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RESULTADOS DA PESQUISA 349 APÊNDICE E – CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Este estudo é restrito ao diagnóstico por imagens, não sendo explorados outros métodos de diagnóstico que não fazem uso de imagem, tampouco outras formas de diagnóstico, como exames laboratoriais e clínicos. Também não são analisadas outras etapas como realização do exame, tratamento ou acompanhamento do paciente. E são abordadas, somente, as questões que abrangem o compartilhamento do conhecimento.

Dessa forma, a atividade investigada é o diagnóstico por imagens radiológicas, desempenhado pelo profissional radiologista. Sendo assim, não são exploradas outras áreas médicas que fazem uso de imagens radiológicas para o diagnóstico e tratamento dos pacientes como oncologia, pediatria e ortopedia.

Para a realização da pesquisa, conforme procedimentos metodológicos, foi feito um estudo de múltiplos casos e foram investigadas três clínicas de radiologia. A escolha dos locais de pesquisa ocorreu pelas seguintes razões: por realizar a atividade de interesse desta pesquisa (o diagnóstico por imagens), por possuir profissionais com as características deste estudo, devido à possibilidade de acesso da pesquisadora, e pela aceitação dos locais em participar da pesquisa.

Os atores do processo de diagnóstico por imagens pesquisados no quesito de compartilhamento do conhecimento são médicos radiologistas - embora existam outros profissionais que atuem na radiologia em conjunto aos radiologistas.

Quanto aos processos, foram estudados o processo de diagnóstico por imagens e as atividades que o compõem (a aquisição das imagens, por exemplo, não foi estudada).

As práticas de gestão do conhecimento abordadas são exclusivamente aquelas que visam o compartilhamento do conhecimento, apesar da revisão de literatura abranger as práticas de GC, de forma geral.

1.5 INEDITISMO

Nas leituras sobre compartilhamento do conhecimento, verificou- se a necessidade de aprimorar os estudos nesta área, principalmente quando o tipo de conhecimento envolvido é tácito, pois esse conhecimento é de difícil externalização.

A partir disso, o procedimento estruturado de identificação da lacuna foi organizado por meio da investigação do tema em bases científicas. Foi realizada uma busca nas seguintes bases de dados: Scopus, Web of Science, PubMed e bases de dados de teses e dissertações da CAPES.

Conforme citado, o problema de pesquisa foi: como ocorre o compartilhamento do conhecimento em atividades intensivas em conhecimento em organizações de diagnóstico por imagem?

Os primeiros descritores aplicados foram "practices", "knowledge sharing" e "health", entre aspas para que restritos ao assunto pesquisado. A busca foi atualizada no dia 05 de março de 2017. O procedimento utilizado para localizar e selecionar os artigos na base de dados Scopus foi:

1. A seleção de documentos deu-se por conter os descritores no título, ou no resumo, ou nas palavras-chave do artigo; 2. Busca por tipo de documento: all;

3. A pesquisa teve como base all years to present.

Para fins de confiabilidade e repetibilidade do método, o query utilizado foi: TITLE-ABS-KEY ("practices" AND "knowledge sharing" AND "health") AND DOCTYPE (all).

Após a busca, foram localizados 318 documentos, porém, nenhum deles tratava de práticas de compartilhamento do conhecimento especificamente para o diagnóstico por imagens médicas, ressaltando o caráter interdisciplinar desta proposta e se configurando, assim, como uma proposta original.

Grande parte dos estudos sobre compartilhamento do conhecimento analisa sistemas eletrônicos de comunidades de compartilhamento. Muitos deles demonstram os efeitos positivos ao usar as tecnologias de informação e comunicação (TICs) na área da saúde

(LENZ; REICHERT, 2007); especificamente registros eletrônicos de saúde, apoio à decisão, prescrição eletrônica, encaminhamento eletrônico e outras tecnologias que permitem o intercâmbio de informações que têm sido promovidas como ferramentas potenciais para a melhoria da qualidade, segurança e eficiência do sistema de saúde.

Alguns estudos tratam de como a diversidade pode influenciar o compartilhamento do conhecimento. Ojha (2005) percebeu que os grupos que se consideravam minorias na organização eram menos propensos a compartilhar conhecimentos com os outros membros da equipe.

Outros estudos, que analisam o compartilhamento em nível individual, foram conduzidos em sistemas de informação (WASKO; FARAJ, 2005), comportamento organizacional (BORDIA; IRMER; ABUSAH, 2006), gestão estratégica (REAGANS; MCEVILY, 2003) e psicologia (LIN, 2007).

As características e os processos da equipe têm sido pouco investigados. Wang e Noe (2010) apontam que quanto maior o tempo e maior a coesão, mais propensos são os membros da equipe em compartilhar conhecimento.

Choo e Alvarenga-Neto (2010) também enfatizam a necessidade de mais pesquisa empírica para analisar tanto o efeito de grupo quanto os comportamentos envolvidos no compartilhamento do conhecimento.

Segundo Wu e Hu (2012), existem muitos estudos sobre o impacto da GC no setor empresarial, mas poucos têm investigado o setor de saúde. As lacunas apontadas pela literatura científica indicam a importância do assunto entre acadêmicos e profissionais.

Dessa forma, foi comprovada a existência de uma lacuna de estudos que tratam de compartilhamento do conhecimento em uma área específica, como a radiologia, e dos mecanismos envolvidos na dinâmica de evolução de conhecimento do radiologista especialista.

A pesquisa também se configura como original e inédita ao trazer contribuições científicas para o avanço da compreensão do compartilhamento do conhecimento em atividades intensivas em conhecimento em organizações de diagnóstico por imagem, por meio da identificação de aceleradores, motivadores, inibidores, ambientes e práticas para compartilhar conhecimento.

Sendo assim, a contribuição teórica está na articulação inédita que essa pesquisa traz ao estudar o compartilhamento do conhecimento tácito proporcionando uma orientação sobre a compreensão desse tipo de compartilhamento.

Já a contribuição teórico-empírica está no fato desse estudo, ao integrar conceitual e empiricamente o campo de pesquisa compartilhamento do conhecimento e examinar suas relações juntamente com o desenvolvimento da perícia dos atores estudados em organizações de radiodiagnóstico. Face a isto, este estudo agrega novas evidências e contribui para a continuidade de recentes trabalhos de tese do PPEGC (tais como LENZI, 2014; NUNES, 2013, os quais desenvolveram suas pesquisas com temáticas e enfoque alinhados ao compartilhamento do conhecimento.

Quanto à contribuição para a área de GC, se justifica por duas razões: 1) segundo Ipê (2003, p. 343), “há uma escassez de pesquisas especificamente na área de compartilhamento do conhecimento entre os indivíduos nas organizações, sendo que a evidência empírica está apenas começando a descobrir algumas das dinâmicas complexas” que existem em processos relacionados com o compartilhamento do conhecimento; 2) a representação das ações adotadas pelos profissionais experientes frente a uma situação que exige a tomada de uma decisão. Sendo assim, uma compreensão mais profunda desses dois pontos apresentados pode contribuir para agilizar a produtividade e coordenar o uso de recursos mais eficientes.