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LIMITAÇÕES Sangue na

KIT DE COLHEITA

4.4.1. Desenvolvimento conceptual

Após a realização dos diversos diagramas procedeu-se à exploração de algumas ideias, sendo que no decorrer desta fase de geração de conceitos, o principal objetivo passou por idealizar ambos os produtos como um todo, ou seja, o kit e dispositivo de análise salivar são projetados em sintonia e consequentemente facilmente reconhecidos e identificados como uma família de produtos.

Desde o início do projeto foram identificados os principais

parâmetros que são necessários cumprir no momento de colheita e de análise salivar, sendo estes transportados para o produto. Desta forma, foram prontamente identificados e definidos alguns pontos assumidos como certezas absolutas implícitas no produto, sendo que essas certezas foram traduzidas nos primeiros esboços conceptuais.

Tomadas as primeiras decisões, estas foram melhoradas e evoluíram até chegar à proposta final.

Na primeira fase de desenvolvimento, foram gerados esboços a partir de certezas absolutas subjacentes ao produto: método de drenagem, pequenas dimensões, facilmente manuseado, número de componentes reduzido e consequentemente redução de etapas de colheita salivar até à obtenção da tira de teste

devidamente humidificada.

Contrariamente aos produtos inseridos no mercado, que pela sua forma estão conetados a processos médicos invasivos, os primeiros esboços concentraram-se no estudo de uma forma associada à toma de antibióticos (fig. 128), sem que este processo esteja diretamente associado a conotações negativas. A colher, enquanto artefacto, consiste na forma que melhor responde ao objetivo, sendo esta facilmente reconhecida e manuseada por toda a população para o conjunto de tarefas exigidas no processo de colheita salivar (fig. 129).

Decidida a forma principal, foram desenvolvidos alguns conceitos, sendo que todos eles se focavam na projeção de um único

elemento (colher) de colheita salivar, por outras palavras, a tira de teste deverá estar integrada na zona de colheita salivar permitindo que a pessoa faça o bochecho da solução oral sem necessitar de instrumentos de apoio, como por exemplo o uso de pipetas

(fig. 130). O objetivo do produto em questão seria assim possibilitar a marcação da tira de teste de forma rápida e automática.

Nesta fase o esforço foi concentrado na retirada da pipeta e na projeção de um único instrumento que poderia fazer todo o processo de colheita. Pois as ferramentas de apoio à colheita (como o caso do auxílio de pipetas) são apontadas como um dos principais constrangimentos de muitos testes similares, visto dificultarem o processo de utilização de um público sénior, ou infantil.

fig. 128 Primeiros esboços conceptuais das primeiras ideias.

fig. 129 Segundos esboços referentes ao desenvolvimento da colher de colheita salivar.

fig. 130 Desenvolvimento dos esboços anteriores, focados no instrumento de colheita salivar enquanto instrumento único.

No que concerne ao desenvolvimento do dispositivo de leitura de dados, esta fase de geração de conceitos foi desenvolvida tendo em consideração o reconhecimento e estudo do dispositivo de análise salivar mais recente e completo disponível no mercado (ver página 120 e 121).

A primeira abordagem apresentada concentrou-se em pressupostos que teriam de ser obrigatórios e mantidos desde a fase inicial de desenvolvimento de produto, até à sua fase final. Perante as várias formas e materiais possíveis de assumir na concretização do produto, foi tomado como certo: as suas

dimensões reduzidas; a definição de uma zona de leitura de cartões e uma área atribuída à leitura da tira de teste salivar.

Desta forma o produto teria de ser projetado tendo em conta duas zonas distintas e obrigatórias: a zona de imagem (ecrã) e a zona eletrónica (leitura de dados).

Determinadas algumas das premissas inerentes ao produto, procedeu-se ao estudo da forma. Nesta fase foram consideradas duas abordagens distintas: ou o produto assumiria a forma de bloco, aparentemente firme, sendo neste caso projetado maioritariamente para utilização estática (forma esta adotada pelos dois produtos analisados nas páginas 118 à 120); ou este poderia assumir uma forma ergonómica, projetada com o intuito de o dispositivo ser frequentemente utilizado na mão do profissional de saúde. Face às necessidades exigidas pelo produto, foi tido como certeza absoluta de que a forma seria simplista, ergonómica

e intuitiva. Com a finalidade de qualquer médico dentista,

independentemente da sua especialidade de saúde, possa fazer uso deste instrumento clínico da mesma maneira que usa outras ferramentas já conhecidas e convencionais integradas nos consultórios médicos.

fig. 131 Primeiros esboços conceptuais do estudo de formas.

fig. 132 Segundos esboços referentes ao desenvolvimento do dispositivo e posterior integração num suporte.

fig. 133 Desenvolvimento dos esboços anteriores.

Com o objetivo de chegar a uma proposta conclusiva, foram desenvolvidas as primeiras maquetes que permitiram avaliar e analisar constrangimentos fruto dos primeiros esboços conceptuais.

Maquetização

O processo de maquetização consistiu numa ferramenta de trabalho imprescindível no desenvolvimento do produto, uma vez que proporcionou a definição do que seria a proposta final (fig. 136). Quanto ao estudo da forma, este método de trabalho teve um papel crucial na medida em que permitiu definir quais as dimensões que o mesmo deveria apresentar de forma a adaptar-se bem à mão de qualquer faixa etária. Para além disso permitiu ainda avaliar medidas como o diâmetro da zona onde será feito o bochecho, bem como o estudo do canal que a saliva percorrerá (fig. 134). Uma vez que este produto estará em contacto com os fluídos orais, este foi alvo de um estudo singular com o objetivo de garantir segurança ao paciente e evitar contaminações cruzadas.

A partir da concretização das maquetes de estudo, foram evidenciados alguns constrangimentos que se encontravam por resolver, nomeadamente como seria possível com um único instrumento, a saliva marcar as tiras de teste sem o utilizador ter contacto direto com a mesma.

O desenvolvimento de maquetes de estudo permitiu ainda fazer a análise detalhada do mecanismo de funcionamento do produto (fig. 135). Numa primeira fase o objetivo seria que a colher fosse um objeto estático sem qualquer tipo de interação e que o processo fosse desencadeado unicamente pela interação do utilizador. Contudo, após o desenvolvimento das maquetes de estudo chegou-se à conclusão que isso não seria possível de resolver mediante uma úncia ferramenta estática.

fig. 134 Estudo das várias formas e dimensões.

fig. 135 Estudo do mecanismo de funcionamento.

fig. 136 Primeira forma aproximada ao resultado final.

Partindo do pressuposto que o objeto apresentaria linhas ergonómicas, inicialmente previa-se que o dispositivo apresenta- se um formato redondo e idêntico ao marcador salivar, contudo chegou-se à conclusão que não haveria espaço para todos os componentes (fig. 137) e que o mesmo só funcionaria na mão do utilizador. Este fator dificultaria a permanência do produto em locais públicos como o caso das farmácias.

As primeiras maquetes propiciaram a análise de falhas e limitações como esta previamente identificada, nomeadamente as dimensões gerais e a localização dos diversos componentes: a localização do leitor de tiras de teste e do cartão RFID.

Efetuada a análise detalhada da primeira maquete de estudo, esta foi submetida a um processo evolutivo até que atingisse o principal objetivo - ser facilmente manuseada pelo utilizador em que a zona de leitura do marcador é facilmente interpretada por pacientes e profissionais.

Sendo este um objeto com necessidades diferentes consoante o contexto de uso, chegou-se à conclusão que seria necessário desenvolver um suporte para o dispositivo (fig. 138), permitindo a sua maior segurança de uso quando usado em farmácias, ou quando transportado até ao domicílio de pacientes.

A valência de um produto poder ou não integrar um suporte, responderá a todos os possíveis cenários, seja este o ambiente doméstico (casa do paciente), farmácias ou clínicas de saúde, no momento da concretização de exames de rotina efetuados por um médico de medicina geral ou dentista (fig. 139).

fig. 137 Estudo das várias formas e dimensões.

fig. 138 Estudo da forma do suporte do dispositivo.

fig. 139 Estudo da forma ergonómica aproximada ao resultado final.

IV. Projeto Desenvolvimento de produto

fig. 140Imagem representativa do produto devidamente selado, visto de cima e uma perspetiva do mesmo pronto para utilização.