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CURSOS ABRANGIDOS PELO ACORDO

No documento INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO MERCOSUL (páginas 72-76)

CAPÍTULO 3................................................................................... 58

3.3 ACORDO DE ADMISSÃO DE TÍTULOS E GRAUS UNIVERSITÁRIOS

3.3.2 CURSOS ABRANGIDOS PELO ACORDO

O artigo segundo do Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL disciplina quais os diplomas de ensino superior que são abrangidos, a saber:

134 BRASIL. Tribunal Regional da 4ª Região. Apelação Cível Nº 2008.70.00.009800-1/PR. Relator Des. Federal Luiz Carlos de Castro Lugon, DJU. 14/04/2009. Disponível em http://gedpro.trf4.gov.br/visualizarDocumentosInternet.asp?codigoDocumento=2819029&termosPesq uisados=diploma|mercosul. Acessado em 08 de out. de 2010.

Para os fins previstos no presente Acordo, consideram-se títulos de graduação aqueles obtidos em cursos com duração mínima de quatro anos e duas mil e setecentas horas cursadas, e títulos de pós-graduação tanto os cursos de especialização com carga horária presencial não inferior a trezentas e sessenta horas, quanto os graus acadêmicos de mestrado e doutorado.

Ademais, no Brasil a educação superior abrange diferentes cursos, os quais não são abrangidos pelo Acordo de Admissão de Títulos e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL, destacando-se os tecnólogos e os cursos seqüenciais. O Parecer CNE/CES n.º 329/2004135 esclarece esta situação:

[...] Recentemente, aprovou-se no Brasil a figura da modalidade de tecnólogo como graduação de natureza especial. Esta contempla cursos cuja duração, fixada em horas, varia entre 1.600 horas e 2.400 horas. As licenciaturas, que igualmente conduzem a diploma de graduação, licenciatura, tiveram sua duração fixada em 2.800 horas. Ao lado dessas, já existiam os seqüenciais de formação específica, na maioria com duração de dois anos, que também conduzem a diplomas. Observa-se, portanto, uma variedade de duração de cursos superiores, bem como uma multiplicidade de denominações, tais como bacharéis, licenciados, tecnólogos e cursos superiores de formação específica, com destinação coletiva, os seqüenciais [...].

Neste sentido, o estudante deverá analisar a carga horária do curso escolhido, tendo em vista que se estiver em desconformidade com a carga horária mínima do aludido acordo, estará imediatamente impedido de revalidar o curso no seu país de origem.

3.3.2.1 Curso de graduação

No Brasil há cursos de graduação que não se enquadram na carga horária mínima exigida para validação. Conforme já asseverado no Capítulo 2, item 2.3.2, a Resolução CNE/CES n.º 2/2007136 estabelece que os cursos de graduação devam ter, no mínimo, 2.400 horas, ou seja, há cursos com a carga horária inferior àquela prevista no artigo segundo do Acordo de Admissão de Títulos

135 Brasil. Parecer CNE/CES n.º 329, de 07 de julho de 2004. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2003/pces108_03.pdf. Acessado em 05 de out. de 2010.

136 BRASIL. Resolução CNE/CES n.º 2, de 18 de junho de 2007. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2007/rces002_07.pdf. Acessado em 05 de out. de 2010.

e Graus Universitários para o Exercício de Atividades Acadêmicas nos Estados Partes do MERCOSUL.

Nesta perspectiva, poderá ocorrer a equivalência da carga horária total do curso, entretanto, o limite para integralização do curso poderá ser inferior a 4 (quatro) anos, entretanto, a carga horária exigida é idêntica, o que não prejudicará o educando. Esta possibilidade está prevista na Resolução CNE/CES n.º 2/2007137:

[...] III – os limites de integralização dos cursos devem ser fixados com base na carga horária total, computada nos respectivos Projetos Pedagógicos do curso, observados os limites estabelecidos nos exercícios e cenários apresentados no Parecer CNE/CES nº 8/2007, da seguinte forma:

a)Grupo de Carga Horária Mínima de 2.400h:

Limites mínimos para integralização de 3 (três) ou 4 (quatro) anos.

[...].

Novamente, exige-se atenção do educando no tocante ao oferecimento do curso na instituição de ensino selecionada.

3.3.2.2 Curso de pós-graduação lato sensu

No Brasil, conforme já asseverado, os cursos de pós-graduação lato sensu possuem carga horária mínima de 360 horas e não dependem de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento.

Neste caso, o educando estrangeiro que desejar freqüentar um curso de pós-graduação lato sensu oferecido no Brasil, e posteriormente, revalidar o título no seu país de origem, precisará apenas verificar se a instituição de ensino está devidamente credenciada para o oferecimento do curso, uma vez que nenhum curso será oferecido com carga horária inferior a 360 horas.

137 BRASIL. Resolução CNE/CES n.º 2, de 18 de junho de 2007. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2007/rces002_07.pdf. Acessado em 05 de out. de 2010.

Contudo, o educando que desejar revalidar o seu certificado de especialização no Brasil não obterá êxito. Aliás, a matéria foi analisada por meio do Parecer CNE/CES 227/2002138, onde se destaca:

Assim, considerando que a Lei 9.394/96 que instituiu as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a despeito de prever em seu art. 44, III, a existência dos cursos de especialização, não versa sobre a possibilidade de revalidação dos certificados de cursos de pós-graduação “lato sensu”, expedidos por instituições estrangeiras e, ainda, tendo em vista que os órgãos educacionais competentes, por sua vez, também não dispuseram a este respeito, por óbvio, as universidades não devem fazê-lo a seu critério.Especificamente, sobre os cursos de pós-graduação, vigora a Resolução CNE/CES nº 1, de 3 de abril de 2001, que estabelece normas para o funcionamento destes, prevendo, em seu art. 4º, as regras para a revalidação de diplomas de pós-graduação “stricto sensu”. A hipótese de revalidação de certificados de cursos de especialização expedidos por instituições estrangeiras não foi mencionada.

Outrossim, a Resolução CES nº 3, de 5 de outubro de 1999, revogada pela norma acima referida, também, não versou a respeito do tema. Isso posto, em princípio, a conclusão lógica é de que ou os certificados de especialização expedidos por instituições estrangeiras simplesmente não podem ser revalidados, o que parece não estar correspondendo à atual política educacional, ou, fazse necessária a publicação de normas específicas sobre a matéria.

Como visto as legislações que disciplinam o processo e os cursos que permitem a revalidação dos seus diplomas no Brasil, versam somente e expressamente, sobre procedimentos relativos à revalidação de diplomas de graduação e de pós-graduação stricto sensu (Mestrado e Doutorado), expedidos por universidades estrangeiras, os quais serão elucidados oportunamente no decorrer do presente trabalho.

3.3.2.3 Curso de pós-graduação stricto sensu

Diferentemente dos cursos de pós-graduação lato sensu, estes necessitam de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento.

Este curso de pós-graduação é o que mais gera controvérsia no processo de revalidação de diploma e, por conseguinte, também é o mais procurado, conforme se demonstrará na sequência.

138 BRASIL. Parecer CNE/CES 227, de 03 de julho de 2002. Disponível em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces227_02.pdf. Acessado em 08 de nov. de 2010.

No documento INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO MERCOSUL (páginas 72-76)

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