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Humanização do edifício hospitalar: análise dos hospitais da rede Sarah Kubitschek de João Filgueiras Lima (Lelé)

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Academic year: 2017

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(1)

MARISA EULÁLIO ROCHA

HUMANIZAÇÃO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR: ANÁLISE DOS

HOSPITAIS DA REDE SARAH KUBITSCHEK DE JOÃO FILGUEIRAS

LIMA (LELÉ)

(2)

HUMANIZAÇÃO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR: ANÁLISE DOS

HOSPITAIS DA REDE SARAH KUBITSCHEK DE JOÃO FILGUEIRAS

LIMA (LELÉ)

Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie, para a obtenção do título de Mestre em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Dr. Rafael Antônio Cunha Perrone.

(3)

R672h Rocha Maria Eulálio, Maria Eulálio.

Humanização do edifício hospitalar: análise dos hospitais da rede Sarah Kubitschek de João Filgueiras Lima (Lelé) / Maria Eulálio Maria Eulálio. – 2010.

259 f. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2010.

(4)
(5)

Em primeiro lugar, a Deus, por sempre iluminar e guiar o meu caminho; Ao Prof. Dr. Rafael Antônio Cunha Perrone, pelas sábias orientações, competência, disposição e confiança, sempre presentes durante a realização deste trabalho; À Prof. Dra. Ana Gabriela Godinho Lima e Prof. Dra. Rosana Helena Miranda, pela atenção, carinho, sugestões e comentários apontados, essenciais para o crescimento deste trabalho; Aos amigos pelo companheirismo e incentivo constante, em especial à Ianna e Carla, amigas com quem divido esta conquista;

(6)

Durante muito tempo, e até hoje, o hospital é encarado de uma forma negativa, como sendo um local de morte, dor, sofrimento, dentre outros sentimentos. O arquiteto brasileiro João Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé, que hoje se destaca na área da arquitetura hospitalar, apresenta um novo olhar sobre as instituições de saúde. O arquiteto propõe medidas projetuais que tornam os espaços hospitalares menos frios e hostis, a fim de melhorar o bem-estar do paciente e acelerar no seu processo de cura. A pesquisa, por sua vez, discorre sobre o percurso do Lelé na consolidação dos hospitais da Rede Sarah, objeto de estudo deste trabalho, com base nos conceitos da humanização do edifício hospitalar. Descreve as transformações dos edifícios hospitalares ao longo do tempo e as questões que foram enfrentadas por Lelé para a produção de uma arquitetura hospitalar de maior qualidade.

(7)

For a long time and even today, the hospital is perceived in a negative way, as a place of death, pain, suffering, among other feelings. The Brazilian architect João Filgueiras Lima, known as Lele, who now stands out in the field of hospital architecture, presents a fresh look at health institutions. The architect proposes measures projective spaces that make hospitals less cold and hostile in order to improve the welfare of the patient and speed up the healing process. The research, in turn, discusses the journey of Lele in the consolidation of the Rede Sarah Kubitschek of Hospitals, the object of the present study, based on the concept of the humanization of the hospital building. Describes the transformation of the hospital buildings over time and the issues that were faced by Lele to produce a higher quality of hospital architecture.

(8)

INTRODUÇÃO ... 14

1. HUMANIZAÇÃO ... 17

1.1. Saúde e Humanização ... 17

1.1.1. Definindo humanização ... 17

1.2. As primeiras iniciativas de humanização do edifício hospitalar ... 20

1.3. O edifício hospitalar no Brasil ... 27

1.4. Humanização da saúde pública do Brasil... 30

1.4.1. Programa Nacional De Humanização do Ambiente Hospitalar (PNHAH) ... 31

1.4.2. Humaniza SUS ... 32

2. DIRETRIZES PARA A HUMANIZAÇAO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR ... 36

2.1. O papel do arquiteto de edifícios hospitalares ... 38

2.2. Atributos para a humanização do ambiente hospitalar ... 40

2.2.1 Controle do ambiente ... 43

2.2.2. Suporte social ... 45

2.2.3. Distrações positivas ... 47

2.2.4.Luz... 51

2.2.6 Textura ... 58

2.2.7 Aroma ... 59

2.2.8 Som ... 60

2.2.9 Forma ... 62

2.3 Percepção/Psicologia Ambiental ... 65

2.4. Exemplo de humanização: “The healing enviroment” ... 69

2.4.1 The Pebble Project ... 70

3. JOÃO FILGUEIRAS LIMA “LELÉ”: ... 73

3.1. Considerações sobre o arquiteto ... 74

3.2. Lelé e os hospitais da rede Sarah Kubitcheck ... 77

3.3. A concepção arquitetônica dos hospitais da rede Sarah ... 80

4. ESTUDO DE CASOS/HOSPITAIS DA REDE SARAH KUBITSCHEK ... 86

4.1 Hospital distrital de Taguatinga: a experiência ... 89

4.2 Hospital Sarah Kubitschek Brasília ... 90

4.2.1. Projeto de arquitetura ... 114

4.2.2. Ampliações do hospital Sarah Kubitschek Brasília – CTRS – Brasília, DF, 1995 – 1997 ... 119

4.2.3. Humanização do hospital Sarah-Brasília... 123

4.3 Hospital Sarah Kubitschek Salvador ... 136

4.3.1 Projeto de arquitetura ... 151

4.3.2. HUMANIZAÇÃO DO HOSPITAL SARAH – SALVADOR ... 165

4.3.3 Centro de Tecnologia da Rede Sarah Kubitschek – CTRS ... 182

4.4 Hospital Sarah Kubitschek Lago – Norte ... 189

4.4.1 Humanização Sarah Lago Norte ... 200

4.5 Hospital Sarah Kubitschek Rio de Janeiro ... 217

4.5.1 Humanização do Hospital Sarah – Rio de Janeiro ... 231

REFERÊNCIAS ... 242

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AEDET –Achieving Excelent Design Evaluation

APM – Associação Paulista de Medicina APS – Associação das Pioneiras Sociais

ASPECT – A Staff and Patient Environment Calibration Tool

BA – Bahia

CEPLAN – Centro de Planejamento

CTRS – Centro de Tecnologia da Rede Sarah DF – Distrito Federal

EUA – Estados Unidos da América

FAEC – Fábrica de Equipamentos Comunitários HDAL – Hospital do Aparelho Locomotor

CIACs – Centro Integrado de Apoio à Criança

PNHAH – Programa Nacional de Humanização do Ambiente Hospitalar PNH – Programa Nacional de Humanização

PNI – Psiconeuroimunologia

RENURB – Companhia de Renovação Urbana de Salvador RJ – Rio de Janeiro

SMHS – Setor Médico Hospitalar Sul SUS – Sistema Único de Saúde

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro UNB – Universidade de Brasília

(10)

Figura 1.1 – Royal Naval Hospital ... 22

Figura 1.2 – Hospital Hotel – Dieu de Paris ... 23

Figura 1.3 – Enfermaria Nightingale ... 24

Figura 1.4 – Modelo hospital pavilhonar/ Hospital Labosiére. ... 25

Figura 1.5 – Centro Médico de Cornell em Nova York. ... 25

Figura 1.6 – Santa Casa São Paulo ... 28

Figura 2.1 e 2.2 – Antes e depois da reforma do quartos do Eisenhower Memorial Hospital, Rancho Milagres, Califórnia, EUA. ... 45

Figura 2.3 – Exemplo de Sala de Espera que promove a socialização. Hospital Carol Ann Breast Health Center, Oakland, CA. ... 46

Figuras 2.4 e 2.5 – Área destinada para oração e Livraria. Hospital Carol Ann Breast HealtCenter, Oakland, CA e Eisenhower Memorial Hospital, Rancho Milagres, Califórnia, EUA. ... 47

Figura 2.6 – Sala de Espera de Hospital Infantil. Derbyshire Children’sHospital, UK. ... 48

Figura 2.7 –Valley Children’s Medical Center, Madera, Califórnia, EUA. ... 49

Figura 2.8 –Dental Clinic, Los Angelis, California, EUA. ... 49

Figura 2.9 e 2.10 –Scripp’s Memorial Hospital Women’s Care, California. ... 53

Figura 2.11 – Consultório do Scripp’s Memorial Hospital Women’s Care, California.53 Figura 2.12 –Scripp’s Memorial Hospital Women’s Care, California. ... 54

Figura 2.13: Espectro visível das cores ... 56

Figura 2.14 e 2.15 – Sala para Crianças / ... 56

Sala espera adultos. Cores quentes x Cores Frias. ... 56

Figura 2.16 – Kettering Health Network Skymore Hospital, EUA ... 57

Figura 2.17 – Ohta Nishinouchi Hospital, Japão. ... 57

Figura 2.18 –Eisenhower Medical Center, Rancho Alegre, CA. ... 59

Figura 2.19 –Eisenhower Medical Center, Rancho Alegre, CA. ... 59

Figura 2.20 – Zen Garden, Esenhower Medical Center, Rancho Milagre, CA. ... 61

Figura 2.21 – Zen Fountain in Garden, UCF Faculty Dental Practice, Los Angeles, CA. ... 61

Figura 2.22 – Kiryu Kosei General Hospital, Japão. ... 62

Figura 2.23 – Rainbow Babies and Children´s Hospital Cleveland, Ohio, EUA... 63

Figura 2.24 e 2.25 – Corredor do Medical Clinic and Wellness Center/ Dental Clinic ... 64

Figura 2.27 – Sala de Crianças do Ambulatory Care, San Diego, CA ... 64

Figura 2.26 – Espera do Eisenhower Medical Center, Rancho Milagre, CA. ... 64

Figura 2.28 e 2.29 –Rady Children’s Hospital & Health Center, San Diego, CA. ... 72

Figura 3.1 – Lelé. ... 73

Figura 3.3 – Trolley também concebida por Lelé. ... 80

Figura 3.2 – Cama-Maca concebida por Lelé. ... 80

Figura 4.1 – Hospital de Taguatinga. ... 89

Figura 4.2 – Fachada Sarah Brasília. ... 90

Figura 4.3 – Vista aérea do plano piloto. Localização do Sarah Central em Vermelho. ... 94

Figura 4.4 – Vista do espaço de internação. Divisões do espaço através de biombos ou persianas móveis. ... 98

Figura 4.5 – Esquema pilar duplo. Instalações ocorrem entre um pilar outro. ... 99

(11)

parede da varanda. No segundo, aproveitando o pé direito duplo da varanda, são

colocadas ao longo dos corredores do nível superior. ... 101

Figura 4.9 e 4.10 – Iluminação da circulação através da abertura da viga vierendeel. Vista da viga e o fechamento com o caixilho de vidro. ... 101

Figura 4.11 – Vista da enfermaria. Macas dispostas de frente para as aberturas da viga, permitindo a visão do exterior. ... 102

Figura 4.12 – Detalhe proposta inicial da montagem da estrutura. ... 103

Figura 4.13 – Detalhe das instalações. ... 104

Figura 4.14 – Vigas vierendeel fundidas separadamente e moldadas sobre escoramento provisório. ... 104

Figura 4.15 e 4.16 – Detalhe da montagem das vigas e foto da viga vierendeel moldada in loco. ... 105

Figura 4.17 – Desenho esquemático das instalações. ... 106

Figura 4.18 – Desenho esquemático das instalações. ... 106

Figura 4.19 e 4.20 – Calhas embutidas entre as vigas duplas por onde passam as fiações. Painéis de distribuição. ... 107

Figura 4.21 e 4.22 – Luminárias fixadas nas eletrocalhas. Vista das vigas duplas no teto da circulação do hospital. ... 107

Figura 4.23 – Esquema instalações de águas e esgotos. ... 109

Figura 4.24 – Esquema instalações de ar condicionado. ... 109

Figura 4.25 – Esquema instalação de ar condicionado. ... 110

Figura 4.26 – Proposta inicial pra o shed. ... 111

Figura 4.27 e 4.28 – Sheds Sarah Central. ... 112

Figura 4.29 – Sobreposição do shed proposto (preto) e do atual (vermelho). ... 112

Figura 4.30 e 4.31 – Sala de Espera e Ambulatório. ... 114

Figura 4.32 – Proposta atual do pavimento térreo. ... 115

Figura 4.33; 4.34; 4.35 – Alojamento para acompanhantes. Vista do Corredor, vista do boxe com beliche e banheiro. ... 116

Figura 4.36 – Planta baixa... 117

Figura 4.37 – Planta baixa... 118

Figura 4.38 – Detalhe da treliça metálica na cobertura do auditório. Peças pré-fabricadas produzidas no CTRS Salvador. ... 121

Figura 4.39 – Corte esquemático. ... 122

Figura 4.40 e 4.41 – Vista interna auditório e circulação interna. ... 122

Figura 4.42; 4.43; 4.44; 4.45 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Brasília. ... 127

Figura 4.46; 4.47 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Brasília. ... 128

Figura 4.48; 4.49; 4.50 – Integração dos ambientes com espaços verdes. ... 128

Figura 4.51; 4.52; 4.53 – Integração dos ambientes com espaços verdes. ... 129

Figura 4.54; 4.55; 4.56 – Integração dos ambientes com espaços verdes. ... 129

Figura 4.57; 4.58 – Vista da Enfermaria. Pacientes na varanda assistindo à uma apresentação musical ... 130

Figura 4.59; 4.60 – Integração das enfermarias com va randas. ... 130

Figura 4.61; 4.62; 4.63 – Viga vierendeel, shed e brises móveis. ... 131

Figura 4.64; 4.65 – Quadros produzidos por pacientes. ... 132

Figura 4.66 – Ônibus adaptado ... 133

(12)

Figura 4.73 – Sarah Salvador. ... 136

Figura 4.74 – Implantação do Sarah Salvador. ... 138

Figura 4.75 e 4.76 – Topografia do terreno onde foi implantado o Sarah Salvador. ... 139

Figura 4.77 – Vista aérea da implantação do Sarah Salvador. ... 140

Figura 4.78 – Planta baixa térreo. ... 141

Figura 4.79 – Planta baixa galeria. ... 142

Figura 4.80 – Esquema da ventilação no Sarah Salvador. ... 146

Figura 4.81 – Esquema de Ventilação do Sarah Salvador. ... 147

Figura 4.82 e 4.83 – Esquema de ventilação através da tomada de ar do exterior pelas galerias. Imagem interna da galeria. ... 148

Figura 4.84 – Imagem externa das galerias de arrimo. ... 148

Figura 4.85 e 4.86 – Muros de Arrimo Sarah Salvador. ... 149

Figura 4.87 – Configuração final do muro de arrimo. ... 149

Figura 4.88 – Esquema das instalações do Sarah Salvador. Andar térreo e galeria semi-enterrada. ... 150

Figura 4.89 – Planta Baixa. ... 151

Figura 4.90 e 4.91 – Vista do posto de enfermagem para a enfermaria. ... 152

Figura 4.92 e 4.93 – Corredor Principal e Rampa de acesso ao pavimento de serviços. ... 152

Figura 4.94 – Planta Baixa. ... 153

Figura 4.95 – Vista para a entrada do centro de estudos. ... 153

Figura 4.96 e 4.97 – Vista interna da Biblioteca e Vista Interna do Auditório. ... 154

Figura 4.98 e 4.99 – Salão Social e Hidroterapia com piscina interna. ... 154

Figura 4.100 – Planta Baixa. ... 155

Figura 4.101 e 4.102 – Hidroterapia: Piscina externa e Solário da Enfermaria. ... 155

Figura 4.103 – Planta Baixa. ... 156

Figura 4.104 e 4.105 – Vista do Ambulatório. ... 157

Figura 4.106 e 4.107 – Vista do Ambulatório para o salão social e para a entrada principal. ... 157

Figura 4.108 – Planta Baixa. ... 158

Figura 4.109 – A administração tem acesso pela admissão. ... 158

Figura 4.110 – Planta Baixa. ... 159

Figura 4.111 – Planta Baixa. ... 160

Figura 4.112 – Planta Baixa. ... 161

Figura 4.113 – Planta Baixa. ... 162

Figura 4.114; 4.115; 4.116; 4.117; 4.118; 4.119 – Imagens do Refeitório. ... 163

Figura 4.120 e 4.121 – Lavanderia e Expurgo de roupa suja do centro cirúrgico na lavanderia. ... 164

Figura 4.122 – Pavimento de Serviços Gerais. ... 165

Figura 4.123 – Esquema da ventilação através das galerias. ... 168

Figura 4.124 e 4.125 – Vista interna da galeria. ... 169

Figura 4.126 e 4.127 – Vista interna do hospital. Cobertura de sheds que favorecem no conforto dos ambientes. Vista interna da galeria. ... 169

Figura 4.128 – Esquema da ventilação nas enfermarias. ... 170

Figura 4.129 – Vista interna a enfermaria. ... 170

(13)

acoplados às calhas pra otimizar o conforto dos ambientes. ... 171

Figura 4.134 e 4.135 – Muros me argamassa armada com detalhes coloridos criados por Athos Bulcão. ... 172

Figura 4.136; 4.137; 4.138; 4.139 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Salvador. ... 172

Figura 4.140 e 4.141 – Imagens com alguns trabalhos de Athos Bulcão no Sarah Salvador. ... 173

Figura 4.142; 4.143; 4.144; 4.145 – Áreas verdes nos arredores do edifício. ... 173

Figura 4.146 e 4.147 – Imagens do elevador. ... 174

Figura 4.148 e 4.149 – Vistas da área verde... 174

Figura 4.150; 4.151; 4.152; 4.153; 4.154; 4.155 – Vistas da área verde. ... 175

Fonte: Arquivo Pessoal. ... 175

Figura 4.156; 4.157; 4.158; 4.159 – Integração da Biblioteca com o exterior. ... 176

Figura 4.160 e 4.161 – Vista das varandas das enfermarias. ... 177

Figura 4.162 e 4.163 – Área externa integrada aos corredores do Sarah Salvador. ... 177

Figura 4.164 e 4.165 – Hidroterapia. ... 178

Figura 4.166 e 4.167 – Auditório Sarah Salvador. ... 178

Figura 4.168; 4.169; 4.170; 4.171 – Imagens do centro de criatividade e de quadros produzidos pelos pacientes. ... 179

Figura 4.172 e 4.173 – Troyller. ... 180

Figura 4.174 – Implantação do CTRS. ... 183

Figura 4.175 – CTRS Salvador. ... 183

Figura 4,176; 4.177 – Corredor de entrada para o CTRS e encosta da colina onde está implantado o Hospital Sarah. ... 183

Figura 4.178 e 4.179 – Mobiliário produzido no CTRS. ... 184

Figura 4.180 e 4.181 – Oficina de Plásticos. ... 184

Figura 4.182 e 4.183 – Salas do setor técnico. ... 184

Figura 4.184 e 4.185 – Circulação. ... 185

Figura 4.186 e 4.187 – Oficina de Metalurgia... 185

Figura 4.188 e 4.189 – 1 modelo de 1974 e 2 modelo de 1997. ... 186

Figura 4.190 e 4.191 – 3 modelo de 2001 e 4 modelo de 2007. ... 186

Figura 4.192 – O uso da cama - maca. ... 186

Figura 4.193 – Outros equipamentos do Hospital Sarah desenvolvidos pelo CTRS. ... 187

Figura 4.194 – Sarah Lago Norte. ... 189

Figura 4.195 – Implantação do Sarah Lago Norte. ... 191

Figura 4.196 – Bloco Principal. ... 192

Figura 4.197 e 4.198 – Centro de Estudos e Escola de Excepcionais. ... 192

Figura 4.199 e 4.200 – Centro de Estudos e Auditório. ... 192

Figura 4.201 e 202. Planta baixa. ... 193

Figura 4.201 e 4.202 – Planta baixa. ... 193

Figura 4.203 e 4.204 – Croqui explicativo dos sheds da enfermaria e ginásio... 194

Figura 4.205 e 4.206 – Croqui explicativo dos sheds da enfermaria e ginásio... 195

Figura 4.207 e 4.208 – Croqui e Imagem do galpão dos barcos. ... 195

Figura 4.209 e 4.210 – Imagens da montagem da estrutura de aço. ... 195

(14)

excepcionais. ... 196

Figura 4.215 e 4.216 – Imagem interna e externa da escola de excepcionais. ... 196

Figura 4.217; 4.218; 4.219 – Ginásio e Espaços de internação. ... 197

Figura 4.220 e 4.221 – Hidroterapia e Boxes de Atendimento individual. ... 198

Figura 4.222 e 4.223 – Esquadrias de vidro e shed. ... 198

Figura 4.224; 4.225; 4.226 – Corredor de acesso aos espaços/Imagem da parede vazada no galpão destinado ao tratamento dos pacientes. ... 199

Figura 4.227 e 4.228 – Detalhe da viga dupla e da ... 200

luminária acoplada à calha. ... 200

Figura 4.229 e 4.230 – Vista a partir da guarita. ... 201

Figura 4.231; 4.232 – Vista do nível mais alto onde estão o centro de estudos e a escola de excepcionais para o nível inferior, onde está o bloco principal. ... 201

Figura 4.233 e 4.234 – Vista do acesso de veículos e da escada para pedestres. . 202

Figura 4.235 e 4.236 – Acesso do nível inferior para o nível superior e vice versa. 202 Figura 4.237 e 4.238 – Detalhe do elevador. ... 203

Figura 4.239 e 4.240 – Vista entrada principal. ... 203

Figura 4.241 e 4.242 – Vista da Recepção. ... 204

Figura 4.243 e 4.244 – Brises móveis para o controle da incidência solar. ... 204

Figura 4.245 - Integração da recepção com espaços verdes. ... 204

Figura 4.246; 4.247; 4.248 – Imagens da entrada da exposição... 205

Figura 4.249; 4.250; 4.251; 4.252; 4.253; 4.254 – Imagens da exposição. ... 206

Figura 4.255 – Planta Baixa. ... 207

Figura 4.256 e 4.257 – Ginásio. ... 207

Figura 4.258; 4.259; 4.260; 4.261 – Produtos desenvolvidos por Lelé, produzidos pelo próprio Sarah. ... 208

Figura 4.262; 4.263; 4.264 – Mobiliário infantil desenvolvido por Lelé e desenvolvidos na própria instituição. ... 209

Figura 4.265 e 4.266 – Vista do pier. ... 210

Figura 4.267; 4.268 – Hidroterapia. Cadeiras de roda produzidas no Sarah. ... 210

Figura 4.269 e 4.270 – Vista da varanda e do píer. Vista aproximada da varanda em frente a ala infantil. ... 211

Figura 4.271; 4.272; 4.273 – Atividades desenvolvidas no lago... 211

Figura 4.274 e 4.275 – Vista da área da piscina e do piso para treino de marcha. . 212

Figura 4.276 – Planta Baixa. ... 212

Figura 4.277; 4.278; 4.279; 4.280 – Imagens da Sala de Convivência. ... 213

Figura 4.281 e 4.282 – Vista do corredor e detalhe do quadro produzido por pacientes. ... 213

Figura 4.283 e 4.284 – Sala de Avaliação dos Pacientes. ... 214

Figura 4.285; 4.286; 4.287; 4.288 e 4.289 – Vista da Casa Simulada. ... 215

Figura 4.290 – Refeitório Adaptado. ... 216

Figura 4.291 e 4.292 – Trabalhos de Athos Bulcão. ... 216

Figura 4.295 – Centro de Reabilitação Infantil marcado em vermelho e Hospital Sarah marcado em laranja. ... 218

Figura 4.293 e 294 – 1 Maquete do primeiro projeto. 2. Vista do Centro de Reabilitação. ... 218

Figura 4.296 – Hospital Sarah Rio de Janeiro. ... 219

Figura 4.297 – Implantação do Sarah Rio. ... 221

(15)

Figura 4.300 – Planta Baixa piso técnico Sarah Rio. ... 225

Figura 4.301 – Cortes e elevações/Sem escala. ... 226

Figura 4.302 – Sistema construtivo do Hospital Sarah do Rio. Desenho de Lelé. .. 227

Figura 4.303 – Esquema da cobertura me arco móvel. ... 228

Figura 4.304 – Vista da rampa desde o Segundo nível, sob a cobertura em arco móvel e Vista dos arcos móveis sob a cobertura. ... 228

Figura 4.305 – Desenho esquemático da estrutura do auditório. ... 229

Figura 4.306 – Maquete da cúpula do auditório e vista da montagem do auditório.229 Figura 4.307 – Montagem da cúpula. ... 230

Figura 4.308 e 4.309 – Vista interna e externa do auditório. ... 230

Figura 4.310 – Esquema do Shed do Sarah Rio. ... 232

Figura 4.311 – Sistema de ventilação do hospital Sarah Rio. ... 232

Figura 4.312 – Esquema de ventilação no interior do Sarah Rio. ... 233

Figura 4.313 – Vista dos espelhos d`água que circundam o edifício e dos sheds. 234 Figura 4.314 – Vista dos espelhos d`água que circundam o edifício e do auditório. ... 234

Figura 4.315 – Centro de convivência e jardim interno do hospital Sarah Rio. ... 235

Figura 4.316 – Vista das superfícies translúcidas que envolvem o hospital. ... 235

Figura 4.317 – Superfície translúcida no teto. ... 235

(16)

INTRODUÇÃO

A arquitetura hospitalar vem passando por um processo de transformação nos últimos anos, visando melhorias na qualidade espacial e aumentando o bem estar de pacientes e funcionários através de mudanças nas suas instalações, bem como, em incrementos que são positivos ao tratamento de saúde. Tudo isso é proposto de forma a afastar o aspecto hostil e institucional que sempre predominou na instituição hospitalar.

A humanização, por sua vez, é um assunto emergente que aponta novas diretrizes para os projetos de estabelecimentos de atenção à saúde, a fim de que estes estejam centrados na figura do paciente, fazendo com que seus ambientes desenvolvam atividades que poderão, além de cumprir seu papel de prestação de cuidados para a cura de enfermidades, agregar qualidade e senso de humanismo no contato com os usuários. A atuação do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, na elaboração de projetos hospitalares, em especial os da Rede Sarah, é de grande importância no que diz respeito à preocupação que este profissional demonstra em conceber espaços que possam ser benéficos e estimulantes para a manutenção dos níveis de produtividade e de conforto psicológico para todos os usuários envolvidos.

Primeiramente são abordados os conceitos de humanização e a passagem dos diferentes tipos de hospitais, que vão desde a antiguidade, passando pelo modelo pavilhonar, até os mais recentes, caracterizados pelo monobloco vertical,

muito presentes nos dias de hoje. Facilita na compreensão da evolução desses modelos de hospital e na contribuição dos mesmos na consolidação do hospital de hoje.

No que diz respeito à arquitetura hospitalar de Lelé, este arquiteto trabalha as duas formas: pavilhonar (térreo) e monobloco vertical. No entanto, diferente do

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Ao contrário do que foi abordado como desvantagem em relação ao modelo

pavilhonar , onde os percursos são questionados por serem muito extensos, Lelé

trabalha a circulação dos hospitais de tal forma a evitar percursos e fluxos indesejados.

O único hospital da Rede que possui o caráter de verticalização é o hospital do aparelho locomotor de Brasília, devido a sua construção ser pré-estabelecida por uma instituição já presente e pelo lote reduzido no qual se encontrava, impossibilitando na implantação do hospital térreo. Para tanto, o arquiteto se viu na obrigação de driblar este fator, o qual considera adverso, adotando medidas que não prejudicasse no bom funcionamento desse hospital.

Em seguida aborda os conceitos e os parâmetros de humanização do edifício hospitalar e, a partir deles, de que forma estes conceitos são utilizados por Lelé no desenvolvimento dos projetos hospitalares da Rede Sarah. Para isso, faz-se uma análise dos atributos que são necessários para a humanização do edifício hospitalar e são apontados alguns programas que vêm estudando a questão da humanização como fator relevante na cura dos pacientes e comprovando a sua eficácia nesse processo.

No terceiro capítulo, este foi dedicado para uma compreensão da trajetória profissional de Lelé até a elaboração dos projetos da Rede Sarah. Enfatiza na importância dos conceitos adquiridos pelo arquiteto desde os trabalhos que este realizou ao lado de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa na construção de Brasília, passando pela CEPLAN, onde aprendeu e pesquisou sobre a técnica da pré moldagem, até a contribuição com projetos da FAEC, onde passa a trabalhar com a técnica da argamassa armada. No estudo dos hospitais, estes conceitos aparecem bastante claros: o arquiteto transporta os conhecimentos adquiridos nesses anos em que trabalhou com essas intervenções de escala mais urbanas, passando pela construção de creches e escolas, para a concepção dos hospitais.

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particulares, evoluídas de acordo com as necessidades e o surgimento de novas tecnologias.

Este estudo possibilita na compreensão da humanização da arquitetura hospitalar de Lelé, que não se restringe apenas em dotar os espaços dos hospitais com características que garantam conforto e bem estar aos usuários, mas também, no cuidado e na preocupação de como conceber estes espaços. Ou seja, a humanização nos hospitais da Rede Sarah se dá desde a concepção do projeto, passando pela construção, até a finalização, com a escolha de acabamentos, a utilização de cores,a inclusão de obras de arte, etc.

A visita aos hospitais, por sua vez, foi de fundamental importância no sentido de garantir mais consistência à pesquisa, onde a teoria pode ser vivenciada. Os fatores estudados no capítulo 2 como atributos para a humanização são percebidos claramente nas unidades. Os ambientes se adéquam perfeitamente aos objetivos pelo qual foram criados: promover a cura; a tecnologia é empregada a favor dos usuários; o edifício se desliga de padrões e prima por soluções menos onerosas e ecologicamente mais corretas, como a substituição de ar condicionado pela iluminação e ventilação natural , por exemplo.

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1. HUMANIZAÇÃO

Neste capítulo pretende-se estudar os conceitos de humanização que irão nortear esta pesquisa. Para tanto, além das suas definições, viu-se necessário fazer um breve histórico sobre a história do edifício hospitalar e as suas primeiras iniciativas de humanização, bem como a contextualização do edifício hospitalar do Brasil nesse panorama. Em seguida, são apresentados os programas de humanização da saúde pública do Brasil, elaborados pelo Ministério da Saúde.

1.1. Saúde e Humanização

Saúde, ao contrário do que pensamos, não é apenas o estado de ausência de doenças no ser humano e de longevidade ou ausência do risco de morte, é muito mais abrangente e está ligado às premissas que definem qualidade de vida (COSTEIRA, 2004).

Entendida inicialmente apenas como ausência de doenças e menor risco de morrer prematuramente, a saúde passou a ser considerada como capacidade de realizar trabalho produtivo, e, portanto, recurso estratégico do processo de desenvolvimento. Mais recentemente, a saúde vem sendo destacada também como componente indissociável da qualidade de vida, expressão de elementos positivos determinados pelas condições materiais de existência ou associados a questões subjetivas, decorrentes das relações dos indivíduos entre si e com a sociedade (COSTEIRA, 2004 apud IPEA, 2001).

Nesse sentido, novas diretrizes vêm sendo adotadas para os projetos de estabelecimentos de atenção à saúde, a fim de que estes estejam centrados na figura do paciente, fazendo com que seus ambientes desenvolvam atividades que poderão, além de cumprir seu papel de prestação de cuidados para a cura de enfermidades, agregar qualidade e senso de humanismo no contato com os usuários.

1.1.1. Definindo humanização

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Do ponto de vista da arquitetura é tratar o espaço de forma a garantir não apenas a sua funcionalidade, mas a capacidade de oferecer bem estar aos usuários. É possibilitar esse bem estar, seja pelo tratamento, comunicação e interação entre profissionais e usuários, entre equipes de profissionais e gestores das diversas instâncias, seja pelo ambiente propriamente dito.

É acima de tudo compreender o ser humano e o significado da vida. “O ser

humano e suas múltiplas dimensões integram espaços, condições e expressões

singulares” que devem ser levados em conta (BETTINELLI, WASKIEVICK, ERDMANN, 2003). Deve-se conhecer a atmosfera do ser humano a quem será destinado o espaço a ser projetado. É importante que se conheçam as necessidades e expectativas dos usuários para que seja possível conceber um ambiente capaz de supri-las e superá-las, tomando-o mais próximo de sua natureza, dos seus

sentimentos, pensamentos e valores pessoais. “Qualquer empreendimento humano, para ter sucesso, deve atingir a mente, o coração e o espírito” (VASCONCELOS,

2004 apud MEZZOMO, 2002).

Backes, Lunardi, Lunardi (2006), em artigo publicado para a revista da escola de Enfermagem da USP, definem a humanização segundo relatos de constituintes da equipe de humanização:

A humanização significa criar um clima organizacional para um bom atendimento ao usuário. É um processo que não se resume no atendimento técnico e mecânico do paciente, mas na compreensão e cuidado do paciente como um todo. Para que o paciente possa ser atendido de forma integral, a equipe necessita trabalhar de forma integrada e, para que uma equipe possa atuar de forma integrada, necessita melhorar a comunicação entre os profissionais; promover os trabalhadores, no sentido de valorizar iniciativas e compartilhar idéias, colocando ênfase na socialização das ações humanas para estabelecer um melhor convívio.

Mezzomo (2002) também coloca o respeito à vida humana como fator determinante para que haja a humanização e a define como:

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diferentes formas de atendimento e de trabalho, que preservem este posicionamento ético no contato pessoal.

O cuidado à vida, portanto, só pode ser entendido se o ser humano for compreendido em sua totalidade, nas suas diferenças, no pluralismo e na sua diversidade. Assim, as mensagens e seus significados revelam peculiaridades de um mundo vivido e uma experiência ontológica, construída na relação entre os profissionais e as pessoas cuidadas (BETTINELLI, WASKIEVICK, ERDMANN, 2003).

No que diz respeito ao espaço arquitetônico, a humanização consiste na qualificação do espaço a fim de promover aos usuários tanto um conforto físico, como psicológico para a realização de suas atividades (VASCONCELOS, 2004). O papel e a responsabilidade do arquiteto, por sua vez, são de extrema importância, ao pensar um projeto que se adéque ao uso do homem.

Esses espaços podem provocar modificações imprevisíveis nas respostas sensoriais dos usuários. Del Rio, Duarte e Rheigantz afirmam que:

Uma vez admitidas essas inter-relações – homem, espaço –, pode-se entender porque ambientes construídos com pouca qualidade físico-espacial são, comumente, vandalizados em toda parte do mundo (...). Não sem razão, os cidadãos expressam seu descontentamento ou o seu descuido com o ambiente construído de nossas cidades, especialmente aqueles grupos mais sacrificados da sociedade. Sacrifício esse que não fica apenas na dimensão socioeconômica, mas que é cotidianamente reiterado pela qualidade do ambiente físico em que são obrigados a viver.

Sendo assim, o planejamento do espaço, obviamente gera impactos na funcionalidade e na qualidade plástica do local, mas tão importantes quanto, são as percepções psicológicas provenientes desse ambiente. O depoimento de um usuário descrito a seguir evoca o poder inerente do ambiente físico:

Eu comecei a entender que a sensação (que eu sentia) estava ligada à experiência da beleza. Era uma sensação de dignidade que eu tinha naquele lugar... Pela primeira vez, eu vi claramente o efeito inacreditável e o impacto do ambiente. Naquele momento... eu entendi que pessoas podem se sentir mortais ou divinas pela simples influência do seu ambiente físico (...) (MALKIN, 1991)

No ambiente arquitetônico, portanto, tudo se relaciona e se interage. É preciso que elementos como, cor, luz, cheiro, som, morfologia, dentre outros, sejam

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percepção do usuário de forma agradável ou desagradável. Esses elementos nada

mais são, que atributos de humanização agregando valor pessoal ao espaço físico”

(VASCONCELOS, 2004).

A humanização nada mais é que a mudança de atitudes e comportamentos por parte de gestores e profissionais, contribuindo com novas ideias e iniciativas a fim de garantir uma melhoria no atendimento dos usuários, além da melhoria no espaço arquitetônico, visto que este influencia diretamente na qualidade de vida e na satisfação de trabalhadores e usuários.

1.2. As primeiras iniciativas de humanização do edifício hospitalar

A história do Edifício Hospitalar vem desde a antiguidade. “Ele já existia na

Grécia de Esculápio e na Roma antiga. Na China, no Ceilão, no Egito, antes e depois de Cristo, há registro de hospedarias, hospitais e hospícios (...).” (RIBEIRO,

2004, p.23)

No período que se estende da Antiguidade à Idade Média, a medicina tinha um caráter espiritual e a assistência aos enfermos era prestada em caráter oficial por sacerdotes das ordens religiosas ou por leigos que praticavam uma medicina popular, desenvolvida em mosteiros ou em anexos construídos com essa finalidade. (TOLEDO, 2004, p.93)

De acordo com Toledo (2004), “a missão desses hospitais era oferecer

conforto espiritual e assistência aos pobres e enfermos ali internados. Mas os

procedimentos de caráter curativo raramente eram praticados.” A palavra “hospital”

vem do latim hospitalis, adjetivo derivado de hospes, (hóspedes, estrangeiro,

viajante, conviva). Por extensão, o que dá agasalho, que hospeda (GOÉS, 2004, p. 07).

O significado da palavra “hospital”, portanto, justifica a intenção desses

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O hospital permanece com esse caráter até o começo do séc. XVIII, onde

surge um novo conceito de hospital: o “hospital terapêutico”, considerado uma invenção relativamente nova por Michel Foucault em sua célebre conferência “O Nascimento do Hospital”. A partir daí, a doença já passa a ser reconhecida como um

fato patológico e a preocupação com as questões espaciais e funcionais tornam-se mais importantes.

É clara a utilização da ciência e da razão como bases conceituais, assim como a preocupação com o Homem, e não apenas uma busca de recuperar a alma como realizado anteriormente pelas unidades hospitalares religiosas. (PARUCKER, 2008, P.85)

Com base nessa forma diferente de se ver o mundo, houve uma mudança na maneira de se organizar o hospital que, até então, utilizava-se a forma do claustro, comum nas comunidades religiosas. Essa forma de organização dos hospitais é banida em proveito de um espaço que deve ser organizado medicamente. Além disso, se o regime alimentar, a ventilação, o ritmo das bebidas e outras variáveis ambientais são fatores de cura, o médico, controlando o regime dos doentes, assume, até certo ponto, o funcionamento econômico do hospital, até então de privilégio das ordens religiosas. (FOUCAULT, 2006, P.109)

Para Foucault (2006), “o primeiro fator de transformação foi, não a busca de

uma ação positiva do hospital sobre o doente ou a doença, mas simplesmente a

anulação dos efeitos negativos do hospital.”

Segundo Miquelin (1992), no fim do séc. XVIII, os hospitais e asilos urbanos de proporções gigantescas, com níveis desumanos de mortalidade, insalubridade e promiscuidade, são objetos de pesquisa de Tugot, Necker e Tenon, que lançam uma nova morfologia de edificações para hospitais: o modelo pavilhonar.

Os resultados desses estudos revelaram a precariedade das unidades hospitalares pesquisadas e, pela primeira vez, chamaram a atenção para a relação existente entre o espaço hospitalar e as elevadas taxas de mortalidade dos pacientes. (...) Assim, essas taxas são pela primeira vez relacionadas a questões espaciais, apontando-se como causas possíveis de contaminação a proximidade entre determinadas áreas funcionais, tais como enfermarias de feridos e de parturientes, e a ocorrência de fluxos de materiais contaminados, como roupas, lençóis e panos utilizados como bandagens. (TOLEDO, 2004, P.94-95)

O Royal Naval Hospital, de Rovehead em Stonehouse, Plymouth, Inglaterra,

considerado por Mignot (1983), como protótipo do hospital pavilhonar, é um

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princípios influenciarão todo o design na saúde pelos próximos 250 anos.

(MIQUELIN, 1992, p.42)

Segundo Miquelin (1992), os princípios básicos que influenciariam as formas hospitalares futuras seriam:

A redução do número total de leitos do Hospital;

A separação dos pacientes em “pequenos” grupos de 20 pessoas por

enfermaria;

O conceito pavilhonar que melhora as chances de iluminação e

ventilação naturais.

Em 1778 o relatório da Academia de Ciências composta entre outros por, Lavoisier, Laplace, Tenon e Daubeton, reconhece os méritos do Royal Hospital,

indicando-o como uma forma que segundo Miquelin (1992), “...vinha demonstrando atender os mesmos standards sanitários que os da Academia de Ciências para os hospitais franceses.” Para a reconstrução do layout do Hotel-Dieu de Paris, adota-se

os conceitos de iluminação do Royal Naval Hospital de Plymouth.

Figura 1.1 – Royal Naval Hospital

(25)

Assim a mudança do paradigma dos hospitais se fez frente a esse panorama em que se inseria o Hotel-Dieu de Paris. Em 1777, foi organizada uma comissão, da qual participaram figuras ilustres como Lavoisier, Laplace e Jacques René Tenon, para resolver o problema. Esta comissão realizou sérios estudos e foram desenvolvidas e apresentadas várias propostas para o complexo Hotel-Dieu de Paris. O modelo do hospital pavilhonar proposto por Jacques René Tenon foi aprovado. No entanto, o novo modelo de hospital proposto por Tenon não chegou a ser construído devido à

Revolução Francesa. Porém, “mesmo assim”, o projeto de Jacques René

Tenon continuou exercendo um forte fascínio sobre toda uma geração de médicos, arquitetos, administradores e outros profissionais vinculados aos hospitais. (PARUCKER apud ANTUNES, 2008, p. 82)

Do ponto de vista arquitetônico, esse projeto foi responsável pela introdução do pavilhão hospitalar, forma que predominou nos hospitais até o início do século XIX. (PARUCKER apud ANTUNES, 2008).

Os hospitais terapêuticos, então, sofrem mudanças significativas na concepção dos seus espaços, tais como: a divisão da unidade hospitalar em diversos pavilhões, na busca de aumentar a iluminação e ventilação, diminuindo a insalubridade; o estudo do número de leitos por enfermaria com relação à iluminação e ventilação; estudo com relação ao número de andares da unidade, sendo que fora estabelecido o número máximo de três andares, com escadas bem ventiladas; a divisão dos pavilhões em categorias de enfermidades, sendo que cada pavilhão tinha local destinado para seus próprios serviços, evitando-se assim, o contágio inter-pavilhonar; a divisão dos pavilhões em duas alas, separando os

Figura 1.2 – Hospital Hotel – Dieu de Paris

(26)

sexos; e a proibição do leito coletivo e adoção obrigatória do leito individual. (PARUCKER apud ANTUNES, 2008, P. 88).

Durante esse período de estudos e discussões sobre as formas hospitalares, entre os séc. XVIII e XIX, formam o cenário sobre o qual surge a morfologia

pavilhonar baseada na enfermaria aberta ou mais tarde conhecida como “enfermaria Nightingale.” (MIQUELIN, 1992, P.44)

A defesa do modelo pavilhonar na Inglaterra é feita, entre outros, por

Florense Nightingale, cujas ideias revolucionárias sobre as técnicas de enfermagem, na segunda metade do século XIX, ajudariam a reduzir drasticamente as taxas de mortalidade nos hospitais. (TOLEDO, 2004 ,P.96)

(...) a enfermeira Florense Nightingale questionava e sugeria que os defeitos dos hospitais existentes residiam principalmente na falta de estandares adequados de iluminação e ventilação naturais, áreas mínimas por leito e na própria superlotação. A partir das observações sobre o sistema pavilhonar ela estabeleceu as bases e dimensões do que ficou

posteriormente conhecida como “enfermaria nightingale”. (...) vai tornar-se o modelo de espaço de internação a partir de 1867 por no mínimo 50 anos. Constitui-se no elemento mais importante e característico da anatomia do hospital no final do século XIX. Essa anatomia dividia as funções de internação, cirurgia e diagnósticos, consultórios para atendimento ambulatorial e de casualidades, administração e serviços de apoio em edifícios/ construções específicas e mais apropriadas a cada uso. Esse

“modelo” tem exemplares espalhados por todo o mundo ocidental. (MIQUELIN, 1992, P.46)

O hospital Lariboisiere, em Paris, é um exemplo dessa safra de edifícios e está ligada à destruição do caótico edifício no qual de transformou o Hotel Dieu de Paris ao longo dos séculos e é apontado por Florense Nightingale como modelo

Figura 1.3 – Enfermaria Nightingale

(27)

Figura 1.5 – Centro Médico de Cornell em Nova York.

Fonte: mtarquitetura.com.br/conteúdo/publicações/ HOSPITAL_TERAPEUTICO.pdf

exemplar. (MIQUELIN 1992, P.44-46) Este hospital marca a consolidação do modelo

pavilhonar na Europa. (TOLEDO, 2004, P.96).

As concepções e teorias de Jacques René Tenon e Florense Nightingale associados à utilização do modelo pavilhonar de construção de

hospitais se disseminaram por todo o ocidente. Na mesma época em que o sistema pavilhonar se consolidava na

Europa como a forma mais perfeita da arquitetura Hospitalar, na América do Norte o modelo começava a ser substituído por um novo paradigma: o partido arquitetônico de bloco compacto, com vários pisos, também conhecido com o modelo vertical. (TOLEDO, 2004, p. 97)

Aliado às inovações tecnológicas da época, tais como, a utilização estrutura do ferro e do aço, a construção de elevadores mais potentes que possibilitavam o transporte vertical em distâncias maiores, abriu o espaço para o desenvolvimento de Figura 1.4 – Modelo hospital pavilhonar/ Hospital Labosiére.

(28)

edifícios mais altos e a conseqüente discussão sobre o modelo pavilhonar de

construção de hospitais. (PARUCKER, 2008, p. 94)

Fatores como economia na construção, facilidade operacional de controles de acesso, gestão de pessoal, distribuição de fluxos, como alimentos, medicação, roupas e de pessoas, fazem com que cada vez mais fosse questionada a implantação do hospital pavilhonar.

Miquelin (1992), aponta as principais críticas que constroem o cenário apropriado para o aparecimento dos hospitais verticais:

Custo crescente dos terrenos urbanos;

A partir da Primeira Grande Guerra, a maior mobilização das organizações sindicais, põe em cheque a questão dos custos de construção civil e operação da instituição hospitalar. O hospital

pavilhonar passa a ser criticado seja porque mobiliza canteiros muito

vastos, onde fundações e instalações são proporcionalmente menos econômicas; ou seja, porque implica em mais recursos humanos;

Escassez de mão de obra na área de enfermagem – aparentemente, isso é um problema crônico, pois o quadro ainda hoje não é muito diferente. A verticalização nesse caso era apontada como uma saída para reduzir percursos. As viagens de elevador e percursos pelas escadas eram tratadas com tolerância;

Domínio tecnológico da estrutura metálica, da construção vertical e do transporte vertical mecanizado;

A questão da inadequação dos grandes corredores de intercomunicação ao rigoroso clima das áreas setentrionais da América do Norte também é apontada como uma desvantagem dos edifícios pavilhonares para a

região;

Edifícios pavilhonares, mesmo de dois ou três andares, estendem-se por

(29)

Finalmente, os “progressos terapêuticos” estão reduzindo drasticamente

a média de permanência dos pacientes internados. Muitos administradores e mesmo médicos passam, então, a ser mais tolerantes com a diminuição da qualidade de alguns aspectos das condições ambientais – presença de jardins, iluminação e ventilação naturais, por exemplo.

O surgimento desse novo partido em bloco, na América do Norte, por sua vez, explica-se pelas críticas ao modelo pavilhonar e, sobretudo, pelo

desenvolvimento acelerado da tecnologia da construção, no país que inventaria o arranha-céu (TOLEDO, 2004, p.97).

Segundo Miquelin (1992), os hospitais dispostos em “monobloco vertical”,

nada mais eram que um empilhamento de enfermarias Nightingale, com um elevador ligando todos os andares.

Construídos na década de 20, organizavam as funções hospitalares em cinco setores básicos: no subsolo os serviços de apoio, no térreo os consultórios médicos, o pronto atendimento e os serviços de raio X (então chamados de eletro-medicina), no primeiro andar o laboratório e os serviços administrativos, nos pavimentos intermediários as áreas de internação, no último o bloco operatório. O sótão era usualmente ocupado pelos residentes médicos e de enfermagem. (TOLEDO apud MIQUELIN, 2004, p.98)

Devido à conjugação de novas descobertas, de novas tecnologias e avanço das ciências médicas, os edifícios hospitalares vêm transformando a sua imagem. Apesar de assuntos como flexibilidade e modulação estrutural ainda serem pouco discutidos, por exemplo, abrem caminhos para que novas transformações e conseqüentes melhorias sejam empregadas aos futuros hospitais.

1.3. O edifício hospitalar no Brasil

(30)

No Brasil, a assistência hospitalar teve início logo após o Descobrimento. Portugal tinha o hábito de transferir para as colônias todo o seu acervo cultural e no período do descobrimento encontrava-se em evolução o sistema criado pela rainha D. Leonor de Lancastre, que deu origem a obras de misericórdia, cultivando com as instituições das Santas Casas. (GOÉS, 2004, P.10)

A passagem no Brasil, do modelo pavilhonar para o partido arquitetônico de

monobloco pode ser visualizada numa mesma obra, a do engenheiro Luiz de Morais Júnior, primeiro profissional em nosso país a se especializar no projeto de unidades laboratoriais e hospitalares. (TOLEDO, 2004 p.98)

Seus primeiros projetos incorporaram às antigas regras da arquitetura pavilhonar, codificada em fins do séc. XVIII, o saber e a tecnologia médica oriundos da revolução pausteriana. Combinam o gosto e o apuro estético, predominantes em sua época, na distribuição dos volumes e fachadas, com a mais rigorosa funcionalidade na distribuição interna dos espaços, estruturados de modo a funcionarem como dispositivos neutralizadores do contágio e propiciadores da cura. Suas últimas construções hospitalares, posteriores a 1930, já obedecem a uma lógica médica e a parâmetros formais e construtivos inteiramente diversos: além de se terem modificado as noções sobre contágio das doenças infecciosas, a complexidade das práticas e tecnologias médico-terapêuticas já não se coaduna com os Figura 1.6 – Santa Casa São Paulo

(31)

modelos clássicos da arquitetura pavilhonar, gestados na Europa. Estes hospitais incorporam, então, as normas construtivas desenvolvidas nos Estados Unidos, precursores das construções verticais, em monobloco, utilizando o concreto armado (TOLEDO apud BECHIMOL, 2004, p.99).

O monobloco vertical irá se tornar dominante no traço modernista de arquitetos como Rino Levi e Roberto Cerqueira César, Oscar Niemeyer e Helio Uchoa, Jorge Moreira e Aldary Toledo, Ari Garcia Rosa, Oscar Waldetaro e Roberto Nadalutti.

A qualidade projetual desses arquitetos e de profissionais como João Carlos Bross, Pompeu de Souza, Irineu Breitman, Siegbert Zanettini, entre outros, decorreria não só de um amplo domínio do projeto arquitetônico, como também de um profundo conhecimento das questões técnico- operacionais das unidades projetadas, especialmente no que se refere à infra- estrutura e à gestão hospitalar (TOLEDO, 2004, P.100).

Segundo Bross (2002), os edifícios de saúde no Brasil, tem ganhado novo conceito e novo formato, acompanhando as transformações sociais, voltadas para a saúde, e não para a doença.

A partir disso Dalla (2003), afirma que:

As pessoas estão buscando cuidados preventivos, incluindo a nutrição, ginástica, plástica, fisioterapia, cosmetologia, inclusive a medicina alternativa, entre outras. A tendência são os edifícios de saúde, e não mais de doenças. Afinal os hospitais estão mudando o gerenciamento da saúde, passando a adotar o que se chama atualmente de redes hierarquizadas, ou seja por níveis de complexidade. Onde as pessoas serão induzidas a procurar, conforme o grau de necessidade, desde os serviços mais simples aos mais complexos, seja uma clínica especializada ou um sistema hospitalar.

Dentre os arquitetos que se dedicaram à arquitetura hospitalar no Brasil, destaca-se João Filgueiras Lima, conhecido como Lelé. Segundo Costeira (2004):

No Brasil, destacamos o inegável talento e as edificação do arquiteto João Filgueiras Lima para estabelecer parâmetros e tecnologias apropriadas à nossa realidade e para vencer o permanente desafio da arquitetura de encontrar soluções adequadas ao panorama socioeconômico do nosso país, incorporando conceitos de conforto ambiental e de racionalização do projeto e da construção aos projetos dos hospitais da Rede Sarah.

(32)

A obra de Lelé é considerada como uma das maiores contribuições da arquitetura brasileira contemporânea. Extremamente diversificada, sua produção arquitetônica encontra-se espalhada por todo o Brasil, abrangendo desde grandes centros administrativos, como o da Bahia, até experiências na produção de elementos de mobiliário urbano projetados não só para a cidade formal, mas

também para serem implantados em nossas favelas. Sua produção, “voltada para a

nova tecnologia do pré-moldado”, como lembra Lúcio Costa, reveste-se de enorme conteúdo social e adquire um nível de excelência ao tratar de programas educacionais (os CIACs – Centro Integrado de Apoio à Criança - e as escolinhas em argamassa armada) e de assistência à saúde. Ao nos debruçarmos sobre sua obra, somos atraídos por temas como: arquitetura /pré-fabricação, arquitetura/meio ambiente, domínio da execução da obra, design de equipamentos vinculados a obra,

inclusive médico-hospitalares, incorporação de obras de arte ao projeto, entre muitos outros (TOLEDO, 2002).

De há uns dez anos pra cá, o Brasil tem dado ainda mais atenção ao atendimento da saúde no país, estabelecendo alguns programas através do Ministério da Saúde, que tem como foco principal a humanização no atendimento à Saúde nos hospitais.

1.4. Humanização da saúde pública do Brasil

(33)

estruturas organizacionais dos hospitais do SUS, que, entretanto, ainda busca espaço para sua concretização (PINHO, 2005).

1.4.1. Programa Nacional De Humanização do Ambiente Hospitalar (PNHAH)

O primeiro programa que aborda humanização dos hospitais do sistema público de saúde no Brasil foi o Programa Nacional de Humanização do Ambiente Hospitalar, o PNHAH, criado pelo Sistema Único de Saúde em maio do ano de 2000. No corpo do texto do documento não se evidencia um conceito para humanização, mas a questão da valorização do ser humano é apontada quando ele afirma a

necessidade de respeitar “o outro como um ser singular e digno” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

Inicia-se a discussão baseada na insatisfação dos usuários quanto aos

serviços públicos de saúde, onde o Ministério da Saúde afirma que, “ao identificar o

número significativo de queixas dos usuários referentes aos maus tratos nos

hospitais (...)”, viu-se na necessidade de elaborar uma proposta de trabalho voltada à humanização dos serviços hospitalares públicos de saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

Aponta o homem como um ser dotado de linguagem, o que o diferencia de outros seres vivos, capaz de transformar essa linguagem em significados, que compartilhada entre semelhantes, estabelece uma identidade cultural (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

Este programa aborda, principalmente, as relações entre os profissionais e os pacientes, dos funcionários entre si e do hospital com a comunidade, com o intuito de alertar para que exista uma melhor comunicação entre os mesmos.

(34)

Segundo Deslandes (2004), daí pode surgir uma (im)possibilidade comunicacional, visto que, se o ser humano é potencialmente capaz de compreender outro ser humano, porque ambos são dotados de linguagem, pode ocorrer impeditivos para esse diálogo, quando desconsideradas as diferenças sociais, de saber-poder, de trabalho e de gênero e de status, por exemplo.

Quanto menor for a integração, a comunicação, o vínculo e o reconhecimento mútuo entre profissionais e usuários, entre equipes de profissionais e gestores das diversas instâncias do sistema de saúde, menor será a eficácia no atendimento à população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

O objetivo do PNHAH, portanto, é criar uma cultura de humanização, baseada em uma filosofia organizacional – respeito, solidariedade e desenvolvimento da solidariedade e cidadania dos agentes envolvidos e usuários –

que promova a conjugação cotidiana do verbo humanizar, sendo que as continuidades dessa, supere as descontinuidades que as mudanças de direção, chefia ou governo geralmente provocam (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

1.4.2. Humaniza SUS

Como já visto o PNHAH tem como meta “promover uma mudança na cultura de atendimento em saúde no Brasil” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Em 2003, por sua vez, outro programa é criado pelo Ministério da Saúde, o Humaniza SUS, com

base na humanização, onde “lança mão de ferramentas e dispositivos para

consolidar redes, vínculos e a co-responsabilização entre usuários, trabalhadores e

gestores” e, além disso, também destaca o conceito de ambiência, ressaltando o

tratamento dado ao espaço físico “entendido como espaço social, profissional e de

relações interpessoais, que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e

humana” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

(35)

Fragmentação do processo de trabalho e das relações entre os diferentes profissionais;

Fragmentação da rede assistencial dificultando a complementaridade entre a rede básica e o sistema de referência;

Precária interação nas equipes e despreparo para lidar com a dimensão subjetiva nas práticas de atenção;

Sistema Público de saúde burocratizado e verticalizado;

Baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, especialmente no que se refere à gestão participativa e ao trabalho em equipe;

Poucos dispositivos de fomento à co-gestão e à valorização e inclusão dos gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde;

Desrespeito aos direitos dos usuários;

Formação dos profissionais de saúde distante do debate e da formulação da política;

Controle social frágil dos processos de atenção e gestão do SUS; Modelo de atenção centrado na relação queixa/conduta.

O conceito de humanização se dá pela compreensão e valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde. Quanto à oferta de tecnologias e dispositivos para a configuração e fortalecimento das redes de

saúde, “a humanização aponta para o estabelecimento de novos arranjos e pactos

sustentáveis, envolvendo trabalhadores e gestores do Sistema, e fomentando a participação coletiva da população, provocando inovações em termos de compartilhamento de todas as práticas de cuidado e de gestão” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Portanto, essa política visa atingir todos os níveis de atenção à saúde, entendendo a humanização como uma transformação cultural.

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O Programa Nacional de Humanização, o PNH, outro programa, que faz parte do Humaniza SUS aborda o termo “ambiência”, como sendo o ”tratamento

dando ao espaço físico entendido como espaço social, profissional e de relações

interpessoais que deve proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana”

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

Dessa forma, pode-se qualificar o ambiente além de sua “composição

técnica, simples e formal” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004), considerando diversos outros fatores que implicam no melhor funcionamento dos espaços, tais como, ao grupo que será destinado com seus valores culturais e relações sociais.

De acordo com a cartilha do Humaniza SUS (2009), o conceito de ambiência segue primordialmente três eixos:

O espaço que visa a à confortabilidade, focada na privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos, valorizando elementos do ambiente que interagem com as pessoas – cor, cheiro, som, iluminação, morfologia...-, e garantindo conforto aos trabalhadores e usuários.

O espaço que possibilita a produção de subjetividades – encontro de sujeitos – por meio da ação e reflexão sobre os processos de trabalho. O espaço usado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho,

favorecendo a otimização de recursos, o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo.

Para tanto, aponta a arquitetura como ferramenta facilitadora de mudança do processo de trabalho, uma vez que esta pode garantir aos ambientes algo que vai além da arquitetura normativa e projetada exclusivamente para comportar alta tecnologia. Os espaços podem vir a ser otimizados, aumentando a possibilidade de acomodações, além de tratados com elementos como cor, cheiro, som, arte, dentre outros, que o tornam mais acolhedores e menos estressantes.

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necessárias ao bom desempenho das práticas médicas, assim como o bem-estar e a auto-estima dos usuários dos edifícios de saúde. Assim atuando, certamente os arquitetos contribuirão para o processo de cura dos pacientes (TOLEDO, 2005).

Esses programas surgem como um impulso para a construção do “hospital humanizado”, tomando o que se tem hoje para que possa ser moldado, assim

construindo o hospital do futuro.

Para tanto, é preciso criar novos paradigmas, exercer a criatividade, a reflexão coletiva, o agir comunicativo, a participação democrática na busca de soluções que sejam úteis para cada realidade singular, a fim de transformar as instituições de assistência a saúde em organizações mais dinâmicas, harmônicas e solidárias.

No capítulo seguinte serão apontadas as diretrizes e parâmetros estabelecidos para a humanização do hospital, bem como o papel e a importância do arquiteto de edifícios hospitalares na elaboração de um projeto mais humanizado. A finalização deste se dá com a descrição sobre a importância do Healling Enviroment, exemplificado pelo The Pebble Project, que através de suas pesquisas

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2. DIRETRIZES PARA A HUMANIZAÇAO DO EDIFÍCIO HOSPITALAR

Este capítulo aborda a importância do arquiteto de edifícios hospitalares na promoção do bem estar dos pacientes, funcionários e médicos. Além disso, destaca as diretrizes para a humanização do edifício hospitalar, baseado em parâmetros pré - estabelecidos em pesquisas já realizadas. No final deste, apresenta-se o The Peeble Project, como exemplo de humanização e a importância que este aponta

para o design como influenciador na recuperação do paciente.

De acordo com João C. Mezzomo (2002), “parece paradoxal falar-se em

“humanização do hospital” como se sua vocação não fosse essencialmente humana.

Ocorre, porém, que o hospital, à semelhança de outras instituições públicas,

esquece facilmente a finalidade pela qual foi criado”. Muitas vezes se encontra em condições desfavoráveis, com falhas na estrutura física, o que prejudica diretamente no trabalho de profissionais e na recuperação de pacientes.

Por serem “os hospitais empreendimentos complexos, que abrigam pessoas

em confronto com emoções e incerteza, nos momentos mais críticos da existência humana, como nascimento, sofrimento profundo, risco de vida, dor, doença, cura,

qualidade de vida, morte” (MIQUELIN, 1992), a sua arquitetura deverá ajudar

psicologicamente na melhoria dos pacientes.

Surge então a necessidade de criar projetos arquitetônicos que visem a melhoria e otimização dos espaços, valorizando o bem-estar e o acolhimento do usuário e dos profissionais de saúde, sem perder de vista o baixo custo.

Os novos ambientes de saúde devem buscar a individualidade e o aconchego, causando a sensação de ser um local familiar. Devem proporcionar liberdade, com a valorização de espaços de convivência, entretanto sem desconsiderar a privacidade do individuo, respeitando a dignidade deste para que não se sinta violado.

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subáreas da organização. A organização cuida das atividades, das atribuições, dos fluxos e das relações do ambiente interno.

O fluxograma, por sua vez, é a representação gráfica da seqüência de uma ou mais atividades, caracterizando as fases, as operações e os agentes executores. Inclusive é um instrumento imprescindível para o estudo dos relacionamentos e do fluxo (trânsito), das pessoas (funcionários, pacientes, visitantes, pessoal terceirizado, vendedores, estudantes, pesquisadores), e dos materiais (permanentes e de consumo); facilitando, agilizando e evitando os cruzamentos indesejados, como exemplo, o lixo hospitalar (DALLA, 2003).

Outro fator relevante no desenvolvimento de espaços hospitalares é o que trata da qualidade do ar. A importância da qualidade do ar no interior das unidades de saúde pode melhorar a qualidade de vida do paciente, quando a arquitetura

proporciona uma boa ventilação e climatização desses ambientes. “Hospitais são

ocupados por pessoas predispostas, ou mais sensíveis, a problemas associados à qualidade do ar interior.” (VOELKER, 1994).

Dessa forma, o planejamento arquitetônico é de suma importância, pois é através de um planejamento prévio que se levantam todas as funções essenciais para o bom funcionamento do hospital, além de alternativas, que agregadas ao projeto, contemplem características que contribuam para o desempenho terapêutico do hospital, não causando, dessa forma, nenhum dano ao paciente que ali permanece em tratamento. Caso contrário, podem aparecer no decorrer do tempo, tanto problemas técnicos quanto funcionais, o que acarreta na insatisfação de usuários, funcionários e gestores, alem do aumento de gastos para a obra.

Sendo assim, existem quatro requisitos a se observar na elaboração de projetos arquitetônicos para edifícios de saúde (PINHO, 2005, p.40 apud ARCOWEB, 2005):

Ergonômicos – Atender as condições ambientais mais adequadas à saúde dos funcionários e dos usuários;

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Tecnológicos – Permitir a incorporação das novas tecnologias que dão suporte ao funcionamento do hospital e ao tratamento, diagnóstico e acompanhamento dos usuários;

Econômicos – Atender ao orçamento existente da melhor forma possível. Portanto, desenvolver um projeto arquitetônico para hospitais, deve-se pensar fatores como, fluxo, setorização, circulação, flexibilidade, iluminação, ventilação, cor, dentre outros, que farão do edifício hospitalar uma instituição melhor e mais humanizada.

2.1. O papel do arquiteto de edifícios hospitalares

Em se tratando de projetos de edifícios destinados à saúde, o arquiteto se depara com inúmeras questões que devem ser consideradas em conjunto. Além das normas técnicas vigentes para a elaboração de projetos hospitalares, o orçamento especificado para cada obra, dentre outros aspectos burocráticos, o arquiteto deve estar ciente da verdadeira medida de sucesso para esses estabelecimentos, que é a promoção da saúde, a cura e a esperança proporcionada para os usuários.

O sucesso, no entanto, se faz presente quando ocorrem planejamentos

prévios e o arquiteto deve estar inserido nesse contexto. “A humanização dos

ambientes deve-se principalmente ao partido arquitetônico adotado durante o seu

planejamento” (VASCONCELOS, 2004, p.33).

Para Martins (2004), o arquiteto de projetos hospitalares, além de conhecer toda a complexidade do funcionamento de um hospital, deve propor soluções que atendam as suas necessidades técnicas e de humanização, ou seja, o edifício precisa ser flexível e expansível para atender todas as demandas das inovações tecnológicas, sem, no entanto, descartar a subjetividade dos quais utilizarão desses espaços hospitalares.

Imagem

Figura 1.3  –  Enfermaria Nightingale
Figura  2.3  –   Exemplo  de  Sala  de  Espera  que  promove  a  socialização.  Hospital  Carol  Ann  Breast  Health Center, Oakland, CA
Figura 2.24 e 2.25  –  Corredor do Medical Clinic and Wellness Center/ Dental Clinic  Fonte: www.jainmalkin.com
Figura 2.28 e 2.29  –  Rady  Children’s Hospital & Health Center, San Diego, CA.
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