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Diferentes níveis de ensino em Educação a Distância no Brasil

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1 A Educação a Distância no Brasil

1.3 Diferentes níveis de ensino em Educação a Distância no Brasil

EAD na Educação Básica

Neste nível, a Educação a Distância brasileira tem contemplado apenas os cursos supletivos, a educação de jovens e adultos e os cursos profissionalizantes, que devem ser credenciados pelos Conselhos Estaduais de Educação (CEE).

Segundo o CensoEAD.BR de 2009, os cursos técnicos, que representam a modalidade de educação básica mais difundida em EAD, chegam a apenas 20% das instituições.

Como podemos ver na tabela abaixo, elaborada com base nos dados do CensoEAD.BR de 2009, das 376 instituições cadastradas para a oferta de Educação a Distância, cerca de 47% oferecem cursos em Educação Básica e Ensino Técnico.

Tabela 1 - Instituições que oferecem EAD na Educação Básica e Ensino Técnico por Estado

Região Estado Instituições

Credenciadas Educação Básica e técnicos Alagoas 2 - Bahia 24 13 Ceará 10 4 Maranhão 8 4 Paraíba 2 - Pernambuco 10 5 Piauí 4 2

Rio Grande do Norte 5 1

Nordeste Sergipe 4 2 Amapá 1 - Amazonas 6 4 Pará 8 4 Roraima 4 - Norte Tocantins 4 - Distrito Federal 23 15 Goiás 7 4 Mato Grosso 4 2 Centro-Oeste

Mato Grosso do Sul 8 2

Espírito Santo 6 3 Minas Gerais 39 8 Rio de Janeiro 41 21 Sudeste São Paulo 59 25 Paraná 22 5

Rio Grande do Sul 46 34

Sul

Santa Catarina 29 19

Total no país 376 177

Fonte: CensoEAD.BR 2010, p.166

As regiões Sul e Sudeste têm o maior número de instituições com oferta de EAD nestes níveis, sendo cinqüenta e oito e cinqüenta e sete, respectivamente.

A região Norte apresenta o menor número de instituições com oferta de EAD na Educação Básica e Ensino Técnico, sendo oito instituições.

As regiões Nordeste e Centro Oeste, contam com trinta e uma e vinte e três instituições, respectivamente, que oferecem este nível de ensino em EAD.

Não podemos deixar de refletir que existem vários casos de sucesso na oferta de educação a distância em ensino técnico no Brasil. Entre eles destacam-se o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)33 e a Fundação Bradesco34, que integram a EAD a cursos de ensino médio, regulares e profissionalizantes.

Em tempos de comunicação instantânea e comércio virtual, porque não estender o atendimento escolar para a rede mundial de computadores, mesmo em cursos presenciais?

Hoje, é comum encontrarmos também instituições de ensino regulares que, buscando esse atendimento mais amplo, passaram a utilizar ambientes virtuais de aprendizagem para apoio pedagógico, entrega de tarefas, trabalhos e discussões virtuais.

Um exemplo de como a EAD pode ser utilizada com êxito para esta complementação do trabalho pedagógico no ensino fundamental é o Portal Aprender São Caetano35, da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, em São Paulo, onde os alunos das escolas municipais encontram diversas mídias e conteúdos, além de canais interativos, podendo, inclusive, esclarecer dúvidas on-line com professores especialistas em cada uma das áreas de conhecimento.

EAD no Ensino Superior

Os primeiros projetos de Educação a Distância no ensino superior brasileiro ocorreram em nível de pós-graduação lato sensu e, embora este nível continue tendo a maior oferta de cursos, é também bastante expressivo o crescimento da oferta de cursos em nível de graduação.

33http://www.senai.br/br/home/index.aspx - Acesso em ago/09

34http://www.fb.org.br/ - Acesso em ago/09

35http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br/pagina.php?pagina_id=8398 - Acesso em ago/09

Segundo dados do CensoEAD.BR, com base em 2008, 44% das IES cadastradas para a oferta de cursos em Educação a Distância ministram cursos de graduação e 39%, ministram cursos de Especialização.

De acordo com este censo, dos 1752 cursos oferecidos a distância no país, 466 (27%) são de graduação e 655 (37%) são de especialização.

Tabela 2 - Número de cursos ofertados por estado e por nível de ensino

Região Estado Total de cursos Graduação Especialização

Alagoas 9 4 1 Bahia 73 39 16 Ceará 34 24 - Maranhão 10 6 3 Paraíba 6 6 - Pernambuco 4 4 - Piauí 14 9 1 Rio Grande do Norte 10 6 - Nordeste Sergipe 18 15 - 178 113 21 Amapá 2 - 2 Amazonas 11 6 2 Pará 34 20 9 Roraima 9 7 1 Norte Tocantins 8 6 - 64 39 14 Distrito Federal 238 16 139 Goiás 17 5 3 Mato Grosso 17 12 1 Centro-Oeste Mato Grosso do Sul 46 20 9 318 53 152 Espírito Santo 41 8 29 Minas Gerais 214 49 79 Rio de Janeiro 210 27 114 Sudeste São Paulo 314 70 99 779 154 321 Paraná 141 19 80 Rio Grande do Sul 107 38 31 Sul Santa Catarina 165 50 36 Total no país 413 107 147 Total no país 1752 466 655 Fonte: CensoEAD.BR, 2010, p. 167

Podemos observar que a região Sudeste tem a maior oferta tanto de cursos de graduação quanto em cursos de especialização, enquanto a região Norte tem a menor oferta em graduação e a região Centro-Oeste tem a menor oferta em nível de Especialização.

No tópico 1.4, vamos analisar a situação atual da educação a distância no contexto do ensino superior brasileiro.

A EAD na capacitação e treinamento de setores empresariais e governamentais

Com o surgimento do e-learning (sistema de ensino e aprendizagem pela internet), a grande maioria das empresas e também algumas entidades governamentais tem optado por promover o treinamento de seus funcionários neste formato, já que ele traz várias vantagens em relação ao treinamento convencional.

Ao utilizar esse formato, a empresa consegue capacitar um número muito maior de pessoas ao mesmo tempo, sem necessidade de deslocamentos ou de grandes espaços físicos. Além disso, a formação pode ocorrer sem que o funcionário seja afastado de suas funções, o que evita prejuízos na produtividade da empresa.

Neste mundo globalizado e competitivo, o treinamento via internet pode contribuir muito para a atualização constante de profissionais de todas as áreas, permitindo uma rápida e eficiente qualificação profissional.

Embora o investimento em tecnologia não seja baixo, o saldo acaba sendo positivo, já que os custos para viabilização de treinamentos em locais diversos, com reserva de espaços e deslocamentos, seriam mais altos e, a longo prazo, os custos são compensados pelos resultados apresentados e os objetivos atingidos.

Segundo dados do CensoEAD.BR (2009), embora o treinamento seja o tipo mais comum de formação nas empresas, é surpreendente o crescimento da oferta de cursos também de educação básica: 28% desta amostra educam mais de 80% de seus funcionários neste nível, assumindo uma parcela de responsabilidade que seria do poder público.

Diante deste cenário, algumas instituições e empresas, optaram por criar suas Universidades Corporativas, verdadeiros centros de treinamento utilizados para trabalhar na capacitação continuada de seus funcionários, sendo que alguns deles contam também com pólos de apoio presencial, para atendimento aos estudantes.

Segundo reportagem da Revista Veja36, de 15 de maio de 2009, o número de Universidades Corporativas cresceu 2.400% em dez anos. Em 1999 eram apenas 10 em todo o país e hoje são mais de 250 unidades.

Esse crescimento deve-se à necessidade de capacitação rápida, já que neste mundo globalizado, em todas as áreas surgem novas descobertas com tamanha rapidez, que a educação formal não daria conta de acompanhar esta evolução sozinha.

Vale lembrar que o termo universidade é utilizado como nome fantasia pelas empresas, já que não existe reconhecimento e regulamentação pelo Ministério da Educação para estas instituições. Para ofertar cursos livres em universidades corporativas, não há necessidade de regulamentação, apenas em casos de oferta de cursos de pós-graduação por estas instituições, se faz necessário o reconhecimento e autorização do Ministério da Educação.

Entre os vários exemplos de Universidades Corporativas existentes em nosso país, podemos citar a Universidade do Hambúrguer, do McDonalds37, criada para capacitação de gerentes, e também a UniBB38, do Banco do Brasil, que oferece cursos de capacitação para funcionários e também para a comunidade.

A EAD em Cursos livres de aperfeiçoamento e capacitação profissional

Com a atual necessidade de formação continuada e permanente, também cresceu no país a oferta de cursos livres de aperfeiçoamento e capacitação profissional, que buscam atender a esta demanda.

36 Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/universidades-corporativas-crescem-brasil-468630.shtml

- Acesso em ago/09

37http://www.mcdonalds.com.br/#/NPC:Institutional#4 - Acesso em set/09 38

Esse formato não necessita de credenciamento no Ministério da Educação e a verificação da qualidade fica por conta dos usuários, já que não há supervisão ou fiscalização destes cursos.

A oferta é muito grande e há cursos de todo tipo e em todas as áreas, portanto, o que se espera é que haja uma seleção natural promovida pelos próprios usuários do serviço, fortalecendo os bons cursos e extinguindo os projetos de má qualidade.

Existem inúmeros exemplos de bons cursos livres, tanto em instituições já conhecidas e consolidadas, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)39 e a Pontifícia Universidade Católica (PUC)40, como também em sites criados por profissionais da área acadêmica, como o Formação Interativa41, que oferece cursos de formação continuada para professores e outros profissionais da educação.

Redes e Consórcios para a Educação a Distância

Segundo Marlene Montezi Blois (2008)42, representante do Consórcio Rede Interamericano de Educação a Distância, há uma sutil diferença entre as redes e consórcios, embora ambos sejam utilizados para proporcioonar uma maior e melhor oferta de produtos e serviços em EAD.

Em entrevista à Fundação Osvaldo Cruz, ela afirmou que as redes visam ampliar os espaços geográficos e, assim, aumentar também a possibilidade de atendimento ao publico, levando o ensino onde as instituições não estão fisicamente presentes, otimizando os recursos existentes em cada

organização que compõe a rede e minimizando os custos para os alunos.

39www.senac.br – Acesso em set/09 40

www.pucsp.br - Acesso em set/09

41www.formacaointerativa.com.br – Acesso em set/09

www.formacaointerativa.eduead.com.br – Acesso em set/09

Existem dois tipos de redes, as tecnológicas e as institucionais. As redes tecnológicas abrangem instrumentos como o rádio, a TV, a telefonia analógica, e outras tecnologias. E as redes institucionais são feitas da união de instituições em prol de uma mesma finalidade (Blois, 2008)

Já os consórcios são uma prática mais recente que as redes, tendo um modelo fundamentado na dinâmica de prestação de serviços e no gerenciamento dos processos.

Os consórcios podem ser fechados – só entram instituições da mesma natureza – ou abertos – abrangem instituições com diferentes objetivos –, porém com um compromisso, uma missão em comum. (Blois, 2008)

Essa parceria de instituições pode ter como objetivo a produção de materiais didáticos e mídias, a criação de programas de formação continuada e cursos em todos os níveis, o compartilhamento de experiências e recursos, ou a união em prol de uma mesma causa.

Essa soma de esforços pode tornar possíveis grandes projetos e até mesmo promover a implementação de políticas públicas para o setor.

Entre os vários exemplos de Redes e Consórcios no Brasil, podemos citar a Universidade Virtual Pública do Brasil (UniRede)43 , a Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior (Ricesu)44 , a Universidade Virtual Brasileira (UVB)45, o CEDERJ46 e a UAB47.

43www.unirede.br – Acesso em set/09 44www.ricesu.com.br – Acesso em set/09

45www.uvb.com.br – Acesso em set/09 46www.cederj.edu.br – Acesso em set/09

No documento Download/Open (páginas 41-49)