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1–DO PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS EXI GIDOS A TÍTULO DE “IRRF SOBRE SERVIÇOS PRESTADOS POR

CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA Nº

III. 1–DO PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS EXI GIDOS A TÍTULO DE “IRRF SOBRE SERVIÇOS PRESTADOS POR

PESSOAS JURÍDICAS OU SOCIEDADES CIVIS”

Como anteriormente mencionado, os valores exigidos na Certidão de Dí- vida Ativa nº ______________________________________ relativos ao “IRRF” sobre serviços prestados por pessoas jurídicas ou sociedades civis de- corre de equívocos quando do preenchimento dos “DARF’s” correspectivos. Uma vez demonstrados tais equívocos, deve ser decretada a insubsistência destes créditos tributários.

Destaca-se, desde o início, V. Exa., que, tomando como base o período de vencimento e o valor principal do débito, verifi ca-se que a EMBARGANTE efetuou o recolhimento do imposto devido a título de “IRRF” sobre serviços prestados por pessoas jurídicas ou sociedades civis.

A única diferença que se verifi ca entre o informado na “DCTF” que ensejou o ajuizamento desta Execução Fiscal e os “DARF’s” recolhidos pela ora EMBARGANTE cinge-se ao período de apuração (“campo 02”), eis que nos “DARF’s” preenchidos os mesmos foram informados de manei- ra equivocada.

Vislumbra-se, assim, que a ora EMBARGANTE cometeu singelo “erro material”, quando do preenchimento dos “DARF’s” comprovando, contudo, os recolhimentos efetuados.

O pequeno equívoco acima mencionado consubstancia-se no fato de que a EMBARGANTE, ao preencher o “campo 02” relativo ao período de apu- ração, fez constar, respectivamente, a datas de 17 de julho de 1999 e 03 de janeiro de 2004.

Tal diferença impediu que o sistema informatizado da Secretaria da Recei- ta Federal do Brasil visualizasse os pagamentos devidamente realizados pela ora EMBARGANTE.

Assim, apesar do “erro material” apontado, não há que se falar em qual- quer débito de “IRRF” sobre serviços prestados por pessoas jurídicas ou so- ciedades civis nos valores históricos de R$ 11,74 (onze reais e setenta e quatro centavos), relativo a junho de 1999, e de R$ 30,98 (trinta reais e noventa e oito centavos), relativo a janeiro de 2004, contra a ora EMBARGANTE, vis- to que a quantia foi integralmente recolhida, como comprovam os “DARF’s” acostados aos presentes Embargos à Execução (Docs. nºs 05 e 06) e das in- formações constantes dos “esquemas”:

Esquema nº 01:

CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA Nº ______________________________________

Número da declaração Período de Apuração Código de Receita Origem Valor inscrito (valor histórico) 000100199980081909 04/06/1999 1708

“IRRF sobre serviços presta- dos por Pessoas Jurídicas ou Soc. Civis”

R$ 11,74

DOCUMENTOS DE ARRECADAÇÃO DA RECEITA FEDERAL (Doc. nº 05)

Código de receita (campo 04) Data do Re- colhimento Período de A p u r a ç ã o (campo 02)

Origem Valor Recolhido

(campo 10)

1708 21/07/1999 17/07/1999 “IRRF sobre serviços prestados por Pesso-

as Jurídicas ou Soc. Civis” R$ 11,74

Esquema nº 02:

CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA Nº ______________________________________

Número da declaração Período de Apuração Código de Receita Origem Valor inscrito (valor histórico) 00002004175007396 01/01/2004 1708

“IRRF sobre serviços presta- dos por Pessoas Jurídicas ou Soc. Civis”

R$ 30,98

DOCUMENTOS DE ARRECADAÇÃO DA RECEITA FEDERAL (Doc. nº 06)

Código de receita (campo 04) Data do Re- colhimento Período de A p u r a ç ã o (campo 02)

Origem Valor Recolhido

(campo 10)

1708 07/01/2004 03/01/2004 “IRRF sobre serviços prestados por

Pessoas Jurídicas ou Soc. Civis” R$ 30,98

TOTAL R$ 30,98

Frise-se, a simples verifi cação do “campo 07” dos referidos “DARF’s” (Docs. nºs 05 e 06) denota que os valores adimplidos à época própria pela EMBARGANTE coincidem com os cobrados por meio da Execução Fiscal ora atacada, para tanto basta verifi car o valor indicado a título de principal tanto na Certidão de Dívida Ativa (Doc. nº 02) quanto nos “DARF’s” objeto da comprovação aqui realizada (Docs. nºs 05 e 06).

Dessa forma, resta claro e inequívoco que o crédito acima cobrado já fora integralmente pago, sendo imperioso o cancelamento de tais valores da Cer- tidão de Dívida Ativa que fundamenta a Execução Fiscal ora combatida, eis que fundada em obrigação já satisfeita, como restou demonstrado acima.

Repise-se, a ocorrência de simples “erro material” não pode ensejar enri- quecimento sem causa da EMBARGADA, o que, como demonstrado, res- tará confi gurado caso sejam mantidos os débitos relativos ao “IRRF” sobre serviços prestados por pessoas jurídicas ou sociedades civis.

A jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 2ª Região tem, reitera- damente, decidido que a ocorrência de “erro material” quando do recolhi- mento do tributo não pode servir de fundamento para a repetição do paga- mento; é o que se depreende da leitura dos seguintes arestos:

“TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. COFINS. CNPJ FILIAL. CO- BRANÇA CENTRALIZADA PELO CNPJ DA MATRIZ. LEI 9.779/99. ERRO MATERIAL.

Tendo em vista o art. 15 da Lei 9.779/99 dispôs que a cobrança e paga- mento da COFINS dar-se-á de forma centralizada pelo CNPJ da matriz,

conclui-se que a referência a CNPJ da fi lial em guia de recolhimento, é resul- tado de erro material, sendo indevida a repetição do pagamento, sob pena de enriquecimento sem causa da União.

Agravo interno a que se dá provimento, para, destrancando o agravo de ins- trumento, dar-lhe parcial provimento, com vistas a reconhecer o pagamento efetuado, à exceção do mês de julho/96, cujo comprovante não foi anexado aos autos.

Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima in- dicadas, decide a 1ª Turma do TRF da 2ª Região, por unanimidade, dando provimento ao agravo interno, dar parcial provimento ao agravo de instru- mento, nos termos do relatório e do voto que fi cam fazendo parte integrante do presente julgado.” [Grifos não constam do original]

(Agravo de Instrumento nº 2002.02.01.013018-8, Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Relator: Des Reis Friede, julgado em 24 de agosto de 2004)

“TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. BALANÇO DE SUSPENSÃO. DCTF ERRO NO PREENCHIMENTO. IRPJ. CSSL.

- Impetrado mandado de segurança pela empresa Brasif Duty Free Shop Ltda., que explora o ramo de “free shops” em aeroportos do País, alegando equivocadas as inscrições em dívida ativa contra ela efetivada, julgou o Juízo quo extinto o processo, sem julgamento do mérito, com fulcro no artigo 267, I, do Código de Processo Civil, indeferindo a inicial, por entender que a pretensão em tela depende de provas.

- Impossibilidade de a Impetrante resolver a questão na esfera administra- tiva, em face da greve dos Procuradores da Fazenda Nacional.

- Pelos documentos juntados, observa-se que, efetivado o pagamento do IRPJ e do CSSL a partir do balanço de suspensão ou redução, cometeu a Impetrante um erro quando do preenchimento do DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), indicando, como apurado no mês do balanço, imposto que, na verdade, correspondia a todo o período abrangido pelo referido balanço, o que resultou em aumento irreal do imposto devido.

- Embora presentes fortes indícios no sentido de erro na cobrança, a cer- teza e a liquidez do direito alegado dependem da produção de prova ainda mais acurada, com a análise da contabilidade da empresa para comprovar os valores dos créditos utilizados para compensar parcelas dos tributos devidos, o que torna inviável a concessão da CND.

- Manutenção da sentença, frente a necessidade de produção de provas, in- cabível por meio do mandado de segurança.” [Grifos não constam do original]

(Apelação em Mandado de Segurança nº 2004.51.01.005917-1, Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Relator: Des. Paulo Espí- rito Santo, julgado em 01 de dezembro de 2004)

“EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. PROCESSUAL CIVIL. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE DÉBITO TRIBU- TÁRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

- Apelação e remessa necessária em face da sentença que julgou proceden- tes embargos à execução, eis que houve mero erro de fato no preenchimento do documento fi scal, estando o crédito tributário já quitado, e condenou a apelante ao pagamento de 10% (dez por cento) do valor da dívida a título de honorários advocatícios.

- Não pode ser imputada ao contribuinte a obrigação de pagar um tributo, que teve seu valor já quitado, por não ter este preenchido corretamente um simples documento fi scal.

- Honorários advocatícios mantidos em 10% (dez por cento) do valor do débito, por serem compatíveis com o esforço despendido pelo advogado da parte autora.

- Recurso e remessa necessária improvidos.” [Grifos não constam do original]

(Apelação Cível nº 1998.51.01.045851-8, Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Relator: Des. Ricardo Regueira, julgado em 02 de setembro de 2003)

Portanto, pelo exposto, carece de fundamento a Certidão de Dívida Ativa ora atacada, no tocante ao “IRRF” sobre serviços prestados por pessoas jurí- dicas ou sociedades civis, já tendo sido recolhidos os impostos ora exigidos, à época própria e no montante correto, devendo tão somente ser corrigido o “erro material” que constou quando do preenchimento do “campo 02” (pe- ríodo de apuração) dos respectivos “DARF’s”.

Demonstrados os pagamentos realizados, impõe-se a retifi cação da Cer- tidão de Dívida Ativa com a conseqüente exclusão dos valores relativos ao “IRRF” sobre serviços prestados por pessoas jurídicas ou sociedade civis.

Passa-se agora a demonstrar a manifesta improcedência dos débitos re- lativos ao “IRRF” sobre juros pagos sobre o capital próprio, ante a correta compensação realizada.

III.2–DO PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS EXIGI-

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