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falsificação de Documentos

No documento SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE. Código Penal (páginas 74-76)

ARTIGO 296.º [falsificação de documentos]

1. Quem, com intenção de causar prejuízo a outrem ou ao estado, ou de alcançar para si ou para terceiro um benefício ilegítimo:

a) Fabricar documento falso, falsificar ou alterar documentos ou abusar da assinatura de ou- trem para elaborar um documento falso;

b) Fazer constar falsamente no documento facto juridicamente relevante;

c) usar um documento a que se referem as alíneas anteriores, falsificado ou fabricado por ter- ceiros;

d) intercalar documento em protocolo, registo ou livro oficial sem cumprir as formalidades le- gais;

é punido com prisão até 2 anos ou multa até 200 dias.

2. se os factos referidos nas alíneas a) a c) do número anterior disserem respeito a documento autêntico ou com igual força, a testamento cerrado, a letra de câmbio, a documento comercial transmissível por endosso ou qualquer outro título de crédito não compreendido no artigo 311.º, a pena é de prisão de 1 a 5 anos.

3. se os factos referidos nos números anteriores forem cometidos por funcionário, no exercício abusivo das suas funções, a pena é de 1 a 6 anos.

4. nos casos de pequena gravidade, o tribunal pode condenar o agente, em qualquer dos núme- ros anteriores, em pena de multa.

5. A tentativa é punível.

ARTIGO 297.º [Conceito de documento]

1. entende-se por documento a declaração compreendida num escrito, inteligível para a gene- ralidade ou um certo círculo de pessoas que, permitindo reconhecer o seu emitente, é idónea a provar um facto juridicamente relevante, quer tal destino lhe seja dado no momento da sua emissão quer posteriormente.

2. À declaração corporizada no escrito é equiparada a registada em disco, fita gravada ou qual- quer outro meio técnico.

3. Ao documento é igualmente equiparável o sinal materialmente feito, dado ou posto numa coisa para provar um facto juridicamente relevante e que permite reconhecer à generalidade das pessoas ou a um certo círculo de pessoas o seu destino e a prova que dele resulta.

ARTIGO 298.º [fabrico ou falsificação de notação técnica e sua definição]

1. Quem, com intenção de causar prejuízo a outrem ou ao estado, ou de obter para si ou para terceiro um benefício ilegítimo:

a) Fabricar notação técnica falsa; b) Falsificar ou alterar notações técnicas;

c) Fizer constar falsamente de notação técnica um facto juridicamente relevante;

d) Fizer uso das notações a que se referem as alíneas anteriores, falsificadas por terceiros; é punido com prisão até 3 anos ou multa até 300 dias.

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2. É equiparável à falsificação de notações técnicas a acção perturbadora sobre aparelhos técni- cos ou automáticos através da qual se influenciam os resultados da notação.

3. A tentativa é punível.

4. entende-se por notações técnicas a notação de um valor, de um peso ou medida, de um esta- do ou do decurso de um acontecimento feito através de aparelho técnico que actua, total ou parcialmente, de forma automática, que permite reconhecer à generalidade das pessoas ou a um certo círculo de pessoas os seus resultados e que se destina à prova de um facto juridica- mente relevante a isto, quer tal destino lhe seja dada no momento da sua realização, quer pos- teriormente.

ARTIGO 299.º [Destruição, danificação ou subtracção de documentos e notações técni- cas]

1. Quem, com intenção de causar prejuízo a outrem ou ao estado, destruir, danificar, tornar não utilizável, fizer desaparecer, dissimular ou subtrair documentos, objecto equiparável ou nota- ção técnica de que não pode, ou não pode exclusivamente, dispor ou de que um terceiro, por força de certas disposições legais, pode exigir a entrega ou apresentação é punido com prisão até 3 anos ou multa até 300 dias.

2. Quando sejam particulares os ofendidos, o procedimento criminal depende de queixa.

ARTIGO 300.º [Agravação pela qualidade de funcionário ou agente]

se o crime pevisto no artigo anterior for cometido por funcionário a quem os objectos nele re- feridos foram confiadas ou são acessíveis em razão das suas funções, a pena é de prisão até 5 anos.

ARTIGO 301.º [falsificação praticada por funcionário]

1. o funcionário que, no exercício da sua competência, fizer constar do documento ou objecto equiparável, a que a lei atribui fé pública, algum facto que não é verdadeiro ou omitir facto que esse documento ou objecto se destina a certificar ou autenticar, ou intercalar acto ou documen- to em protocolo, registo ou livro oficial, sem cumprir as formalidades legais, com intenção de causar prejuízo a outra pessoa ou ao estado, ou de obter para si ou para terceiro beneficio ile- gítimo, é punido com prisão de 1 a 5 anos.

2. Quem, induzindo em erro um funcionário, o levar a fazer constar de documento ou objecto equiparável, a que lei atribui fé pública, algum facto que não é verdadeiro ou a omitir facto juri- dicamente relevante, é punido com prisão até 3 anos.

3. Quem fizer uso de documentos ou objecto equiparável, referido nos números anteriores, com intenção de causar prejuízo a outrem ou ao estado é punido com prisão até 3 anos.

ARTIGO 302.º [Atestados falsos]

1. o médico, dentista, enfermeiro, parteira, dirigente ou empregado de laboratório ou de insti- tuição de investigação que sirva fins médicos, ou pessoa encarregada de fazer autópsias, que passar atestado ou certificado que sabe não corresponder à verdade, sobre o estado do corpo ou da saúde física ou mental, o nascimento ou a morte de uma pessoa, destinada a fazer fé pe- rante autoridade pública ou a prejudicar interesse de outrem, é punido com prisão até 2 anos ou multa até 200 dias.

2. o veterinário que passar atestado nos termos e com os fins descritos no número anterior relativamente a animais é punido com as mesmas penas.

3. na mesma pena incorre quem passar atestados ou certificado referidos nos números ante- riores, arrogando-se falsamente as qualidades ou funções nele referidas.

4. Quem fizer uso dos referidos certificados ou atestados falsos, com o fim de enganar uma au- toridade pública ou causar prejuízo a interesse de terceiro, é punido com prisão até 1 ano ou multa até 100 dias.

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ARTIGO 303.º [uso de documentos de identificação alheio]

1. Quem, com intenção de causar prejuízo a outrem ou ao estado, de obter para si ou para ter- ceiro benefício ilegítimo, ou de preparar, facilitar, executar ou encobrir outro crime, utilizar documentos de identificação emitida a favor de outra pessoa é punido com prisão até 1 ano ou multa até 100 dias.

2. na mesma pena incorre quem, com intenção de tornar possível o facto descrito no número anterior, entregar documento de identificação a pessoa a favor de quem ele não foi emitido. 3. integram o conceito de documento de identificação o bilhete de identidade, passaporte, cé- dula ou outros certificados ou atestados a que a lei atribui igual força de identificação das pes- soas, ou do seu estado ou situação profissional, donde possam resultar quaisquer direitos ou vantagens, designadamente no que toca à subsistência, aboletamento, deslocação ou meios de ganhar a vida ou de melhorar o seu nível.

No documento SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE. Código Penal (páginas 74-76)