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Dificuldades de aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos

No documento XVI SEMANA DE MATEMÁTICA (páginas 109-112)

TRABALHOS COMPLETOS

PIBID: RELATO DE EXPERIÊNCIA VIVIDO EM UMA ESCOLA ESTADUAL DE JI PARANÁ NA MODALIDADE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

4. Dificuldades de aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos

A maioria dos alunos da modalidade EJA, possui muitas dificuldades na aprendizagem, isso devido à falta de conhecimentos básicos escolares, ou até mesmo pelo tempo que passaram ausentes e distantes da sala de aula, esses são motivos que tornam o aprendizado dessa modalidade mais difícil. Por outro lado, esses alunos trazem consigo muitos conhecimentos adquiridos pela vivência em sociedade e cabe ao professor reconhecer isso e aproveitar esses conhecimentos para somá-los a novos saberes.

Os alunos da EJA têm muito que ensinar ao professor por serem em grande parte pessoas adultas, com maturidade, vividas, responsáveis por si mesmas e seus atos. Compartilhar experiências com esses alunos é muito bom, é uma troca de conhecimentos onde professor aprende e ensina não só conteúdos curriculares, mas assuntos transversais também. É uma troca de experiências onde não só o professor forma profissionais e cidadãos preparados para o mercado de trabalho, mas os alunos também cooperam para a formação do professor como cidadão, é uma formação contínua entre professores e alunos, troca de experiências que prepara para situações da vida.

O professor responsável por esses alunos precisa adotar uma metodologia de ensino simples, ensinar o aluno a expor suas ideias e dúvidas a respeito do assunto abordado em sala de aula, dar sempre prioridade ao aprendizado, usando métodos práticos e não tradicionais, para que haja compreensão do assunto e perceber sua importância para a vida, isso facilitará o aprendizado.

então uma boa metodologia é não ensinar conteúdos prontos e acabados, mas aplicar atividades que desenvolva o senso interpretativo e crítico do aluno, aproveitando os saberes trazidos por eles, ensinar de forma que eles se sintam motivados a uma busca de novos conhecimentos para somá-los aos que já têm, que faça com que percebam a importância de não só memorizar o assunto, mas que devem dar maior valor para a aprendizagem, aprender não é decorar.

A partir do momento em que um professor utiliza seu espaço em sala para se tornar um ser autoritário, como o único que está correto, sem lançar novos questionamentos para aprimorar o conteúdo dado, o aluno não será motivado e nem terá liberdade para expor suas dúvidas, interpretações, argumentos (ALVARENGA et al., 2009, p. 7).

A liberdade dada pelo professor aos alunos, para que os mesmos façam seus questionamentos é muito importante para que desenvolvam sua autonomia e compartilhem seus conhecimentos, de alguma maneira expor suas opiniões e dúvidas, desenvolverá o relacionamento com os outros componentes de sala, o diálogo não contribuirá necessariamente só no meio estudantil, mas também contribui para o aluno se sobressair melhor na vida e no seu meio social.

Além dos métodos utilizados pelo professor, outros fatores importantes que incentivam os alunos a estudarem e a buscarem novos conhecimentos são: um ambiente escolar em que tenham prazer de estar, uma sala de aula com estrutura satisfatória, comodidade, espaço, recursos pedagógicos, para que se sintam privilegiados e motivados a buscarem sua formação.

[...] é imprescindível que as políticas públicas disponibilizem verbas suficientes para a estruturação dos espaços físicos destinados à EJA, para a aquisição de materiais específicos para a prática pedagógica e também ofereça formação continuada para os educadores que atuam nessa modalidade de educação, a fim de que seja garantido não somente o acesso, mas também a permanência desses alunos na escola e fomente nesses sujeitos a motivação para prosseguir com os estudos por todo o tempo necessário para uma formação plena (SOGLIA; SANTOS, 2006, p. 11).

Ambiente favorável, materiais adequados, professores qualificados, são fatores que geram uma motivação maior no aluno, principalmente da EJA. Pelo tempo afastado de sala de aula, muitos fatores considerados simples, podem prejudicar o aprendizado destes. É notável que tanto o espaço físico quanto a preparação do professor, são causadores de progresso ou regresso, permanência ou evasão, depende das condições e situações a qual esses se encontram.

Os professores da modalidade EJA, são na maioria das vezes os mesmos do ensino regular, encarar esse público que passou tempos afastados da escola pode exigir uma formação diferente de professores, isso é um desafio.

Como afirma Comerlato (2001), cabe analisar o que, por que e como ensinar, já que alunos da EJA são pessoas que trazem grandes experiências, não são carentes de tudo e não estão apenas iniciando a vida como ocorre no ensino infantil, são maiores de idade responsáveis por seus atos com visão de mundo e leitura acerca da realidade.

5. Conclusão

Com o presente relato, podemos compreender como é importante o PIBID nas escolas públicas do município de Ji Paraná-RO. Esse projeto beneficia os alunos e professores das escolas, os graduandos do curso de licenciatura em Matemática da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus de Ji-Paraná. Essa experiência com a EJA na escola Juscelino Kubitschek, nos fez perceber o quanto é necessário conhecer a realidade da educação básica, e notar a distância entre teoria e prática, podendo assim confrontá-la.

A vivência na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi uma oportunidade ímpar na nossa formação, esse público nos despertou um olhar específico, que necessita de profissional com formação voltada a essa modalidade, a esse caso, uma vez que é composta por classe de jovens e adultos de todas as idades. As experiências obtidas pela participação no subprojeto de matemática da Unir de Ji-Paraná, no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), nos proporcionaram aprendizados marcantes, o aluno deve sentir-se familiarizado com aquele ambiente e ter certeza que a escola é um local que trará conhecimentos, e que mesmo tendo dificuldades, são essas que os tornarão pessoas capacitadas e habilitadas para exercerem seu papel de professor.

Tendo em vista os aspectos observados, é imprescindível a urgência de comprometimento dos professores com a posição que ocupam, a necessidade de nós como futuros professores fazermos algo em prol da educação, em especial ao EJA, porque são pessoas que já perderam oportunidades, algumas saíram da escola porque essa foi uma opção obrigatória em algum momento de sua vida, e, se voltaram para esse ambiente novamente, é porque acreditam que ali está a solução ou a porta aberta para situações da vida. Sendo assim, a EJA precisa de professores que se preocupem com as condições desse público, que

entendam que já perderam tempo demais e que estão dispostos a aproveitarem o tempo restante da melhor maneira possível.

Essas experiências são referências para a nossa vida profissional e com certeza contribuiu e contribuirá para nossa carreira.

6. Referências

ALVARENGA, M. S. et al. Educação de Jovens e Adultos: reflexões teórico-metodológicas sobre linguagem e ensino de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:

<http://www.revistaicarahy.uff.br/revista/html/numeros/2/dlingua/Marcia_Soares_Alvarenga. pdf>. Acesso em: 17 set. 2016.

CARDOSO, J. Inclusão e exclusão: o retorno e a permanência dos alunos na EJA. Revista

Eletrônica Debates em Educação Científica e Tecnológica, v. 2, n. 01, 2012. Disponível

em: <ojs.ifes.edu.br>. Acesso em: 29 set. 2016.

COMERLATO, D. M. Formação de professores em EJA. Aprendendo com Jovens e

Adultos. Porto Alegre: UFRGS, 2001. Disponível em: <www.ufrgs.br/faced/pesquisa/niepe-

eja/pefjat/formacao_professores_eja.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016.

LUDKE, M.; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. Em Aberto, v. 5, n. 31, 2011. Disponível em:

<www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/1605/1577>. Acesso em: 10 set. 2016.

RIBAS, M. S.; SOARES, S. T. Formação de Professores para atuar na Educação de Jovens e Adultos: uma reflexão para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da prática docente. Anais

No documento XVI SEMANA DE MATEMÁTICA (páginas 109-112)