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Dos crimes contra a paz pública

No documento SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE. Código Penal (páginas 86-89)

ARTIGO 356.º [Instigação pública a um crime]

1. Quem, em reunião pública, através de meios de comunicação social ou por divulgação de es- critos ou outros meios de reprodução técnica, provocar ou incitar a um crime determinado, sem que à provocação se siga o efeito criminoso, é punido com prisão até 3 anos, não podendo, porém, a punição exceder aquela que caberia ao crime provocado.

2. se à provocação se seguir o efeito criminoso, é o provocador punido como autor do crime praticado.

ARTIGO 357.º [Apologia pública de um crime]

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compensar ou louvar outrem por ter praticado um facto criminoso, provocar ou incitar à práti- ca de um crime, criando dessa forma o perigo que um crime da mesma natureza volte a ser co- metido é punido com prisão até 6 messes ou multa até 60 dias, se ao facto não couber, por outra disposição legal, pena mais grave.

ARTIGO 358.º [Associações criminosas]

1. Quem promover ou fundar grupo, organização ou associação cuja finalidade ou actividade seja dirigida à prática de um ou mais crimes puníveis com pena de prisão igual ou superior a 4 anos é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos.

2. na mesma pena incorre quem fizer parte de tais grupos, organizações ou associações ou quem os apoiar, nomeadamente, financiando, fornecendo armas, munições, instrumentos de crime, guarda ou locais para as reuniões, ou qualquer auxílio para que se recrutem novos elementos. 3. Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações referidos nos números ante- riores é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.

4. As penas referidas podem ser especialmente atenuadas, ou não ter lugar a punição, se o agente impedir a continuação dos grupos, organizações ou associações ou comunicar a autori- dade a sua existência de modo a esta poder evitar a prática de crimes.

5. Para os efeitos do presente artigo, considera-se que existe grupo, organização ou associação quando esteja em causa um conjunto de, pelo menos, três pessoas, actuando concertadamente durante um certo período de tempo.

6. se os factos referidos nos números 1 e 2 forem praticados pelos representantes ou órgãos de pessoa colectiva ou equiparada, em nome destas e no interesse colectivo, são as mesmas res- ponsáveis criminalmente, sendo puníveis em pena de multa a fixar entre 10 milhões e 500 mi- lhões de dobras, podendo ainda ser decretada a sua dissolução.

ARTIGO 359.º [Organizações terroristas]

1. Quem promover ou fundar grupo, organização ou associação terrorista é punido com prisão de 5 a 20 anos.

2. considera-se grupo, organização ou associação terrorista todo o agrupamento de 2 ou mais pessoas que, actuando concertadamente, visem prejudicar a integridade e a independência na- cionais ou impedir, alterar ou subverter o funcionamento das instituições do estado previstas na constituição ou forçar a autoridade pública à prática de um acto, a abster-se de o praticar ou a tolerar que se pratique ou ainda a intimidar certas pessoas, grupos de pessoas ou a população em geral mediante prática de quaisquer crimes:

a) contra a vida, a integridade física ou a liberdade das pessoas;

b) contra a segurança dos transportes e comunicações, incluindo as telegráficas, telefónicas, de radiodifusão ou de televisão;

c) De produção dolosa de perigo comum, através de incêndio, libertação de substâncias radio- activas ou de gases tóxicos ou asfixiantes, de inundação ou avalanche, desmoronamento de construção, contaminação de alimentos e água destinadas a consumo humano ou difusão de epizootia;

d) De sabotagem;

e) Que impliquem o emprego de bombas, granadas, armas de fogo, substâncias ou engenhos explosivos, meios incendiários de qualquer natureza, encomendas ou cartas armadilhadas. 3. na pena do n.º 1 deste artigo incorre quem aderir aos grupos, organizações ou associações terroristas referidos no número anterior.

4. Quando um grupo, organização ou associação, ou as pessoas referidas nos n.ºs 1 e 3 possuam qualquer dos meios indicados na alínea e) do n.º 2 destinados à concretização dos seus propó- sitos criminosos a pena é agravada de um terço (1/3) nos seus limites mínimo e máximo. 5. na pena de prisão de 10 a 20 anos incorre quem chefiar ou dirigir grupo ou organização terrorista.

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6. os actos preparatórios da constituição de um grupo, organização ou associação terrorista, são punidos com prisão de 2 a 8 anos.

7. É aplicável aos casos referidos neste artigo o disposto no n.º 4 do artigo 358.º.

ARTIGO 360.º [Terrorismo]

1. Quem praticar qualquer dos crimes referidos nas alíneas a) a d) ou com o emprego de meios referidos na alínea e), todas do n.º 2 do artigo anterior, agindo com a intenção de prejudicar a integridade e a independência nacionais, ou destruir, alterar ou subverter o funcionamento das instituições do estado previstas na constituição ou para forçar a autoridade pública à prática de um acto, a abster-se de o praticar, ou tolerar que se pratique ou para intimidar certas pesso- as, grupos de pessoas ou a população em geral, é punido com a prisão de 3 a 15 anos ou na pena correspondente ao crime praticado, agravadas de um terço (1/3) nos seus limites mínimo e máximo, se for igual ou superior.

2. A cumplicidade e a tentativa são, respectivamente, equiparadas à autoria e à consumação. 3. se o agente abandonar voluntariamente a sua actividade, afastar ou fizer diminuir considera- velmente o perigo por ela causado, impedir que o resultado que a lei quer evitar se verifique, auxiliar concretamente na recolha de provas decisivas para a identificação ou a captura dos outros responsáveis, pode a pena ser livremente atenuada ou decretar-se mesmo a sua isenção.

ARTIGO 361.º [Participação em motim]

1. Quem tomar parte em motim público, durante o qual forem cometidas colectivamente vio- lências contra as pessoas ou propriedades, é punido com prisão até 2 anos ou multa até 200 dias, se outra pena mais grave lhe não couber pela sua participação no crime cometido. 2. A pena é de prisão até 3 anos, se o agente provocou ou dirigiu o motim.

3. se o agente se retirou do motim por ordem ou admoestação da autoridade sem cometer vio- lências, nem as ter provocado, é isento de pena.

ARTIGO 362.º [Participação em motim armado]

1. os limites mínimo e máximo da pena eleva-se, no caso do artigo anterior, ao dobro se o motim for armado.

2. considera-se armado o motim em que um dos intervenientes é portador de arma de fogo ostensiva ou em que vários dos participantes são portadores de armas de fogo, ostensivas ou ocultas, ou objectos, ostensivos ou ocultos, utilizados como armas ou trazidos para servir de armas.

3. Para efeito do número anterior não se considera armado o motim:

a) em que as armas são trazidas acidentalmente e sem intenção de as utilizar; b) Quando os participantes trazem armas imediatamente se retiram ou são expulsos.

4. Quem trouxer arma sem conhecimento dos outros é punido como se efectivamente partici- passe em motim armado.

ARTIGO 363.º [Desobediência à ordem de dispersão de reunião pública]

1. Quem não obedecer à ordem legítima de se retirar de ajuntamento ou reunião pública, dada por autoridade competente, com a advertência de que a desobediência constitui crime, é puni- do com prisão até 1 ano ou multa até 100 dias.

2. se os desobedientes forem os promotores de reunião ou ajuntamento, a pena é de prisão até 3 anos ou multa até 300 dias.

ARTIGO 364.º [Ameaça com prática de crime]

Quem, através da ameaça da prática de um crime, causar alarme ou inquietação entre a popu- lação é punido com prisão até 2 anos ou multa até 200 dias.

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ARTIGO 365.º [Abuso e simulação de sinais de perigo]

Quem utilizar abusivamente sinais ou chamadas de alarme ou de socorro ou simuladamente fizer crer que por virtude de desastre, de perigo ou de situação de necessidade colectiva, é exi- gível o auxílio alheio, é punido com prisão até 1 ano ou multa até 100 dias.

No documento SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE. Código Penal (páginas 86-89)