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CAPITULO IV – CONFIGURAÇÃO MODELO CONCETUAL

FATORES COMUNS

4.6 Modelo HEXÁGONO DA INOVAÇÃO

4.6.1.1 Descrição dos elementos macro – Nível 1 e Nível

O Modelo concetual agora definido por - Hexágono da Inovação (HI) – é representado por um nível 1 da estratégia de inovação a que as IES-D recorrem para incrementarem a sua ação (Gráfico 36).

Como resultado da análise dos elementos tangíveis e intangíveis, detectou-se que as instituições baseiam a sua ação através de diferentes Parcerias. Podem utilizar uma, duas ou até mesmo os três tipos, e conforme a natureza de cada parceria, a instituição utiliza a unidade funcional que lhe está diretamente ligada.

No caso das Parcerias Académicas, elas visam a promoção da cooperação entre IES-D. Têm a preocupação em fomentar a criação e o desenvolvimento de redes e convénios entre instituições de ensino localizadas em diferentes países (ou no próprio país), de forma a gerar e a sedimentar uma cooperação duradoura.

No que diz respeito às Parcerias Empresariais, estas visam a cooperação entre IES-D e Empresas. As equipas de inovação trabalham com as principais empresas multinacionais e tentam promover a interação entre as empresas e as coordenações dos cursos.

Essa interação tem como objetivo criar um melhor ambiente académico e profissional, através de acordos de estágios, de cooperação tecnológica, culturais, de investigação ou de projetos de DNP.

Em relação às Parcerias com Organizações Internacionais, elas visam a promoção da cooperação das IES-D com organismos ligados ao Design. Baseiam-se em atividades voltadas para o intercâmbio internacional de informação e de conhecimento, em ações sociais, sustentáveis e de promoção e divulgação do Design.

Pretendem fomentar o desenvolvimento de projetos de promoção, divulgação e comercialização do ensino e do conhecimento em design, e também, atividades de aculturação dos valores próprios de cada comunidade parceira. Relativamente a estas parcerias, detetou-se que elas ocorrem sob a forma de consórcio, rede ou convénio.

Relativamente às Unidades Orgânica (UO), são unidades que integram o modelo organizativo da IES-D. Cada uma tem uma relação hierárquica e directa com a gestão

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(central) da IES e tem órgãos de autogoverno e autonomia de gestão. Estas unidades podem ainda ser dotadas de autonomia administrativa e financeira.128

No caso de uma UO de Investigação, ela é uma estrutura de interface que desenvolve investigação em várias áreas de conhecimento em prol do desenvolvimento e tem uma ligação internacional com os pares das suas áreas de estudo.

Barreto Fernandes, 2010

Gráfico 36: Modelo de interação global da IES-D. HI - Nível 1.

A UO de Inovação (ou Transferência de Conhecimento) é uma estrutura de interface que promove a ligação com a sociedade nas áreas da criatividade, ciência e tecnologia, e contribui para o desenvolvimento regional, melhorando a competitividade das organizações e as competências das pessoas.

128 Nota da Autora: Se for apenas uma Unidade Funcional não tem as características organizativas atrás

referidas.

Nível 1

Áreas Investigação Empresas Instituições Ensino Superior

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A UO de Ensino é a estrutura que ministra Pós-graduação Multidisciplinar (Design, Gestão e Estratégia) e promove parcerias com empresas, estágios e residências de investigação e formação para investigadores, docentes e alunos.

Os seis elementos agora identificados - 3 Parcerias e 3 Unidades Orgânicas permitem definir a base estratégica e organizativa da IES-D inovadora e possibilita o desenvolvimento da sua ação no mercado (Nível 1 - Hexágono de Inovação) (Gráfico 36).

Barreto Fernandes, 2010

Gráfico 37: Modelo de interação global da IES-D. HI - Nível 2.

Ainda no nível 1 do modelo de inovação, poderemos identificar os principais inputs do sistema, calculado através do número de “módulos” (triângulos) que estão justapostos a cada Unidade Orgânica - áreas de investigação, empresas e outras IES.

Nível 2

Unidades Ensino Superior Empresas Áreas Investigação Comunidades Conhecimento Comunidade Internacional Comunidade Criativa e Inovadora

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Os inputs são as mais-valias de entrada, que o sistema padrão criou e que irão suportar e influenciar a dinâmica da IES-D no mercado.

Mas, no HI, a conjugação dos seis (6) elementos potencia o aparecimento de outros três (3) aspetos extrínsecos que considerámos pertencerem a um nível 2 da estratégia de inovação da IES. São eles: Integração Global; Desenvolvimento Regional; e Desenvolvimento Criativo

de Negócios (Gráficos 37).

Relativamente à integração global ela tem a ver com o posicionamento das IES-D no mercado global que, para além do trabalho relativo à qualidade e à sua situação nos rankings, se baseia cada vez mais na sua estratégia e na promoção da sua imagem na cena internacional.

Essa orientação permite à instituição conquistar candidatos internacionais e também atrair solicitações de outras instituições e organizações, para projetos internacionais de prestígio.

A gestão da imagem da IES de Design é planeada e desenvolvida de forma sustentada o que vai originar uma imagem dinâmica da mesma.

Assim, o processo de integração global é conseguido através da construção e gestão da imagem da IES-D junto de diferentes públicos-alvo – estudantes (novos e antigos), empresas e organismos (sociais, culturais e governamentais).

Algumas das IES-D, não só privadas como também públicas, estão a proceder a esse trabalho, procurando parcerias internacionais, sustentadas por projetos colaborativos ou que promovam ações internacionais.

Relativamente ao desenvolvimento criativo de negócios, algumas instituições têm empresas spin-off em incubadoras ou em parques tecnológicos. Um número limitado integra um Cluster - das Indústrias Criativas ou das Indústrias Tecnológicas.

Nestas instituições, verificou-se a existência da vontade de promover a criatividade como motor do desenvolvimento económico, social e cultural, em articulação com a classe criativa, as indústrias criativas e as comunidades criativas.

Através do design e utilizando uma metodologia centrada no utilizador, desenvolvida de forma criativa, interativa e prática, elas dão um contributo muito importante para o envolvimento e ampliação do setor das indústrias criativas.

O impulso dado pelo aparecimento da cultura “Design Thinking” e o apoio a uma Políticade “Clusters” ou de Incubação são duas das formas utilizadas para aceder à inovação.

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Relativamente ao desenvolvimento regional, cerca de nove (9) das IES-D estudadas estão a trabalhar no sentido de promover o Desenvolvimento Regional129 através de ações de promoção da diferenciação e excelência.

Por outro lado, a existência de programas e projetos (regionais ou nacionais) de desenvolvimento sustentável, nos quais as instituições apoiam o processo de conceção, desenvolvimento e implementação de políticas de inovação e de design, constitui-se como um link entre as políticas públicas e as estratégias empresariais.

Esse link é feito através do fornecimento de conhecimento de suporte ao respectivo processo de tomada de decisão.

Assim, no Modelo de Interação Global as dimensões definidas no nível 2 consubstanciam uma dimensão mundial, uma dimensão socioeconómica e uma dimensão político-cultural que, dinamizam a comunidade internacional, a comunidade criativa e as comunidades do conhecimento, respetivamente.

Neste nível 2, os Outputs são os valores qualitativos de saída do sistema-padrão. Para saber quais são os valores de cada instituição é necessário contabilizar os módulos que, a cada elemento, estão justapostos.

Ao identificar também as ações estratégicas praticadas com organizações internacionais, as ações económicas (Cluster,Incubadora, Parque Tecnológico) e as ações de desenvolvimento regional, poderemos verificar quais são os valores de output do modelo de inovação da IES- D.