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Anexo III – Notas de Campo 6

2. Conversa informal 2 11

No decorrer da conversa, a Diretora esteve em contacto com a equipa que preparava uma feira, a realizar-se em Coimbra, resultando em algumas interrupções.

Tomo início à nossa conversa com uma breve explicação do trabalho que pretendo desenvolver, sendo que pronuncio a minha vontade de trabalhar com os jovens.

O trabalho começaria por compreender o percurso de vida, procurando identificar os fatores facilitadores assim como o percurso escolar (pré-universitário/universitário), no sentido de averiguar os diferenciadores de sucesso.

Apresento os pontos principais das sessões de trabalho: conversas informais, focus group e instrumentos expressivos.

Partindo das experiências de vida dos jovens, com os dados recolhidos, em conjunto com eles, tentar compreender como podem ser construídos percursos de inclusão social em grupos marginalizados e estigmatizados socialmente. Numa fase final, desenvolver um projeto com os jovens, na medida em que eles considerem pertinente uma intervenção ou mudança.

A Diretora chama a atenção que “vou ter dificuldade em juntá- los”. O Carlos estuda em Coimbra, Geografia. Aos fins de semana vai a casa da avó. O João estuda na UTAD, Desporto (Mestrado). Durante a semana, vive no Lar, ao fim de semana

Obstáculos com o grupo - horários divididos entre a Faculdade, o Lar e a Participantes: Diretora do LIJ, Dra Maria Silva

Data: 6ª feira, 1 de fevereiro de 2013

Local: Café da cidade Hora:10:00h – 11:30h

tem treinos, incluindo futebol. A Ana estuda em Viseu, Educação Social. Aos fins de semana vai visitar a mãe, (não tem pai). O Pedro estuda em Barcelos, Design Gráfico. Não está em Apartamento de Autonomização de vida por causa do amadurecimento. (Pedro e Carlos são irmãos)

A Dra Maria afirma que “eles têm os horários muito trocados”. Que em relação à Ana e ao João “não vou ter problema nenhum” em falar com eles. Porém, mostra receio em relação ao Pedro e ao Carlos. Afirma que eles são muito fechados (irmãos). Lembra-se de uma viagem à Disneyland, em que estes irmãos se afastavam do grupo. “O Carlos não gosta nada de investigação sobre a vida dele. Foge mesmo dos questionários, ele não gosta”. Estes dois irmãos são mais retraídos face à sua situação, fogem da exposição. Se as entrevistas e atividades forem em grupo, maior é a retração por parte deles.

Apesar dos fatores desfavoráveis apresentados, a Diretora mostrou disponibilidade para falar com eles, solicitando a sua boa colaboração. Falará também com a técnica Isabel. É quem acompanha os jovens que estão em autonomia de vida. A Dra Maria afirmou que, após o meu primeiro contato com eles, já poderei combinar as sessões seguintes.

Entretanto, a minha interlocutora telefona a um dos jovens, o João. Referiu-se a ele como “o meu mais velho”. Ele costuma andar na cidade, por isso, se estivesse disponível iria ter connosco e seriamos apresentados. Registo que a Diretora inicia a conversa dizendo: “Tou sim, meu afilhado lindo!”. Admiro este à vontade, esta relação próxima que se subentende na frase. Para ele não era possível vir ter connosco, porque tinha aulas. Marcou para mais tarde.

Família Biológica - pouca disponibilidade.

Obstáculos com o grupo - Carlos e Pedro são mais retraídos quanto à exposição da sua história, os outos dois estão mais à vontade.

Laços afetivos – diretora e jovem. Expressões de afeto e carinho.

Por fim, solicito alguns esclarecimentos sobre a história e a filosofia de base da ABCD. Descreve que a ABCD é constituída por quatro valências, três delas de maior ênfase: Centro Comunitário, Lar, CAT e SAAS. São valências da área social. Relativamente à Educação e Formação, o Centro de Novas Oportunidades desaparecerá. Ficará o Centro de Formação e o Centro de Recursos em Conhecimento. Na área de apoio social e comunitário, tem os SAAS (Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social), o Centro Comunitário com a hemeroteca (local onde se guardam jornais e publicações periódicas) e mediateca educativa. O apoio domiciliário foi transferido para outra instituição. Surgiu, entretanto o projeto “Feira da Aldeia” a realizar-se anualmente, no mês de julho. O Lar de Acolhimento, o Lar de Infância e Juventude, o Centro de Atividades de Tempos Livres, bem como o projeto “Comunidade” e o projeto comunitário de infância são áreas específicas vocacionadas para os mais novos.

Em relação aos colaboradores, a maioria eram formadores, agora já são menos, cerca de 30 pessoas, atualmente.

Relativamente à questão dos encarregados de educação, a Dra Maria afirma que, normalmente, são os funcionários. Quem habitualmente assume essa função é a Raquel. No entanto “uma ou outra vez pode ser outra, a Helena, foi o caso do Pedro, há um ou outro que tem outro encarregado de educação.”

Em relação à figura masculina, o funcionário trabalha de segunda a sexta-feira.

No que concerne, à filosofia de base, Maria Silva, declara que “a ideia é que todo o funcionamento é numa base de

com 4 valências.

Cerca de 30 funcionários ao serviço da ABCD.

Funções dos funcionários do Lar - encarregados de educação, sendo que um se ocupa mais dessa responsabilidade. Presença da figura masculina no Lar. Linhas orientadoras do funcionamento do lar – individualidade e proximidade, nº de crianças

individualidade e proximidade, há um número restrito de crianças. Nós acabamos por ter uma relação muito próxima, conhecer profundamente, o jeito, a forma de ser de cada um dos nossos meninos, e há muito respeito pela individualidade, muita atenção em termos das características de cada um, isto por um lado. Por outro lado, tentamos estabelecer relações afetivas positivas com as pessoas que travaram conhecimento. Outra parte é com os irmãos, raparigas-rapazes, rapazes-raparigas, não importa, com os amigos, no sentido que se constitua também uma família. Já que eles não têm família nuclear, que eles possam manter os outros laços no caso dos laços matriz.”

Mesmo antes da despedida, a Diretora disponibiliza-se para o envio de documentos e relatórios, para serem analisados com mais calma, acerca das linhas orientadoras do trabalho desenvolvido.

reduzido, estabelecer relações afetivas positivas criar laços matriz.