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ESTÁGIO OBRIGATÓRIO

DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A finalidade desta seção é detalhar os dados coletados durante a pesquisa. Os resultados serão mostrados em forma de percentual sobre as perguntas do questionário aplicado, a fim de responder a hipótese levantada.

Quanto ao período de estágio, 80% cursavam o 6º período, 10% o 7º e 10% o 9º período do curso de Arquivologia. Os dados demonstram que os alunos pesquisados já estão nos períodos finais do curso e já se mostram bem orientados pela institui- ção de ensino quanto ao uso dos equipamentos de segurança. Parece-nos importante desenvolver o estágio nos anos finais, no entanto, talvez, seria de mais valia se os alunos estivessem no meio do curso para que pudessem colocar em prática a teo- ria estudada e tivesse oportunidade de refletir sobre a realidade encontrada.

Em relação às instituições onde estão sendo feitos os está- gios, 90% estavam na pública e 10% na privada. Os números nos mostram um maior interesse por arquivistas nas instituições públicas.

Quanto ao uso dos EPI’s no ambiente de estágio, 90% dos estagiários pesquisados responderam que o uso dos EPI’s é obri- gatório e 10% responderam que é opcional. O que nos chama a atenção é que aqueles que responderam ser o uso do EPI opcio- nal, estavam na empresa privada, o que denota desconhecimento

da importância do uso desses equipamentos na instituição privada.

Já em relação a frequência do uso dos EPI’s, 60% responderam que sempre usam, 30% que usam quase sempre e 10% nunca usaram. Os dados apontam que os dois maiores percentuais (que usam sempre ou quase sempre) são das insti- tuições públicas e o percentual menor, que nunca usa, está na instituição privada. Percebemos diante disso, que embora nas instituições públicas o uso dos EPI’s seja obrigatório, não há rigor na fiscalização, pois 30% afirmaram usar “quase sempre”. Com relação à instituição privada, sugerimos desenvolver um trabalho de conscientização com relação à importância do uso dos equipamentos de segurança.

Quanto ao número de estagiários que desenvolveram algum tipo de alergia durante suas atividades, 90% não desenvol- veram processos alérgicos durante seus trabalhos e 10% tiveram algum tipo de alergia. Os percentuais mostram que, como a maioria faz uso dos EPI’s, comprova-se a proteção com o uso desses equipamentos. Os 10% que desenvolveram alergia esta- vam em instituição privada, que não fazem o uso do EPI.

Quanto a credibilidade dos EPI’s em relação à segurança e proteção da saúde dos profissionais arquivistas, 100% dos esta- giários responderam que acreditam que os EPI’s correspondem ao que deles se espera.

Em relação a alguma contaminação por fungo ou bactéria adquiridos no ambiente do estágio, 100% respondeu que não foram contaminados no período em que trabalharam no acervo. Os dados mostram que fazendo o uso dos EPI’s, os alunos esta- giários estiveram protegidos.

A última pergunta da pesquisa foi aberta a solicitações dos alunos estagiários junto as empresas onde estão estagiando. 40% dos estagiários não fizeram solicitações, 20% solicitou EPI’s des-

com relação ao uso dos EPIs, 10% requereram luvas e máscaras e 10% solicitaram orientação quanto a regra de segurança na apre- sentação do ambiente no início dos estágios.

Os dados mostram que, apesar da obrigatoriedade dos EPI’s, nem sempre estes estão disponíveis no ambiente de tra- balho, muitas vezes o estagiário tem que comprar o seu próprio equipamento de segurança. Observamos também que as pessoas responsáveis pelos arquivos nem sempre orientam os estagiários com relação aos cuidados necessários para segurança e proteção da saúde deles mesmos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apontam que as empresas públicas exigem que seus estagiários façam uso dos EPI’s, mas nem sempre dispo- nibilizam esse material no ambiente de trabalho. Os estagiários, por sua vez, estão conscientes da necessidade e importância do uso dos equipamentos mas relatam a falta de orientação e uma maior fiscalização por parte das instituições.

Este é um campo que demanda estudos mais aprofunda- dos, pois entre a “obrigatoriedade” do uso e a disponibilidade dos EPI’s junto às orientações necessárias de como usar, há um longo caminho. Há que se trabalhar nos acervos com cuidado e precaução, pois qualquer descuido pode comprometer a saúde dos arquivistas.

Não há ainda na grade do curso de Arquivologia uma dis- ciplina que trate especificamente dos cuidados com a saúde desses profissionais, o que no nosso entender seria de grande relevância.

REFERÊNCIAS

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A DIALÉTICA DENTRO DA