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Da criação do Turismo de Portugal, I.P ao XX Governo Constitucional

PARTE II – EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO PARA O TURISMO

Capítulo 4. A educação e formação para o turismo em Portugal: de “cluster” setorial à abrangência conceptual: um processo histórico

4.8. Da criação do Turismo de Portugal, I.P ao XX Governo Constitucional

Em consequência da Resolução, e no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) e dos objetivos do Governo para a modernização administrativa, ao Instituto do Turismo de Portugal, I.P. são atribuídas as competências anteriormente cometidas à Direção Geral de Turismo, ao Instituto de Formação Turística, e à Inspeção Geral de Jogos (Decreto-Lei n.º 141/2007, de 27 de abril). Os Estatutos deste novo organismo são publicados três dias depois, neles se estabelecendo a estrutura interna de acordo com as seguintes áreas de atuação: Estudos e Planeamento Estratégico; Operacionais; e Apoio e Suporte. A área operacional organiza-se em cinco diferentes direções, entre elas a de formação, competindo-lhe “definir as prioridades de qualificação dos recursos humanos do setor do turismo, tendo em vista a melhoria do prestígio das profissões turísticas, o reconhecimento de cursos de formação profissional e a certificação da aptidão profissional para o exercício das profissões do setor e, ainda, a gestão ou participação em operações concretas de formação, designadamente a das Escolas de Hotelaria e Turismo” (Portaria n.º 539/2007, de 30 de abril). A Direção de Formação compreendia o Departamento de Planeamento e Certificação e o Departamento de Coordenação e Gestão Escolar.

Esta organização é realizada em linha contrária às orientações delineadas no PRACE, que no seu Relatório de março de 2006 defendia que as atribuições do INFTUR deveriam ser transferidas para o Ministério da Educação e para o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, podendo o Turismo de Portugal, I.P. manter algumas escolas, precisando, ainda, que os cursos de formação inicial seriam integrados na rede de estabelecimentos de ensino público na área geográfica onde as escolas estavam implantadas, sendo que a formação continua passaria para os Centros de Formação (serviços desconcentrados do MTSS, através do IEFP). Previa, ainda, a possibilidade de externalizar algumas unidades da rede escolar, para o setor associativo, cooperativo ou até empresarial (PRACE - Relatório Final, março de 2006, p.131).

Contudo, a estratégia de expansão continuava e, a 9 maio de 2007, era lançada a primeira pedra da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre. A cerimónia iniciou-se no Centro de Congressos da Câmara Municipal, com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, e do arquiteto responsável pelo projeto, Eduardo Souto Moura, além de várias outras entidades, e terminou com a colocação da “primeira pedra” no terreno

de 7.500m2 localizado na antiga Fábrica Robinson, onde a escola iria nascer (Lopes, 12 de maio de 2007, p.2).

Figura 35: Cerimónia da “primeira pedra” na escola de Portalegre.

Jorge Umbelino escrevia em agosto, na sua mensagem incluída no Plano de Atividades do INFTUR para 2007: “Na altura em que escrevemos estas linhas não é ainda certo se o INFTUR entrará, ou não, em 2007 como instituição autónoma”, isto porque, de acordo com o Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, se aguardava já a fusão dos diversos institutos na área do turismo. No entanto, o reforço da rede escolar não foi abandonado, prevendo-se a abertura dos novos núcleos escolares em Viana do Castelo e no Oeste - Caldas da Rainha, e, ao que tudo apontava, em Beja. Isto, decorrendo ainda os processos de obras em Portalegre e os processos burocráticos para as novas estruturas no Porto e em Santa Maria da Feira. A formação procurava ainda um novo modelo organizacional” (INFTUR, 2007, p.2).

As Grandes Opções do Plano para 2008, conhecidas em agosto, corroboravam as suas palavras e previam o aumento da rede escolar de formação turística com a criação de um núcleo escolar nas Caldas da Rainha e uma escola em Portalegre (Lei n.º 31/2007, de 10 de agosto). E, no mesmo mês, a Direção de Formação do novo instituto, o Turismo de Portugal, I.P., inicia o seu funcionamento, tendo como Diretora Coordenadora Ana Sampaio116, respondendo hierarquicamente ao Vogal do Conselho de Administração Nuno Santos. É, então, criada uma nova oferta formativa que passa a designar-se por formação “on the job”, formação em regime de alternância escola-empresa. O projeto piloto inicia-se no Algarve, em parceria com um grupo hoteleiro nacional.

O Governo identifica então como indispensável para a construção da sociedade do conhecimento a valorização e modernização da escola, criando condições que favoreçam o sucesso escolar dos alunos e consolidar as tecnologias da informação e da comunicação

enquanto ferramenta básica para aprender e ensinar, criando um Plano Tecnológico a ser aplicado a toda a rede escolar. Este plano tinha como objetivo a ligação à internet em banda larga de alta velocidade, melhorar o rácio computador-aluno com ligação à internet, e aumentar a percentagem de docentes com certificação TIC (Resolução do Conselho de Ministros n.º 137/2007, de 18 de setembro). O Turismo de Portugal, I.P. estabelece uma parceria com o Gabinete de Estatística e Planeamento do Ministério da Educação para inclusão da sua rede escolar neste ambicioso programa.

O ano letivo 2007/2008 inicia-se na ESHTE com esta a oferecer os seus primeiros cursos de mestrado, com um mestrado em Segurança e Qualidade Alimentar e um mestrado em Turismo; tal só foi possível com a adequação do sistema de graus no ensino superior inerente ao processo de Bolonha. Pretendia-se, ainda, criar um mestrado em Gestão Hoteleira - International Hotel Management (Valente, 21 de setembro de 2007, p.36). Nas Escolas de Hotelaria e Turismo, o ano letivo inicia-se com um novo plano curricular para os cursos de cozinha/pastelaria, de restaurante/bar e de hotelaria e turismo (Portaria n.º 846/2007, de 19 de setembro), e são criados os CET em Técnicas e Gestão de Turismo (Despacho n.º 24 619/2007, de 26 de outubro) e em Técnicas de Gestão Hoteleira (Despacho n.º 24 620/2007, de 26 de outubro).

Por esta altura, e após decisão política sobre a localização das futuras instalações para a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, a Direção de Formação do Turismo de Portugal, I.P inicia os contactos com o a Parque Escolar, E.P.E e com o Gabinete de Arquitetura de Teresa Nunes da Ponte para desenvolvimento do programa funcional de adaptação da Escola Machado de Castro para escola hoteleira.

No dia 17 de outubro de 2007 foi inaugurada a Escola de Hotelaria e Turismo de Viana do Castelo, contando com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade. O Forte ou Castelo de Santiago da Barra, património nacional, tinha sofrido obras de reabilitação, desde 2005, no valor de 4.750.000€, que incluiram uma comparticipação FEDER. A autoria do projeto foi do Gabinete de Apoio Técnico do Vale do Lima. O arranque escolar da nova estrutura contou com 47 alunos repartidos por três turmas dos cursos de cozinha/pastelaria, restaurante/ bar e alojamento, tendo a escola capacidade para vir a albergar 175 alunos. O modelo formativo aplicado estabeleceu o pagamento de uma propina anual de 750€, repartida em dez prestações mensais de 75€. Os uniformes, fardas de trabalho e outros materiais didáticos são igualmente suportados pelos alunos. No entanto, alunos carenciados usufruem de apoio social escolar (Andrade, 2 de novembro de 2007, p.44)

Duas semanas depois, a 30 de outubro, inaugura-se o polo de Óbidos do Núcleo Escolar de Hotelaria e Turismo do Oeste; o Secretário de Estado do Turismo preside à cerimónia. As aulas tinham arrancado no ano letivo anterior em instalações cedidas provisoriamente (Abrunheiro, 1 de novembro de 2007, p.22). A nova estrutura formativa resultou de um protocolo celebrado entre o Turismo de Portugal, I.P., que adquiriu o equipamento operacional e pedagógico, e a Câmara Municipal de Óbidos, que foi responsável pelas obras de adaptação do espaço São Tiago, no centro histórico da Vila. (Valente, 2 de novembro de 2007, p.44). A criação deste polo escolar era uma luta antiga da Região de Turismo do Oeste, para a qual o seu Presidente, António Carneiro117, muito contribuiu, o qual, na cerimónia inaugural, se referiu a ela como sendo “um grande dia para o Oeste”. Com efeito, os primeiros contactos para a instalação daquela estrutura escolar remontavam há vinte e três anos, quando a Região de Turismo verificou o sucesso das ações de formação levadas a cabo pelas brigadas móveis do então INFT (Valente, 2 de novembro 2007, p.44). O novo polo tinha uma capacidade para albergar 60 alunos em formação inicial e cerca de 100 em formação contínua (Abrunheiro, 2 de novembro de 2007, p.1), tendo arrancado com um curso de Técnicas e Gestão do Turismo a que se juntou, mais tarde, um CET em Pastelaria avançada (Abrunheiro, 1 de novembro de 2007, p.22).

O Conselho de Ministros faz, em setembro, uma análise fria do panorama educativo nacional:

“Portugal fez, ao longo dos últimos trinta anos, um significativo esforço de qualificação da população, em todos os níveis, no sentido de recuperar o atraso que nos distancia dos países mais desenvolvidos. No entanto, a realidade atual está ainda distante da situação de grande parte dos países da União Europeia e da OCDE. Portugal continua a apresentar baixos níveis de qualificação, quer nas gerações mais avançadas quer entre os jovens. Cerca de 3.500 000 dos atuais ativos têm um nível de escolaridade inferior ao ensino secundário, dos quais 2.600 000 inferior ao 9.º ano. Cerca de 485 000 jovens entre os 18 e os 24 anos (i.e.,45% do total) estão hoje a trabalhar sem terem concluído doze anos de escolaridade, 266 000 dos quais não chegaram a concluir o 9.º ano (Resolução do Conselho de Ministros n.º 173/2007, de 7 de novembro).

O nível secundário representava já, para os países com melhores índices de desenvolvimento, o nível de habilitação da população com maior expressão, e era

consensualmente tido como condição indispensável de suporte às exigências de desenvolvimento das economias mais evoluídas. Assim, tornava-se premente aumentar e diversificar a oferta de cursos profissionalizantes para jovens que conferissem dupla certificação, e incrementar a qualificação dos adultos com a expansão da oferta de cursos de educação e formação, com o desenvolvimento da formação contínua de ativos, e o alargamento e consolidação do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências obtidas por vias formais e informais. Estes objetivos são então consagrados na Iniciativa Novas Oportunidades (Resolução do Conselho de Ministros n.º 173/2007, de 7 de novembro), tornando-se numa forte bandeira política do Governo. O Sistema Nacional de Qualificações (Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de dezembro) veio definir as estruturas que asseguravam o seu funcionamento, integrando no sistema a Agência Nacional para a Qualificação, I.P., o Conselho Nacional da Formação Profissional, os Conselhos Setoriais para a Qualificação, os Centros Novas Oportunidades, os estabelecimentos de ensino básico e secundário, os centros de formação e reabilitação profissional de gestão direta e protocolares, os polos de excelência que sejam criados a partir de operadores de formação que se distinguem pela qualidade das suas intervenções formativas, e outras entidades com estruturas formativas. Integravam ainda o sistema as empresas que promovessem a formação dos seus trabalhadores, bem como outras entidades que concorressem para o mesmo fim, bem como as instituições de Ensino Superior.

No âmbito do mesmo Decreto, foi também criado o Quadro Nacional de Qualificações, o Catálogo Nacional de Qualificações e a Caderneta Individual de Competências. E a Secretaria de Estado do Turismo lança, nesta altura, o Conselho Setorial do Turismo, com a intenção de perceber quais as necessidades de formação do País.

No início do ano de 2008 iniciam-se as negociações tendentes à construção das novas instalações para a futura Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal e do seu Hotel de Aplicação, e iniciou-se também o projeto de criação de condições físicas para o exercício da prática desportiva nas escolas da rede do Turismo de Portugal, I.P..

O projeto previa, então, a sua extensão temporal até 2015, de forma a garantir a plena execução dos seus princípios básicos. O processo viria a evoluir para uma certificação da formação pela reputada Escola Suíça.

No âmbito de um outro protocolo estabelecido com a recém-criada Parque Escolar, E.P.E., deu-se início ao ambicioso projeto de requalificação das escolas hoteleiras de Lisboa e do Porto. Para o efeito, em Lisboa avançava-se para a renovação integral do edifício da

antiga Escola Industrial Machado de Castro, desativada desde 31 de agosto de 2005, e no Porto com a renovação da antiga Escola Artística Soares dos Reis.

A iniciativa Novas Oportunidades constituía-se um marco importante para a consolidação e expansão da oferta de Cursos EFA (educação e formação de adultos), aumentando o número de cursos de nível básico e criando uma nova oferta para o nível secundário. Os cursos EFA foram iniciados com uma rede experimental implementada por algumas entidades formadoras selecionadas, e progressivamente alargada. A oferta modular de curta duração teve por base os percursos de educação e formação de adultos previstos no Catálogo Nacional de Qualificações, procedendo-se a ajustamentos no regime jurídico dos cursos e à regulamentação das formações modulares, integrando, no mesmo instrumento jurídico, as duas modalidades de formação fundamentais para a qualificação de adultos Os cursos EFA revelavam-se um instrumento importante das políticas de educação e formação do XVII Governo (Portaria n.º 230/2008, de 7 de março).

Integrado no programa da conferência “Tourism. What’s Next”, realizado no Centro de Congressos do Arade, em setembro, o Turismo de Portugal, I.P. e a “École Hoteliére de Lausanne” assinam um protocolo de colaboração tendo por objetivo a Certificação da rede escolar por aquela instituição, processo que viria a ser iniciado precisamente nas escolas do Algarve, sendo progressivamente estendido às restantes estruturas escolares do Ministério da Economia. A conferência marcou também o arranque do HMI - Hospitality Management Institut, um projeto desenvolvido pelo Turismo de Portugal, I.P. em colaboração com a ESHTE, o ISCTE e a Universidade do Algarve, que pretendia criar uma instituição de formação superior e de investigação que tinha a pretensão de se posicionar entre as melhores do mundo no setor do turismo.

O ano letivo 2008/2009 nas Escolas de Hotelaria e Turismo inicia-se com um aumento de turmas em formação inicial, passando de 127 para 140, correspondendo ao aumento do número de alunos de 2.497 para 2.676, e com novos cursos, os CET em Pastelaria Avançada (Despacho n.º 9.755/2008, de 3 de abril) e CET em Técnicas Avançadas de Cozinha (Despacho n.º 27.308/2008, de 27 de outubro).

Em novembro de 2008, o Governo definiu o regime de autonomia da rede de Escolas de Hotelaria e Turismo, enquanto estruturas desconcentradas do Turismo de Portugal, I.P., consagrando o seu modelo formativo, de administração e de gestão. (Decreto-Lei n.º 226- A/2008 de 20, de novembro). Nele se estabelece a possibilidade de concessionar os hotéis e restaurantes de aplicação a entidades privadas do setor.

No mês seguinte, é publicado o Regulamento de Pessoal do Instituto do Turismo de Portugal, I.P., enquadrando os cargos dirigentes das Escolas (Despacho Normativo n.º 64/2008, de 11 de dezembro), e é estabelecida a sua organização interna (Portaria n.º 1.441/2008, de 11 de dezembro), qualificando-as segundo dois tipos: as tipo I, Algarve, Portalegre, Lisboa, Estoril, Coimbra, Porto e Douro-Lamego, que correspondiam às escolas com maior capacidade formativa; e as tipo II, Portimão, Vila Real de Santo António, Setúbal, Santarém, Fundão, Santa Maria da Feira, Viana do Castelo e Mirandela, mais pequenas, correspondendo aos anteriormente designados núcleos escolares. O mesmo diploma legal estabelece os agrupamentos escolares, associando a uma Escola tipo I as escolas tipo II da sua respetiva área territorial.

Ainda em dezembro, foi inaugurado o polo das Caldas da Rainha da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, sediado no designado Edifício 2 onde tinha funcionado o polo local da Universidade Autónoma de Lisboa, entretanto encerrado, cedido por protocolo, cuja adaptação foi suportada por fundos municipais e o equipamento suportado pelo Turismo de Portugal, I.P. No mesmo mês, é ainda inaugurada a Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, um investimento de 4.600.000€ que incluiu um financiamento FEDER, e iniciam-se as reuniões com o Gabinete da Arquitetura de Carlos Prata para a instalação da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto, na antiga Escola Soares dos Reis.

O ano de 2009 inicia-se com as escolas hoteleiras a verem uma vez mais a sua oferta formativa ser reformulada, desta vez em parceria com a “École Hoteliere de Lausanne”, introduzindo nos cursos a área de desenvolvimento comportamental, a par de outros conteúdos específicos na componente de formação tecnológica e reforço das línguas estrangeiras (Portaria, n.º 57/2009, de 21 de janeiro). E é também no início do ano que são nomeados os seus Diretores (Deliberação do Conselho Diretivo de 7 de janeiro de 2009),

Quadro 9: Nomeação de diretores por escolas de hotelaria e turismo (2009)

Agrupamento Formativo Escola Dirigente118

Lisboa Lisboa Maria Clara N. Freitas

Lisboa Setúbal Maria João B. Carmo

Estoril Estoril Rosa Alexandra J. Pereira

Estoril Santarém Sónia Fidalgo Pais

Coimbra Coimbra Ana Paula Baptista Pais

Coimbra Oeste Antonio Carlos S. Gomes da Costa

Coimbra Fundão Maria José Canaveira Martins

Porto Porto Dora Gonzalez Araújo

Porto Santa Maria da Feira Sandra Patricia N. Fernandes Porto Viana do Castelo Cristina Maria Félix A. Lima

Algarve Faro Manuel Faustino

Algarve Portimão Pedro Jorge M. Moreira

Algarve Vila Real de Santo António José Epifânio M. Graça Portalegre Portalegre Maria Teresa Samarra Vintém Douro Lamego Lamego Paulo Miguel M. R. Morais Vaz Douro Lamego Mirandela Dora Catarina Garrucho Caetano

Em março, o Turismo de Portugal assina um protocolo com o Município de Setúbal, e apresenta publicamente a nova Escola de Hotelaria e Turismo, a instalar no antigo quartel de N.ª Sr.ª da Conceição (Quartel do 11), cujas obras de adaptação e reabilitação do edifício iriam começar, destacando que para além da escola o projeto contemplava a construção de um Hotel de aplicação com cerca de 20 quartos. A obra, gestão do projeto de execução e concurso para adjudicação da empreitada seria coordenada pela Parque Escolar, E.P.E. (F.R., 5 de maio de 2009, p.5).

Figura 36: Cerimónia de lançamento da obra de reabilitação do Quartel do 11.

Em maio de 2009, o Ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior determina o encerramento compulsivo do Instituto Politécnico Internacional, estabelecimento de ensino superior privado propriedade da SIPEC- Sociedade Internacional de Promoção de Ensino e Cultura, S.A. (DGES, 1 de outubro de 2010, p.1). Terminava, assim, a primeira instituição de ensino superior privada a fazer formação em Gestão Hoteleira.

Manuel Pinho, Ministro da Economia e da Inovação, demite-se do Governo a 2 de julho de 2009, assumindo a sua pasta, por acumulação, Teixeira dos Santos, então Ministro de Estado e das Finanças.

Consciente da crescente importância do turismo na economia nacional, o XVII Governo tinha adotado no seu programa o turismo como área de intervenção prioritária, e paralelamente apontava como áreas prioritárias de incidência das políticas públicas de turismo, os transportes e acessibilidades, a qualificação da oferta, o ensino e formação profissional e a política fiscal (Decreto-Lei n.º 191/2009, de 17 de agosto).

O turismo representava cerca de 11% do PIB e empregava mais de 500.000 pessoas, possuindo real capacidade de contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população e para a progressão da coesão territorial (Preâmbulo do Decreto-Lei n.º 191/2009, de 17 de agosto).

A estrutura e organização do Catálogo Nacional de Qualificações, bem como o modelo de evolução para qualificações baseadas em competências estava estabelecido (Portaria n.º 781/2009, de 23 de julho), assim como definidos os descritores para a caracterização dos níveis de qualificação nacionais (Portaria n.º 782/2009, de 23 de julho).

A 7 de setembro de 2009, a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa muda de instalações, 51 anos depois de ter sido criada, passando a ocupar a antiga Escola Industrial Machado de Castro. O Turismo de Portugal, I.P. assume o papel de arrendatário, sendo a entidade proprietária a Parque Escolar, E.P.E. O investimento total de 14.300.000€ passa a ser mensalmente amortizado através do pagamento de uma renda.

As eleições legislativas decorrem a 27 de setembro de 2009 e o PS vence, apesar de não obter maioria absoluta. José Sócrates toma posse a 26 de outubro de 2009 como Primeiro-Ministro do XVIII Governo Constitucional. José Vieira da Silva assume a pasta da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, mantendo-se Bernardo Trindade na Secretaria de Estado do Turismo e Luis Patrão no Turismo de Portugal, I.P.

O Programa de Governo assume como prioridades o relançamento da economia, a modernização do País e a promoção do emprego.

O ano letivo inicia-se com turbulência, já que uma má interpretação da mudança dos planos curriculares dos cursos terá estado na origem da greve ás aulas e a manifestações dos alunos da Escola de Santa Maria da Feira, que pretendiam ver o novo modelo aplicado apenas em novas instalações da Escola. Preparava-se na altura uma candidatura a apresentar à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN), para obtenção de financiamento para a construção de um novo edifício escolar projetado pela Arquiteta Felismina Topa, onde se previa serem investidos seis milhões de euros (Baptista, 9 de novembro de 2009, p.24). Com o início do ano letivo, é estendido o funcionamento do CET em Técnicas e Gestão Hoteleira nas Escolas do Turismo de Portugal, I.P. por mais dois ciclos formativos (Despacho n.º 22.016/2009, de 2 de outubro).

O Turismo de Portugal, I.P., procurando dar resposta às necessidades prementes de funcionários administrativos nas suas escolas, abre concurso para o preenchimento de 35 postos de trabalho; tratou-se da maior admissão jamais realizada com este fim para as escolas (Aviso n.º 19.587/2009, de 2 de novembro).

No Ensino Superior, a Universidade de Lisboa, através do IGOT, em colaboração