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ATOR LOCAL ATOR TIPO

7.9 ANÁLISE DO FLUXO DE CONHECIMENTO ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DO MÉTODO DE HUANG ADAPTADO.

7.9.1 Determinação do coeficiente de fluxo de

conhecimento - kf, entre os atores pelo método de huang adaptado.

Na determinação dos coeficientes de Fluxo de Conhecimento, através da aplicação do método de Huang adaptado, serão considerados apenas os valores positivos acima de 1, pois valores negativos, teriam um significado de contra-fluxo, ou seja, o ator não teria “estoque de conhecimento” suficiente para compartilhar com o ator em questão.

Nesta etapa da pesquisa, é importante destacar que a metodologia de Huang adaptada para um SRI, mede um sentido único do fluxo de

conhecimento, ou seja o fluxo de conhecimento do ator A para Ator “n” e posteriormente é aplicado o mesmo modelo matemático para se identificar o fluxo do Ator “n” para A, desta forma, aplicando para todos os atores teremos 306 relações, que estão dispostas na tabela 4.

Para o cálculo de KF além dos valores de Ki, W e M apresentados na Tabela 3, as distâncias entre os atores que podem ser visualizadas na Figura 17 também são consideradas para o cálculo.

O cálculo de KF pelo método de Huang adaptado, demonstra algumas características pertinentes ao sistema de atores do SRI, que podem retratar as condições básicas para ocorrência de fluxo de conhecimento no sistema, tais como, identifica o potencial de conhecimento disponibilizado pelo ator para compartilhar com os demais, pré - requisito destacado por Zughe, 2006, quando define a energia de conhecimento, como elemento fundamental no fluxo de conhecimento, neste caso, se o valor de Ki for pequeno é como se o ator não possuísse energia suficiente para compartilhar conhecimento, tal como num sistema hidráulico.

Durante a pesquisa percebeu-se que os valores referentes a motivação em aprender e vontade de compartilhar conhecimento, tiveram poucas alterações entre os atores pesquisados, porem a análise referente ao ativo de conhecimento ou Ki, mostrou-se composta de variações importantes para o fluxo.

O que se verifica na Tabela 4 é que existem alguns valores negativos para o fluxo de conhecimento, que tem referencia aos valores de Ki serem inferiores em relação ao ator com o qual se pretende compartilhar conhecimento, desta forma não haverá fluxo de conhecimento neste sentido.

Deve-se destacar que pelo método de Huang, et al. 2007, prevê duas escalas de fluxo de conhecimento, tendo como parâmetro o valor de KF, onde os fluxos fortes que podem gerar conhecimento são iguais ou superiores a 3, quando forem menores que 3, representa que o existe um fluxo fraco, que pode gerar apenas uma discussão sobre o tema.

Na adaptação do método e aplicação para um SRI, considerou-se o mesmo valor 3 como referencia, porem foram introduzidos novos parâmetros de interpretação, decorrentes da aplicação das entrevistas no campo de pesquisa, onde observou-se que os valores negativos de KF, significam que um ator de menor coeficiente de conhecimento inicial (Ki) não tem possibilidades de compartilhar conhecimento (em relação ao tema analisado TIC) para outro ator de maior coeficiente de conhecimento inicial (Ki), não gerando discussões que possam compor fluxo e consequentemente, gerar novo conhecimento relativo. Para

valores positivo de KF abaixo de 2, considera-se que existe uma discussão, porem, o fluxo é muito fraco para gerar ou incrementar o conhecimento. Para valores de KF superiores a 2 e abaixo de 3 foi constatado a existência de um relacionamento e uma boa intenção de compartilhar conhecimento, porem o Ki inicial é muitas vezes muito baixo ou muito próximo do valor do ator para o qual se pretende compartilhar conhecimento. Para valores de KF superiores a 3 considera-se que existe um fluxo forte que gera conhecimento decorrente desta relação entre os atores.

Analisando a Tabela 4, observa-se que dos 306 fluxos possíveis, somente 58, possuem um fluxo forte capaz de gerar ou incrementar conhecimento aos atores envolvidos. Observa-se ainda, 54 relações que geram um fluxo fraco, que neste estágio não configuram novos conhecimentos ou incremento ao conhecimento já desenvolvido e sim demonstram a possibilidade de relacionamento e conhecimento inicial capaz de promover uma discussão sobre o tema

Durante a aplicação do método Huang adaptado, percebeu-se que os atores conseguiram construir um conceito relativo ao tema e em muitos casos gerou um certo despertar em relação aos pontos analisados, como sendo um próprio “check – list” que deveria ser aplicado à instituição / organização, para verificar o nível de conhecimento de base, assim como monitorar a vontade de compartilhar e motivação aprender.

Na Tabela 4, verifica-se a existência de muitos valores negativos de KF, os quais fazem analogia a teoria de Zughe, 2006, que se refere a energia dos nós, que neste caso seria o Ki do ator que pretende compartilhar conhecimento, o qual se encontra abaixo do Ki do receptor do conhecimento compartilhado, não possibilitando fluxo de conhecimento com este sentido proposto, conforme observado na Figura 18.

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Figura 18 - Possibilidade de Fluxo de Conhecimento em Função do Ki.

Durante as entrevistas algumas surpresas foram detectadas, tais como, o valor inicial de Ki de alguns atores de conhecimento cientifico

Ki

Ki

e tecnológico, obterem valores inferiores aos apresentados pelos atores de fomento F e F2, ator habitat de inovação D, público E, e institucionais C e C3. Este resultado pode ser decorrente de um olhar mais crítico dos atores científicos e tecnológicos com relação as suas bases de conhecimento.

Os valores de KF apresentados na Tabela 4, foram consolidados numa matriz binária representada na Tabela 5, a qual evidencia as 58 possibilidades de fluxo de conhecimento estabelecidas pelo método de Huang adaptado.

A proposta de utilizar matriz binária para representar o fluxo, é uma tentativa de melhor visualizar os fluxos existentes no Sistema Regional de Inovação do Sudoeste.

Tabela 4. VALORES de KF, pelo método de Huang adaptado. A A2 A3 B B2 B3 C C2 C3 D D2 D3 E E2 E3 F F2 F3 A - -1,71 -4,27 1,6 -0,85 0,53 0,8 -3,84 -1,28 -1,28 -2,13 -4,8 -1,92 -2,13 -2,88 0,51 0,64 -4,4 A2 2,13 - -2,56 3,2 1,28 2,67 2,67 -2,13 0,85 0,85 -0,43 -4 0,43 -0,43 -2,4 1,54 1,92 -2,8 A3 4 1,92 - 4,8 2,56 6,6 4,4 0,48 2,56 2,56 2,4 0,4 2,24 2,4 0,24 2,3 2,88 -0,3 B -1,6 -2,56 -5,12 - -1,71 -0,53 -0,8 -4,69 -2,56 -2,56 -3 -5,87 -3,2 -3 -3,52 0 0 -5,2 B2 0,8 -0,96 -2,56 1,6 - 1,2 1,2 -2,24 0 0 -0,96 -4,2 -0,32 -0,96 -2,52 0,77 0,96 -2,7 B3 0,67 -2,67 -8,8 0,67 -1,6 - 0 -8 -1,6 -1,6 -4,8 -6,67 -2,13 -4,8 -4 0,32 0,4 -6 C -1 -2,67 -5,87 1 -1,6 0 - -5,33 -2,4 -2,4 -3,2 -6,67 -3,2 -3,2 -4 0,32 0,4 -6 C2 6 2,67 -0,8 7,33 3,73 10 6,67 - 3,73 3,73 3,2 0 3,2 3,2 -1,6 3,52 4,4 -1 C3 1,2 -0,64 -2,56 2,4 0 1,2 1,8 -2,24 - 0 -0,96 -2,8 -0,48 -0,96 -1,66 0,77 0,96 -2,7 D 1,6 -0,85 -3,41 3,2 0 1,6 2,4 -3 0 - -1,28 -3,73 -0,64 -1,28 -2,24 1,02 1,28 -3,6 D2 2,67 0,43 -3,2 3,73 1,28 4,8 3,2 -2,56 1,28 1,28 - -2,13 0,85 0 -1,28 1,79 2,24 -2,4 D3 6 4 -0,53 7,33 5,6 6,67 6,67 0 3,73 3,73 2,13 - 3,2 2,13 0 3,52 4,4 -1 E 1,8 -0,32 -2,24 3 0,32 1,6 2,4 -1,92 0,48 0,48 -0,64 -2,4 - -0,64 -1,44 0,96 1,2 -2,4 E2 3,33 0,53 -4 4,67 1,6 6 4 -3,2 1,6 1,6 0 -2,67 1,07 - -1,6 2,24 2,8 -3 E3 6 4 -0,53 7,33 5,6 6,67 6,67 0 3,73 3,73 2,13 0 3,2 2,13 - 3,52 4,4 -1 F -0,48 -1,15 -2,3 0 -0,77 -0,24 -0,24 -2,11 -0,77 -0,77 -1,34 -2,64 -0,96 -1,34 -1,58 - 0 -3,12 F2 -1 -2,4 -4,8 0 -1,6 -0,5 -0,5 -4,4 -1,6 -1,6 -2,8 -1,5 -2 -2,8 -3,3 0 - -13 F3 5,5 2,8 0,4 6,5 3,6 6 6 0,8 3,6 3,6 2,4 1 3,2 2,4 0,6 4,16 10,4 -

Sentido da análise de Fluxo Coluna em relação Linha LEGENDA: KF ≤ 0 NÃO EXISTE FLUXO - Ki do Emissor < Ki do Receptor KF ≤ 1 NÃO EXISTE FLUXO - Pode existir algum Relacionamento KF ≤ 2 NÃO EXISTE FLUXO - Existe um Relacionamento KF ≥ 3 EXISTE FLUXO

Tabela 5. Cruzamento de Matriz binária para os fluxos de conhecimento (KF) pelo método de Huang adaptado. A A2 A3 B B2 B3 C C2 C3 D D2 D3 E E2 E3 F F2 F3 A - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 A2 0 - 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 A3 1 0 - 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B 0 0 0 - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 B3 0 0 0 0 0 - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C 0 0 0 0 0 0 - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C2 1 0 0 1 1 1 1 - 1 1 1 0 1 1 0 1 1 0 C3 0 0 0 0 0 0 0 0 - 0 0 0 0 0 0 0 0 0 D 0 0 0 1 0 0 0 0 0 - 0 0 0 0 0 0 0 0 D2 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 - 0 0 0 0 0 0 0 D3 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 - 1 0 0 1 1 0 E 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 - 0 0 0 0 0 E2 1 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 - 0 0 0 0 E3 1 1 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 - 1 1 0 F 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 - 0 0 F2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 - 0 F3 1 0 0 1 1 1 1 0 1 1 0 0 1 0 0 1 1 -

1 CAPACIDADE PARA COMPARTILHAR CONHECIMENTO RESULTADO DE FLUXOS SEGUNDO HUANG. Sentido da Análise 0 SEM POSSIBILIDADES DE COMPARTILHAR CONHECIMENTO 58 FLUXOS Coluna x Linha Padrão utilizado: valores ≥ 3 - configuram fluxo

valores < 3 - não configuram fluxo

Outra maneira de representar os fluxos é através de um mapa que pode ser visualizado na Figura 19, o qual pretende demonstrar os possíveis fluxos com a verificação do sentido em que os mesmos ocorrem no SRI.

Figura 19 - Fluxo de conhecimento pelo método Huang adaptado.

Nos cinquenta e oito (58) fluxos possíveis pelo método de Huang adaptado, vale destacar que os atores que possuem maior estoque de conhecimento são os que menos receberão conhecimento dos demais.

7.9.2 Resultado e Análises da Aplicação do Método