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Lorena Ocampos

Juíza de Direito Substituta da Justiça do Distrito Federal (TJDFT). Tomou posse aos 26 anos (6º lugar), obtendo a maior nota na prova de Sentença Penal (8,47). Foi aprovada nos concursos para os cargos de técnica administrativa no Ministério da Saúde, técnica administrativa da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), técnica judiciária do Ministério Público da União (MPU) e de analista judiciária do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Antes de ser magistrada, foi técnica judiciária e analista judiciária do Tribunal de Justiça do

Distrito Federal e Territórios (TJDFT), entre 2010 e 2014, exercendo a função de oficial de gabinete (assessora

de juiz) por quatro anos. Pós-graduada em Direito e Contemporaneidade pela União Pioneira de Integração Social (UPIS/DF) em convênio com a Escola da Magistratura.Mestranda em Direito Constitucional no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).Ministra Processo Penal, Execução Penal e Sentença Criminal em cursos preparatórios para concursos.

1. Após investigação criminal, foi identificado que Joaquim era autor de um crime de furto qualifi-cado por arrombamento, incidindo nas penas do art. 155, § 4º, do CP, o qual prevê pena de 2 a 8 anos de reclusão. Juntada a folha de antece-dentes criminais, verificou-se que Joaquim nunca respondeu a qualquer outra ação penal. Joaquim contrata você, como advogado, para a defesa no procedimento e requereu alguns esclarecimentos sobre a situação e o que é possível de ser feito em seu benefício. Assinale a alternativa correta.

a. Mesmo entendendo o Ministério Público ser o caso de arquivamento da investigação, poderá propor ao Joaquim o acordo de não persecução penal.

b. O acordo de não persecução penal pode ser ofe-recido a Joaquim mesmo se ele já tivesse rece-bido o benefício nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da nova infração.

c. Oferecido o acordo de não persecução penal, se o juiz recusar a homologação, o advogado pode-rá interpor recurso em sentido estrito no prazo de 5 dias.

d. Poderá ser realizado acordo de não persecução penal por escrito e pelo membro do Ministério Pú-blico, pelo Joaquim e por seu defensor, indepen-dentemente de homologação judicial.

Comentário

Nos termos do art. 28-A e art. 581, XXV, ambos do CPP.

2. José, morador de Brasília, recebeu uma mensa-gem pelo celular que oferecia a ele um emprés-timo. Ele entrou em contato para receber um em-préstimo de R$ 10.000,00 e, para tanto, depositou, a título de “custas”, um valor de R$ 500,00 em uma conta corrente vinculada a uma agência bancária localizada em Belo Horizonte. A conta pertencia a Henrique, morador de São Paulo. Somente depois da transferência percebeu se tratar de uma fraude e nunca recebeu os R$ 10.000,00. José, quando percebeu, estava de férias em Recife e decidiu registrar ocorrência nesta cidade. A competência para instruir e julgar o delito acima narrado será:

a. Brasília.

b. Belo Horizonte.

c. São Paulo.

d. Recife.

Comentário

A competência para julgamento será do LOCAL DO DOMICÍLIO DA VÍTIMA, ou seja, EM BRASÍLIA! A Lei n. 14.155/2021 inseriu no CPP o seguinte dis-positivo:

Art. 70. (...)

§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do De-creto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando praticados median-te depósito, medianmedian-te emissão de cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a compe-tência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.

3. João, aproveitando-se de distração de Marcos, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a ins-tituição de caridade. João foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no prazo legal. Marcos pro-cura você, como advogado, para a adoção das providências cabíveis. Considerando a situação hipotética descrita, assinale a alternativa correta.

a. Tendo em vista que o Ministério Público é o titu-lar da ação penal pública, nada poderá ser feito, a não ser aguardar a atuação do promotor.

b. Será possível o oferecimento da chamada ação penal privada personalíssima.

c. Será possível o oferecimento da chamada ação penal privada propriamente dita.

d. Será possível o oferecimento da chamada ação penal privada subsidiária da pública.

Comentário

Na ação penal pública, o Ministério Público não pode se omitir. Dessa forma, se no prazo legal o Ministé-rio Público não requerer diligências imprescindíveis (art. 16 do CPP), não promover o arquivamento nem oferecer denúncia, será constatada uma situação de inércia que permite que a vítima ofereça a queixa--crime subsidiária (ação penal privada subsidiária da pública).

4. Por ter praticado infração penal contra Lúcio, Ana foi presa em flagrante e conduzida à delegacia, onde se constatou que o tipo penal corresponden-te à infração praticada por Ana prevê pena máxi-ma de dois anos e multa. Ana contrata advogado que, na mesma hora, comparece na Delegacia. Nessa situação hipotética, o advogado de Ana de-verá esclarecer que a autoridade policial:

a. deverá exigir o pagamento da fiança, devido ao fato de o crime admitir pena de multa.

b. deverá instaurar IP mediante a lavratura do auto de prisão em flagrante.

c. deverá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, por não se tratar de crime de menor potencial ofensivo.

d. deverá lavrar termo circunstanciado e encaminhá--lo ao juizado juntamente com a autora do fato e a vítima.

Comentário

Nos termos do art. 69, parágrafo único, da Lei n. 9.099/1995, ao autor do fato (no caso, ANA) que, após a lavratura do termo circunstanciado de ocor-rência, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança.

5. Em uma Vara Criminal da capital, foram separa-dos quatro procedimentos para análise de prisões preventivas: no primeiro, Maria encontrava-se pre-sa pelo crime de roubo com emprego de arma de fogo e violência real, possuindo filho de 10 anos de idade; no segundo, o preso era João, senhor de 81 anos de idade respondendo à ação penal em que se imputava a prática de três crimes de estelionato; no terceiro, José estava preso pelo crime de corrupção, sendo o único responsável pelos cuidados de seu filho de 11 anos; no quarto, Larissa estava presa como acusada dos crimes de uso de documento falso e moeda falsa, possuindo filha de 5 anos, mas não era a única responsável pela criança, que também morava com o pai. Com base nas previsões do Código de Processo Penal, em especial dos artigos 317 a 318-B, há possibi-lidade de você, como advogado, em tese, requer e ter admitida prisão domiciliar nos processos em que figuram como acusados(as):

a. Maria, João, José e Larissa.

b. João, José e Larissa, apenas.

c. Maria e Larissa, apenas.

d. João e Larissa, apenas.

Comentário

Não é possível a substituição da prisão preventiva de Maria pela prisão domiciliar, tendo em vista ter cometido crime com violência/grave ameaça, veda-ção que se encontra expressa no art. 318-A, inciso I, do CPP.

Atenção especial à leitura dos artigos 318 e 318-A, do CPP:

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão pre-ventiva pela domiciliar quando o agente for: I – maior de 80 (oitenta) anos;

II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

gravidez ou sendo esta de alto risco. IV – gestante;

V – mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

VI – homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabele-cidos neste artigo.

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsá-vel por crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:

I – não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;

II – não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

6. Pedro, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rita, imputando-lhe a prática dos delitos de in-júria simples e difamação. As partes não celebra-ram qualquer acordo e a querelada negava os fa-tos, não aceitando qualquer benefício previsto em lei. Após o regular processamento e a instrução probatória, em alegações finais, Pedro requer a condenação de Rita pela prática do crime de difa-mação, nada falando em sua manifestação derra-deira sobre o crime de injúria. Diante da situação narrada, é correto afirmar que

a. deverá ser extinta a punibilidade de Rita em rela-ção ao crime de injúria, em razão da peremprela-ção.

b. deverá ser extinta a punibilidade de Rita em re-lação ao crime de injúria, em razão do perdão do ofendido.

c. deverá ser extinta a punibilidade de Rita em rela-ção ao crime de injúria, em razão da renúncia ao direito de queixa.

d. poderá Rita ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve apresentação de alega-ções finais pela defesa técnica do querelante.

Comentário

Art. 60. Nos casos em que somente se pro-cede mediante queixa, considerar-se-á pe-rempta a ação penal:

I – quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo

du-rante 30 dias seguidos;

II – quando, falecendo o querelante, ou so-brevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, den-tro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressal-vado o disposto no art. 36;

III – quando o querelante deixar de compa-recer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;

IV – quando, sendo o querelante pessoa ju-rídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

7. João e Paulo foram condenados, em primeira ins-tância, pela prática do crime de furto qualificado, à pena de 02 anos de reclusão e 12 dias-multa, por fatos que teriam ocorrido quando João tinha 18 anos e Paulo tinha 31 anos. Na dosimetria da pena, a pena-base foi fixada no mínimo, não sen-do reconhecidas atenuantes ou agravantes nem causas de aumento ou diminuição. Intimados da sentença, o promotor e o advogado de Paulo não tiveram interesse em apresentar recurso, mas o advogado de João apresentou recurso de apela-ção. Por ocasião do julgamento do recurso, enten-deram os desembargadores por reconhecer que o crime restou tentado, bem como que deveria ser aplicada a atenuante da menoridade relativa a João. Com base nas informações expostas, os efeitos da decisão do Tribunal

a. poderão ser parcialmente estendidos a Paulo, aplicando-se a atenuante, mas não a causa de di-minuição de pena.

b. poderão ser integralmente estendidos a Paulo.

c. poderão ser parcialmente estendidos a Paulo, aplicando-se a causa de diminuição de pena da tentativa, mas não a atenuante.

d. não poderão ser estendidos a Paulo.

Comentário

Art. 580. No caso de concurso de agentes, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aprovei-tará aos outros.

8. Jonas procurou você, como advogado, pois tinha a intenção de ingressar com queixa-crime contra dois vizinhos que vinham lhe caluniando constan-temente. Narrados os fatos e conferida procura-ção com poderes especiais, você, como patrono da vítima ingressou com a ação penal no Juizado Especial Criminal, órgão efetivamente competen-te, contudo o magistrado rejeitou a queixa apre-sentada. Dessa decisão do magistrado caberá a você interpor:

a. recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias.

b. apelação, no prazo de 05 dias.

c. recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias.

d. apelação, no prazo de 10 dias.

Comentário

Nos termos do art. 82 da Lei n. 9.099/1995, da de-cisão de rejeição da denúncia ou queixa caberá apelação, que será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Pú-blico, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

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