevenção para as DCNT

0,233

Não 17 (22,2) 5 (6,6)

Sim 52(67,3) 70 (92,1)

Indiferente 8 (10,4) 1(1,32)

Orientou sobre o consumo de sal 0,361

Não 6 (7,8) 5(6,6)

Sim 51(66,2) 65 (85,5)

Indiferente 20 (26,0) 6 (7,9)

Orientou sobre a redução do consumo de gorduras

0,307

Não 2 (2,6) -

Sim 55 (71,4) 71 (93,4)

Indiferente 20 (25,6) 5 (6,6)

Orientou para uma maior ingesta de verduras, legumes e frutas

0,116

Não 2 (2,6) 1 (1,3)

Sim 50 64,9) 70 (92,1)

Tabela 3 – Percepção dos acadêmicos de Medicina da Universidade Federal de Santa Maria na valorização de alguns fatores de risco para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis durante a consulta médica antes e após a participação no Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde

(conclusão)

Variáveis Antes Depois P*

N (%) N (%)

Orientou para a perda ou a manutenção de um peso adequado

0,368

Não 1 (1,3) -

Sim 56 (72,7) 70 (92,1)

Indiferente 20 (26,0) 6 (7,9)

Orientou para a realização de atividade física regular

0,231

Não 3 (3,9) 1 (1,32)

Sim 52 (67,5) 69 (90,8)

Indiferente 22(28,6) 6 (7,9)

Orientou para a cessação do tabagismo 0,469

Não - -

Sim 21 (27,3) 8 (10,5)

Indiferente

Fez habitualmente a verificação de peso dos pacientes

0,424

Não 18 (23,4) 27 (35,5)

Sim 28 (36,4) 36 (47,4)

Indiferente 31 (40,5) 13 (17,1)

Fez a verificação da altura do paciente 0,483

Não 33 (42,9) 42 (55,3)

Sim 16 (20,8) 23 (30,3)

Indiferente

Fez a verificação da pressão arterial 0,367

Não 3 (3,9) 5 (6,6)

Sim 50 (64,9) 64 (84,2)

Indiferente 24 (31,2) 7 (9,2)

Legenda: * Teste exato de Fischer Fonte: elaboração própria.

Quando confrontados com o questionamento a respeito da realização rotineira, de orientações dirigidas a uma redução no consumo de gorduras durante a consulta médica, têm- se os seguintes resultados: antes de realizarem o Internato em APS, 71,4% dos indivíduos

pesquisados tinham como rotina realizar esse aconselhamento. Após o término do mesmo, esse percentual aumentou para 93,4%. Apesar da tendência de diminuição observada, os dados não se mostraram associados, quando de sua análise, com (p=0,307).

Antes de realizarem o Internato em APS, 64,9% dos sujeitos de pesquisa, respondiam positivamente à pergunta sobre a orientação rotineira a seus pacientes para um aumento no consumo de verduras, legumes e frutas. Após a realização do estágio, o percentual aumentou para 92,1% dos respondentes. Observando-se que o comportamento verificado, entre os que respondiam de forma indiferente a essa questão, diminuiu de 32,5% para 6,6%, com a análise não mostrando relação entre as variáveis, com (p=0,116).

Entre os participantes da atividade, antes da realização do Internato em APS, 72,7% responderam positivamente ao questionamento sobre o hábito regular de recomendar aos seus pacientes a perda de peso ou a manutenção de um peso adequado. Ao término da atividade, o percentual que respondeu positivamente ao quesito, elevou-se para 92,1%. Ressalta-se, que nenhum dos sujeitos de pesquisa respondeu negativamente à pergunta, ao término do estágio. Os achados não se mostraram associados quando analisados, com (p=0,368)

A respeito da recomendação, para que exercícios físicos fossem feitos com regularidade pelos seus pacientes, 67,5 % dos sujeitos de pesquisa afirmaram que tinham essa rotina antes da realização do internato em APS. Após o término do mesmo, esse percentual aumentou para 90,8%. Ao se analisar os indivíduos que se mostravam indiferentes a essa postura, observa-se, que antes da atividade eles representavam 26% dos sujeitos de pesquisa e ao término da mesma, esse percentual se reduziu para 7,9%. Da mesma forma, ao serem analisados, os dados não se mostraram associados, com (p=0,231)

Quando confrontados com o questionamento a respeito das orientações prestadas visando à cessação do tabagismo, nas consultas médicas realizadas ou assistidas até então, 72,3% dos entrevistados relataram que costumavam dar essa orientação como rotina em seu trabalho. Após o término do internato em APS, esse valor passou a 89,5%. Ao se considerar a negação explícita dessa atitude – orientar para o abandono do hábito de fumar – antes da atividade, 27,8% referiram ter esse comportamento, enquanto após o final da atividade esse percentual foi de 10,5%. Ao se analisar esses dados, os mesmos não se mostraram relacionados, com (p=0,469)

Antes do internato em APS, quando perguntado aos sujeitos de pesquisa, se tinham por hábito pesar seus pacientes nas consultas médicas realizadas até então, 36,4% responderam que sim, percentual esse que se elevou para 47,4% após o término da atividade proposta. As variáveis não se mostraram associadas, com (p=0,424)

O último questionamento dentro dessa categoria, referiu-se ao hábito de realizar a mensuração da pressão arterial na consulta médica. Antes da realização da atividade proposta, 64,9% dos sujeitos de pesquisa tinham esse hábito firmado, sendo que esse valor aumentou para 84,2% após o termino do internato em APS. Entre os indivíduos que foram indiferentes a mensuração desse parâmetro, antes do Internato eles representavam 31,2% do total, valor esse que se reduziu a 9,2% ao final da atividade. Ao serem analisados os mesmos não se mostraram relacionados, com (p=0,367)

6.2.2 Contribuição do Internato Curricular Obrigatório em Atenção Primária à Saúde