• Nenhum resultado encontrado

Continuar posicionando e dando contenção por 10 minutos ou até o bebê ficar estável, com recuperação da FC, da FR, da Sat O2 e do tônus muscular.

Evitar o uso de outros estímulos concomitantes.

Os cuidados rotina podem ser agrupados de acordo com os ciclos de sono do bebê a fim de possibilitar os maiores períodos de sono profundo que forem possíveis. Isso não signi‑ fica realizar todos os cuidados de uma vez, pois o agrupamento de vários procedimentos em um curto espaço de tempo pode ser mais danoso ao pré‑termo, principalmente se doente, do que a real duração do episódio de manuseio. Alterações na pressão sistólica e na pressão arterial média, bem como instabilidade cardiorrespiratória se correlacionam de forma mais significativa com o número de procedimentos do que com sua duração total. O tempo total de manuseio pode ser um pouco maior, mas com menor desorgani‑ zação do bebê. A seguir sugerimos algumas técnicas que a mãe poderá realizar ao cuidar de seu filho, com o auxílio do profissional de saúde.

Banho

O banho caracteriza‑se por um excesso de manipulação do bebê. Essas manipulações podem produzir diversas reações no recém‑nascido. Trata‑se de uma situação que pro‑ picia uma série de trocas e ajustes interacionais entre o adulto e a criança e, portanto, potencialmente reveladora das características da reação do RN aos tipos de manipulações e da adequação do procedimento. O banho nos bebês normais tem sido descrito como algo prazeroso, pois lembra o ambiente líquido e quente característico do útero materno. Já para os bebes pré‑termo, um estudo da Universidade de Alberta (Canadá), com 14 bebês pré‑termo, nascidos com 745 a 1.830g, que não tinham problemas respiratórios e nenhum problema neurológico, mas estavam na Unidade de Terapia Intensiva para observações, analisou os batimentos cardíacos e a saturação de oxigenação desses RN pré‑termo, antes e depois de terem tomado banho com esponja. Todos apresentaram

Módulo

4

Seção 12

Cuidados e manuseios individualizados elevação do número de batimentos cardíacos e uma queda da saturação de oxigênio, que implicou, para nove deles, no aporte de oxigênio. Os pesquisadores consideraram esses parâmetros como demonstrativos de um estresse fisiológico que, se repetido muitas ve‑ zes, pode atrapalhar o crescimento e o desenvolvimento desses RN pré‑termo (PETERS, 1998). Assim, os autores se perguntam se esse banho é realmente necessário. E todos nos perguntamos: Será que pode ser diferente?

Banho passo a passo

Instituição: IMMFM /SMS‑RJ

Respeitar o estado comportamental do bebê: caso esteja em sono profundo, aguardar ‑ dura cerca de 20 minutos; se estiver protestando ou chorando, con‑ solá‑lo completamente antes da realização do procedimento. Lembrar que não

Módulo

4

Falar antes de tocar o bebê. Sempre que possível, solicitar o auxílio da mãe para o procedimento.

Remover a fralda, retirar o excesso de fezes com algodão úmido, fazer higiene perineal. Com ajuda de uma fralda de pano ou de toalha‑fralda, proceder ao enrolamento do bebê, proporcionando segurança.

Iniciar o banho pelo rosto, sem sabão: limpar os olhos utilizando uma bola de algodão para cada olho, limpar narinas e orelhas, quando necessário, com fusos de algodão.

Posicionar o RN na bacia com água morna de modo que seu corpo fique sub‑ merso até o pescoço, em ambiente fechado, evitando as perdas de calor por convecção.

Lembrar de ir retirando o enrolamento com pano aos poucos e ensaboar o pescoço, membros superiores, tórax anterior, costas e membros inferiores su‑ cessivamente.

Retirar o sabonete.

Ensaboar a região genital, removendo o sabão com algodão.

Retirar o RN da bacia, enrolando‑o em toalha ou pano macio, secando a pele com movimentos compressivos e suaves, sem friccioná‑la, e colocá‑lo em con‑ tato pele a pele, em posição canguru.

Quando em leito aquecido, retirar a roupa suja e limpar o colchonete com água e sabão.

Forrar com o lençol, esticando‑o bem para não formar dobras.

Realizar o curativo umbilical conforme a técnica.

Colocar o RN em posição confortável, com auxílio de coxins e rolos.

Recolher os materiais utilizados e despejar no lixo.

Fazer limpeza corretamente do leito.

Lavar as mãos.

Pesagem

Módulo

4

Seção 12

Cuidados e manuseios individualizados

Fotógrafas: Carmem Elias e Suzane Menezes Instituição: IMMFM/SMS ‑ RJ

Fazer limpeza prévia do prato da balança com álcool a 70% e forrar com papel toalha.

Colocar lençol ou outro pano que possa enrolar o bebê sobre o prato da balança.

Tarar a balança, por meio do botão específico na digital ou do peso de regula‑ gem na balança manual.

Colocar o RN despido, enrolado em lençol fino (com peso previamente conhe‑ cido), no prato da balança ou na área central.

Aguardar estabilização do peso, na digital ou na manual.

Retirar o RN da balança e desligá‑la.

Fazer registro do peso.

Desprezar o papel‑toalha e fazer nova desinfecção do prato da balança com álcool a 70%.

Lavar as mãos. Observações:

Preferencialmente, indica‑se o uso de balanças digitais, seja pela maior confia‑ bilidade seja pela rapidez no procedimento.

Módulo

4

Troca de fralda e higiene

Passo a passo

Instituição: IMMFM/SMS‑RJ

Lavar as mãos.

Calçar as luvas, no caso de profissional de saúde.

Retirar a fita adesiva da fralda com delicadeza, devido ao ruído excessivo.

Observar a integridade da pele.

Limpar região perineal de dentro para fora, com algodão umedecido em água morna.

Limpar região perianal e nádegas, lateralizando o bebê – nunca elevar seus quadris pelas pernas.

Secar a pele com ajuda de panos macios ou algodão.

Utilizar pomadas ou cremes, quando indicado e prescrito.

Colocar fralda limpa, observando o tamanho apropriado.

Posturar o bebê em seu leito.

Organizar material utilizado.

Retirar as luvas e lavar as mãos.

Registrar em folhas próprias quantidade, características das eliminações e in‑ tegridade da pele.

Observações:

O bebê deverá ser colocado em decúbito elevado (posição antirrefluxo), de‑ vendo ser rolado lateralmente de um lado para o outro, retirando‑se a fralda e fazendo a higiene. Procurar não elevar as pernas do recém‑nascido, evitando assim aumentar a pressão abdominal, favorecendo o RGE e broncoaspiração.

Quando não existir tamanho de fralda apropriado para o bebê, recortar, para que não favoreça abdução exagerada do quadril.

Vestuário

Da mãe – Usar roupa com abertura ventral e central, facilitando o contato pele

a pele, a ordenha e a amamentação. A mãe poderá usar sua própria roupa ou a fornecida pelo hospital.

Módulo

4

Seção 12

Cuidados e manuseios individualizados

Da criança – Usar apenas fralda, toucas, luvas e meias. Uma camiseta poderá

ser utilizada se a mãe desejar, porém a abertura deverá ser colocada na frente, permitindo o contato pele a pele.