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(1)1. UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO E LETRAS MESTRADO EM EDUCAÇÃO. CLAUDIA APARECIDA BUENO ROSIN. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL – LIMITES E POSSIBILIDADES NA IMPLANTAÇÃO DA EAD NO ENSINO SUPERIOR. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2010.

(2) 2. CLAUDIA APARECIDA BUENO ROSIN. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL – LIMITES E POSSIBILIDADES NA IMPLANTAÇÃO DA EAD NO ENSINO SUPERIOR. Dissertação apresentada como exigência parcial ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Joaquim Gonçalves Barbosa. para a obtenção do. título de Mestre em Educação.. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2010.

(3) 3. FICHA CATALOGRÁFICA R731e. Rosin, Claudia Aparecida Bueno A educação a distância no Brasil: limites e possibilidades na implantação da EAD no ensino superior / Claudia Aparecida Bueno Rosin. 2010. 113 f. Dissertação (mestrado em Educação) --Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2010. Orientação: Joaquim Gonçalves Barbosa 1. Ensino a distância – Brasil 2. Ensino a distância – Ensino superior 3. Tecnologia educacional 4. Ambiente virtual de aprendizagem I. Título. CDD 374.012.

(4) 4. CLAUDIA APARECIDA BUENO ROSIN. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL – LIMITES E POSSIBILIDADES NA IMPLANTAÇÃO DA EAD NO ENSINO SUPERIOR. Dissertação apresentada como exigência parcial ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de São Paulo, sob a orientação do Prof. Dr. Joaquim Gonçalves Barbosa. para a obtenção do. título de Mestre em Educação.. Data de defesa: Resultado:. BANCA EXAMINADORA:. Prof. Dr. Joaquim Gonçalves Barbosa ________________________________ Universidade Metodista de São Paulo. Prof. Dra. Norinês Panicacci Bahia ________________________________ Universidade Metodista de São Paulo Prof. Dra. Edna Cristina do Prado ________________________________ Universidade Federal de Alagoas.

(5) 5. Dedico este trabalho a todas as pessoas que acreditam na educação a distância e trabalham com seriedade para uma educação democrática e de boa qualidade..

(6) 6. AGRADECIMENTOS. A Deus, por estar sempre ao meu lado, me fortalecendo e me ajudando a superar obstáculos e desafios.. Ao meu melhor amigo, meu marido e companheiro de todas as horas, Marcelo Rosin, pelo apoio incondicional durante a realização deste trabalho.. Ao meu orientador, prof. Dr. Joaquim Gonçalves Barbosa, pelos direcionamentos pontuais.. À prof. Dra. Edna Cristina do Prado, por ter me incentivado a fazer este mestrado e por aceitar o meu convite, fazendo-se presente na banca de defesa.. À prof. Dra. Norinês Panicacci Bahia, pelas inúmeras discussões sobre EAD que contribuíram para o enriquecimento do meu trabalho.. À minha família e aos meus amigos, que souberam compreender a minha ausência em muitos momentos, por estar me dedicando à esta escrita..

(7) 7. “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.” (Rubem Alves).

(8) 8. RESUMO O presente trabalho apresenta um panorama da Educação a Distância no Brasil, fazendo uma contextualização histórica da modalidade, desde as primeiras experiências registradas em nosso país até os dados atuais, que confirmam o seu crescimento, em todos os níveis de ensino. Neste contexto, apresentamos uma análise sobre a evolução da legislação brasileira específica para a Educação a Distância, bem como os processos de credenciamento e implantação desta modalidade no ensino superior, procurando compreender o que a legislação pode representar em termos de qualidade, crescimento, avanço ou atraso para a Educação a Distância no Brasil. Apresentamos, ainda, uma experiência concreta sobre a implantação de disciplinas a distância em dois cursos de graduação presenciais, analisando a questão das resistências enfrentadas durante o processo e como se deu a superação dos desafios encontrados. Objetiva-se, com este trabalho, situar o leitor sobre a realidade da educação a distância em nosso país, trazendo elementos históricos e estatísticos, mostrando como este processo pode ocorrer na prática educacional, no contexto da universidade; e analisando os limites e possibilidades da implantação desta modalidade no ensino superior.. Palavras-chave: EAD, Educação a Distância, Tecnologias Educacionais, Ambiente Virtual de Aprendizagem, Ensino Superior..

(9) 9. ABSTRACT. This paper provides an overview of distance education in Brazil, by making a historical contextualization of the subject from the first reported experiments in our country to the current data, which confirm its growth in all levels of education. In this context, we present an analysis on the evolution of Brazilian legislation specific to the Distance Education, as well as the accreditation and implementation processes of this modality in higher education, through the understanding on what the legislation may represent in terms of quality, growth, advancement or delay for Distance Education in Brazil. We also present a concrete experiment of implementation of distance disciplines in two presential undergraduate courses, by examining the issue of the opposition found during the process, and how we overcame the challenges found. The objective of this paper is to inform the reader about the distance learning actual situation in our country, by bringing historical and statistical evidences in order to show how this process can take place in educational practice within the university context, and by analyzing the limits and possibilities of implementation of this modality in higher education.. Keywords: DE, distance Learning, Educational Technologies, Virtual Learning environment, Higher Education.

(10) 10. LISTA DE ABREVIATURAS. ABED – Associação Brasildiera de Educação a Distância ABT – Associação Brasileira de Teleducação AbraEAD – Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem BBS - Bulletin Board System CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEDERJ – Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro CEE – Conselho Estadual de Educação CIAED – Congresso Internacional ABED de Educação a Distância CNE – Conselho Nacional de Educação EAD – Educação a Distância ENADE – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes ESUD – Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância IES – Instituição de Ensino Superior INEP – Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LMS – Learning Management System MEB – Movimento de Educação de Base MEC – Ministério de Educação e Cultura NTIC´s – Novas Tecnologias de Informação e Comunicação POSGRAD – Projeto de Pós-Graduação Tutorial a Distância PUC – Pontifícia Universidade Católica RICESU – Rede de Instituições Católicas de Ensino Superior.

(11) 11. RNP – Rede Nacional de Ensino e Pesquisa SEED – Secretaria de Educação a Distância SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial TIC´s – Tecnologias de Informação e Comunicação UAB – Universidade Aberta do Brasil UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso UNIREDE – Universidade Virtual Pública do Brasil UVB – Instituto Universidade Virtual Brasileira WWW – World Wide Web ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal.

(12) 12.

(13) 13.

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(15) 15. SUMÁRIO. Introdução....................................................................................................... 16 1. A Educação a Distância no Brasil .......................................................... 20 1.1 Um breve histórico............................................................................... 20 1.2 A legislação educacional brasileira e a EAD ..................................... 30 1.3 Diferentes níveis de ensino em Educação a Distância no Brasil.... 41 1.4 O cenário atual da Educação a Distância no ensino superior brasileiro...................................................................................................... 49. 2. Métodos e Estratégias Pedagógicas...................................................... 60 2.1 Principais ferramentas pedagógicas utilizadas nos cursos oferecidos em EAD no Brasil..................................................................... 60 2.2 Principais Bases Teóricas que fundamentam a Educação a Distância ...................................................................................................................... 65 2.2.1 Construtivismo e Sócio-Interacionismo........................................... 65 2.2.2 Andragogia e Heutagogia................................................................ 68 2.2.3. Inteligência coletiva, ciberespaço e cibercultura......................... 69. 2.2.4 Considerações sobre o ensinar...................................................... 76 2.2.5 Considerações sobre o aprender ................................................... 83 3 Vencendo Resistências na EAD – Uma experiência formativa no ensino superior .............................................................................................. 92 Considerações finais ................................................................................... 104 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 109.

(16) 16. Introdução. Vivemos em um ritmo acelerado, em um mundo onde as evoluções tecnológicas têm ocorrido com grande velocidade, modificando a nossa realidade a todo tempo. Dentro deste contexto, observamos que a educação vem sendo transformada aos poucos, passando de modelos tradicionais e inflexíveis à modelos mais abertos, presenciais conectados, semi-presenciais ou a distância. Trabalho como professora desde 1988 e pude acompanhar de perto como estas mudanças foram ocorrendo dentro da escola. Entre 1991 e 1996 tive a felicidade de trabalhar em uma escola que buscava oferecer um ensino moderno aos seus alunos e que foi pioneira na utilização de tecnologias na educação na região do Grande ABC Paulista. Esta instituição trabalhava com um projeto de informática educacional e robótica aplicada, inseridos no currículo escolar. As crianças utilizavam o laboratório de informática desde o maternal, com programas adequados à cada faixa etária, e os maiores já experimentavam a comunicação com alunos de outras instituições. Inicialmente, nós nos conectávamos com outras instituições via BBS (Bulletin Board System) com hora marcada e depois de pouco tempo, tivemos nossas primeiras experiências com a internet comercial. Fazer parte deste projeto foi uma experiência muito interessante, que despertou a minha vontade de aprofundar meus conhecimentos e realizar outros trabalhos com o uso da tecnologia. Naquela época, pouquíssimas instituições tinham essa estrutura e estávamos muito à frente no trabalho com tecnologias educacionais, mas também enfrentávamos muito preconceito e receio dos professores em lidar com algo tão novo, que exigia uma modificação no seu jeito de ensinar, já tão seguro e consolidado. É engraçado como muitos dos programas que utilizávamos com a pré-escola naquela época, são apresentados hoje como novidades... e também como este preconceito ainda ocorre entre os profissionais da educação, mesmo após tantos anos....

(17) 17. Depois desta experiência, passei alguns anos trabalhando na rede pública, em escolas de periferia, em uma realidade totalmente diferente, onde a grande maioria não tinha nenhum acesso às tecnologias. Neste período, participei do início de um projeto de inclusão digital e continuei buscando novos conhecimentos nesta área. A partir de 2005 decidi pesquisar mais profundamente sobre projetos de Educação a Distância, Tecnologia Educacional e Inclusão Digital e realizei uma especialização em Educação a Distância, que complementou minha formação nesta área, ampliando minha experiência. Em 2007, fui convidada a assumir a coordenação de EAD da Instituição F1, onde ainda atuo nesta função e também como professora no curso de Pedagogia. Decidi então, em 2008, cursar o Mestrado em Educação, escrevendo sobre este tema, que faz parte da minha formação e da minha experiência como educadora, e que está tão presente na educação atual. Objetivo com este trabalho situar o leitor sobre o cenário atual da Educação a Distância no Brasil, fornecendo elementos e dados sobre esta modalidade, que cresce a cada dia e ganha força como ferramenta ativa no processo educacional do nosso país. Objetivo também oferecer informações úteis aos sujeitos que estejam iniciando o seu trabalho na modalidade a distância, provocando-os e levando-os a pesquisar mais sobre o assunto. O primeiro capítulo aborda uma contextualização histórica, que mostra através de uma linha do tempo as importantes experiências em Educação a Distância do Brasil, desde 1904 com as Escolas Internacionais e o ensino por correspondência, até a utilização da EAD em diversos níveis de ensino nos dias atuais, tanto em formatos mais simples, como em modelos com ampla utilização de tecnologias avançadas de informação e comunicação. Este capítulo aborda ainda, a legislação educacional brasileira e a sua adequação para a modalidade a distância, buscando provocar uma reflexão sobre o impacto da legislação no crescimento e na qualidade dos cursos ofertados em EAD; apresenta os diferentes níveis de ensino atendidos pela modalidade e os dados. 1. Utilizarei a nomenclatura “Instituição F” para preservar a identidade da mesma, onde foi realizada a pesquisa..

(18) 18. estatísticos que retratam como está o cenário atual da Educação a Distância no ensino superior brasileiro. No segundo capítulo, apresento as ferramentas pedagógicas mais utilizadas na modalidade, bem como, as principais bases teóricas que fundamentam os projetos de educação a distância da atualidade. Traço um caminho pedagógico, passando pelo construtivismo de Piaget, pelo sociointeracionismo de Vygostky e pelas teorias sobre educação de adultos: a andragogia e a heutagogia. Fecho este capítulo abordando a cibercultura, de Pierre Lévy, para fundamentar a construção da inteligência coletiva e a utilização do ciberespaço como meio educacional e trazendo algumas considerações sobre o “ensinar” e o “aprender” neste novo contexto educacional. Para ilustrar este cenário atual, no terceiro capítulo trago uma experiência concreta sobre a implantação de disciplinas a distância em uma instituição privada de ensino superior, relatando as resistências e dificuldades enfrentadas e como conseguimos vencer alguns destes obstáculos durante o processo. Pretendo com este trabalho situar a Educação a Distância no Brasil e demonstrar como estes processos educacionais diferenciados estão ocorrendo em nosso país, com obstáculos e dificuldades, mas também com muitos sucessos e bons resultados. É claro que este trabalho não analisa o tema em toda a sua plenitude, mas procura trazer elementos importantes que provoquem o leitor a novas pesquisas e experiências, levando-o a descobertas e aprendizagens que possam contribuir com a sua formação e prática profissional em EAD..

(19) 19. “ Não se deve nunca perder a concepção ampla de educação, que vai muito além da professores, alunos e edifícios. escola,. escolares.. educação como processo inerente. A. à. espécie. humana se inicia desde a concepção. do ser. humano – como indivíduo ainda no útero da mãe, e que não tem terminalidade, nem completitude – até o seu desaparecimento.”. (Formiga, 2009).

(20) 20. 1. A Educação a Distância no Brasil. 1.1 Um breve histórico. Vivemos hoje em uma sociedade muito diferente daquela em que viveram os nossos avós. A evolução tecnológica avança a cada dia, trazendo modificações sequer imaginadas pelos nossos antepassados. Pensando nas centrais telefônicas limitadas, passando pelo telefone celular enorme e pesado, e chegando aos celulares de hoje, aparelhos minúsculos, que comportam inúmeros recursos, inclusive conexão com a internet e TV digital, vemos o quanto a tecnologia transformou a nossa realidade. Essas mudanças, crescentes e aceleradas, nos proporcionam muitas facilidades, mas tem um enorme impacto também sobre outras áreas de nossas vidas. Ocorreram mudanças nas formas de organização, de produção, de diversão e, consequentemente, de educação. Se as pessoas têm tantas facilidades no seu dia-a-dia, podem utilizá-las também para aprender, portanto a educação também precisa ser repensada com alguma urgência. Embora ainda existam muitas resistências às mudanças educacionais, elas se fazem necessárias a esse novo sujeito, que tem à sua disposição uma infinita gama de informações e que aprende por diversos canais, que ultrapassam limites e vão muito além dos muros da escola. Nos dizeres do professor Marcos Formiga (2009: p. 39):. Não se deve nunca perder a concepção ampla de educação, que vai muito além da escola, professores, alunos e edifícios escolares.A educação como processo inerente à espécie humana se inicia desde a concepção do ser humano – como indivíduo ainda no útero da mãe, e que não tem terminalidade, nem completitude – até o seu desaparecimento. Esse é o território fértil de utilização e aplicação da educação aberta e a distância, na sua abrangência em todos os campos de aprendizagem da atividade da espécie humana de forma permanente e continuada..

(21) 21. Com todas as mudanças que observamos em nossa sociedade, os avanços tecnológicos e a rápida difusão das informações, constatamos a necessidade de uma educação ampla, formativa e continuada. Nesse sentido, a Educação a Distância tem um importante papel, já sendo reconhecida e amplamente utilizada em diversos níveis de ensino, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Embora a Educação a Distância tenha crescido muito nos últimos anos, é importante lembrarmos que esta não é uma nova modalidade de ensino. O que temos de novo são as modernas tecnologias de informação e comunicação; o uso mais frequente de computadores e internet pela maioria das pessoas e instituições educacionais; bem como a facilidade de acesso a uma infinita gama de informações, o que permite que esta modalidade seja melhor explorada por todos os que querem ensinar e aprender de uma forma mais aberta e flexível. O Brasil tem uma história pregressa de bons projetos educacionais, com a utilização de rádio, TV e correio durante vários anos, sendo que alguns destes projetos ainda são utilizados atualmente. Isso nos mostra que é possível continuar utilizando modelos bons e antigos, que aperfeiçoados e utilizados juntamente com os modelos atuais, podem nos ajudar a atingir o objetivo de promover uma educação democrática e de boa qualidade, que atinja a todos os setores da nossa sociedade. A fim de ilustrarmos esta contextualização histórica, relacionamos abaixo algumas informações sobre os principais projetos e acontecimentos relativos à Educação a Distância de nosso país.2 . O primeiro registro de Educação a Distância de que se tem conhecimento no Brasil é o das Escolas Internacionais, uma organização norteamericana. que. ofereceu. cursos. de. formação. profissional. por. correspondência de 1904 a 1950, quando então transferiu seus cursos para uma rede de ensino nacional. O foco destes cursos era a empregabilidade nos setores de comércio e serviços.. 2. Dados compilados a partir de pesquisa em históricos, artigos, registros bibliográficos e webliográficos, devidamente citados nas referências e notas, ao longo deste trabalho..

(22) 22. . Em 1923, foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro3, com o objetivo de promover a educação popular e, a partir deste projeto, o rádio passou a ser amplamente utilizado na difusão de programas educativos. Entretanto, com a preocupação de que fossem transmitidos programas considerados subversivos, o governo determinou algumas exigências que pressionaram a entidade, que acabou por doar-lhe a rádio em 1936, solicitando. que. fosse. mantido. o. cunho. educacional. de. suas. transmissões. No ano seguinte foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da Educação, com o objetivo de regulamentar as transmissões dos programas educativos. . Em 1939 surge o Instituto Rádio Técnico Monitor4, que oferecia cursos por correspondência na área de eletrônica e radiotécnica e que hoje continua com suas atividades, adaptado às novas tecnologias, utilizando vídeo-aulas e interação pela internet.. . Em 1941 foi criado o Instituto Universal Brasileiro5, que se tornou o maior difusor de cursos profissionalizantes a distância no país, chegando a oferecer mais de 30 cursos por correspondência e que, desde 2000 oferece cursos também pela internet.. . Em 1943 a Igreja Adventista lançou a Escola Rádio-Postal “ A voz da profecia”6 para promover o ensino religioso.. . O SENAC iniciou suas atividades em 1946 e criou, no ano seguinte, a Universidade do Ar7, que iniciou suas atividades em São Paulo e Rio de Janeiro, mas que em 1950 já atingia 318 localidades. Este projeto foi. 3. Leia mais sobre a Rádio Sociedade e conheça um pouco do seu acervo em: http://www.fiocruz.br/radiosociedade/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home – Acesso em jul/09 4. http://www.institutomonitor.com.br – Acesso em jul/09. 5. http://www.institutouniversal.com.br/ - Acesso em jul/09. 6. http://www.novotempo.org.br/rede/?p=139 Acesso em jul/09. 7. http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=a13124.htm&testeira=457 – Acesso em jul/09.

(23) 23. encerrado em 1961, mas o SENAC continuou desenvolvendo projetos em EAD e hoje conta com uma rede nacional que abrange um departamento nacional e dezenove regionais, cobrindo quase todo o território nacional. . Em 1959, a Igreja Católica criou algumas escolas radiofônicas, que posteriormente, em 1961, deram origem ao Movimento de Educação de Base (MEB)8, que ainda hoje atua em municípios menos favorecidos, utilizando a estrutura da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), com o objetivo de contribuir para a superação da exclusão social.. . A partir de 1965, foram criados alguns programas que utilizavam bons recursos tecnológicos, entre eles podemos destacar o Projeto Minerva9, o Projeto Saci10 e o Telecurso11.. . A Fundação Padre Landell de Moura12 foi criada em Porto Alegre, em 1967, oferecendo cursos por correspondência e via rádio.. . Em 1971, um grupo de profissionais da área de radiodifusão criou a ABT ( Associação Brasileira de Teleducação)13, instituição que hoje é denominada Associação Brasileira de Tecnologia Educacional e ainda. 8. http://www.meb.org.br/#home – Acesso em jul/09. 9. O projeto Minerva foi criado em 1970, pelo governo militar, para a educação de adultos, com o intuito de prepará-los para os exames supletivos e formar mão-de-obra, permanecendo em funcionamento até o início dos anos 80. http://www.eps.ufsc.br/disc/tecmc/bahia/grupo8/site/pag6.htm – Acesso em jul/09 10. Criado em 1974 para a educação primária, o programa Satélite Avançado de Comunicação Interdisciplinares tinha como objetivo sanar o problema do analfabetismo no país, principalmente nas regiões norte e nordeste, através da transmissão de telenovelas via satélite com apoio de material impresso. Este projeto foi interrompido em 1978, sob a alegação do alto custo de manutenção e das diferenças culturais não contempladas pelos programas, que eram gravados no interior de São Paulo. http://www.educabrasil.com.br/eb/dicionario.asp?id=292 – Acesso em jul/09 11. O Telecurso foi criado em 1978 com a transmissão de programas educativos por TV ou rádio, e material de apoio impresso, vendido em bancas de jornal. Atualmente, ainda em atividade, esse sistema conta também com a interação entre tutores e alunos pela internet. http://www.novotelecurso.org.br – Acesso em jul/09 12. http://www.feplam.org.br/ - Acesso em jul/09. 13. http://www.abt-br.org.br/index.php - Acesso em jul/09.

(24) 24. tem uma importante representatividade na defesa da modalidade e na difusão de bons trabalhos em Educação a Distância. . Em 1981 a ABT (Associação Brasileira de Tecnologia Educacional), recebeu do Conselho Federal de Educação o credenciamento pioneiro para a oferta de cursos de pós-graduação lato senso, que foram ministrados por correspondência, em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior, a CAPES14, e que tinham como objetivo a formação de professores em serviço.. . O Projeto Ipê15 foi criado em 1984 em uma parceria da Fundação Padre Anchieta e da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, com o objetivo de capacitar professores de 1º. e 2º. Graus através de programas na TV Cultura. Este projeto, que foi um dos precursores do TV Escola, capacitou mais de 400 mil alfabetizadores entre 1984 e 1992.. . A partir de 1985, ocorreu uma intensificação no uso de mídias de armazenamento, com a utilização de vídeo-aulas, disquetes e CD-ROMs.. . A partir de 1989, com a criação da RNP16 (Rede Nacional de Pesquisa), passaram a ser utilizadas as primeiras formas de comunicação em rede e também, com maior freqüência, os recursos de teleconferências via satélite.. . Em 1991, foi criado na TV Educativa o Jornal do professor, um programa piloto de Educação a Distância para a formação de professores, que no ano seguinte passou a se chamar Salto para o Futuro17 e está no ar até. 14. http://www.capes.gov.br/ - Acesso em jul/09. 15. http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=432 – Acesso em jul/09. 16. Primeira rede de acesso à Internet no Brasil, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa foi criada em 1989 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) com o objetivo de construir uma infraestrutura de rede Internet nacional para a comunidade acadêmica e integra cerca de 600 instituições de ensino e pesquisa no país, beneficiando a mais de um milhão de usuários. www.rnp.br/rnp - Acesso em jul/09 17. Programas disponíveis no site www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo - Acesso em jul/09.

(25) 25. hoje na TV Brasil, transmitindo programas educativos, disponibilizados também na Internet. . As primeiras experiências de EAD em cursos de graduação foram registradas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em 1994 e 1995, respectivamente.18. . A Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED)19 foi fundada em 1995 e promoveu a difusão do uso da internet nas instituições de Ensino Superior, via RNP. A ABED hoje é uma forte representante da Educação a Distância no país e em parceria com outras entidades, procura difundir e apoiar instituições que acreditam nesta modalidade de ensino e que buscam a melhoria contínua dos cursos oferecidos em EAD.. . Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a criação da Secretaria de Educação a Distância (SEED)20 favoreceram o desenvolvimento da Educação a Distância no país. A partir desta LDB 9394/96, a EAD passou a ser oficializada e reconhecida nacionalmente.. . Em 1998 foram criados novos decretos e portarias que normatizaram a EAD e no ano seguinte, 1999, houve o surgimento das redes de cooperação para o uso das NTIC´s (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação) e o credenciamento oficial das instituições para atuação em EAD.. . A UniRede21 foi criada em 1999, com o nome de Universidade Virtual Pública do Brasil e o objetivo principal de democratizar o acesso à. 18. http://lawi.ucpel.tche.br/abmes/estud26/vianney.htm - Acesso em jul/09. 19. http://www2.abed.org.br/ - Acesso em jul/09. 20. http://portal.mec.gov.br – Acesso em jul/09. 21. http://www.unirede.br/ - Acesso em jul/09.

(26) 26. educação de boa qualidade por meio da oferta de cursos a distância. Hoje atende à demanda do Ministério da Educação e Cultura para a capacitação de professores do ensino fundamental e médio. . Em 2000, foi fundado o consórcio. CEDERJ22 (Centro de Educação. Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), que reúne as seis universidades públicas e o governo do Rio de Janeiro, com o objetivo de oferecer cursos de boa qualidade a distância, ampliando a oferta de vagas no ensino superior e contribuindo para a formação continuada dos profissionais da educação. . O Projeto Veredas23 foi criado em 2002 pelo governo de Minas Gerais para a formação de professores em serviço. Este projeto terminou em 2005, mas atualmente está sendo utilizado pela Universidade Federal de Minas Gerais, como base para um projeto de formação superior de professores.. . Em 2005 foi iniciada a implantação da UAB24 (Universidade Aberta do Brasil), com o objetivo de levar o ensino superior, através da Educação a Distância, a locais sem oferta de vagas ou cujas vagas não atendam a demanda. Este projeto, que funciona através de uma articulação das esferas públicas, federais, estaduais e municipais, tem como prioridade inicial, a formação de professores das escolas públicas brasileiras, mas pretende ampliar o atendimento no futuro.. Podemos observar que a Educação a Distância foi modificada na medida em que as tecnologias foram sendo incorporadas aos processos educacionais, mas é importante lembrar que a inclusão de uma nova tecnologia, não exclui o uso das anteriores. 22. www.cederj.edu.br - Acesso em jul/09. 23. http://www.fae.ufmg.br/veredas/ - Acesso em jul/09. 24. A UAB pretende expandir a educação superior no Brasil e promover a formação permanente, através dos pólos de apoio presencial. http://uab.capes.gov.br/ - Acesso em jul/2009.

(27) 27. O quadro abaixo, elaborado por Vianney, Torres e Silva (2003), apresenta uma sequência cronológica do início do uso de cada tecnologia na educação do nosso país:. Quadro 1 - Cronologia do início do uso de tecnologias na educação brasileira.. Ano. Tecnologia. Tipo de produto lançado inicialmente. 1904. Mídia impressa via correio. Cursos por correspondência de iniciação profissional. 1923. Rádio. Cursos de apoio à escolarização aberta. 1971. Televisão. Telenovela educativa. 1996. Videoconferência. Mestrados em parceria com empresas. 1996. Internet. Cursos de extensão universitária. 1997. Internet com uso de ambientes virtuais de aprendizagem. Programas de pós-graduação lato sensu. 2001. Cursos de graduação para formar Televisão com uso de satélites com sinal digital professores do ensino fundamental. 2005. Web TV. Os cursos a distância ofertados no modelo 'universidade virtual’ incorporam progressivamente os recursos de transmissão e de interação por áudio e vídeo trafegando pela internet..

(28) 28. Podemos considerar que, historicamente, a Educação a Distância dividiu-se em 3 gerações, de acordo com as tecnologias utilizadas e com os objetivos propostos, como podemos observar no quadro a seguir:. Quadro 2 – Gerações da Educação a Distância. 1ª. geração Imprensa. 2ª. geração Rádio e TV. 3ª. Geração Computadores e telecomunicações. Objetivos. Atingir alunos desfavorecidos, solucionar problemas educacionais emergentes. Atingir alunos desfavorecidos, solucionar problemas educacionais emergentes. Atingir alunos desfavorecidos, solucionar problemas educacionais emergentes, ampliar o atendimento e a oferta, além de proporcionar uma educação permanente e ocupacional. Metodologia e Mídias. Instrução programada, material impresso e correio. Programas teletransmitidos material impresso e correio. Programas adaptados à cada realidade, TV, Rádio, Ambientes virtuais de aprendizagem, satélite, uso intensivo da internet.. Tutoria. Em alguns programas, havia centros de atendimento, mas na maioria das vezes, a comunicação era apenas por correio.. Em alguns programas, havia centros de atendimento, mas na maioria das vezes, a comunicação era apenas por correio.. Pólos de apoio presencial, e.mail, fóruns, chats, telefone, videoconferências.. Interatividade Aluno / material didático/ orientador. Aluno / material didático / orientador. Aluno/material didático/ colegas/tutores/rede mundial de computadores. Fonte: Adaptado de SENAC, 2007 e MOORE, M; KEARSLEY, G, 2007..

(29) 29. É inegável que a interatividade proporcionada hoje pelas TIC´s (Tecnologias de Informação e Comunicação) promove uma Educação a Distância mais eficaz, na medida em que os atores do processo interagem e constroem conhecimentos na relação mais direta com seus pares. Se antes, a educação era feita de um para um, ou de um para muitos, hoje ela é feita de muitos para muitos, com o apoio da rede mundial de computadores. Com todo este histórico, podemos concluir que muito foi feito nos últimos 100 anos para o desenvolvimento da Educação a Distância no Brasil. Inúmeras pessoas contribuíram, estudando e trabalhando para que a EAD fosse reconhecida e amplamente utilizada, e muitos continuam trabalhando para que seja comprovada a boa qualidade e eficácia da modalidade nos processos educacionais. É lamentável que muitos bons projetos tenham sido extintos por mudanças governamentais ou disparidade de ideologias políticas. Algumas interrupções fizeram com que o nosso país parasse no tempo, deixando de lado projetos muito bons e perdendo em desenvolvimento educacional. Enquanto isso, outros países desenvolveram inúmeros programas de Educação a Distância com recursos de Rádio e TV, muito parecidos com os nossos, e hoje apresentam projetos avançados em todos os níveis de ensino. Hoje, fala-se muito das teleaulas como algo novo e moderno, mas no projeto SACI, em 1965, o Brasil já fazia uso dos satélites como meio tecnológico de difusão de projetos educacionais. No projeto Ipê, além das teleaulas, o sistema de pólos de atendimento era bastante parecido com o que vemos nos dias atuais. Ora, se desde 1965 o nosso país já utilizava satélites para fins educacionais com sucesso, como estaria a nossa educação hoje se estes projetos tivessem sido aperfeiçoados ao longo de todos estes anos? Acreditamos que com o desenvolvimento destes projetos, poderíamos ter erradicado o analfabetismo ou estarmos perto de conseguir isso, ampliando a oferta de educação em todos os níveis e atendendo muito mais localidades do que de fato ocorre nos dias atuais. Entretanto, após um longo período de estagnação, algumas práticas foram retomadas e a EAD do Brasil voltou a crescer. Mesmo que ainda incipientes, os resultados qualitativos já começam a aparecer nas muitas pesquisas acadêmicas.

(30) 30. relativas à modalidade e nos números apresentados pelo Ministério da Educação, que serão apresentados ao longo deste trabalho. Podemos concluir que a EAD está transformando a educação do nosso país e que pode propiciar um aumento da oferta e também uma grande melhoria na qualidade do ensino, influenciando também a educação presencial. Concordo com o prof. João Roberto Moreira Alves, quando diz que a EAD é, na verdade, um dos melhores instrumentos para a inclusão social e para a melhoria quantitativa e qualitativa da educação, na medida em que pode levar a educação a muitos lugares (2007, p. 74), utilizando diferentes mídias e adequando-se às necessidades especificas e às demandas sociais. Não podemos dizer que nesta modalidade está a solução para todos os problemas educacionais do nosso país, nem ignorar que ela também apresenta problemas e dificuldades. Entretanto, acreditamos que EAD se mostra como uma importante ferramenta educacional, que aliada a bons projetos governamentais de inclusão. social. e. utilizada. com. comprometimento,. poderá. promover. a. democratização da educação e trazer bons resultados no acesso ao aprender, em todos os níveis educacionais e sociais do nosso país.. 1.2 A legislação educacional brasileira e a EAD. A legislação educacional brasileira não foi, desde o início, propícia para o desenvolvimento de projetos em EAD. Apesar de estar mencionada na LDB a liberdade para ensinar e aprender, algumas determinações e exigências legais representaram entraves para que a Educação a Distância crescesse e ganhasse força em nosso país. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 4024/61, determinava que o aluno tivesse 75% de presença nas aulas e isso impediu por muito tempo a difusão do aprendizado a distância. Algumas exceções foram abertas, mas apenas para ensino supletivo, com o intuito de resolver problemas de analfabetismo ou de atraso educacional, tão presentes em nossa sociedade. Em 1980, a ABT obteve o credenciamento pioneiro para a implantação de um programa de pós-graduação a distância em parceria com a CAPES, o POSGRAD.

(31) 31. (Projeto de Pós Graduação Tutorial a Distância), que constituiu uma inovação para a época, atuando na formação de professores em serviço. Entretanto, esse foi um projeto isolado, que não teve continuidade, e a Educação a Distância continuou sendo relegada ao segundo plano ainda por muito tempo, tendo sido utilizada apenas como uma solução para problemas educacionais emergentes e não recebendo o devido reconhecimento e valor como modalidade pedagógica. Somente em 1996, com a LDB nº. 9.394, a EAD passou a ser reconhecida oficialmente e admitida em todos os níveis de ensino25, entretanto, o excesso de burocracia e restrições no início da regulamentação impediu uma maior projeção da modalidade no Brasil. Hoje, apesar de ainda se ter muitas exigências e burocracia, a modalidade vem crescendo expressivamente no país. Para a oferta de cursos em EAD, tanto de graduação quanto de pósgraduação, a instituição precisa ter um credenciamento específico no MEC, com o parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação). Conforme João Roberto Moreira Alves (2007) esta exigência restringe a autonomia das universidades em criar novos cursos em EAD, contrariando a liberdade institucional que as mesmas têm na criação de cursos presenciais. Muitos. gestores. consideram. que. excessivas. exigências. durante. o. credenciamento representam entraves para a expansão da modalidade, impondo um único modelo de Educação a Distância e limitando a oferta. Entretanto, não podemos negar que, muitas vezes, as exigências e o controle são necessários à manutenção da qualidade dos serviços prestados. Temos acompanhado as discussões sobre este assunto e observamos que o Ministério da Educação vem analisando os programas com cuidado e muitas exigências iniciais já foram reformuladas, buscando uma maior flexibilização nos modelos, sem que haja a perda da qualidade necessária ao bom funcionamento destes cursos e aos objetivos educacionais propostos por eles. De fato, não há um único modelo, nem uma única forma de se ensinar e aprender a distância. Cada projeto deverá estar adequado ao local e ao público a que se destina, bem como aos recursos que estarão disponíveis para este trabalho. 25. Para saber mais sobre a legislação que regulamenta a EAD, consulte o site do MEC http://portal.mec.gov.br – Acesso em jul/09.

(32) 32. Sabemos que hoje há muitos locais em nosso país sem acesso à internet, portanto, a EAD com mídia impressa e televisiva pode suprir a necessidade de atendimento deste local e ampliar a oferta, mesmo sem a interação via internet, nos ambientes virtuais de aprendizagem. Ou seja, os projetos devem ter muita qualidade sim, mas sempre adequados à realidade, levando em conta todas estas especificidades e necessidades de cada público. Algumas exigências e proibições precisam ser repensadas para que não impeçam a ampliação da oferta e a democratização do ensino. A aceitação das bibliotecas digitais como complementação às bibliotecas físicas, por exemplo, já é um assunto em discussão, conforme pronunciamento do Secretário de Educação a Distância, Prof. Carlos Eduardo Bielschowsky, no 15º. CIAED, Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, realizado em setembro de 2009, em Fortaleza. Outra discussão importante que vem ocorrendo no meio acadêmico versa sobre a oferta de pós-graduação Stricto Sensu a distância no Brasil. Esta oferta, que já é realidade em quase todo o mundo, está prevista no decreto nº. 5.622 de 19 de dezembro de 2005 e no estatuto da Universidade Aberta do Brasil, mas na prática, ainda não ocorre. Em 1995 a CAPES aprovou um projeto de mestrado profissional a distância, em uma Instituição de Ensino Superior (IES) privada, através de uma licença temporária que foi renovada por duas turmas, mas que na terceira não foi concedida devido ao não atendimento às exigências necessárias para a efetivação do reconhecimento. Os defensores da modalidade acreditam que a falta de oferta de cursos neste nível ocorre devido ao conservadorismo da CAPES, que o admite, mas afirma que ele é necessário para que a boa qualidade dos cursos não seja perdida. Depois de muitas discussões no meio a acadêmico, a CAPES anunciou em abril de 2008, que estaria recebendo projetos das IES para a oferta de cursos Stricto Sensu a distância. Segundo Celso Costa, diretor de Educação a Distância da Capes, para que haja cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil, basta que as IES enviem projetos de qualidade. Ele afirmou que a Capes irá avaliar as propostas com o mesmo rigor utilizado para a aprovação dos mestrados e doutorados presenciais26. 26. Leia mais no site: http://www.universia.com.br/ead/materia.jsp?materia=16169 – Acesso em jul/09.

(33) 33. Há muitos adeptos da EAD que defendem a modalidade como uma ferramenta de expansão do ensino científico no Brasil e, por outro lado, há os que acreditam que a boa qualidade do ensino possa ser comprometida, mudando as características peculiares ao stricto sensu e não formando como deveria, pela falta do ambiente acadêmico. Especialistas que se mostram favoráveis a esta oferta, afirmam que o ensino no Brasil, bem como a qualificação profissional do brasileiro poderá melhorar, refletindo também na situação econômica do país. Destacam ainda, que no modelo brasileiro os cursos não são totalmente a distância, e que os momentos presenciais irão suprir a prática necessária e a vivência acadêmica. Embora a CAPES esteja recebendo estes projetos há cerca de 1 ano e meio, até o momento não temos notícia de nenhum curso de pós-graduação Stricto Sensu a distância devidamente reconhecido. Entretanto, com essa abertura, o Secretario de Educação a Distância, Prof. Carlos Bielchowsky, afirma que a partir de agora, a EAD passa a integrar todos os níveis de educação27 no Brasil. Mas, apesar de a nossa legislação contemplar a EAD em todos os níveis, não temos muitos registros de implantação no ensino fundamental e médio. O governo federal deu início a um projeto de EAD no ensino técnico profissional, o e-Tec Brasil28, mas a maior área de abrangência da modalidade ainda é no ensino superior, sendo a maioria dos cursos na pós-graduação lato-sensu. De acordo com dados do INEP (2009), hoje temos no país 2.533 Instituições de Ensino Superior (IES) regulamentadas29, sendo que destas, apenas 208 têm credenciamento para ministrar cursos a Distância:. 27. Pronunciamento do secretário no V ESUD. Matéria disponível no site http://www.universia.com.br/ead/materia.jsp?materia=15813 - Acesso em out.2009 28. http://etecbrasil.mec.gov.br/ - Acesso em out/09. 29. http://emec.mec.gov.br/ acesso em nov/09.

(34) 34. Gráfico 1 – IES Regulamentadas e Credenciadas para EAD por região. 1400 1200 1000 800. IES Regulamentadas IES Credenciadas para EAD. 600 400 200 0 Norte. Nordeste Centro Oeste. Sudeste. Sul. Fonte: INEP, 2009.. Ou seja, somente 8,2% das IES conseguiram o credenciamento oficial para a oferta de cursos na modalidade a distância, o que ainda é muito pouco para um país de dimensões continentais como o nosso. Segundo o professor João Roberto Moreira Alves (2007, p.74), os fatores que mais influenciam este quadro são a ausência de incentivos e políticas públicas para o setor e o lento e exigente processo para credenciamentos. Não podemos negar que a regulamentação da Educação a Distância demorou cerca de nove anos para acontecer efetivamente e ainda precisa de muitos ajustes, já que o burocrático processo de credenciamento reduz significativamente o número da oferta de cursos através desta modalidade. Entretanto, o crescimento vem se mostrando pouco a pouco, como confirmamos em nossa pesquisa: o número de IES credenciadas para a oferta de cursos em EAD mudou de 187 para 208, entre os meses de julho e novembro de 2009, mostrando um crescimento de cerca de 11% . Além do credenciamento oficial para cursos de graduação e pós graduação a distância, existe outra determinação importante na legislação específica para Educação a Distância que não podemos deixar de analisar: a portaria nº. 4059, de.

(35) 35. 10 de dezembro de 2004, que permite que as Instituições de ensino superior ofereçam até 20% da carga horária dos seus cursos, na modalidade a distância. Podemos dizer que esta portaria representou um avanço na liberdade das instituições para o uso da Educação a Distância, na medida em que permite que sejam oferecidos até 20% da carga horária dos cursos através da EAD, sem a necessidade de um credenciamento específico. Essa portaria permitiu que muitas IES começassem a sua experiência em Educação a Distância e a aperfeiçoasse antes de partir para a oferta de cursos de graduação e pós graduação em EAD. Mas nem todas as IES têm utilizado esta oportunidade com seriedade. Embora a portaria 4059 determine que as atividades pedagógicas devam, necessariamente, conter tutoria e encontros presenciais, na prática, isso nem sempre acontece. Infelizmente, são muitos os relatos de instituições apenas disponibilizando materiais na rede, sem qualquer planejamento didático ou tutoria, e podemos considerar que esse é um dos grandes fatores que fortalecem o preconceito e a resistência com relação à modalidade. É importante ressaltar que a Educação a Distância é muito mais do que materiais disponibilizados na internet, é preciso ter boa qualidade nos processos educacionais e interação entre os envolvidos. Concordamos com as palavras do professor Luciano Sathler (2008), quando responde a um questionamento sobre as maiores falhas nesta modalidade e o porquê deste preconceito, em um clipping digital:. As maiores falhas são as escolas que querem reproduzir os erros do presencial na modalidade a distância. O principal equívoco é o apostilamento. Disponibiliza-se uma “tonelada” de informação via internet e acha que o curso está dado. Se fosse assim, o aluno leria um livro, o que é muito melhor. O sucesso da educação a distância passa prioritariamente pela interação. A resistência dos alunos nas semipresenciais, na educação a distância, é uma questão de cultura, porque hoje nós já temos mais de um milhão de pessoas estudando a distância no País, então eu vejo que a resistência vem diminuindo.30. 30. http://www.metodista.br/sala-de-imprensa/clipping_digital/noticias/fevereiro/dia-29-de-fevereiro/fapesp-apolemica-sobre-a-ead/ - Acesso em ago/09.

(36) 36. De fato, o crescimento da EAD nos últimos meses nos mostra a redução das resistências e a eficácia da modalidade nos processos educacionais. Entretanto, a metodologia deve vir antes da tecnologia. O projeto deve ser cuidadosamente planejado, sob a ótica didática e pedagógica, visando atingir aos objetivos educacionais a que se propõe. Não podemos nos esquecer da figura indispensável do professor, que irá interagir com seus alunos, fazendo-se presente, mesmo que virtualmente, mediando e acompanhando todo o processo. Mas, como nem é perfeito, há muitos projetos malfeitos que maculam a imagem da Educação a Distância, alimentando o imenso preconceito das pessoas que resistem em aceitar a modalidade, temendo que todos os cursos sejam de má qualidade, o que não é verdade. Há ainda, muitas instituições que pensam a EAD apenas com fins mercantis e não pedagógicos. Acreditamos que, devido a estes fatores e a algumas instituições que pensam a EAD apenas com fins mercantis e não pedagógicos, muitos alunos e profissionais formados em EAD têm enfrentado preconceitos no mercado de trabalho e dificuldades para realizar seus estágios. O Conselho Federal de Biologia, por exemplo, negou registro a profissionais formados em cursos realizados por EAD, com base na reputação de baixa qualidade do ensino oferecido por estes cursos, segundo o Sinpro-SP (2008) 31. Essa declaração mostra um grande preconceito, já que se apresenta baseada em suposições com relação ao curso e não na qualificação do profissional em questão, que deve ser avaliado por sua competência e não pela modalidade em que realizou o seu curso. A prefeitura de São Paulo também cometeu discriminação contra professores formados em EAD e foi punida32, tendo que rever a sua decisão, reconhecendo e validando os diplomas. Nada mais justo, já que o profissional que passa em um concurso público está mostrando a sua competência, independente de ter cursado uma faculdade presencial ou a distância. 31. http://www.sinprosp.org.br/diretoria_opina.asp?id_opiniao=5 - Acesso em ago/09. 32. http://www.mp.sp.gov.br/portal/page/portal/noticias/publicacao_noticias/2009/jun09/Ação%20do%20MP%20ob riga%20a%20prefeitura%20de%20São%20Paulo%20aceitar%20diplo - Acesso em ago/09.

(37) 37. Sabemos que há sim muitos cursos de baixa qualidade e projetos meramente financeiros, mas não se pode generalizar, pois há também muitos bons projetos, que devem ser valorizados e reconhecidos. Um aluno que faça um curso de EAD sério, que se comprometa, que estude, interaja e participe dos laboratórios de práticas, terá plenas condições de exercer o seu trabalho até melhor do que um aluno de um curso presencial, que não tenha a mesma dedicação. Entendemos que uma aprendizagem efetiva somente vai acontecer a partir da dedicação e do comprometimento; da construção colaborativa de conhecimentos realizada na interação entre todos os envolvidos, presencialmente e virtualmente; tendo a tecnologia como ferramenta mediadora e não como único meio de aprendizagem, sem perder de vista os objetivos pedagógicos. Para isso, são necessárias várias ferramentas e diferentes mídias, além dos momentos presenciais que podem ser utilizados para laboratórios de práticas, e da interação on-line com o grupo e com os professores. Programas auto-instrucionais têm o seu papel no treinamento corporativo e em alguns projetos de Educação a Distância, mas não podem substituir a troca e o contato humano, principalmente, em cursos de graduação. A interação e o relacionamento entre as pessoas são fundamentais para a construção de conhecimentos, mesmo que ocorram virtualmente, mediados pela tecnologia. Se por um lado, as limitações impostas pelos sistemas de avaliação impedem que a EAD cresça e possa atender a um número maior de pessoas, por outro lado, elas são extremamente necessárias, para que não se deixe de exigir boa ,qualidade nos projetos implantados. Há que se encontrar o equilíbrio entre todas as esferas, governo, instituições, professores e alunos, no sentido de buscar a ampliação no atendimento, mas sem que haja a perda da qualidade, extremamente necessária nos processos educacionais. Manifestando esta preocupação, em 1998 a professora Carmem Moreira de Castro Neves, então coordenadora geral de projetos especiais da SEED, escreveu o texto Critérios de Qualidade para a Educação a Distância, que foi publicado na Revista Tecnologia Educacional e serviu de base para que o MEC criasse os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância, com o objetivo de orientar instituições e projetos. Neste texto, ela afirma que:.

(38) 38. Educar a distância significa oferecer ao aluno referenciais teórico-práticos que levem a aquisição de competências cognitivas, habilidades e atitudes que promovam o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.(1998, p.14). Em 2002, o texto foi complementado por uma comissão de especialistas, nomeada pela SESU (Secretaria de Ensino Superior) e novamente em 2007 foi atualizado, após ser submetido à consulta pública.. O texto-base com os Referencias de Qualidade foi submetido à consulta pública, da qual recebemos 150 sugestões de diversos setores e instituições educacionais, sendo a maioria delas incorporadas ao documento. A partir daí, foram criadas, em conjunto com as secretarias de Educação Superior e de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, diretrizes para a elaboração, pelo INEP, dos instrumentos de avaliação específicos para o credenciamento de instituições, credenciamento de pólos de apoio presencial e autorização para a oferta de educação superior a distância. (...) O MEC está trabalhando intensamente para dar regularidade à tramitação dos processos regulatórios da educação superior.” (BIELSCHOWSKY, 2008, p.11). Um dos maiores desafios para a Educação a Distância hoje é que se consiga exigir e manter a boa qualidade dos cursos, buscando atingir os objetivos educacionais propostos, obtendo bons resultados, e consolidando a EAD como ferramenta efetiva do processo de ensinar e aprender. Nesse. sentido,. os. Referenciais. de. Qualidade. representam. um. direcionamento, um importante instrumento de orientação para que todos os envolvidos, professores, alunos, gestores e instituições, possam obter uma qualidade cada vez maior em seus projetos, cursos e serviços. O que se espera de fato, é que seja estabelecida uma articulação entre as esferas governamentais e institucionais, que em união busquem uma EAD de boa qualidade, que atenda a enorme demanda de aprendizagem, construção e socialização do conhecimento do nosso país, atingindo a tão esperada educação de boa qualidade para todos. Abaixo, a linha do tempo dos Referenciais, publicada no Anuário Brasileiro de Educação a Distância (AbraEAD2008), que nos permite refletir sobre a evolução.

(39) 39. deste documento entre 1996 e 2007 e sua importância na busca do modelo de EAD que desejamos.. Figura 1 – Linha do tempo dos Referenciais de Qualidade de EAD do MEC. Fonte: AbraEAD 2008, p.149.. Podemos dizer que o primeiro grande passo dado em direção à democratização da educação superior no país, foi a criação da Universidade Aberta do Brasil, em 2006. Desde a década de 70, existiram movimentos favoráveis à sua implantação, mas, para a decepção de todos os que acreditavam na modalidade, isso somente veio a ocorrer com o Decreto nº.5.800 de 8 de junho de 2006. Embora utilize o nome de Universidade Aberta, a nossa UAB é totalmente diferente das Universidades Abertas de todo o mundo, que são livres de qualquer regulamentação e se propõe a promover a difusão de conhecimentos, sem a obrigatoriedade de formação profissional ou certificação. A nossa UAB funciona como um consórcio entre o poder público e as universidades federais, oferecendo cursos de graduação, pós-graduação e extensão, regulamentados de acordo com as diretrizes do MEC para cada um destes níveis e obedecendo aos atuais critérios de regulamentação da EAD no Brasil. Inicialmente, o projeto da UAB está voltado para a formação e capacitação de professores da escola pública, mas o MEC afirma que a intenção é atender a uma.

(40) 40. demanda maior no futuro, oferecendo uma educação superior de boa qualidade para todos, o que de fato se espera de uma Universidade Aberta. Outro ponto importante que vale ser analisado aqui é a questão do reconhecimento de títulos obtidos no exterior, que se dá apenas através da validação por universidades públicas. Isso, de certa forma, também contraria o extraterritorialismo pregado pela Educação a Distância e a quebra de fronteiras que esta modalidade pode nos oferecer. Embora existam alguns acordos internacionais de reciprocidade e equiparação de cursos, na prática eles não têm sido facilmente aceitos, problema que esperamos, possa ser minimizado com a intervenção da UAB nestes processos. Sabemos que o projeto da UAB ainda é incipiente e muita coisa pode ser melhorada, mas não podemos ignorar que o primeiro passo foi dado e pode ser o primeiro de muitos, na direção da democratização do ensino superior em nosso país. O Brasil ainda tem muito a percorrer até que a Educação a Distância chegue aos níveis qualidade e oferta desejados, mas devemos estar cientes de que muito já foi feito até agora e que estamos caminhando para que este objetivo seja atingido. Embora a modalidade tenha enfrentado inúmeros entraves ao seu desenvolvimento, e ainda enfrente preconceitos e resistências, sabemos que hoje há muitos projetos de boa qualidade em diversas instituições públicas e privadas, que merecem crédito. Sabemos que a Educação a Distância não representa a solução para todos os problemas educacionais do nosso pais, mas pode ser uma ferramenta muito eficaz na ampliação da oferta e na disseminação da educação em todos os cantos do nosso imenso território. Nesse sentido, esperamos que os bons projetos em andamento, sejam mantidos e aperfeiçoados e que novos projetos de boa qualidade possam surgir, para o bem da nossa educação e para que seja atingido o objetivo da democratização do ensino de boa qualidade e do atendimento à grande demanda educacional que o Brasil apresenta..

(41) 41. 1.3 Diferentes níveis de ensino em Educação a Distância no Brasil. EAD na Educação Básica. Neste nível, a Educação a Distância brasileira tem contemplado apenas os cursos supletivos, a educação de jovens e adultos e os cursos profissionalizantes, que devem ser credenciados pelos Conselhos Estaduais de Educação (CEE). Segundo o CensoEAD.BR de 2009, os cursos técnicos, que representam a modalidade de educação básica mais difundida em EAD, chegam a apenas 20% das instituições. Como podemos ver na tabela abaixo, elaborada com base nos dados do CensoEAD.BR de 2009,. das 376 instituições cadastradas para a oferta de. Educação a Distância, cerca de 47% oferecem cursos em Educação Básica e Ensino Técnico..

(42) 42. Tabela 1 - Instituições que oferecem EAD na Educação Básica e Ensino Técnico por Estado. Região. Estado. Instituições Credenciadas. Educação Básica e técnicos. Nordeste. Alagoas Bahia Ceará Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Sergipe. 2 24 10 8 2 10 4 5 4. 13 4 4 5 2 1 2. Norte. Amapá Amazonas Pará Roraima Tocantins. 1 6 8 4 4. 4 4 -. Centro-Oeste. Distrito Federal Goiás Mato Grosso Mato Grosso do Sul. 23 7 4 8. 15 4 2 2. Sudeste. Espírito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro São Paulo. 6 39 41 59. 3 8 21 25. Sul. Paraná Rio Grande do Sul Santa Catarina Total no país. 22 46 29 376. 5 34 19 177. Fonte: CensoEAD.BR 2010, p.166. As regiões Sul e Sudeste têm o maior número de instituições com oferta de EAD nestes níveis, sendo cinqüenta e oito e cinqüenta e sete, respectivamente. A região Norte apresenta o menor número de instituições com oferta de EAD na Educação Básica e Ensino Técnico, sendo oito instituições..

(43) 43. As regiões Nordeste e Centro Oeste, contam com trinta e uma e vinte e três instituições, respectivamente, que oferecem este nível de ensino em EAD. Não podemos deixar de refletir que existem vários casos de sucesso na oferta de educação a distância em ensino técnico no Brasil. Entre eles destacam-se o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)33 e a Fundação Bradesco34, que integram a EAD a cursos de ensino médio, regulares e profissionalizantes. Em tempos de comunicação instantânea e comércio virtual, porque não estender o atendimento escolar para a rede mundial de computadores, mesmo em cursos presenciais? Hoje, é comum encontrarmos também instituições de ensino regulares que, buscando esse atendimento mais amplo, passaram a utilizar ambientes virtuais de aprendizagem para apoio pedagógico, entrega de tarefas, trabalhos e discussões virtuais. Um exemplo de como a EAD pode ser utilizada com êxito para esta complementação do trabalho pedagógico no ensino fundamental é o Portal Aprender São Caetano35, da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, em São Paulo, onde os alunos das escolas municipais encontram diversas mídias e conteúdos, além de canais interativos, podendo, inclusive, esclarecer dúvidas on-line com professores especialistas em cada uma das áreas de conhecimento.. EAD no Ensino Superior. Os primeiros projetos de Educação a Distância no ensino superior brasileiro ocorreram em nível de pós-graduação lato sensu e, embora este nível continue tendo a maior oferta de cursos, é também bastante expressivo o crescimento da oferta de cursos em nível de graduação.. 33. http://www.senai.br/br/home/index.aspx - Acesso em ago/09. 34. http://www.fb.org.br/ - Acesso em ago/09. 35. http://www.saocaetanodosul.sp.gov.br/pagina.php?pagina_id=8398 - Acesso em ago/09 http://www.aprendebrasil.com.br/home.asp - Acesso em ago/09.

(44) 44. Segundo dados do CensoEAD.BR, com base em 2008, 44% das IES cadastradas para a oferta de cursos em Educação a Distância ministram cursos de graduação e 39%, ministram cursos de Especialização. De acordo com este censo, dos 1752 cursos oferecidos a distância no país, 466 (27%) são de graduação e 655 (37%) são de especialização.. Tabela 2 - Número de cursos ofertados por estado e por nível de ensino. Região Nordeste. Norte. Centro-Oeste. Sudeste. Sul. Estado Total de cursos Alagoas 9 Bahia 73 Ceará 34 Maranhão 10 Paraíba 6 Pernambuco 4 Piauí 14 Rio Grande do 10 Norte Sergipe 18 178 Amapá 2 Amazonas 11 Pará 34 Roraima 9 Tocantins 8 64 Distrito Federal 238 Goiás 17 Mato Grosso 17 Mato Grosso do 46 Sul 318 Espírito Santo 41 Minas Gerais 214 Rio de Janeiro 210 São Paulo 314 779 Paraná 141 Rio Grande do 107 Sul Santa Catarina 165 Total no país 413 Total no país. Fonte: CensoEAD.BR, 2010, p. 167. 1752. Graduação 4 39 24 6 6 4 9 6. Especialização 1 16 3 1 -. 15 113 6 20 7 6 39 16 5 12 20. 21 2 2 9 1 14 139 3 1 9. 53 8 49 27 70 154 19 38. 152 29 79 114 99 321 80 31. 50 107. 36 147. 466. 655.

(45) 45. Podemos observar que a região Sudeste tem a maior oferta tanto de cursos de graduação quanto em cursos de especialização, enquanto a região Norte tem a menor oferta em graduação e a região Centro-Oeste tem a menor oferta em nível de Especialização. No tópico 1.4, vamos analisar a situação atual da educação a distância no contexto do ensino superior brasileiro.. A EAD na capacitação e treinamento de setores empresariais e governamentais. Com o surgimento do e-learning (sistema de ensino e aprendizagem pela internet), a grande maioria das empresas e também algumas entidades governamentais tem optado por promover o treinamento de seus funcionários neste formato, já que ele traz várias vantagens em relação ao treinamento convencional. Ao utilizar esse formato, a empresa consegue capacitar um número muito maior de pessoas ao mesmo tempo, sem necessidade de deslocamentos ou de grandes espaços físicos. Além disso, a formação pode ocorrer sem que o funcionário seja afastado de suas funções, o que evita prejuízos na produtividade da empresa. Neste mundo globalizado e competitivo, o treinamento via internet pode contribuir muito para a atualização constante de profissionais de todas as áreas, permitindo uma rápida e eficiente qualificação profissional. Embora o investimento em tecnologia não seja baixo, o saldo acaba sendo positivo, já que os custos para viabilização de treinamentos em locais diversos, com reserva de espaços e deslocamentos, seriam mais altos e, a longo prazo, os custos são compensados pelos resultados apresentados e os objetivos atingidos. Segundo dados do CensoEAD.BR (2009), embora o treinamento seja o tipo mais comum de formação nas empresas, é surpreendente o crescimento da oferta de cursos também de educação básica: 28% desta amostra educam mais de 80% de seus funcionários neste nível, assumindo uma parcela de responsabilidade que seria do poder público..

Referências

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