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Patrícia Dreyer

Patricia Dreyer é natural de Brasília - DF, especialista em Direito Processual Civil pela PUC-SP, e em Direito Público pela Faculdade Processus, graduada em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (1999). Advogada militante desde 2000, nas áreas cível e tributária. Atualmente é professora da Faculdade Processus nas disci-plinas de Direito Civil - Obrigações, Contratos, Responsabilidade Civil; e Direito Processual Civil -Recursos. É também professora na Escola da Magistratura, em pós graduações e diversos preparatórios para Exame de Ordem e demais concursos públicos, das disciplinas de Direito Civil e Direito Processual Civil, Direito do Con-sumidor e Estatuto da Criança e do Adolescente. Frequentou o Programa Intensivo de Doutorado em Direito Civil - Família, na Universidade de Buenos Aires - Argentina. É aluna regular da Pós Graduação Stricto Sensu em Direito da Seguridade Social e Direitos Humanos da AEUDF.

1. A Lei n. 14.181, de 2021, trouxe a regulamentação sobre o superendividamento, com vários novos di-reitos ao consumidor. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.

a. Entende-se por superendividamento a impossibi-lidade manifesta de o consumidor pessoa natural ou jurídica, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial.

b. Como forma de evitar a exclusão social, é permiti-do, na oferta de crédito ao consumidor, indicar que a operação de crédito poderá ser concluída sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da situação financeira do consumidor.

c. No que diz respeito ao cartão de crédito, é permi-tido realizar ou proceder à cobrança ou ao débi-to em conta de qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não for adequadamente solucionada a controvérsia, des-de que o consumidor haja notificado a administra-dora do cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da fatura.

d. A requerimento do consumidor superendividado pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de repactuação de dívidas, com vistas à realiza-ção de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador credenciado no juízo, com a pre-sença de todos os credores de dívidas, na qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas de pa-gamento originalmente pactuadas.

Comentário

A.

Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a pre-venção do superendividamento da pessoa natural, sobre o crédito responsável e sobre a educação financeira do consumidor. (Inclu-ído pela Lei nº 14.181, de 2021)

§ 1º Entende-se por superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalida-de totalida-de suas dívidas totalida-de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

B.

Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicita-mente, na oferta de crédito ao consumidor, publicitária ou não: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)

II – indicar que a operação de crédito pode-rá ser concluída sem consulta a serviços de proteção ao crédito ou sem avaliação da situ-ação financeira do consumidor;

C.

Art. 54-G. Sem prejuízo do disposto no art. 39 deste Código e na legislação aplicável à ma-téria, é vedado ao fornecedor de produto ou serviço que envolva crédito, entre outras con-dutas: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021) I – realizar ou proceder à cobrança ou ao débito em conta de qualquer quantia que houver sido contestada pelo consumidor em

compra realizada com cartão de crédito ou similar, enquanto não for adequadamente so-lucionada a controvérsia, desde que o con-sumidor haja notificado a administradora do cartão com antecedência de pelo menos 10 (dez) dias contados da data de vencimento da fatura, vedada a manutenção do valor na fatura seguinte e assegurado ao consumidor o direito de deduzir do total da fatura o valor em disputa e efetuar o pagamento da parte não contestada, podendo o emissor lançar como crédito em confiança o valor idêntico ao da transação contestada que tenha sido cobrada, enquanto não encerrada a apura-ção da contestaapura-ção;

D.

Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado pessoa natural, o juiz po-derá instaurar processo de repactuação de dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conci-liador credenciado no juízo, com a presença de todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual o consumidor apresentará proposta de plano de pagamen-to com prazo máximo de 5 (cinco) anos, pre-servados o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as for-mas de pagamento originalmente pactuadas.

2. (2021/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICA-DO XXXII/PRIMEIRA FASE) Maria compareceu à loja Bela, que integra rede de franquias de produ-tos de beleza e cuidados com a pele. A vendedora ofereceu a Maria a possibilidade de experimen-tar gratuitamente o produto na própria loja, sen-do questionada pela cliente se esta poderia fazer uso com quadro de acne em erupção e inflamada, oportunidade em que a funcionária afirmou que sim. Porém, imediatamente após a aplicação do produto, Maria sentiu ardência e vermelhidão in-tensas, não o comprando. Logo após sair da loja, a situação agravou-se, e Maria buscou imedia-to atendimenimedia-to médico de emergência, onde se constataram graves lesões na pele. Da leitura do rótulo obtido através do site da loja, evidenciou-se erro da vendedora, que utilizou no rosto da cliente produto contraindicado para o seu caso. Nessa si-tuação, à luz do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento do Superior Tribunal de Justi-ça, é correto afirmar que

a. é objetiva a responsabilidade civil da vendedora que aplicou o produto em Maria sem observar as contraindicações, afastando-se a responsabilida-de da empresa por culpa responsabilida-de terceiro.

b. a responsabilidade civil objetiva recai exclusi-vamente sobre a franqueadora, a quem faculta--se ingressar com ação de regresso em face da franqueada.

c. se a franqueadora for demandada judicialmente, não poderá invocar denunciação da lide à franque-ada, por se tratar de acidente de consumo.

d. não há relação de consumo, uma vez que se tra-tou de hipótese de amostra grátis, sem que tenha se materializado a relação de consumo, em razão de o produto não ter sido comprado por Maria.

Comentário

Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo úni-co deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, faculta-da a possibilifaculta-dade de prosseguir-se nos mes-mos autos, vedada a denunciação da lide.

Art. 13. (...)

Parágrafo único. Aquele que efetivar o pa-gamento ao prejudicado poderá exercer o di-reito de regresso contra os demais responsá-veis, segundo sua participação na causação do evento danoso.

3. (2020/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXII/PRIMEIRA FASE) O adolescente João, com 16 anos completos, foi apreendido em flagrante quando praticava ato infracional análogo ao crime de furto. Devidamente conduzido o processo, de forma hígida, ele foi sentenciado ao cumprimento de medida socioeducativa de 1 ano, em regime de semiliberdade. Sobre as medidas socioeducativas aplicadas a João, assinale a afirmativa correta.

a. A medida de liberdade assistida será fixada pelo prazo máximo de 6 meses, sendo que, ao final de tal período, caso João não se revele suficien-temente ressocializado, a medida será convolada em internação.

b. A medida aplicada foi equivocada, pois deveria ter sido, necessariamente, determinada a interna-ção de João.

c. No regime de semiliberdade, João poderia sair da instituição para ocupações rotineiras de trabalho e estudo, sem necessidade de autorização judicial.

d. A medida aplicada foi equivocada, pois não pode-ria, pelo fato análogo ao furto, ter a si aplicada me-dida diversa da liberdade assistida.

Comentário

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais ade-quada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capaci-tada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orien-tador, o Ministério Público e o defensor.

Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como for-ma de transição para o meio aberto, possi-bilitada a realização de atividades externas, independentemente de autorização judicial.

Seção VII Da Internação

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I – tratar-se de ato infracional cometido me-diante grave ameaça ou violência a pessoa; II – por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III – por descumprimento reiterado e injustifi-cável da medida anteriormente imposta.

4. (2019/FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICA-DO XXXII/PRIMEIRA FASE) Roberta produziu, em seu computador, vídeo de animação em que se percebe a simulação de atos pornográficos entre crianças. O vídeo não mostra nenhuma imagem reconhecível, nenhuma pessoa identificável, mas apresenta, inequivocamente, figuras de crianças, e bem jovens. Sobre o fato apresentado, sob a perspectiva do Estatuto da Criança e do Adoles-cente, assinale a afirmativa correta.

a. Não é ilícito penal: o crime ocorre quando se si-mula a atividade pornográfica com imagens reais de crianças.

b. É crime, pois o Estatuto da Criança e do Adoles-cente prevê a conduta típica de simular a par-ticipação de criança ou adolescente em cena pornográfica por meio de qualquer forma de repre-sentação visual.

c. É crime se houver a divulgação pública do filme, pois a mera produção de filme envolvendo simula-cro de imagem de criança ou adolescente em situ-ação pornográfica não é reprovada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

d. Não é ilícito penal, pois a animação somente se afigura como simulação suficientemente apta a despertar a reprovabilidade criminal se reprodu-zir a imagem real de alguma criança diretamente identificável.

Comentário

Lei n. 8.069/1990 (...)

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, mon-tagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

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