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CAPÍTULO I ENQUADRAMENTO Concetual

“EUROPEAN INNOVATION SCOREBOARD”

1.5 Design, Inovação, Unidades Funcionais

Segundo a Comissão Europeia:

“Design - é uma ferramenta da Inovação. É a atividade de conceber e desenvolver um plano para um novo produto ou para a melhoria significativa de um produto, para um serviço ou para um sistema que garanta a melhor interface com as necessidades, expetativas e capacidades do utilizador, mas tendo em conta os aspetos da sustentabilidade económica, social e ambiental”. (2009)41

A abordagem inovadora está baseada na visão atual da cultura do design. Esta prevê que o design seja uma atividade integrada capaz de perceber os sinais de mudança da sociedade e dos mercados e esteja apta para transformá-los em novos produtos e serviços, bem como em estratégias de inovação empresarial.

41 Nota da Autora: Definição proposta pela UE após consulta pública sobre o estudo: Design as a driver of user- centred innovation, DG Enterprise and Industry (Abril.2009). Ver: SEE, 2010c, Pág. 6 (Tradução Livre).

Legenda: Níveis Estratégia Design: PROMOTION SUPPORT POLICY

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Segundo a DARC42, design orientado para a Inovação significa “capacidade para transformar uma ideia original (criatividade), num valor mensurável e dentro de um determinado contexto (empresa). Pode ser acionado pelo produto (o quê), o processo (como) ou o posicionamento (quem)” (2009).

Considera ainda que a inovação compreende os produtos, os processos e o posicionamento simultaneamente, e tem três dimensões sobre as quais pode agir: Inovação para o Design; Inovação no Design e Inovação com o Design:

Inovação para o Design comporta a análise dos novos elementos estéticos e dos comportamentos, assim como, das tendências de mercado e de consumo. Trata das novas necessidades dos utilizadores e estuda interações inovadoras com objetos e serviços.

Inovação no Design pode compreender o projeto de cenários e a previsão de criações estéticas e sociais. Esta pode fazer alterar completamente a linguagem funcional e estética do design.

Inovação através do Design diz respeito à relação com as empresas, e à sua complexa e interessante atividade, à criação de novos produtos, à orientação estratégica na conceção de produtos, a uma boa definição da produção industrial ou de criação de serviços.

Como já enunciamos, a competitividade de uma região tem a ver diretamente com um fator chave - inovação - mas exige a construção de um ambiente adequado, que pressupõe a existência de recursos humanos qualificados e facilidade na troca de informação entre os agentes sociais.

Para isso, é necessário estabelecer ligações efetivas de confiança mútua entre os agentes regionais e ir aumentando o nível de relacionamento, para que a prestação de serviços por exemplo, possa consolidar as ligações da IES-D e a região.

Neste contexto, é de salientar a decisão do Conselho Europeu, de criar em 2005 o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIIT)43. Este instituto reveste-se da maior relevância estratégica para o futuro na definição de um programa de prioridades até 2020.

Tenciona ser num modelo de referência e de excelência nos domínios da inovação, da investigação e do ensino superior na Europa, bem como o elo que ligação o mundo académico, à investigação e às empresas.

O seu objetivo é de enfrentar mais eficazmente os desafios de uma economia cada vez mais global e tem como princípios:

42 DARC-Research and Consulting, Domus Academy (Milão). 43

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• Cooperação de todos os atores no triângulo do conhecimento44. • Orientação para o mercado.

• Forte envolvimento empresarial.

• Educação presente em todos os níveis (desde a investigação até ao mercado); • Abordagem interdisciplinar com vista a um forte impacto social;

• Formação de estruturas flexíveis e independentes.

Para PICOITO (2006), a implementação do EIT, foi a medida mais estratégica e estruturante para se atingir os objetivos da “Agenda de Lisboa”. O autor refere que “… os meios financeiros do quadro comunitário de apoio de 2007-2013 foram em grande parte canalizados para a inovação e, em particular, para a capacidade de transformar essa inovação em bens e serviços capazes de competir no mercado global”.

Atualmente, a Europe 2020 Flagship Initiative Innovation Union45 iniciativa da Comissão Europeia desenvolve o conceito de inovação de uma forma alargada - Inovação e as necessidades do utilizador, Inovação nos serviços e design e Inovação no setor público. Nas empresas competitivas a informação gera conhecimento e a inovação transforma esse conhecimento em valor. Conhecer a forma como uma empresa capta e processa a informação é o primeiro passo para a gestão da inovação. 46

Segundo PICOITO (2006), um dos processos mais usuais de um sistema de gestão da inovação é o “ «banco de ideias», criado sobre uma plataforma de gestão do conhecimento, (...) os colaboradores são estimulados a «depositar» as suas ideias inovadoras, e em caso de valor económico relevante, são implementadas. (…) As empresas inovadoras sabem que a melhor forma de captar a informação é funcionando em rede, com as interfaces apropriadas”.

No entanto, para as pequenas e médias empresas nem sempre é possível implementar práticas e metodologias de promoção da inovação, ou por falta de formação específica para a sua execução, ou por falta de orçamento para investir, ou por causa da sua própria dimensão.

É neste âmbito que as IES-D, os departamentos de design e as suas interfaces funcionais de inovação poderão satisfazer necessidades, fornecendo serviços de design, estudos de mercado, I&D, gestão da informação, formação, etc.

Nas IES-D é possível implementar uma dinâmica de aproximação ao meio e aos setores económicos regionais. O design deverá ser um elemento ativo no campo do relacionamento

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Educação, Investigação e Inovação.

45 ‘Europe 2020 Flag ship Initiative Innovation Union’- é um programa para atingir os objetivos da estratégia

Europe 2020. Prevê mais de trinta ações, que visam melhorar as condições de acesso ao financiamento para investigação e inovação na Europa e visam garantir que ideias inovadoras possam ser transformadas em produtos e serviços que criam crescimento e emprego. COMISSÃO EUROPEIA (2010e)

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Escola-Empresa e através das suas unidades funcionais, deverá criar redes de comunicação e de interação que sejam benéficas para todos os intervenientes.

Os objetivos poderão ser comuns, embora os caminhos a percorrer possam ser diferentes. Por vezes, cruzam-se conhecimentos e experiências, mas um propósito é comum – o desenvolvimento regional. As ligações terão, por isso, de ser profundas e de responsabilização mútua.

Dado o seu caráter peculiar, de abranger e considerar uma série de outras disciplinas, o design dialoga com a arte e a tecnologia, o projeto e a produção, o empresário e o utilizador. Ele deve ser um meio de prestação de serviços, de desenvolvimento de produtos e deverá enquadrar-se numa ação mais global da Instituição de Ensino Superior, desempenhando um papel de ligação forte entre a escola e o tecido empresarial, social e cultural da região onde se insere.

O Desenvolvimento de Novos Produtos e Serviços (DNP/S) enquadra-se nas ações estratégicas de muitas IES-D, pelo que esse processo proporciona uma oferta diversificada que corresponde tanto às necessidades externas - das empresas - como às internas - da comunidade académica de investigação e inovação, tendo como base o design experimental.

É de salientar que uma das atividades mais complexas que os profissionais de design irão desempenhar dentro das organizações é o DNP/S. Estes constituem a força ativa de uma determinada empresa e tem como função mantê-la em crescimento, apesar de envolver riscos.

No DNP/S um fator essencial é a avaliação do seu progresso. NUNES (2004) identifica quatro fatores inerentes ao DNP/S - os fatores estratégicos, de processo, do meio envolvente e os organizativos (Ver anexo 14).47

Na maioria dos trabalhos de investigação sobre DNP, observa-se que existe uma determinada resistência em definir claramente o que se considera novo produto.

Uns consideram que um produto é novo se funcionalmente diferente, em relação às ofertas existentes no mercado. Outros veem como novos produtos, produtos originais, produtos aperfeiçoados, produtos reformulados que uma determinada empresa/marca desenvolve por meio do seu próprio trabalho de investigação e desenvolvimento.

47 Nota da Autora - Esses fatores, transpostos do contexto industrial para o contexto Ensino Superior de Design,

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