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Plano Nacional de Promoção da Saúde Oral Promoção e prevenção oral

A problemática da saúde oral em Portugal

CUIDADOS HOSPITALARES

II. A problemática da saúde oral em Portugal Iniciativas do SNS para a promoção da saúde oral

2.3.1. Plano Nacional de Promoção da Saúde Oral Promoção e prevenção oral

Crianças, jovens, idosos e grávidas - grupo vulnerável

Face ao reconhecimento da necessidade de melhorar a saúde oral de toda a população portuguesa, começou a ser pensado um modelo que garantisse o acesso aos cuidados de saúde oral pelos grupos da população que mais necessitava.

Assim em 2005, aproveitando o aumento do número de profissionais de medicina dentária, foi implementado o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNPSO). Este programa tem como objetivos principais a redução da incidência e da prevalência de doenças orais em crianças e jovens, bem como a melhoria dos conhecimentos e comportamentos sobre saúde oral e a promoção da equidade na prestação de cuidados de saúde oral às crianças e jovens com necessidades de saúde especiais (ERS , 2014).

Em 2008, o PNPSO foi alargado a grávidas e idosos carenciados, outros dois grupos vulneráveis, e em 2010 alargado a doentes infetados com VIH/SIDA (ERS, 2014). Atualmente, o plano integra consultas de saúde oral nos Cuidados de Saúde Primários nos ACES do território português destinadas a toda a população. A fig. 10 ilustra a evolução do PNPSO.

O atual Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral alia a promoção da saúde à prestação de cuidados de saúde dentários, numa parceria público-privada.

Setor público - ao setor público, compete assegurar

a promoção da saúde, prevenção das doenças orais e a prestação de cuidados de saúde dentários, passíveis de serem realizados no SNS. Sendo que estas intervenções são asseguradas pelos profissionais dos centros de saúde e pelos profissionais dos serviços de estomatologia da rede hospitalar sempre que possível, através de ações dirigidas ao indivíduo, à família e à comunidade escolar.

Setor privado - ao setor privado compete prestar

cuidados médico dentários não satisfeitos pelo SNS, nesta situação o PNPSO recorre a médicos dentistas de clínicas privadas que estejam disponíveis a fazer essa mesma intervenção curativa e que sejam aderentes à atribuição de cheques-dentista.

fig. 10 Evolução do Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNPSO).

II. A problemática da saúde oral em Portugal Iniciativas do SNS para a promoção da saúde oral

Criação do PNPSO 2005 2008 Crianças e jovens l Alargamento do PNPSO Grávidas e Idosos Alargamento do PNPSO 2010 Doentes com HIV/SIDA Atualmente promoção da saúde prestação de cuidados de saúde dentários, numa parceria público-privada

Promoção e prevenção oral

O SNS sempre demonstrou ser universal com exceção dos cuidados de saúde oral que são prestados maioritariamente pelo setor privado, contudo esta mesma situação atenuou-se com a criação deste plano através da atribuição do cheque-dentista, que permitiu que crianças, grávidas e idosos pudessem aderir gratuitamente aos cuidados de medicina dentária (ERS, 2014).

Cheque-dentista

Crianças, jovens, idosos e grávidas - grupo vulnerável

O cheque-dentista consiste numa das estratégias globais de intervenção assente na promoção de saúde e prevenção primária e secundária da cárie dentária, inserido no PNPSO, sendo a ponte que une o setor público ao setor privado.

O cheque-dentista visa a promoção da saúde oral no contexto familiar e escolar, a prevenção de doenças orais e o diagnóstico precoce e tratamento dentário.

A promoção e a prevenção de doenças são asseguradas pelas equipas de saúde escolar, que são o suporte indispensável da intervenção curativa, operacionalizada maioritariamente através de contratualização. Processo este que permitiu prestar cuidados médico-dentários a grupos de crianças escolarizadas que

desenvolveram cárie dentária (Direção Geral de Saúde, 2005).

Programa de Intervenção Precoce no Cancro Oral

População geral

O projeto PIPCO – Programa de Intervenção Precoce no Cancro Oral, integra o PNPSO, nomeadamente no âmbito do cheque- dentista. Segundo o livro de apoio à intervenção do cancro oral, promovido pela DGS e OMD este projeto permitiu dar um passo em frente na estratégia já delineada pelo Ministério da Saúde na área da saúde oral.

Este programa consiste num projeto criado de raiz, sendo considerado um projeto inovador que integra médicos de família, médicos dentistas, médicos estomatologistas, médicos hospitalares, hospitais e um laboratório de referência. Trata-se de uma estratégia de colaboração entre a Ordem dos Médicos Dentistas, o Ministério de Saúde, o Serviço Nacional de Saúde e profissionais com a finalidade de enfrentar este problema de saúde pública que é o cancro oral, o sexto cancro mais comum no mundo (OMD & DGS, 2014).

Como já é sabido para um bom resultado perante uma situação de cancro, o diagnóstico e tratamento atempado, consiste na chave desse sucesso.

Desta forma, o PIPCO resume-se a um projeto de promoção e prevenção do cancro oral suportado por um manual formativo que permite que todos os prestadores de Cuidados de Saúde Primários sejam capazes de realizar a avaliação de risco de qualquer indivíduo (fig. 11). Estes devem questionar os seus pacientes sobre fatores de risco, particularmente sobre o consumo de álcool e tabaco em cada consulta, completando esta informação com a realização de um exame físico, exame este detalhado no manual de apoio (fig. 12).

Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, ao jornal Público, o rastreio começa com a avaliação do médico de família que dará prioridade particularmente a quem tem idade igual ou superior a 40 anos, sobretudo se forem do sexo masculino, fumadores e consumidores imoderados de álcool (Costa, 2014).

Aconselha-se o rastreio oportunista naqueles utentes que reunirem as condições anteriormente descritas. Contudo, sempre que o médico de família detete alguma lesão suspeita, deverá ser então emitido um cheque, sendo que este deverá ser remetido a toda a população, independentemente da situação económica, para que desta forma o paciente possa então ser observado por um médico dentista.

“Só um diagnóstico precoce permite oferecer um melhor tratamento ao doente, com um resultado estético e funcional compatível com uma boa qualidade de vida e melhorando o prognóstico e a sobrevivência”(OMD &

DGS, 2014, p.5).

Projeto SOBE

crianças e jovens - grupo geral

SOBE - Saúde Oral Bibliotecas Escolares, consiste num outro

projeto desenvolvido também ele no âmbito do PNPSO dado que tem como principal objetivo a promoção e prevenção da saúde oral nas escolas. O PNPSO assumiu desta forma uma estratégia com o objetivo de criar um conjunto de boas práticas que consolidassem hábitos e comportamentos. As bibliotecas escolares foram os principais e fundamentais parceiros deste projeto (Cabral et al., 2014).

fig. 11 Manual formativo distribuído a todos os prestadores de

Cuidados de Saúde Primários.

fig. 12 Conjunto de etapas efetuadas no momento do exame físico. Procedimento disponibilizado no manual formativo de apoio que deverá ser realizado ao paciente pelo médico.

O objetivo central deste mesmo projeto centra-se na execução de estratégias de promoção de leitura e da escrita, tomando sempre como pretexto o desenvolvimento do programa de prevenção de saúde oral, nomeadamente aumentado a qualidade e a divulgação deste universo nas escolas. Algumas dessas atividades consistem em sessões de esclarecimento bem como atividades práticas de escovagem dos dentes através da distribuição de kits nas escolas (fig. 13 e fig. 14).

Em 2014, com a cooperação dos médicos dentistas, as entidades envolvidas acordaram um conjunto de ações capazes de

acrescentar valor e visibilidade ao projeto SOBE, no entendimento de que é vital encontrar o equilíbrio entre as necessidades

educativas e as necessidades de prevenção da saúde e doenças orais, de forma a que ambas possam ser melhoradas (Cabral et

al., 2014). De acordo com os autores do manual de utilização do

projeto SOBE, este tem como objetivos: