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DOCUMENTOS DE ARRECADAÇÃO DA RECEITA FEDERAL

Período de Apuração (campo 02) CNPJ (campo 03) Código da receita (campo 04) Valor da receita (campo 07) Valor Recolhido (campo 10) Data do Reco- lhimento 07/1999 36167492/0001-51 0220 R$ 3.141,64 R$ 3.141,64 31/08/1999 30/08/1999 36167492/0001-51 0220 R$ 2.313,05 R$ 2.313,05 30/09/1999 30/09/1999 36167492/0001-51 0220 R$ 2.986,87 R$ 2.986,87 29/10/1999 Total: R$ 8.441,56 R$ 8.441,56

O esquema nº 02 demonstra que ocorreu mero erro no preenchimento da “DCTF” original, apresentada em 11 de novembro de 1999, quanto ao mon- tante efetivamente devido. Tal equívoco se torna ainda mais claro a partir da verifi cação da informação constante da “DIPJ” relativa ao ano-calendário de

1999 (Doc. nº 04) para o débito apurado a título de “IRPJ” para o terceiro trimestre daquele ano.

Por sua vez, a informação constante da “DCTF” original foi retifi cada pela ora REQUERENTE com a apresentação da “DCTF” retifi cadora apresenta- da em 31 de agosto de 2004 (Doc. nº 05), corrigindo o valor do débito para R$ 8.441,56 (oito mil, quatrocentos e quarenta e um reais e cinqüenta e seis centavos), de acordo com as normas estabelecidas pelo artigo 10, parágrafo 3º, da Instrução Normativa da SRF nº 482, de 21 de dezembro de 2004.

Quanto ao equívoco constante da informação sobre a forma pela qual se deram os pagamentos a título de “IRPJ” para o terceiro trimestre de 1999, a verifi cação é ainda mais cristalina, bastando observar o código de receita e os períodos de apuração constante do “Esquema nº 02” e comprovados pelos “DARF’S” anexados à presente (Docs. nºs 02 e 03). Tal análise é sufi ciente para que sejam reconhecidos os pagamentos realizados pela ora REQUE- RENTE, impondo-se, de plano, a retifi cação da Certidão de Dívida Ativa.

Ignorar essas necessárias retifi cações, importará em enriquecimento sem causa da União Federal/Fazenda Nacional em face da ora REQUERENTE, o que não se admite à luz do melhor direito. Da mesma forma, a verifi cação aqui requerida pode ser efetivada de plano por este D. Juízo, sendo desneces- sário o oferecimento de embargos à execução, como se passa a demonstrar.

III–DO CABIMENTO DA EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDA- DE–A DESNECESSIDADE DE OFERECIMENTO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO

Inicialmente, cumpre destacar que a apresentação de anterior Exceção de Pré-Executividade nos autos em nada obsta a nova apresentação de exceção pela ora REQUERENTE, mesmo porque são trazidos a lume novos fatos que servem para elidir a certeza e a liquidez do título executivo que serve de fundamento a este executivo.

De toda sorte, consolidou-se, na doutrina e jurisprudência brasileira, o en- tendimento que, apesar do processo executivo não comportar cognição apro- fundada, devendo a mesma ocorrer em sede de Embargos à Execução quando o Juízo já estiver devidamente garantido pela penhora do montante reclama- do, determinadas matérias que devem ser conhecidas pelo Juiz de ofício, e que levam a nulidade ou extinção da execução, podem e devem ser alegadas e exa- minadas antes mesmo de ocorrer qualquer constrição de bens do executado.

Com efeito, não seria crível admitir-se que, diante de determinadas ques- tões, as quais podem ser verifi cadas de plano pelo Magistrado, sem a necessi- dade de um exame mais aprofundado e acurado, sofresse a ora REQUEREN-

TE o gravame que acompanha todo processo executório, tendo que garantir o Juízo com o seu patrimônio quando o título que embasa a execução não preenche os requisitos de liquidez e certeza exigidos pela norma legal.

A Exceção de Pré-Executividade não se destina, assim, a realizar uma cogni- ção antecipada do mérito que respaldou o surgimento daquele título. Essa visa, sim, demonstrar antecipadamente, de modo a impedir que ocorra privação fl a- grantemente indevida dos bens do executado no montante constante da presen- te Execução, devendo esta ser fulminada em seu nascedouro por faltar ao título a mínima condição para que este goze dos benefícios do processo executivo.

Tais matérias passíveis de serem alegadas na Exceção de Pré-Executivi- dade, repita-se, devem ser aquelas que competem ao conhecimento de ofí- cio do Magistrado, dentre as quais estão a prescrição e a decadência, a au- sência fl agrante de um pressuposto formal do título e, sem dúvida alguma, o PAGAMENTO.

In casu, é certo que a Certidão de Dívida Ativa goza de presunção de liquidez e certeza conferida pela lei, porém, tal presunção deve ceder e ser imediatamente afastada pelo Magistrado diante da comprovação inequívoca, como ora se faz, do pagamento do montante relativo ao “IRPJ” para o tercei- ro trimestre de 1999.

Desnecessária, assim, a propositura de Embargos à Execução a fi m de comprovar o pagamento efetuado. Desnecessário e injusto, contrário aos di- tames da boa-fé e da justiça que devem nortear as relações jurídicas. Não se pode exigir da REQUERENTE que esta, mesmo comprovando que já rea- lizou o pagamento do valor do débito apurado sobre “IRPJ” para o terceiro trimestre de 1999, venha sofrer a constrição de seus bens, imputando-lhe ônus imotivado e carente de fundamento.

Nesse diapasão, precisa é a lição de CANDIDO RANGEL DINAMAR- CO, citado pelo eminente Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Antonio de Pádua Ribeiro, em despacho proferido, in verbis:

“(...) seria absurdo considerar o Juiz obrigado a deferir ao exeqüente a realização do processo executivo, quando visivelmente a execução não for admissível ou deixar que a execução se instaure com a constrição (sic) patri- monial inicial sobre o patrimônio do executado (penhora), para se apreciar a questão da existência do título somente em eventuais embargos, constitui grave e ilegal inversão sistemática.” (Despacho proferido na Petição nº 1.206/ AM, publicado na Revista Dialética de Direito Tributário nº 55/198)

E, prossegue o ilustre Ministro:

“(...) É por demais repetitivo dizer-se, que no exercício da atividade jurisdicio- nal não se pode desprezar seja qual for a natureza do processo, os requisitos que lhe condicionam a existência e validade, constantes da condição da ação, pressupostos processuais e em se tratando de execução a observância de um requisito específi -

co – a existência de título executivo que represente uma obrigação líquida, certa e exigível, cuja ausência desse requisito gera nulidade absoluta do referido processo.”

Ressalte-se, ainda, que o acolhimento da Exceção de Pré-Executividade para o conhecimento das matérias acima relacionadas e, especialmente, em casos de pagamento, já é matéria pacífi ca em nossa jurisprudência, mesmo em sede de Execução Fiscal, como se verifi ca dos arestos abaixo:

“PROCESSO CIVIL – EXECUÇÃO FISCAL – PRÉ-EXECUTIVIDA- DE – POSSIBILIDADE.

1. Pela sistemática do CPC, só por embargos pode o executado impugnar a execução.

2. Possibilidade de, independentemente do ajuizamento da ação inciden- te, alegar-se nos autos da execução todas as objeções, tais como pagamento, decadência ou nulidade, é a PRÉ-EXECUTIVIDADE.

3. A pré-executividade só é viável quando a objeção é evidente, não depen- dendo da realização de provas.(...)”

(AC 1997.01.00.040383-5/DF, Rel. Juíza Eliana Calmon da 1ª Turma do TRF – 1ª Região, julgado em 26 de novembro de 1997)

“PROCESSO CIVIL–EXECUÇÃO FISCAL – EXCEÇÃO DE PRÉ- EXECUTIVIDADE DO TÍTULO.

I – A chamada “exceção de pré-executividade” consiste na faculdade, atri- buída ao executado, de submeter ao conhecimento do Juiz da Execução, in- dependentemente de penhora ou de embargos, determinadas matérias pró- prias da ação de embargos do devedor. Admite-se tal exceção, limitada porém sua abrangência temática, que somente poderá dizer respeito à matéria sus- cetível de conhecimento de ofício ou a nulidade do título, que seja evidente e fl agrante, isto é nulidade cujo reconhecimento independa de contraditório ou dilação probatória.”

(Agravo de Instrumento nº 97.02.36130-3/RJ, Rel. Castro Aguiar, 2ª Turma do TRF – 2ª Região, publicado no Diário a Justiça em 13 de outubro de 1998)

Resta induvidoso, portanto, o cabimento da presente Exceção de Pré-Exe- cutividade por tratar-se de fl agrante caso de execução indevida, em decorrên- cia de já ter ocorrido o PAGAMENTO do valor relativo ao débito apurado sobre “IRPJ” referente ao terceiro trimestre de 1999.

IV – DO PEDIDO

Ante todo o exposto, requer a este Douto Juízo o acolhimento da presente Exceção de Pré-Executividade, para:

01) que sejam reconhecidos os pagamentos efetuados à FAZENDA NA- CIONAL, comprovados pelos “DARF’S” acostado à presente (Docs. nºs 02 e 03), referentes ao Imposto sobre a Renda ora indevidamente exigido, larga- mente demonstrado pelos Esquemas nºs 01 e 02, ressalvando-se que a sim- ples ocorrência de erro material não pode ensejar enriquecimento sem causa da EXEQÜENTE, conferindo-se plena e geral quitação do real montante explicitado pelos referidos esquemas; e

02) seja reconhecida a incorreção constante da “DCTF” apresentada em 11 de novembro de 1999, adotando-se como correto o montante indicado na “DIPJ” daquele ano (Doc. nº 04) e na “DCTF” Retifi cadora apresentada em 31 de agosto de 2004 (Doc. nº 05).

03) seja extinta a presente Execução Fiscal, com base no artigo 26, da Lei nº 6.830/80, eis que o pagamento se realizou à época própria.

Consoante o disposto no artigo 39, inciso I, do Código de Processo Civil, requer ainda a REQUERENTE, sejam todas as notifi cações, intimações ou publicações atinentes ao presente feito realizadas em nome de seus advoga- dos, ___________________________________________

Termos em que, Pede Deferimento.

Rio de Janeiro, 05 de fevereiro de 2007

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INFORMATIVOS DO STF E STJ (SÚMULAS, REPERCUSSÃO GERAL

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