• Nenhum resultado encontrado

A problemática da saúde oral em Portugal

CUIDADOS HOSPITALARES

II. A problemática da saúde oral em Portugal Iniciativas do SNS para a promoção da saúde oral

4. Suscitar a vontade de os estudantes explorarem o

mundo da saúde oral, de forma autêntica, com meios interativos e atrativos favorecendo o cruzamento dos vários domínios do conhecimento.

O PNPSO embora tenha vindo a contribuir para um acesso mais generalizado de toda a população, encontra-se atualmente estagnado, ou até se considera que tenha retrocedido.

A introdução do cheque-dentista no PNPSO veio demonstrar ter sido uma estratégia eficaz sobretudo para a prevenção primária e secundária das doenças orais e com custos controlados (Ordem dos Médicos Dentistas, 2010).

O reconhecimento da situação atual do país face aos cuidados prestados em saúde oral serem maioritariamente privados e consequentemente inacessíveis a grande parte da população, levou à criação do PNPSO, contudo, é ainda importante referir que a implementação do mesmo apesar de trazer benefícios, não foi o suficiente para colmatar a falta de acompanhamento médico- dentário, sendo que este mesmo plano não impediu que Portugal seja considerado um dos piores países com bons indicadores de saúde oral (Lourenço & Barros, 2016).

fig. 13 Visita do projeto SOBE à escola EB1/JI de Santa Maria, onde foi desenvolvida uma atividade prática sobre a escovagem correta dos dentes.

fig. 14 Distribuição de kits nas bibliotecas escolares, e kits de escovagem dos dentes a todas as crianças.

2.3.2. Benefícios Adicionais de Saúde

Apoio oral

Idosos - grupo vulnerável

Em paralelo ao PNPSO, surge a necessidade de apoiar os idosos em situações economicamente desfavorecidas visto que os recursos económicos de grande parte da população idosa são maioritariamente investidos no setor da saúde, nomeadamente medicamentos e outros bens em que a comparticipação é muito baixa. Foi assim instituído os Benefícios Adicionais de Saúde (BAS), tendo como principal objetivo a redução de desigualdades

e melhoria da qualidade de vida destes utentes.

Os BAS consistem em reembolsos de uma percentagem dos custos suportados pelos beneficiários com medicamentos, óculos ou próteses dentárias removíveis, que estejam de acordo com os limites legalmente previstos, incidindo sobre a parcela não comparticipada pelo Estado. No que diz respeito às próteses dentárias removíveis o estado reembolsa até 75% da despesa na aquisição. Um fator importante visto este ser um dos“tratamentos” mais importantes nesta área (Instituto da Segurança Social, 2005). Quanto a estratégias integradas na prevenção e tratamento das doenças orais em idosos, estas são escassas.

Embora tenha sido criado o apoio aos idosos beneficiários do complemento solidário, como já foi referido, muito há ainda a fazer nos lares e nos outros grupos de idosos, que embora possam não ser inseridos nesta faixa etária mais carenciada, não têm qualquer hipótese de recorrer aos cuidados de saúde oral.

2.3.3. Subsistemas de Saúde

Apoio oral

População em geral

Os subsistemas de saúde são de grande importância no sistema de saúde português, visto que cobrem aproximadamente 25% da população portuguesa. Um dos mais relevantes e conhecidos no ramo da saúde é a ADSE (Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado), embora existam muitos mais subsistemas igualmente importantes.

Estes sistemas fornecem cobertura de cuidados de saúde, inclusivamente cobertura nos cuidados de saúde oral. Sistemas como o caso da ADSE são financiados através de contribuições por parte do empregador e permitem o acesso à rede nacional de prestação de cuidados de saúde próprios ou convencionados e a todos os prestadores (mediante um mecanismo de reembolso) (Barros, et al 2011).

“A implementação de um modelo de reembolso pressupõe que o utilizador escolha livremente o

prestador de cuidados de saúde, pague os cuidados de saúde prestados e solicite o reembolso da despesa. A entidade financeira responsável irá reembolsar a despesa, de acordo com listagem e regras pré-definidas.”

(Lourenço & Barros, 2016, p.47). Em síntese

É visível uma tentativa de melhoria e de equidade

relativamente ao acesso dos cuidados de saúde oral, embora tenham sido encontradas algumas lacunas ainda por resolver, contudo estas iniciativas permitiram que parte da população pudesse melhorar o índice da sua saúde oral.

Em suma é preciso referir: ainda que a ADSE beneficie apenas cerca de um quinto da população residente em Portugal,

despendeu quase três vezes mais em cuidados de saúde oral que o próprio SNS através do PNPSO. Ou seja, a cobertura cedida pelo PNPSO fica muito mais aquém da universalidade requerida pelo SNS, acabando os cidadãos beneficiários da ADSE mais protegidos em termos de saúde oral que os restantes cidadãos nacionais. Contudo, importa dar nota que o nível de proteção aqui referido depende da contribuição financeira voluntária e individual por parte do beneficiários da ADSE (fig. 15) (Lourenço & Barros, 2016).

fig. 15 Comprovativo de despesa pública em cuidados de saúde oral em 2014.

II. A problemática da saúde oral em Portugal Iniciativas do SNS para a promoção da saúde oral

ADSE PNPSO BAS

2.4. Iniciativas noutros países

Segundo o artigo The State of Oral Health in Europe (Patel, 2012) não é só em Portugal que a saúde oral, mais propriamente as doenças orais constituem um problema para a saúde pública em geral, sendo que as desigualdades sociais refletem-se igualmente nos restantes países.

São várias as estratégias e iniciativas que visam melhorar a saúde oral da população e consequentemente a qualidade de vida de todas as pessoas, desta forma, surge a necessidade de perceber quais as estratégias adotadas nos países com melhor índice de saúde oral e comparar estas estratégias com as abordadas em Portugal. Será assim possível perceber o que faz de Portugal o segundo país com maiores necessidades não satisfeitas, bem como o país que menos consulta o médico dentista. A fig. 16 serve como base de análise e comparação de dados.

fig. 16 Número de visitas ao médico dentista de 2009 a 2014.