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Oficinas pedagógicas

No documento XVI SEMANA DE MATEMÁTICA (páginas 194-196)

do IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul – ANPED SUL Universidade

OFICINAS PEDAGÓGIGAS: ESTRATÉGIAS APLICADAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA NA ESCOLA JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA EM JI-

2. Oficinas pedagógicas

A Matemática, como componente do currículo escolar, não deve ser aplicada sempre de uma forma tradicional e expositiva, com o professor aplicando seu conteúdo e esperando que os alunos se interessem pelo que está sendo abordado e apliquem seus conhecimentos para resolver problemas, pois isso pode causar um certo trauma no aluno para com a disciplina, comprometendo negativamente o aprendizado.

A sustentação de um ensino precário e sem relação com a realidade da Matemática e suas aplicações, levando conceitos mal abordados dos conteúdos ou falta de recursos pedagógicos como estratégia pode acabar prejudicando o desenvolvimento da disciplina para os estudantes. Devemos contornar essas situações e fazer com que os alunos se interessem pelas aulas, porém hoje em dia isso é um desafio enfrentado por muitos professores e a busca por novas metodologias de ensino se torna essencial e urgente, sendo assim:

alunos/as, dando-lhes recursos e instrumentos que sejam úteis para o seu dia-a-dia, buscando mostrar-lhes a importância dos conhecimentos matemáticos para sua vida social, cultural e política (LARA, 2003 apud STRAPASON, 2011).

Consideremos também que apesar das dificuldades, podem-se encontrar muitos recursos disponíveis capazes de auxiliar os professores em suas metodologias de ensino, pois:

Há várias tendências didático-pedagógicas para se trabalhar em contextos de significação: projetos interdisciplinares, tarefas exploratórias e investigativas, resolução de problemas, modelagem matemática, tecnologias de informação, uso de jogos, de história, dentre outras. Nesses contextos, a utilização de materiais manipuláveis pode perpassar qualquer uma dessas tendências (NACARATO, 2005, p. 14).

Existem vários motivos para se chegar à conclusão de que há uma necessidade de criar novos métodos de ensino da Matemática. Muitos alunos demonstram dificuldades em alguns conteúdos que servem de pré-requisitos para o que estão estudando frequentemente, o que resulta em confusão na mente do aluno, por não saber o que aplicar e como desenvolver.

Em Matemática, a mecanização e o excesso de verbalização são muito comuns, geram o medo da disciplina em todos os níveis de escolarização e influenciam até decisões a respeito da escolha profissional. Muitos adultos não prestam concursos porque têm medo de não conseguirem os acertos necessários para aprovação na área (ZACARIAS, 2008, p. 21).

Para esclarecer as dúvidas e reforçar o aprendizado dos alunos, os professores podem optar por realizarem oficinas como atividade extraclasse, com o intuito de enriquecer o aprendizado, pois:

O objetivo dos professores de matemática deverá ser o de ajudar as pessoas a entender a matemática e encorajá-las a acreditar que é natural e agradável continuar a usar e aprender matemática como uma parte sensível, natural e agradável (BRITO 2001, p. 43).

Oficina é um termo peculiar, pois significa o lugar destinado para fazer ou consertar alguma coisa. Existem diversos tipos de cenários em que essa palavra pode ser empregada: oficina mecânica, oficina de conserto de eletrodoméstico, oficina de carpintaria e outros. Uma oficina pedagógica seria então um espaço onde os alunos pudessem tirar suas dúvidas e preencher as lacunas de seu aprendizado. Na compreensão de Cuberes (1989), oficina pedagógica é um tempo e um espaço destinado à aprendizagem. A utilização de oficina pedagógica é a alternativa metodológica que pode ser realizada em sala de aula, bem como em horário oposto, sendo necessariamente no ambiente escolar, e em especial, para o ensino de Matemática, que possibilita a interação do estudante com o objeto, em um processo ativo de transformação na busca do conhecimento:

Ao priorizar a prática, tão escassa na rotina da sala de aula, as oficinas não somente despertam o interesse dos alunos, mas também constitui um desafio para o professor no que se refere ao seu planejamento e execução, assim como ao exigir, não somente leitura, mas ainda a capacidade de criar e desenvolver atividades que fujam da rotina, elaboração de metodologias, definições de dinâmicas e a busca de parcerias, para o enriquecimento do trabalho. Uma experiência cansativa, porém muito gratificante, que permite praticar a interdisciplinaridade tão discutida atualmente (GIANOTTO, 2006, p. 4).

Utilizar oficinas pedagógicas, se contrapõem ao ensino tradicional e considera o indivíduo como um organismo ativo, inteligente, em plena e permanente interação com o

espaço em que vive.Vieira e Volquind (2002, p. 17) consideram que esta metodologia amplia

a possibilidade de interação do professor com o aluno, e lembram que,

Através das oficinas, podemos ensinar de forma mais humanizada, onde a cultura e os valores dos alunos participantes serão respeitados. As oficinas promovem a abertura de um espaço de aprendizagem alternativo. Na oficina surge um novo tipo de comunicação, entre professores e alunos. É formada uma equipe de trabalho, onde cada um contribui com sua experiência. O professor é o dirigente, mas também, aprendiz. Cabe a ele diagnosticar o que cada participante sabe e promover o ir além do imediato. Através das oficinas é possível transformar-se o conhecimento científico em saber de ensino.

Neste processo, é necessário que o professor elabore atividades criativas e dinâmicas que estimulem a participação do aluno, que deve ser motivado a buscar seu aprendizado, por

meio da própria ação de fazer, pois o aluno é o protagonista da formulação do seu próprio

conhecimento. Beatriz D’Ambrósio (1993) defende que é necessário incorporar um componente de experiência nos programas de formação de professores, para que a matemática seja experimentada pelos alunos. Assim como a construção do conhecimento dos alunos realiza-se através de suas experiências com a Matemática, também ocorre com os futuros professores. A construção do conhecimento desses docentes se dá sobre o ensino da Matemática, ou seja, através das suas experiências no processo de ensinar matemática.

As oficinas pedagógicas são um recurso metodológico de complementação, na perspectiva de facilitar a assimilação do conteúdo pelos alunos, onde há possibilidade de rever e/ou aprofundar procedimentos matemáticos já estudados, de maneira diferenciada e inovadora. Fazer uso de novas tecnologias, de materiais concretos, assim identificar os conhecimentos matemáticos por meios concretos para uma melhor compreensão visualizando o caráter de jogo intelectual característico da Matemática, são aspectos que estimulam o interesse, a curiosidade, e o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas.

No documento XVI SEMANA DE MATEMÁTICA (páginas 194-196)