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Esta seção dedica-se a discutir os achados da pesquisa de campo e estabelecer associações com a teoria apresentada, considerando a educação para sustentabilidade, de maneira a atingir o objetivo específico de estabelecer associações entre a iniciativa desenvolvida com os conceitos de Educação para a Sustentabilidade e a Teoria da Aprendizagem Experiencial.

TAE como pano de fundo para o processo de ensino aprendizagem.

A aprendizagem experiencial é uma filosofia educacional alternativa que é frequentemente defendida na literatura sobre educação para a sustentabilidade (DOMASK, 2007; BADEN; PARKES, 2013; CORSCADDEN; KEVANY, 2017; WRIGHT, 2006; UNESCO, 2017). Isto, pois a mesma se difere do ensino didático tradicional, já que envolve os estudantes, desenvolve o pensamento crítico, a capacidade de resolução de problemas e tomada de decisão em contextos que são de seu interesse.

Analisando a iniciativa estudada a partir dos conceitos e princípios da AE, é possível perceber que já em sua concepção, a ideia foi reduzir a visão fragmentada dos saberes impulsionada por um currículo organizado por disciplinas, estimulando a interação e interdependência entre as disciplinas básicas e técnicas. Assim, como preconizado por Kolb (1984) na primeira proposição de sua teoria, a aprendizagem é vista como um processo e busca oportunizar experiências para que os estudantes possam perceber diferentes aspectos, introduzir novas ideias e conceitos de maneira a refletir sobre elas e alterar suas visões de mundo.

Esta ideia fica nítida na afirmação da professora responsável pela disciplina que ao tratar dos objetivos do PI afirma que “um que eles (os alunos) aprendam por meio da pesquisa e, também, para que eles entendam que há diversas perspectivas sobre um mesmo tema (...)

pra eles entenderem que a realidade é muito maior às vezes do que eles pensam” (E2). Outra evidencia desta preposição da TAE na iniciativa estudada é a própria percepção dos alunos quanto a sua visão de mundo. A seguir evidenciam-se algumas respostas obtidas com o questionamento “Como você avalia seu aprendizado sobre a sustentabilidade a partir desta experiência?” obtidos com a aplicação do último questionário (Apêndice G), que demonstram esta relação.

Quadro 26 - Respostas dos discentes vinculadas à primeira premissa da TAE

Respostas dos discentes vinculadas à primeira premissa da TAE

Atualmente, posso dizer que sei do que realmente se trata, antes do projeto percebo que minha visão sobre o assunto era muito reduzida. Também não fazia ideia que a sustentabilidade tinha uma ligação direta com a economia e com a sociedade.

Foi uma das, senão a única, matérias em que foi trabalhada a sustentabilidade. Através dos trabalhos e atividades, foi possível desenvolver uma visão mais ampla acerca da sustentabilidade. É um conhecimento que com certeza será empregado futuramente em minha vida profissional.

Acho que pelo fato do conceito sustentabilidade ser um fator mais atual, eu já tinha anteriormente pensamentos sobre a importância deste fator na sociedade. Mesmo assim, acredito que aprendi formas diferentes de classificar este assunto, me aprofundando mais nos conceitos internos que compõem a sustentabilidade.

Em resumo, essa experiência serviu para unir valores que eu já obtinha com novos conhecimentos teóricos concluindo que tudo está interligado.

Foi uma boa experiência, pude conhecer coisas novas, agregando mais conhecimentos sobre o assunto na prática, que faz com que faça mais sentido as coisas que aprendemos.

O Projeto Interdisciplinar trouxe novas visões sobre a função de um administrador, levando a pensar novos meios e soluções para a realidade que vivemos. A matéria de P.I. despertou um grande interesse nas ligações entre meio ambiente, sociedade e organizações, se tornando tema da minha pesquisa de TCC.

Fonte: Elaborado pela autora.

A partir do exposto, pode-se inferir que o processo de aprendizagem desenvolvido na iniciativa está atrelado à inserção de novas ideias e, também, à modificação daquelas que o estudante já possui. Isto está amarrado ao que Kolb e Kolb (2005) falam sobre a segunda premissa da TAE, de que é necessário extrair crenças e ideias dos estudantes sobre um tema para que eles possam examinar, testar e integrar em seus conhecimentos. Também sobre as premissas da TAE, quando se trata da resolução de conflitos entre modos de adaptação ao mundo dialeticamente opostos, evidencia-se que ainda há espaço na disciplina para explorar conflitos, diferenças e discordâncias vislumbrando desenvolver um senso crítico ainda maior nos estudantes, conforme manifestação da professora E3 “eu senti falta de um apontamento crítico sobre as temáticas [...] um apontamento crítico fundamentado”.

Isto também é evidenciado a partir de uma sugestão de um aluno que apontou “sugestão: abrir espaços de incentivo à argumentação. Além de fazer o aluno compreender a importância, seria bom incentivá-lo a ter voz para defender o que aprendeu ser importante:

sustentabilidade, equilíbrio das coisas”. Esta lacuna poderia ser sanada ao explorar, durantes as aulas da disciplina, os quatro estágios do ciclo de aprendizagem experiencial, no qual o momento “explorar” fosse utilizado fazendo com que os estudantes fossem estimulados a pensar em novas possibilidades e aplicação de conhecimentos em novos contextos.

Outro aspecto relacionado aos princípios da TAE é a visão da aprendizagem como um processo holístico de adaptação, o que é muito importante quando se trata da EpS , haja vista o que Svoboda e Whalen (2004) afirmam sobre a AE envolver o indivíduo por completo no processo, sua inteligência mental, emocional e somática, tratando a pessoa como um sistema vivo complexo. No entanto, este aspecto da teoria poderia ser melhor explorado na iniciativa a fim de engajar o aluno e envolvê-los em atividades por completo. Esta necessidade é percebida por um estudante que afirma que

Tivemos uma boa noção sobre o conceito de sustentabilidade, sabemos muito mais sobre as coisas ao nosso redor graças a essa experiência, porém, não vejo as pessoas, nem eu, aplicando seus conhecimentos em sua vida diária, algo que poderia ser mais incentivado na disciplina (Aluno A1).

Este princípio está vinculado à necessidade da AE de permitir que o aprendizado vá além do professor em sala de aula, aonde os indivíduos possam compartilham experiências, participar de atividades em torno de problemas da vida real (TUULOS; KIRJAVAINEN, 2016), no qual a academia assume o papel de auxiliar e oferecer ferramentas para que os alunos possam explorar e aplicar os conhecimentos em todas dimensões da vida e em suas ações cotidianas. O que se relaciona com a ideia da preposição de que a TAE busca envolver transações sinérgicas entre as pessoas e o meio, aonde diferentemente das abordagens tradicionais que tratam a aprendizagem como um processo interno, limitado à sala de aula, a aprendizagem experiencial busca relação entre as pessoas e o meio ambiente, fazendo com que o indivíduo aplique modificações ao seu ambiente.

Diante disto, e ao considerar que na educação e pesquisa em sustentabilidade, é necessário desenvolver a integração disciplinar para resolver problemas do mundo real dentro de um ambiente universitário, o que mais adiante pode ultrapassar os limites institucionais da universidade e passar a integrar uma comunidade mais ampla de stakeholders (REMINGTON-DOUCETTE et al., 2013). Assim, pode-se dizer que para alcançar uma aprendizagem mais relevante e significativa na iniciativa estudada esforços para tornar as atividades mais práticas devem ser empregados. Por mais que isto ainda não esteja consolidado na iniciativa, é claro nas afirmações dos professores a preocupação em torná-la

mais prática, evidenciando as diversas modificações que a proposta inicial sofreu a fim de superar as barreiras que surgem no seu desenvolvimento.

Um dos desafios encontrados para esta integração entre os conhecimentos acadêmicos com os conhecimentos práticos de stakeholders de fora da academia é a falta de estrutura para acompanhar os estudantes além do ambiente escolar, como retratado no apontamento da professora: “gostaria muito de trabalhar mais próximo da pesquisa ação e fazer com que eles tivessem intervenções nas realidades deles, mas eu ainda não sei exatamente como fazer isso, porque complica de alguma forma porque eu não tenho como acompanhar eles lá na comunidade” (E2). Uma alternativa possível para superar esta limitação e fazer com que no processo de ensino-aprendizagem ocorra uma transação entre conhecimento social e conhecimento pessoal é buscar estabelecer elos com organizações externas por meio de atividades como visitas técnicas, presença de convidados em sala de aula, desenvolvimento de trabalho de campo em alguma comunidade, a fim de aumentar o grau de intensidade das vivências dos estudantes.

Outrossim, destaca-se que nas ciências humanas e sociais, as amarrações são frequentemente feitas a partir de limites disciplinares aparentemente permeáveis, a interdisciplinaridade não é tão desconfortável quanto em disciplinas mais regulares (como matemática, química e física), nas quais o aprendizado é mais estruturado e sequencial (REMINGTON-DOUCETTE et al. 2013). No entanto, ainda há resistência aos currículos e iniciativas integrativas dentro das instituições de ensino, este fato ficou evidente a partir do estudo realizado, aonde os próprios docentes relataram não se sentirem tão confortáveis quanto nas disciplinas mais tradicionais, evidenciando essa necessidade de quebrar resistências e barreiras.

A Iniciativa e o Ciclo de Aprendizagem Experiencial

O contexto geral para a criação da iniciativa, as disciplinas Projeto Interdisciplinar, baseia-se em uma preocupação essencial com a integração curricular, aliada a preocupação com a insustentabilidade do sistema de desenvolvimento, o que culminou na adoção de metodologias de ensino que associadas poderiam contribuir com a busca-se integração da teoria com a prática, incentivando os alunos a serem sujeitos transformadores de suas realidades por meio da aplicação dos saberes desenvolvidos durante o curso. Ao utilizar-se de abordagens participativas, inovadoras e interdisciplinares emerge a necessidade de se trabalhar com crenças e premissas de valor diferentes das visões reducionistas e mecanicistas enfatizadas nas abordagens tradicionais.

Como exposto, para lidar com os problemas vivenciados pela sociedade atualmente, os alunos, inicialmente, precisam aprender a aprender com as experiências (reais e imaginárias), suas origens, quando estas surgiram (ou poderiam ser previstas) e como podem se desenvolver no futuro. Os discentes devem recorrer, e aprender com as teorias, conceitos, princípios, ideias, intuições e assim por diante, para formular alterativas e ações em resposta aos problemas de sustentabilidade identificados (BAWDEN, 2016). Deste modo, a TAE manifesta-se como um aporte teórico na iniciativa estudada, sugerindo que a mesma pode se enquadrar dentro da lógica do ciclo de aprendizagem experiencial.

Para Kolb (1984) o modelo de aprendizagem consiste em um sistema ou pacote completo de exercícios e teorias que possibilita que os alunos passem por todas as fases do processo de aprendizagem, com base na experiência.A seguir evidenciam-se como as quatro fases deste sistema são identificadas na iniciativa Projeto Interdisciplinar (1 e 2), com base no modelo desenvolvido por Krakauer, Serra e Almeida (2017).

Figura 19 - Ciclo aprendizagem experiencial Projeto Interdisciplinar 1

Fonte: Elaborado pela autora.

A etapa inicial do ciclo de aprendizagem experiencial identificada na disciplina Projeto Interdisciplinar 1 configura-se no momento “conhecer”, no qual os alunos têm contato com a teoria. Esta etapa compreende atividades em que o docente transmite conhecimentos

relativos aos conceitos de conteúdos como: Organizações, sociedade e meio ambiente; Sustentabilidade e as Organizações; Educação Ambiental; Empreendedorismo individual e coletivo; Inovação social e Organizações Inovadoras Sustentáveis. O desenvolvimento das aulas se já a partir de aulas expositivo-dialogadas com auxílio de quadro e dispositivos audiovisuais, pelos quais a docente responsável procura envolver os estudantes na aula, conforme relato:

[...] eu gosto de trabalhar muito com dinâmicas, cada vez mais eu fujo do Power Point, eu gosto muito de trabalhar com algumas dinâmicas, dou leituras pra eles também, então eu acabo intercalando bastante, faço eles [...] por exemplo, no 3º ano fiz eles pesquisarem exemplos de organizações ecocêntricas e neoclássicas, daí a gente fez uma discussão sobre isso (Professora E2).

Na segunda etapa do ciclo, que compreende o momento “explorar”, os discentes são estimulados a relacionar a teoria com a prática, discutindo novas possibilidades e diferentes contextos. Aqui, os mesmos devem mapear e levantar um problema socioambiental presente na realidade deles, para, posteriormente, envolver-se no momento “realizar”. Na terceira etapa os estudantes se envolvem na elaboração de um projeto de pesquisa sobre a temática do problema previamente levantado. Por fim, a última etapa do ciclo consiste no momento “observar”, aonde os estudantes deveriam refletir sobre a experiência, em seus diversos aspectos.

Atualmente, não há uma atividade formalizada que compreenda este momento, o que evidencia uma grande lacuna, uma vez que para Kolb (1984) uma atividade só é considerada uma experiência se há uma reflexão sobre o que foi vivenciado. É neste momento que os indivíduos sentem e pensam sobre o que acabaram de fazer. Assim, torna-se importante planejar atividades para o final da disciplina que busquem valorizar este momento, como por exemplo, a realização de autoavaliação, avaliação do grupo e da própria disciplina.

Ao considerar que a aprendizagem é um processo em espiral, conforme entendido por Dewey (1929), no qual as experiências anteriores condicionam experiências presentes e futuras, destaca-se que a vivência da disciplina Projeto Interdisciplinar 1 está intimamente relacionada àquela desenvolvida no Projeto Interdisciplinar 2, que está representada na Figura 20.

Figura 20 - Ciclo aprendizagem experiencial Projeto Interdisciplinar 2

Fonte: Elaborado pela autora.

Assim como ocorre no Projeto Interdisciplinar 1, o ciclo de aprendizagem experiencial da disciplina Projeto Interdisciplinar 2 inicia pelo momento “conhecer”, no qual os estudantes são postos em contato com a teoria acerca de conteúdos como: Empreendedorismo, inovação tecnológica e social, cooperação; Empreendimentos solidários e; Etapas de elaboração de plano de negócios. A partir disto, inicia-se o momento “explorar” no qual os estudantes deverão relacionar a teoria vista no PI 1 e PI 2 com a prática, para isto é solicitado que os mesmos pensem no desenvolvimento de um produto ou serviço com o objetivo de apresentar uma solução ou minimizar o problema identificado no PI 1.

Na sequência, no momento “realizar” os discentes deverão elaborar um plano de negócio sustentável da organização que irá fornecer o produto ou serviço criado. Deste modo, trabalha-se com os conteúdos técnicos da Administração e com o desenvolvimento da criatividade para propor soluções sustentáveis. Por fim, assim como PI 1, para encerrar o ciclo, é necessário oportunizar momentos para que os estudantes pensem e reflitam sobre a experiência de modo a observar os detalhes, questionando conceitos e teorias. Para Harvey, Coulson e McMaugh (2016) esse processo de refletir para tentar entender a teoria resulta em

uma mudança na estrutura mental, oportunizando que o indivíduo desenvolva diferentes maneiras de pensar. Assim, a TAE se fortalece como uma ferramenta no ensino da sustentabilidade, uma vez que possibilita que o aluno desenvolva pensamento independente com novas perspectivas e visões de mundo.

Conversa entre TAE e EpS e o desenvolvimento de conhecimentos e competências para a sustentabilidade.

Conforme etimologia, a palavra conversa, que vem do latim conversatio, é formada por com- que significa “junto”, mais vertere que diz respeito a “virar, voltar-se para”. Assim, voltando-se para a EpS, a TAE surge como uma ferramenta capaz de impulsionar os resultados para a sustentabilidade na iniciativa interdisciplinar estudada. Com esta pesquisa, buscou-se produzir evidências de aprendizado no que diz respeito ao desenvolvimento de conhecimento e competências para a sustentabilidade.

O modelo de aprendizagem experiencial de David Kolb possibilita conexões entre os diversos domínios de geração e aplicação do conhecimento em situações do mundo real. Dentro de um contexto de sustentabilidade, a ideia do conhecimento como um saber que estabelece vínculos entre ser, fazer, conhecer, pensar e sentir é importante para o desenvolvimento de uma visão holística e complexa da realidade. A educação para sustentabilidade apresenta características e baseia-se em: objetiva uma visão holística e interdisciplinar, que promova valores, que desenvolva o pensamento crítico, focado na resolução de problemas, com base em abordagens pedagógicas, lúdicas, multimétodos; com decisão participativa dos indivíduos nas suas condições locais (DIELEMAN; JUÁREZ- NÁJERA, 2008).

Destaca-se que o modelo de aprendizagem experiencial reúne dimensões de reflexão (minds on) e dimensões de ação (hands on), conforme Young (2002). As dimensões de reflexão compreendem os momentos “observar” e “conhecer”, nos quais na medida em que os estudantes apropriam-se da teoria, há o aprendizado conceitual que se configura a partir da aquisição e desenvolvimento da capacidade e inteligência para articular conhecimentos conceituais sobre uma experiência, o que molda novos modelos mentais. Já na dimensão de ação, nos momentos “explorar” e “realizar”, que colocam os estudantes em contato com a prática, tem-se a aquisição e desenvolvimento de habilidades para produzir ações. Assim, ao mesmo tempo em que com a primeira se constrói consciência e conhecimento acerca da temática, com a outra se possibilita o desenvolvimento de competências para sustentabilidade. Destarte, quando analisamos a construção de conhecimento a cerca da sustentabilidade na iniciativa estudada, é possível perceber avanços na visão dos discentes sobre a temática.

De modo a retratar esta realidade, no Quadro 27 evidenciam-se as principais respostas obtidas para o questionamento “Como você avalia seu aprendizado sobre a sustentabilidade a partir desta experiência?” realizado no último dia de aula aos discentes.

Quadro 27 - Respostas dos discentes – Aprendizado sobre Sustentabilidade

Respostas dos discentes – Aprendizado sobre Sustentabilidade

Descobri, com o Projeto, que sustentabilidade não envolve só a natureza, mas também os fatores econômicos e políticos. Antes pensava que sustentabilidade era só cuidar da natureza, economizando água, jogando lixo no lixo, mas vai muito além disso. Essa disciplina foi muito importante para eu me esclarecer sobre coisas que não sabia. Acredito que aprendi muito.

Antes da disciplina de Projeto não sabia muito bem sobre o que era, o conceito e entre outras coisas, somente conhecia e tinha ouvido falar. Depois do Projeto acredito que agora sei bem melhor e entendo sustentabilidade e seu conceito.

Penso que consegui acrescentar muito conhecimento, tive contato com ideias que não possuía conhecimento e são muito importantes para um administrador.

Acho que pude ter uma visão maior do que é a sustentabilidade e que ela é importante nas empresas e sociedade.

Bom, aprendi muito mais do que esperava, isso se deu ao fato de termos que pesquisar sobre o assunto e nos inteirar bem sobre. (além de levar a teoria para a prática podendo ter uma visão muito mais clara sobre os conteúdos interdisciplinar)

Acho importante destacar que nem todas as escolas abordam este tema e que seria interessante dar essa abertura. Avalio meu aprendizado como uma construção e acredito na importância de ter estudado o assunto. O modo como ele foi abordado, estimulando a proatividade é um ponto positivo para o meu aprendizado. Foi enriquecedor, eu já tinha um certo conhecimento acerca de questões sustentáveis, mas as aulas de Projeto Interdisciplinar complementaram meus conhecimentos e me impulsionaram a me envolver mais com questões sustentáveis.

Acho que tivemos uma boa base para esse conhecimento, com os conceitos. Mas essa matéria deve envolver mais conhecimentos e projetos com ela. Não é apenas com os conceitos que vai se mudar algo. Acredito que poderia haver mais atividades práticas e tentar envolver em outras matérias, como artes que em alguns anos teve um trabalho envolvendo sustentabilidade.

Fonte: Elaborado pela autora.

A partir dos dados coletados e, conforme retratado nas respostas, nota-se que a disciplina apresenta importante contribuição no desenvolvimento de consciência e conhecimento acerca da temática sustentabilidade. No entanto, é possível perceber, também, a necessidade de valer-se mais das dimensões de ação do modelo de aprendizagem experiencial para abordar o tema de maneira mais prática e, assim, desenvolver competências para sustentabilidade nos alunos, fazendo com que os mesmos de fato as incorporem nas suas ações diárias. Conquanto, pode-se notar que, apesar de se manifestar de maneira mais superficial, houve o desenvolvimento de competências para sustentabilidade nos discentes pesquisados, principalmente no que tange ao desenvolvimento de pensamento crítico, visão sistêmica, perspectiva de futuro, autonomia e senso de responsabilidade.

Em suma, a partir do objetivo geral da dissertação – Investigar como a Aprendizagem Experiencial pode contribuir com a Educação para Sustentabilidade em uma iniciativa

desenvolvida no Curso Técnico em Administração do Campus de Canoas do IFRS – evidencia-se que ao fundamentar-se na TAE como pano de fundo para o desenvolvimento da iniciativa Projeto Interdisciplinar é possível alcançar resultados almejados pela Educação para Sustentabilidade, principalmente no que tange aspectos de despertar reflexões para a mudança de comportamento e conhecimentos acerca da temática e o desenvolvimento de competências