• Nenhum resultado encontrado

Dimensão Profissional da Identidade do Pedagogo: formação continuada dos

4.5 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS

4.5.3 A Dimensão Profissional da Identidade do Pedagogo

4.5.3.4 Dimensão Profissional da Identidade do Pedagogo: formação continuada dos

reconhecimento vem dos próprios colegas e da comunidade escolar.

4.5.3.4 Dimensão Profissional da Identidade do Pedagogo: formação continuada dos

pedagogos

Em relação à formação continuada, que constitui a categoria Formação

Continuada dos Pedagogos, oferecida pela mantenedora aos pedagogos, sete dos

nove pedagogos pesquisados avaliaram negativamente as capacitações oferecidas

pela RME. Afirmaram que não há cursos específicos para os pedagogos e quando

tem, abordam sempre sobre as mesmas temáticas.

Muito pouco, não tem nada. Apenas alguns assessoramentos e grupo de

estudos no núcleo. O pedagogo precisa de mais suporte sobre a sua prática

(Pedagogo 4). Avalio ruim, são muito abrangentes, não tem curso específico

para o trabalho pedagógico. Estamos fazendo o grupo de estudos do nre,

mas a minha crítica é no sentido de sempre voltar a estaca zero, fez um

estudo, analisou, muda a equipe, volta tudo de novo. Para os pedagogos

novos é bom retomar certos conceitos, concepções, para quem já tem uma

caminhada, como eu de 8 anos, se torna repetitivo, cansativo e improdutivo,

no sentido de estar sempre vendo as mesmas coisas. Está sendo

retomados elementos muito básico que a gente já domina e que não foi

considerada a nossa experiência, esse embasamento teórico que a gente já

tem (Pedagogo 5). Para o pedagogo acho ruim, a gente está sempre

discutindo sobre a mesma coisa, não tem curso específico para o

pedagogo. Para o professor eu gosto, tem muita coisa boa, tem muita

oportunidade de formação e específica para as diversas áreas (Pedagogo

9).

O Pedagogo 8 avaliou positivamente os cursos oferecidos aos pedagogos

pela RME:

Eu gosto, acho importante. Não consigo fazer todos, mesmo quando eu vou

e escuto coisas que já sei é importante para estar lembrando, refletir se a

gente fez ou não fez, o que pode ser retomado, o que precisamos fazer um

pouco mais. Precisamos aproveitar tudo o que nos oferecem, não posso

dizer que fiz um curso e não aproveitei, todos que fui eu aproveitei alguma

coisa [...]

O pedagogo que procura realizar um bom trabalho precisa superar-se e

reinventar-se constantemente, num processo permanente de construção da sua

profissionalidade. Para isso, se faz necessário uma formação continuada

permanente, na qual o pedagogo possa refletir sobre sua prática profissional e

estabelecer a relação entre teoria e a prática. Freire (1999, p. 24) reflete sobre esta

questão: “A reflexão crítica sobre a prática se torna uma exigência da relação

Teoria/Prática sem a qual a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo.”.

Partindo dessas considerações, o pedagogo necessita refletir sobre a sua

prática pedagógica, compreendendo-a como um processo contínuo de formação.

Conforme as reflexões de alguns teóricos como Nóvoa (1995); Perrenoud (2002);

Pimenta (2002); Tardif (2000,2002), o processo de reflexão sobre prática permite

que os profissionais se tornem mais críticos em relação as suas ações.

Diante da complexidade das funções exercidas pelos pedagogos nos espaços

escolares e não escolares, este profissional necessita de uma sólida formação

profissional (inicial e continuada) que possa lhe dar subsídios à sua prática

pedagógica. Concorda-se com a afirmação de Houssaye (2004, p. 10), ao enfatizar

que:

O Pedagogo é aquele que procura conjugar a teoria e a prática a partir de

sua própria ação [...]. Contudo, o pedagogo não pode ser um puro e simples

prático nem um puro e simples teórico [...]. Só será considerado Pedagogo

aquele que fizer surgir um plus na e pela articulação teoria-prática em

educação.

Tardif (2000) aponta que os conhecimentos profissionais são evolutivos e

progressivos, por isso, “[...] necessitam, por seguinte, uma formação contínua e

continuada. Os profissionais devem, assim, autoformar-se e reciclar-se através de

diferentes meios, após seus estudos universitários iniciais.”.

Acredita-se que uma formação continuada que permita e favoreça uma

reflexão sobre os saberes teóricos e práticos permitirão ao pedagogo adquirir maior

capacidade técnica para agir com autonomia e competência diante dos desafios que

emergem do contexto escolar. Compreende-se o Pedagogo como o cientista da

educação, portanto, faz necessário que este profissional assuma-se como um

investigador, pesquisador e questionador de sua prática pedagógica.

À luz dos resultados obtidos pela entrevista e pelas considerações dos

teóricos, compreende-se que a RME de Curitiba necessita rever a formação

continuada que está sendo oferecida aos seus pedagogos. Os cursos deveriam ser

específicos para os pedagogos, com temáticas contemporâneas e que auxiliem no

desenvolvimento de sua função e no enfrentamento das dificuldades encontradas.

No ano de 2012, a Secretaria Municipal da Educação lançou o Caderno

Pedagógico - Subsídios à Organização do Trabalho Pedagógico nas Escolas da

RME

33

(CURITIBA, 2012). A pesquisa procurou investigar se os pedagogos estão

utilizando esse caderno pedagógico, como o avaliam e se o material elaborado pela

SME tem auxiliado no desenvolvimento de seu trabalho.

Todos os pedagogos entrevistados avaliaram positivamente a elaboração do

caderno pedagógico, afirmaram que o mesmo tem contribuído no desenvolvimento

de seu trabalho, como pode ser observado nas respostas a seguir:

Tem auxiliado, está sempre em mãos. Achei o caderno muito bom, tenho

utilizado sempre. Esta semana tive que fazer uma reclassificação e recorri

ao caderno. Também para organizar as permanências (Pedagogo 2). Ele

norteia significativamente o trabalho do pedagogo. [...] Nós assumimos a

organização do planejamento como está posta no caderno. A nossa rotina

como pedagoga também usamos a sugestão do caderno, ele é um

norteador do trabalho (Pedagogo 7).

O Pedagogo 4 destacou em sua fala a importância deste documento e que o

mesmo deve ser utilizado, pois é uma orientação da mantenedora.

Participei do curso de implementação, eu gosto dele, eu prefiro usar, pois é

documento da Secretaria. Se tem sobre o apoio pedagógico é de lá que vou

usar. Se o registro de permanência tem lá é aquele modelo que vou usar.

Coloco para os professores que não fui eu quem criei, foi a mantenedora

que você escolheu para trabalhar. Então temos que trabalhar da forma que

ela orienta. Quem não sabe trabalhar como pedagogo, pega o caderno e

segue, pois você garante alguma coisa (Pedagogo 4).

Pode-se constatar que o Caderno Pedagógico - Subsídio à Organização do

Trabalho Pedagógico nas Escolas da RME, elaborado pela SME, está servindo de

apoio e de suporte para orientar e subsidiar o trabalho do pedagogo na escola.

33

No Capítulo II tratou-se do Caderno Pedagógico - Subsídios à Organização do Trabalho

Pedagógico nas Escolas da RME. Apresentou-se a forma, o conteúdo e os objetivos do mesmo.