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INSTÂNCIA ESTADUAL

2.1.1 DEFESA SANITÁRIA FEDERAL

A defesa sanitária animal, no território brasileiro, é de competência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- tecimento - MAPA. Entretanto, o MAPA pode delegar suas competências às unidades da federação, desde que a unidade disponha de estrutura organizacional e técnica para exercer as atividades pertinentes. Compõem a infra-estrutura básica do MAPA as seguintes Secretarias: (1) de Defesa Agropecuária, (2) de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, (3) de Política Agrícola, (4) de Produção e Agroenergia, (5) de Relações Internacionais do Agronegócio e (a) da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, (b) do Instituto Nacional de Meteorologia, (c) dos Laboratórios de Referência e (d) das Superintendências nas Unidades Federativas. Especificamente, por razões deste estudo, será dado vistas apenas à Secretaria de Defesa Agropecuária, secção animal, a qual encontra estrutura no (i) Departamento de Saúde Animal, no (ii) Departamento de Inspeção de produtos de Origem Animal, no (iii) Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários e na (iv) Coordenação-Geral do Sistema de Vigilância Agropecuária (BRASIL, MAPA, 2009).

Para melhor compreensão dos diferentes níveis hierárquicos administrativos do MAPA transcrevemos organo- grama institucional, conforme figura 3.

Não é demais registrar que o Ministério da Agricultura, originalmente denominado Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, foi criado no século XIX por decisão da Assembléia Legislativa, quando da promulgação do Decreto Imperial nº. 1067 de 28 de julho de 1860, passando a integrar a estrutura formal do Gabinete do 2º Império. O primeiro ministro do Brasil foi Joaquim José Ignácio, que permaneceu no cargo por 51 dias.

Ao completar 149 anos de serviços prestados á agropecuária nacional, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem como missão institucional estimular o aumento da produção agropecuária e o desenvolvimento do agronegócio, com o objetivo de atender o consumo interno e formar excedentes para exportação. Como consequência deste encargo encontra-se a geração de emprego e renda, a promoção da segurança alimentar, a inclusão social, a redução das des- igualdades sociais com foco na sustentabilidade ambiental. Anota-se que o agronegócio brasileiro representa significativa parcela do produto interno bruto e fonte de renda nacional.

Neste sentido, torna-se indispensável o tratamento adequado das negociações agropecuárias internacionais naquilo que diz respeito aos aspectos sanitário e fitossanitário, en- tendendo que é crescente a exigência dos consumidores, em nível global, por alimentos saudáveis e de qualidade, aliada à preocupação com a saúde animal e a sanidade vegetal. Para

atender a esta demanda, foi criada em 2005, com a reestru- turação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, uma área que trata de temas internacionais, com atribuição específica de elaborar propostas para negociações de acordos sanitários e fitossanitários e analisar as deliberações relativas às exigências fitossanitárias que envolvem assuntos de interesse do setor agropecuário brasileiro.

Enquanto grande produtor e exportador de alimentos e de produtos agrícolas, o Brasil não pode se eximir de acatar a configuração do comércio internacional, atualmente orientada pela segurança sanitária dos alimentos sob o enfoque de cadeia produtiva e à manutenção da excelência sanitária do patrimônio pecuário e aquícola. O acesso ao mercado de exportação de alimentos, cada vez mais, continuará dependendo da capacidade de cada país em cumprir os requisitos regulatórios dos im- portadores. A conquista e a sustentação das demandas no mercado internacional pressupõem a confiança por parte dos importadores e dos consumidores da probidade dos sistemas de produção de alimentos.

Amparado em legislação específica para a preservação da qualidade sanitária animal, o Departamento de Saúde Animal (DSA) da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura constitui o órgão responsável pela preservação, con- trole e erradicação de enfermidades dos animais. O DSA propõe as diretrizes da ação governamental para a saúde animal, coor- dena as atividades de vigilância zoossanitária, de profilaxia e combate a enfermidades dos animais e fiscaliza o trânsito de a- nimais e produtos de origem animal. Realiza ainda, auditoria téc- nico-fiscal e operacional, promove campanhas zoossanitárias, formula propostas, participa de negociações e acordos, tratados e convênios nacionais e internacionais e coordena gestões e pro- cedimentos frente ao OIE. No combate as enfermidades que a- cometem os animais, o DSA conta com a Coordenação Geral de Combate às Doenças, que coordena as atividades de prevenção, controle e erradicação de doenças e enfermidades dos animais, por meio de programas nacionais de sanidade animal e de estu- dos e inquéritos epidemiológicos. Ainda, promove e acompanha a aplicação de políticas de educação sanitária, bem como pro- grama e implementa a capacitação em saúde animal.

membro da Organização Mundial do Comércio, tem o compro- misso de cumprir com o estabelecido no artigo sétimo (intitulado Transparência) do Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitos- sanitárias, devendo assegurar que todos os regulamentos sanitá- rios e fitossanitários, que tenham sido adotados, sejam notificados aos demais Membros, por intermédio da Secretaria da OMC. Na informação devem constar quais os produtos afetados pelo regulamento, qual o objetivo e o motivo do regulamento.

O Ponto Focal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, junto ao Comitê sobre Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias da OMC (Comitê MSF), atende solicitações sobre regulamentações e atos administrativos relacionados às medidas sanitárias e fitossanitárias adotadas pelos Membros da OMC e elabora notificações das regulamen- tações e dos atos Administrativos do Ministério relativos à saúde animal, sanidade vegetal, inocuidade e qualidade de produtos de origem animal e vegetal, sujeitos ao procedimento de notificação.

Entretanto, os Países podem adotar medidas mais restritivas que as preconizadas pelos organismos citados, desde que baseadas em conceitos técnicos científicos que justifiquem a adoção de medidas aceitáveis de risco mais elevadas que as recomendadas. Todavia, devem garantir que essas medidas não sejam aplicadas arbitrariamente, não resultem em discriminação entre os Membros com condições semelhantes e não constituam disfarce para reais restrições de mercado (OMC, 2009).