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DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES 13 2.1 INTRODUÇÃO:

3. FLUXO DE CONHECIMENTO EM SR

3.1 GESTÃO DO CONHECIMENTO

3.2.1 Fluxo de Conhecimento num SR

Os princípios que norteiam um SRI propõem tornar uma região, com um diferencial inovador que lhe permita ser competitiva, tanto em âmbito regional quanto num sistema globalizado, e para que isso ocorra, é fundamental compreender que o conhecimento é a chave para esta vantagem competitiva sustentável9 (COLE, 1998);(GRANT, 1996);(SPENDER,1996).

Neste contexto, os atores pertencentes ao SRI deverão interagir seus conhecimentos através de suas áreas de contato, podendo utilizar-se de ferramentas computacionais, que facilitem o compartilhamento de conhecimento explicito. Porém, para que ocorra um salto competitivo é fundamental que os atores estejam “embarcados” numa cultura conjunta, o que poderá lhes proporcionar um compartilhamento e socialização de conhecimento tácito (NISSEN, 2007).

Para que as áreas de contato entre atores regionais ocorram com maior evidência e proporcionem um maior fluxo de conhecimento, não somente entre os atores científicos e tecnológicos, mas entre todos os atores do sistema e a sociedade, podendo assim criar uma cultura de inovação baseada nos fluxos de conhecimento e num possível “ba”. Adaptando de Dvir e Pasher (2004), existem onze modernas “innovation urban engines” que podem ser consideradas, como propícias na geração destas áreas de contato entre os atores, podendo fomentar a inovação numa região. As mesmas fazem parte do instrumento de pesquisa e serão destacadas, com o propósito de se analisar a possibilidade de serem indicadas como estimuladoras de um ambiente de inovação, são elas:

9 O termo sustentável refere-se aos princípios preconizados por Ignacy

Sachs 1993, sustentabilidade ambiental, econômica, cultural, social e espacial.

Cafés e ambientes de troca de conhecimento Tácito;

Eventos Científicos e Culturais, grandes eventos urbanos, feiras científicas e culturais, tais como a de 1900 em Paris ou 2004 em Barcelona;

Bibliotecas: como um espaço para socialização do conhecimento, interativa e propositiva e não apenas arquivista.

Portais: Sejam os portais virtuais, portos, aeroportos, estações de trem ou de ônibus que possuem uma função fundamental na disseminação de conhecimento e de fluxos livres de conhecimento, e devem espelhar a altivez inovadora da região;

Museus: museus interativos tais como de futebol e da língua portuguesa em São Paulo, para que não exista apenas contemplação, mas que atuem como elementos de aprendizagem;

Observatórios de cenários futuros: assim como ambientes de estudos prospectivos;

Universidades: abertas para a sociedade e integradas no contexto urbano, fazendo parte da realidade social, assim como um parque ou uma praça, popularizando os seus elementos de TI, laboratórios, bibliotecas, teatros, ambientes de desporto entre outros;

Stakholders: bancos, agentes de fomento e financiadores, venture capitalists, integrados ao contexto inovador em rede na cidade;

Parques Científicos e Tecnológicos: voltados à indústria do conhecimento, ambientes sinérgicos focados na inovação, ambientes onde o fluxo de conhecimento deve ser intenso, mas que devem ter uma áreas de contato com todos os atores da região;

Revitalização de zonas industriais abandonadas: transformadas em ambientes culturais, científicos e universitários, induzindo a integração e interação através dos fluxos de conhecimento entre os moradores e ativos de conhecimento;

Infraestrutura Digital: é importante analisar a distribuição per capta de computadores na sociedade, o percentual da população conectada, como as TICs estão sendo aplicadas no ensino fundamental e básico e principalmente estruturar a integração entre ambiente virtuais e físicos, podendo gerar inclusive um "ba virtual".

O importante destas “innovation urban engines” talvez esteja no maior contato e sinergia que pode provocar, porem, o cuidado que se deve ter é com a qualidade das informações, não gerando um acumulo de informações que possa estruturar uma barreira natural para o conhecimento, diminuindo o escoamento deste conhecimento no sistema. (DVIR e PASHER,2004)

Com distâncias diminuídas, gera-se uma espécie de conhecimento coletivo, o qual não necessariamente é bem distribuído, este conhecimento não é a soma de cada conhecimento individual ou de organização, é resultado de uma sinergia e estrutura sistêmica (Albagli e Maciel, 2004), porém, para que este conhecimento coletivo efetivo é importante que os fluxos e as energias sejam mapeadas e organizados.

Sabendo que diminuir a distância é fundamental para se melhorar o fluxo de conhecimento e compreendendo que as “innovation engines” citadas, podem melhorar a comunicação entre os atores, onde esta, deve ser inversamente proporcional às distâncias entre eles, assim, quanto maior a distância, menores serão os fluxos de conhecimento, Allen (1973, 1988). Na perspectiva de se entender o que vem a ser a distância no contexto dos fluxos de conhecimento Huang et. al 2007 definem a distância sobre 4 aspectos:Distância geográfica; Distância cultural ( línguas e valores); Distância tecnológica (nível tecnológico) e Distância social (status social e força do poder).

Segundo Zhuge 2006, existem alguns princípios que devem ser considerados para se verificar se o modelo de fluxo de conhecimentos esta sendo devidamente aplicado. Neste trabalho alguns destes princípios foram adaptados para um SRI, embora poucos correspondam ao SRI, onde Zhuge, 2006, considera como princípios:

Eficácia do fluxo: análise se o conhecimento correto esta sendo repassado entre os atores interessados, e se estes conhecimentos estão sendo armazenados de maneira correta, ainda a energia de repasse de conhecimento está ocorrendo de um ator com alta quantidade para um de menor intensidade;

Relevância de tarefas: a composição dos atores de conhecimento presentes devem ser fundamentais no cumprimento da missão do SRI;

Benefício mútuo: todos os atores participantes do SRI, deverão adquirir conhecimento, com o compartilhamento proposto, caso contrario, o fluxo poderá ser interrompido a médio e longo prazo;

Cobertura mínima: o fluxo deve dar-se exatamente onde se necessita, não havendo fluxos redundantes entre atores, ou entre atores que não possuem necessidade de participar deste fluxo;

Confiança: a cooperação eficaz exige que os atores presentes no SRI confiem um nos outros, assim haverá um encorajamento mutuo entre eles para se compartilhar conhecimento.

Embora não esteja no escopo desta pesquisa, é importante analisar durante a distribuição dos fluxos entre os atores, monitorar a intensidade destes fluxos para identificar turbulência e / ou “congestionamento” de dados , informações, metadados que possam dificultar a geração de conhecimento, ou seja é primordial intensificar que o fluxo de conhecimento esteja adequado a cada situação encontrada no sistema, assim a confiança no mesmo irá aumentar, possibilitando uma maior geração, socialização, distribuição e aplicação efetiva do conhecimento em rede. (RODRÍGUEZ-ELIAS et al 2009)

Num Sistema Regional de Inovação, conhecer os fluxos de conhecimento e os elementos que possuem maior energia de distribuição, torna-se prioritário, para que seja possível desenvolver um modelo que auxilie o escoamento destes fluxos. Assim, considerar que um SRI pode vir a ser uma rede de fluxos de conhecimento também é algo que poderá auxiliar no desenvolvimento do modelo de fluxo de conhecimento para este habitat de inovação.

Um dos fatores fundamentais para que se possa estabelecer um modelo de fluxo de conhecimento num SRI, é que primeiramente se precisa identificar os conhecimentos presentes, se a estrutura de conhecimento já flui na região e como este fluxo pode ser melhorado (RODRÍGUEZ-ELIAS et al 2009). Na pesquisa de campo poderão ser analisados como estes fatores estão sendo desenvolvidos no SRI Sudoeste.

Assim na proposta de concepção da estruturação deste modelo de fluxo de conhecimento para o SRI, serão consideradas as seguintes fases de construção:

 Percepção de GC para cada ator, contemporizando as possibilidades de compartilhamento de conhecimento;

 Mapeamento dos fluxos de conhecimento num SRI com a caracterização dos atores regionais;

Importância das “Innovation Urban Engines” para o SRI;

 Relevância dos atores em termos de energia de fluxo;

 Direcionamento e intensidade dos fluxos entre atores deste sistema.

O modelo de gestão de fluxos de conhecimento pressupõe que exista um determinado nível de cooperação entre os atores pertencentes ao sistema. Nesta linha, quanto maior o nível de conhecimento e confiança de um ator no sistema, o mesmo pode ser considerado hierarquicamente fundamental no mapa do fluxo de conhecimento, ou seja em tese, uma ICT, bem estruturada e detentora de conhecimentos de vários níveis terá um papel central na distribuição dos fluxos de