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CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO

4.6 DESCRIÇÃO DAS AULAS (ENCONTROS) APLICAÇÃO DO

Aula 01

Uma das minhas preocupações é em trabalhar a linguagem escrita durante toda a intervenção, por conseguinte guiarei esses alunos a escreverem em todos nossos momentos, objetivando também, motivá-los para o debate, na exposição de ideias e defesa de seus argumentos.

Temática: vídeo série cosmos "o que as moléculas fazem"

Metodologia aplicada: Inicialmente os alunos foram apresentados à proposta

trazida no plano de intervenção, foi ressaltada pelo professor a importância em participarem daquele momento de extrema relevância para todos os envolvidos - professor e alunos, e para as futuras turmas de EJA. A apresentação do vídeo foi motivada, pela composição de temas que estão inseridos no seu roteiro, em particular pelo enfoque superficial dado a temática a ser trabalhada nesse plano de intervenção pedagógica. A ideia é apresentar o tema a ser trabalhado, não se aprofundando nos aspectos físicos presentes. Inicialmente percebe-se o interesse da maioria dos alunos pelo vídeo, foi dada a tarefa simultânea para que os grupos redigissem uma resenha a ser entregue no final da aula. O objetivo é traçado para que todos se envolvam de alguma forma com a apresentação.

Figura 4: Atenção ao vídeo por parte dos alunos

Fonte: Autor, 2017.

➢ Reflexão do professor - Aula 01

Foi bastante positiva, essa primeira etapa do plano de intervenção, os alunos se mostraram em grande parte do vídeo motivados a construírem suas resenhas, podemos destacar, questionamentos feitos a mim sobre pontos específicos do vídeo

que indicam mudança atitudinal, e que mostraram naquele momento engajamento no cumprimento da atividade. Como professor destas duas turmas, me senti encorajado para o restante das atividades que virão nesse plano de intervenção.

Aula 02

Temática: Montagem do protótipo aparelho ocular.

Metodologia aplicada: O uso desse modelo de protótipo, para o aparelho ocular

humano, foi inspirado em uma atividade desenvolvida pelos bolsistas do PIBID/IFES/CARIACICA na EEEFM “Ary Parreiras”, versando sobre o tema em questão (DAROS et al, 2016, no prelo). Inicialmente foi solicitado aos alunos que formassem os grupos pré-definidos no estudo dirigido - antes da aula um com o vídeo - onde se trabalhou no sentido de introduzir esses alunos numa perspectiva investigativa dando ênfase na construção do plano de investigação. Tivemos a formação de seis grupos. Após a formação dos grupos, o professor distribuiu de forma igualitária os materiais para a construção do protótipo do olho humano.

Figura 5: Grupos trabalhando na montagem do protótipo

Fonte: Autor, 2017.

Deixaram-se os grupos por cerca de 10 minutos, para que conseguissem associar as partes biológicas a cada etapa da construção. Inicialmente foi levada a esses alunos, a necessidade de realizarem anotações com o intuito de avaliar como os elementos procedimentais estavam sendo trabalhados. Também foi deixada projetada no quadro a imagem de um aparelho ocular disponível no vídeo da aula um para que pudessem estruturar os elementos do protótipo.

Figura 6: Imagem aparelho ocular humano

Fonte: Autor, 2017.

➢ Reflexão do professor – Aula 02

Minha atenção estava voltada, para uma mediação que não interferisse em momento algum nas futuras aulas. Uma preocupação recorrente, nessas turmas, era quanto à abertura dos locais onde seriam adaptadas pupila e retina. Quanto às dimensões não interferi em nada, simplesmente respondendo se tinha alguma importância relevante a abertura destinada a tais elementos, mais precisamente a pupila. A ideia desse tipo de proposta é deixá-los descobrir as implicações oriundas das alterações no protótipo montados por eles.

Aula 03

Temática: investigação da situação problema I

Metodologia aplicada: Iniciou-se está aplicação ressaltando a importância da

participação de todos os alunos, que tentassem se focar nas atividades propostas, e que seguissem os passos desenvolvidos nas aulas especificas onde se trabalhou na organização e conclusão de um plano de investigação.

Não seria diferente talvez, para outros professores da área de exatas a insegurança que me dominou antes dessa aplicação, confesso que esse grau de liberdade intelectual dada a esses alunos me assustou, deixando-os livres na forma de pensar e de conduzirem este processo de aprendizado. Este tipo de liberdade que jamais tivera sido concedido por mim nas aulas, poderá ser o elemento dentro da pratica responsável por uma ruptura total na minha maneira de conduzir a administrar o ambiente de sala de aula. Num primeiro momento, sem nenhum tipo de resultado que poderia me ajudar a vencer essa insegurança inicial, até mesmo para continuar focado na minha tarefa em inserir o aluno de EJA nessa perspectiva de ensino,

esperei o término dessa primeira atividade para uma análise e posterior avaliação da direção tomada nesse projeto. Esta primeira reflexão sobre essa prática foi importante para a condução do restante das atividades de laboratório aberto que estarão por vir.

Antes de iniciar-se a terceira atividade, procedemos a organizar o espaço interno da sala de aula, onde agrupamos os alunos seguindo a distribuição que havia sido estabelecida na primeira aula. Após essa organização, cada grupo recebeu cópias do roteiro – material instrucional - que relatava a situação problema a ser resolvida. Por ser efetivamente, a primeira atividade com plano de investigação dentro da unidade de intervenção, levou-se certo tempo para reafirmar pontos importantes que deveriam estar presentes ao longo da investigação, assim, preferi trabalhar com uma das três situações problemas nesta aula.

Figura 7: Roteiro para elaboração do plano de investigação, situação problema I.

Fonte: Autor, 2017.

Os grupos, receberam em mãos, os protótipos criados na aula de número dois, para que pudessem explorá-los, objetivando assim, fazer do processo de manipulação

um mecanismo natural a partir daquele momento, a fim de, a partir desse, obterem respostas relevantes para a solução das situações problemas. Para explorar o protótipo, foram utilizados dois suportes de luminária, estes, proporcionaram condições de luminosidade adequada, para que os alunos pudessem observar a imagem projetada no fundo do aparato experimental. Antes que iniciassem, fizemos uma leitura atentando para todos os pontos importantes na confecção do plano de investigação dos grupos, e do campo de atuação que limitava meu papel como professor nos momentos de aplicação da Unidade de Intervenção. Após, estas orientações, e da responsabilidade, que foi atribuída aos alunos, na condução do processo de investigação, minhas angustias só aumentaram, tendo em vista, o papel secundário do professor na condução da construção do conhecimento, frente a essa nova perspectiva de ensino.

Mesmo com tantas dúvidas, o início foi encorajador, pois foi possível perceber atitude suficiente nos grupos, para que se organizassem e começassem a testar os protótipos. O objetivo inicial, seria que conseguissem observar, a imagem invertida no fundo do aparato experimental, que simulará a retina. Ao testarem o protótipo pela primeira vez, percebi que a dificuldade inicial de alguns grupos estava em conseguir definir como e onde a luz do objeto seria projetada, fato este confirmado de acordo com as figuras abaixo.

Figura 8: Alunos iniciam o procedimento investigativo Figura 9: Dúvidas quanto à utilização do protótipo

Aula 04

Temática: Investigação situações problemas, II e III.

Metodologia aplicada: Nesse segundo momento de investigação dos alunos,

sentia-me bastante motivado para esta aplicação, e com mais segurança na minha participação após analisar de forma bem ampla os vários aspectos que foram integrados na prática três, onde atitudes e comportamentos antes ocultos foram revelados e se mostraram elementos substanciais dentro do processo de aprendizagem desses alunos. Os alunos investigarão possíveis hipóteses que possam solucionar os problemas para a falta de nitidez das imagens projetadas no fundo do aparato experimental. Para tanto, foram disponibilizados os protótipos construídos por eles, duas luminárias de mesa, e a liberdade para utilização de outro mecanismo de iluminação alternativo.

Os grupos foram mantidos na sua organização inicial, foram distribuídos os roteiros para a investigação, com as situações problemas, foi realizada uma leitura preliminar do objetivo da aula, reforçando a importância da organização para o plano de investigação.

Figura 10: Roteiro para elaboração do plano de investigação situações problemas II e III

Aula 05

Temática: atividades investigativas, anexo I e II.

Metodologia aplicada: O objetivo traçado com essa aula, foi o de reforçar a

experiência significativa desses alunos, com esse propósito, buscou-se a articulação dos conceitos científicos, com as situações vividas ao longo das investigações, através de outra forma de linguagem, que não seja exclusivamente a verbal. Seguindo a mesma orientação, com foco no ensino por investigação, deixamos os estudantes terem liberdade para buscarem suas respostas, assim, tiveram a oportunidade explorar aspectos da formação das imagens, como: Característica das imagens conjugadas pelo cristalino e projetadas na retina, nitidez e possíveis correções para as imagens conjugadas.

Carvalho (2013, p. 7), atenta para o uso de outras linguagens para a comunicação do conhecimento científico: [...] a linguagem das ciências não é só uma linguagem verbal. As ciências necessitam de figuras, tabelas, gráficos e até mesmo da linguagem matemática para expressar suas construções”. Foram distribuídos aos grupos, os dois apêndices ilustrados abaixo, contendo as atividades investigativas de suporte.

Figura 11: Apêndices I e II

Fonte: Autor, 2017.

➢ Reflexão do professor – Aula 05

Quanto à qualidade das atividades, importante ressaltarmos, que o foco foi em se estabelecer atividades que não se tornassem monótonas, despertando assim, o

interesse nesse envolvimento, sem saberem que estão sendo avaliados. A aplicação dessas duas atividades buscou compatibilizar os objetivos do ensino (CARVALHO, 2013), concretizado nas atividades investigativas, com a avaliação da aprendizagem desses alunos nas três dimensões de conteúdos trabalhadas. Assim, possibilitando que os alunos desenvolvessem outros aspectos procedimentais na resolução das atividades (desenhar, colorir, testar lentes, etc.).

Aula 06

Temática: Abordagem qualitativa dos elementos que compunham as atividades investigativas I, II e III.

Metodologia aplicada: Como última etapa dentro do plano de intervenção,

objetivando a aprendizagem conceitual desses alunos da EJA, buscou-se para essa aula um momento onde pudéssemos confrontar as concepções alternativas desses estudantes (que foram testadas com as atividades investigativas) com a linguagem que remete aos conceitos transmitidos pela comunidade científica e que foram objeto de procura ao longo dessa prática investigativa.

[...] a programação da matéria de ensino deve não apenas proporcionar a diferenciação progressiva, mas também explorar, explicitamente, relações entre conceitos e proposições, chamar a atenção para diferenças e semelhanças e reconciliar inconsistências reais e aparentes. É nisso que consiste a reconciliação integradora, ou integrativa, como princípio programático de um ensino que visa à aprendizagem significativa. (MOREIRA, 2000, p. 05).

A aprendizagem de conceitos, também passa ser significativa aos olhos de Ausubel, e de acordo com Moreira (2011, p. 27):

A aprendizagem de conceitos, ou aprendizagem conceitual, é um caso especial, e muito importante, de aprendizagem representacional, pois conceitos também são representados por símbolos individuais. Porém, neste caso são representações genéricas ou categoriais. É preciso distinguir entre aprender o que significa a palavra-conceito, ou seja, aprender qual conceito está representado por uma dada palavra e aprender o significado do conceito.

Lima, Junior e De Caro (2011, p. 858), relatam que “A aprendizagem dos conceitos constitui elemento central da educação em ciências. Os conceitos são os instrumentos mediacionais por meio dos quais interpretamos e interagimos com as realidades que nos cercam”.

Materiais curriculares de suporte utilizados: Kit de Óptica (Fonte de Luz,

Conjunto de lentes), Notebook, Projetor.

Figura 12: Materiais utilizados

Fonte: Autor, 2017.

Abordagem desenvolvida para as situações problemas

A estratégia inicial transcorre em apresentar a esses alunos, duas abordagens alternativas que possam os auxiliarem na negociação da nova informação a fim de se alcançar a aprendizagem conceitual para o fenômeno abordado. A situação trazida para o primeiro problema a ser investigado, trata da inversão das imagens que são projetadas no fundo do aparato experimental (protótipo), nos concentramos em definir primeiramente com esses alunos, a existência da distância focal, ponto geométrico importante associado à nitidez das imagens. Os momentos da intervenção estão registrados nas figuras abaixo, onde se buscou uma diferenciação progressiva em termos das informações que foram veiculadas.

Sequência I – Discussão sobre o elemento geométrico, distância focal Figura 13: Comportamento dos feixes de luz depois de refratados pela lente

Sequência II – Discussão sobre a inversão das imagens

Figura 14: Participação de um aluno na montagem da imagem formada na retina do olho humano

Fonte: Autor, 2017.

Sequência III – Discussão sobre a posição de um objeto relativo à lente Figura 15: Imagem: direita, distância focal e imagem invertida do triângulo desenhado na lente

Fonte: Autor, 2017.

Sequência IV – Discussão sobre a curvatura de uma lente, e as relações existentes com a distância focal e o seu grau

Figura 16: Discussão sobre construção de uma lente, raios de curvatura das faces e curvatura da lente.

Sequência V – Construção do conceito de nitidez

Figura 17: Posição relativa do foco em relação à retina no olho humano

Fonte: Autor, 2017.

Sequência VI – Explorando os problemas de visão associados a anomalias no aparelho ocular

Figura 18: Feixes de luz, convergindo antes e depois da retina no olho humano.

Sequência VII – Correções para os problemas de visão, miopia e hipermetropia.

Figura 19: Lente convergente e lente divergente, associadas para a correção de imagens.

Fonte: Autor, 2017.

Sequência VIII – Contextualização do conteúdo, dissecação do olho bovino.

Figura 20: Cristalino do olho bovino

Fonte: Autor, 2017.