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2. DIRETRIZES PARA A HUMANIZAÇAO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR

2.2. Atributos para a humanização do ambiente hospitalar

2.2.1 Controle do ambiente

Um dos atributos importantes para que o nível de estresse dos pacientes seja evitado é a possibilidade dos mesmos poderem controlar os ambientes que o cercam.

Alguns estudos demonstram que um hospital barulhento, confuso, sem privacidade e que não permite ao indivíduo controlar seu ambiente imediato, prejudica o paciente reduzindo sua sensação de autonomia, o que pode causar depressão, passividade, aumentar a pressão arterial e reduzir a funcionalidade do sistema imunológico (ULRICH, 1990).

Portanto, deve ser delegada ao paciente, a possibilidade de controlar o ambiente no qual está inserido. O paciente deve ter o direito de mudar o canal da televisão, colocar a temperatura do ar-condicionado que lhe é confortável, controlar o volume do som, por exemplo. A existência de controladores de interfone, luz, som e televisão, devem estar ao alcance do paciente para que possam se sentir mais

seguros. “Situações e condições que não se pode controlar, são aversivas e causam estresse em qualquer ambiente, não só no hospitalar” (VASCONCELOS, 2004, p. 36).

Malkin (1991), confirma essa afirmação acima:

Tem sido demonstrado que em qualquer estabelecimento, não apenas em hospitais, o controle do ambiente reduz o estresse. Quando você sabe que tem uma opção, por menor que seja, você se sente melhor (...) As conseqüências para os ambientes de saúde são enormes: pacientes que podem controlar a temperatura e a iluminação do seu próprio quarto, a privacidade necessária, a hora e a quantidade de refeições que têm durante o dia, demonstram menor estresse e apresentam recuperação mais rápida (MALKIN, 1991, p. 14-15).

Malkin (1991), também confirma o discurso de Ulrich, defendendo que soluções arquitetônicas podem combater o nível do estresse dos usuários de um hospital, aumentando a sensação de controle do ambiente. Destaca a importância de medidas que garantam: a privacidade visual para pacientes vestirem-se em salas de imagens; o controle do canal e do volume da televisão tanto nos quartos como nas salas de visitas; a inclusão de jardins ou pátios acessíveis a pacientes; a criação de um local onde os pacientes possam dedicar-se a coisas de seu interesse ou a algum hobby; e dar aos pacientes a possibilidade de escolha no contato com visitantes ou outros pacientes;

Vasconcelos (2004), aponta o Eisenhower Memorial Hospital (Figuras 2.1 e 2.2), localizado em Rancho Milagre, na Califórnia, como exemplo de instituição que reformulou seus leitos levando em conta o controle do ambiente pelo paciente. Para o controle da iluminação foi colocado um abajur ao lado da cama e o controle da abertura das persianas é feita através de controle remoto, possibilitando assim, de acordo com a vontade do paciente, a entrada ou não de luz. Também foi colocado um telefone/interfone ao lado do leito para solicitar a presença de médicos e/ou enfermeiros; mobiliário variado que oferece opção entre ter as refeições na cama ou na mesa, por exemplo; e um ambiente muito mais agradável com cores e materiais variados que retiraram a monotonia e o caráter institucional que havia antes no local.

Pode-se observar a partir das afirmações acima, que o controle do ambiente faz com que o paciente se sinta menos passivo, mais auto-suficiente. Assim, pode funcionar como um estímulo para a melhora do indivíduo e contribuir para o controle da ansiedade do mesmo.

2.2.2. Suporte social

O suporte social é possibilitado a partir da criação de espaços dentro dos hospitais que possibilitem a integração entre o paciente e os familiares, pacientes e amigos ou entre os próprios pacientes, obtendo assim, benefícios para seu estado físico e emocional.

Segundo Ulrich (1991), estudos da medicina comportamental e da psicologia clínica, apontam, dentre uma variada gama de situações que envolvem ambientes de saúde, que pacientes que tem algum tipo de suporte social apresentam menores níveis de estresse do que aqueles que não dispõem de contatos entre familiares, amigos ou sociedade.

Em conferência descrita no livro O Projeto do Lugar de Del Rio, Duarte e Rheingantz, sobre o Desenvolvimento e a Aplicação dos Conceitos de Espaço

Figura 2.1 e 2.2 – Antes e depois da reforma do quartos do Eisenhower Memorial Hospital, Rancho Milagres, Califórnia, EUA.

Pessoal, Robert Sommer, psicólogo e professor titular da Universidade da Califórnia, confirma:

É um edifício típico, com as cadeiras dispostas ao longo das paredes, com seus ambientes pintados de cores institucionais e seus corredores sem fim. Quando nos deslocamos para cima ou para baixo, sofremos com a variação de iluminação, e a disposição das cadeiras nos corredores e nas salas dificulta a socialização dos pacientes (DEL RIO, DUARTE E RHEINGANTZ, 2002, p. 22).

Uma vez sentados lado a lado, os pacientes não conversam, dificultando a possibilidade de comunicação entre os mesmos. Esses estudos, portando, admitem que o arranjo de mesas e cadeiras, de fato, impedem no processo de socialização entre os pacientes.

O arranjo físico do hospital pode influenciar no favorecimento ou não do suporte social. Se feito de forma flexível, que possibilite rearranjos, que seja confortável e aconchegante, o ambiente pode aumentar a interação entre pacientes- sociedade e entre pacientes - pacientes aumentando o suporte social.

Figura 2.3 – Exemplo de Sala de Espera que promove a socialização. Hospital Carol Ann Breast

Health Center, Oakland, CA. Fonte: www.jainmalkin.com

Essa sala de espera é representada de forma agradável, seja pela disposição do mobiliário – que permite a mobilidade dos mesmos – e assim possibilita uma maior socialização entre os indivíduos, seja pelos artifícios de design utilizado pela arquiteta. Cores vibrantes e obras de arte contemplam o espaço de forma a torná-lo mais aconchegante e acolhedor.

Além das salas de espera e dos quartos, outros espaços devem ser propostos pelos arquitetos para que aumente o suporte social, tais como ambientes de reuniões, livrarias, espaços para lazer e, até mesmo, espaços para orações.

O design interior dos ambientes, no entanto, deve ser elaborado de forma a não forçar o contato social entre os indivíduos, pois isso pode ferir a privacidade do indivíduo, tornando o ambiente, no que deveria ser um local agradável, estressantes e agentes contra o bem estar.

2.2.3. Distrações positivas

A distração positiva é proporcionada por um ambiente formado por elementos que provocam sentimentos positivos no paciente, prendendo sua atenção e despertando seu interesse para outras coisas além da sua doença, o que reduz ou

Figuras 2.4 e 2.5 – Área destinada para oração e Livraria. Hospital Carol Ann Breast HealtCenter, Oakland, CA e Eisenhower Memorial Hospital, Rancho Milagres, Califórnia, EUA.

Figura 2.6 – Sala de Espera de Hospital Infantil. Derbyshire Children’s Hospital, UK.

Fonte: http://portal.uninove.br/marketing/cope/pdfs_revistas/exacta/exactav5n1/exacta_v5n1_3d25.pdf até mesmo bloqueia os pensamentos ruins (ULRICH, 1991, p.228). Ou seja, ambientes com boa qualidade físico - espacial podem ser estimulantes.

Evans e McCoy (1998), definem a “estimulação” como sendo a dimensão que descreve a quantidade de informação imposta para o usuário. As qualidades ambientais estimulantes podem ser categorizadas levando-se em conta fatores como intensidade, variedade, complexidade, mistério e novidade.

Segundo Ulrich (1991), estudos feitos no campo da psicologia ambiental associam sensação de bem estar a um ambiente físico que favoreça grau moderado de estimulação positiva.

Sobre a afirmação acima, Clemesha (2007), complementa:

A falta dessa estimulação, pode causar, portando, tédio, e em casos extremos, a privação sensorial. Caso contrário, quando em excesso, pode causar distração e interferir em processos cognitivos que demandem concentração ou esforço; a superestimulação torna difícil fixar a atenção e interrompe ações continuadas (CLEMESHA, 2007, p.61).”

A sala de espera do Derbyshire Children’s Hospital apresenta diversos

elementos para distrair as crianças. Um ambiente acolhedor, criado com o uso de cores e texturas e com mobiliário que foram construídos na forma de escultura - brinquedos, que fazem parte do imaginário das crianças britânicas e que as distraem a ponto de esquecerem que estão em um hospital.

Figura 2.8 – Dental Clinic, Los Angelis, California, EUA.

Fonte: http://www.jainmalkin.com/

Figura 2.7 – Valley Children’s Medical Center, Madera, Califórnia, EUA.

Fonte: http://www.posarq.ufsc.br/defesas/ dissertacao007.pdf

Outro exemplo de sala de espera projetada para hospital infantil que possui elementos para promover bem estar às

crianças é o Valley Children’s Medical Center, Madera, Califórnia, EUA. Aí estão

presentes desde a mescla de cores frias com cores vibrantes, até aquários e brinquedos como, por exemplo, um escorregador.

No consultório odontológico do

Dental Clinic, em Los Angeles, na

California, um retroprojetor foi colocado no teto, com a intenção de distrair os pacientes enquanto são atendidos.

Chegar ao senso comum do grau de estimulação, no entanto, não é tarefa fácil. É

necessário que se conheça as

características da população que utilizará o espaço, como, por exemplo, idade, sexo, nível cultural e social, e também tomar conhecimento de quais atividades serão desenvolvidas no local.

Segundo Vasconcelos (2004), algumas soluções podem transformar o espaço em um local que promova distrações positivas, são elas:

Presença de átrios, jardins externos ou espaços abertos ao exterior; Uso de elementos como água, fogo, uso de fontes, lareiras e aquários; Janelas baixas que permitem a visão do exterior pelos pacientes; Iluminação e uso de cores adequadas;

Integração com a natureza, que apresenta todos os elementos necessários para estimular o usuário e prender sua atenção através dos sentimentos positivos que causa;

Dentro desse conceito, pode-se incluir a Psiconeurimunologia (PNI), que nada mais é do que uma das vertentes de vanguarda da pesquisa médica que comprova que sentimentos e emoções refletem no sistema imunológico promovendo saúde ou doença mental e/ ou física, e conseqüentes alterações de comportamento.

Diante da afirmação acima, os emergentes estudos no campo da humanização e da psiconeuroimunologia comprovam o respaldo positivo quando elementos são aplicados de forma corretamente, tornando um ambiente incrivelmente agradável, mesmo em se tratando de edifícios hospitalares.

Esse termo foi criado pelo psicólogo experimental, Robert Ader, que constatou que o sistema imunológico era livre e soberano e tinha vínculo com a mente. “Se refere à todas emoções que estão em jogo na patenogia das doenças físicas que se associam às disfunções imunológicas, especialmente doenças associadas a estados de relativa incompetência imunológica como câncer, infecções e doenças alérgicas” (VASCONCELOS, 2004, p. 47).

Acreditava que a doença não se deve a um único fator fisiológico ou psicológico, mas é psicossomática e nasce de uma constelação de elementos e circunstâncias, tanto fisiológicas quanto psicológicas. Ader chegou a estas conclusões a partir de experiências efetuadas com ratos que levados a um confinamento, por exemplo, tinham condições de desenvolver lesões no estômago, porque estavam perturbados ou estressados devido a baixa atividade (MONTERO, 2006).

A psiconeuroimunologia é, portanto, a ciência que estuda os fatores que ajudam na melhoria do aspecto físico dos ambientes a fim de melhorar a saúde e o bem estar de pacientes, acelerando o seu processo de cura. Estuda os estímulos sensoriais, os elementos do ambiente que os causam, e as relações entre estresse e saúde. Seus estudos demonstram que a variação na quantidade de estímulos sensoriais é necessária, pois a condição de monotonia permanente induz a distúrbios patológicos (VASCONCELOS, 2004, p. 46 apud GAPPELL, 1991).

Nesse sentido, segundo Gapell (1991), existem seis fatores que afetam o bem estar físico e emocional dos pacientes, são eles: luz, cor, textura, aroma, forma e som. A deficiência de um projeto arquitetônico de um edifício hospitalar que não adote esses seis fatores de forma adequada pode gerar desconforto nos usuário e atrapalhar no processo de cura dos mesmos, ao passo de que, aplicando corretamente esses fatores, pode ser considerada parte importante no tratamento.

Nos tópicos a seguir, serão estudados cada um desses seis fatores e a contribuição destes para a humanização dos hospitais.

2.2.4.Luz

A iluminação é fator determinante para um bom projeto de arquitetura, influencia não só na qualidade do projeto, mas também, no equilíbrio fisiológico e psicológico dos usuários.

Não se considera mais o projeto de iluminação apenas como uma função visual, onde a quantidade e a qualidade da luz são fundamentais. Estudos já revelaram que a luz traz benefícios à saúde e “influencia o controle endócrino, o relógio biológico, o desenvolvimento sexual, a regulamentação do estresse e fadiga e a supressão da melatonina” (VASCONCELOS, 2004, p. 48 apud FONSECA, 2000).

Tanto a luz natural quanto a luz artificial devem ser empregadas, visando a qualificação dos espaços hospitalares, “principalmente quando o estado fragilizado dos pacientes e sua longa permanência na instituição são considerados” (VASCONCELOS, 2004, p.48).

Dois parâmetros de iluminação devem ser considerados: o de quantidade de iluminação e o de qualidade desta. Portanto, a combinação da iluminação natural com a artificial deve estar dentro desses dois parâmetros, sendo o primeiro ao que corresponde aos aspectos normativos, com nível de iluminância mínimo e o outro, que visa o bem estar do paciente.

Centenas de funções do corpo humano são influenciadas pela luz do dia e algumas tem ritmos que seguem o ciclo que alterna noite e dia. Permitir visuais externas e utilizar adequadamente a luz natural e artificial é um fator fundamental para a manutenção dos níveis de produtividade e de conforto psicológico para todos os usuários do edifício. O uso equilibrado da iluminação natural e artificial introduz benefícios, inclusive terapêuticos, para o paciente Monog_Pos_Mariza v7(MIQUELIN, 1992, p. 209).

Dessa forma, além de iluminar o ambiente, a luz proporciona sensações aos usuários do edifício. Uma vez mal empregada, a iluminação pode afetar diretamente no bem estar do paciente, dificultando assim, na recuperação do mesmo. Ela pode provocar emoções positivas ou negativas.

Segundo Vasconcelos (2004), a luz do sol é importante para a absorção do cálcio e do fósforo, para o crescimento e fortalecimento dos ossos, para o controle de profilaxia viral e de infecções e para a melhora da capacidade física, diminuindo a pressão arterial e aumentando a quantidade de oxigênio.

Por outro lado, em ambientes onde a luz fria é empregada, pode causar o desconforto e consequentemente uma certa impaciência por parte do usuário, despertando a vontade de ir embora. Esta sensação de “frieza” de um ambiente, no entanto, pode ser amenizada com o uso de cores, abajures e elementos de comunicação visual.

Ribeiro (2004) apud Corbiolli (2003), descreve que de acordo com a arquiteta e lighting designer Neide Senzi, existem recursos para humanizar os ambientes hospitalares a partir da iluminação. A utilização de filtros permite a suavidade da luz e também pode ser empregado como elemento de comunicação visual, marcando salas de exames e consultórios. A criação de focos de interesse no teto pode contribuir para a distração dos pacientes, especialmente nas salas pediátricas.

A figura a seguir mostra detalhes de iluminação propostos para o teto de salas de exames:

Outro artifício a ser considerado pelo arquiteto visando à humanização é o contato com o ambiente exterior, sendo as janelas, as principais responsáveis por isso. Proporciona além de conforto visual, conforto térmico e psicológico aos pacientes. Através dessas aberturas, pode garantir ao paciente contato com o ambiente exterior, com a natureza e também proporcionam a capacidade dos mesmos de acompanharem a variação da luz durante o dia.

Logicamente não se deve esquecer da iluminação no seu ponto de vista funcional, que deve assegurar bons índices de reprodução de cores e atender às especificidades referentes à avaliação clínica e aos procedimentos médicos.

Na figura a seguir, nota-se a combinação de luz natural e artificial em um dos consultórios do Scripp’s Memorial Hospital Women’s Center, em La Jolla,

California, idealizado pelo arquiteto James Leary.

Figura 2.11 – Consultório do Scripp’s Memorial Hospital Women’s Care, California.

Fonte: www.jainmalkin.com

Figura 2.9 e 2.10 – Scripp’s Memorial Hospital Women’s Care, California.

Figura 2.12 – Scripp’s Memorial Hospital Women’s Care, California.

Fonte: www.jainmalkin.com

Na sala de quimioterapia do North Country

Oncology Chemoterapy Infusion, em Vista, também

na California, a iluminação natural é utilizada através de uma clarabóia no teto, que além de permitir a entrada de luz natural, permite o contato do interior com o exterior.

Uma questão apontada por Vasconcelos (2004) é a necessidade de adequar a iluminação do ambiente de acordo com cada tipo de paciente. A quantidade de luz varia a partir das necessidades de cada grupo. Os idosos, por exemplo, necessitam de mais luz do que os jovens para realizar suas atividades, no entanto, os espaços projetados para esse grupo devem possuir mais luz.

Infere-se que para garantir o bem-estar do usuário através da iluminação, além do aspecto visual, é necessário que se utilize níveis de iluminação de acordo com exigências do conforto humano; sistemas de iluminação que podem ser direto, indireto ou misto; tipo de fonte de luz adequada; eficiência luminosa e boa reprodução de cor.

No caso dos hospitais, os diferentes tipos de usuários e as atividades requerem iluminação específica. É importante, também, delegar ao paciente a autonomia do controle da iluminação, que permitem acender ou apagar as lâmpadas e abrir ou fechar os elementos de proteção contra a luz solar, tais como, brises, persianas ou cortinas.

2.2.5 Cor

As cores exercem grande influência no ambiente, modificando-o, animando- o ou transformando-o, e assim, elas podem alterar a comunicação, as atitudes e a aparência das pessoas presentes. Nos ambientes hospitalares, essa deve ser usada de forma adequada para que cause o bem estar de pacientes, familiares e profissionais, onde direta, ou indiretamente, possa influenciar de forma positiva no processo de cura.

Segundo Boccanera (2006), a utilização das cores para fins de cura é um processo não agressivo sobre o organismo, não é maléfica, não causa efeitos colaterais e não atua como agente de pressão sobre o corpo. A cromoterapia atua diretamente na base da doença, procurando restaurar o equilíbrio entre as energias vibratórias do corpo. A todo instante estamos em contato com as cores, elas fazem parte da vida e, sem elas, o mundo seria diferente.

A cor é um elemento fundamental na vida humana. É um item essencial na composição arquitetônica, seja interna ou externamente. Portanto, deve haver conhecimento prévio sobre o uso das cores, não podendo ser escolhidas de forma aleatória, pois atuam direta e intensamente sobre as pessoas, muitas vezes de forma estática, sem possibilitar a diluição nos seus efeitos como ocorrem na visualização externa. Uma vez utilizadas de forma errada, podem trazer problemas para a instituição de saúde, afetando negativamente os pacientes.

Cunha (2004) aponta que a harmonia visual, bem como o equilíbrio cromático, depende do tamanho e da forma da área revestida. Assim, algumas cores atraem, outras repelem – isso quando a cor utilizada não for apropriada àquele espaço – podendo, também, transmitir sensações de calor ou de frio, agitar ou inibir as pessoas.

O grau de reflexão dos efeitos das cores sobre as pessoas é grande, seja no campo de trabalho, em uma área de repouso, ou em um leito de hospital. Caso ocorram contrastes excessivos e intensos nos ambientes, pode causar desconforto para o usuário desse determinado espaço.

Os efeitos psicológicos causados pela cor são, em parte, associações inconscientes com experiências já vividas ou vistas. O tédio, causado por um ambiente monótono, é uma reação do organismo a uma situação pobre em estímulos ou com pequenas variações. Os mais importantes sintomas do tédio são os sinais de fadiga, sonolência, falta de disposição e diminuição da atenção. Cientes disso, ao se escolher cores para os ambientes, deve-se observar cada lugar específico, pois as cores sofrem influências da posição solar – se no hemisfério norte ou sul, se as janelas estão voltadas para o norte, o sul, o leste ou o oeste, se existem janelas ou há iluminação artificial (CUNHA, 2004, p.59).

As cores classificam-se em quentes e frias. As quentes são representadas pelo vermelho, laranja e pequena parte do amarelo e do roxo, já as frias, fazem parte as que integram grande parte do amarelo e do roxo, os verdes e azuis. “As cores quentes parecem dar uma sensação de proximidade, calor, densidade, proximidade, secura, além de serem estimulantes. Em contraposição, as cores frias parecem distantes, frias, leves, transparentes, úmidas, aéreas, e são calmantes” (VASCONCELOS, 2004, p. 52 apud MODESTO, 1986).

Por meio das cores é possível criar ambientes mais alegres, aconchegantes e confortáveis podendo causar distrações positivas nos pacientes, como já foi abordado anteriormente.

Figura 2.14 e 2.15 – Sala para Crianças /

Sala espera adultos. Cores quentes x Cores Frias.

Fonte: www.jainmalkin.com

Figura 2.13: Espectro visível das cores

Fonte: http://www.posarq.ufsc.br/defesas/dissertacao007.pdf

A cor também pode afetar na percepção dos objetos e dos espaços. Ao