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2–DO PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS EXIGI DOS À TÍTULO DE “IRRF SOBRE JUROS PAGOS SOBRE O CAPI-

CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA Nº

III. 2–DO PAGAMENTO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS EXIGI DOS À TÍTULO DE “IRRF SOBRE JUROS PAGOS SOBRE O CAPI-

TAL PRÓPRIO” – CORRETA UTILIZAÇÃO DA COMPENSAÇÃO

A parte do crédito tributário relativa ao “IRRF” sobre os juros pagos so- bre capital próprio, da mesma forma, tem por fundamento um equívoco

consignado na “DCTF” apresentada para o 4º trimestre do ano de 2002. A existência de “erro material” na “DCTF” é que o acarretou a constituição do crédito tributário. Assim, uma vez sanado tal “erro” não há que se falar em qualquer débito subsistente em face da EMBARGANTE.

O equívoco anteriormente noticiado fi cará evidente a partir do demons- trado abaixo.

O instituto dos “juros sobre o capital próprio” foi inserido na legis- lação brasileira por meio da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. Tal instituto tem por base o incentivo para que os acionistas reforcem o capital de giro da empresa com recursos próprios em detrimento dos empréstimos com terceiros. Suas disposições estão listadas no artigo 9º daquele normativo:

“Art. 9º. A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP.

§1º. O efetivo pagamento ou crédito dos juros fi ca condicionado à exis- tência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acu- mulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados. (Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996).

§2º. Os juros fi carão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de quinze por cento, na data do pagamento ou crédito ao benefi ciário.

§3º. O imposto retido na fonte será considerado:

I – antecipação do devido na declaração de rendimentos, no caso de bene- fi ciário pessoa jurídica tributada com base no lucro real;

II – tributação defi nitiva, no caso de benefi ciário pessoa física ou pessoa jurídica não tributada com base no lucro real, inclusive isenta, ressalvando o

disposto no §4º39;

§5º. No caso de benefi ciário sociedade civil de prestação de serviços, sub- metida ao regime de tributação de que trata o art. 1º do Decreto-Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, o imposto poderá ser compensado com o retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos sócios benefi ciários.

§6º. No caso de benefi ciário pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o imposto de que trata o §2º poderá ainda ser compensado com o retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração de capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas.

§7º. O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a título de remuneração do capital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividen- dos de que trata o art. 202 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sem

prejuízo do disposto n §2º. 39. O parágrafo quarto do artigo 9º da

Lei nº 9.249/95 foi revogado pela Lei nº 9.430/96.

§8º. Para os fi ns de cálculo de remuneração prevista neste artigo, não será considerado o valor de reserva de reavaliação de bens ou direitos da pessoa jurídica, exceto se esta for adicionada na determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido.” [Grifos não constam do original]

A principal peculiaridade a ser tratada nestes Embargos à Execução é a constante do parágrafo sexto, do artigo 9º, da Lei nº 9.249/95, por meio da qual se possibilita/autoriza que o montante sujeito à retenção de 15% (quinze por cento) pela fonte pagadora seja compensado por ocasião do pa- gamento ou crédito de juros, a título de remuneração de capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas, desde que o benefi ciário seja pessoa jurídica tributada com base no lucro real.

Ora, esta particularidade representa com absoluta precisão a insubsistên- cia do débito constante da Execução Fiscal ora atacada. Explica-se.

Primeiramente, cumpre informar que a ora EMBARGANTE é pessoa jurí- dica tributada com base no lucro real, como se infere pela leitura da “DCTF” apresentada em relação ao 4º trimestre do ano de 2002 (Doc. nº 07). Desta forma, a premissa autorizativa prevista no parágrafo sexto, do artigo 9º, da Lei nº 9.249/95, resta atendida.

Por meio da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (“DCTF”) relativa ao 4º trimestre de 2002 (Doc. nº 07), a ora EMBAR- GANTE informou o débito apurado a título de “IRRF” sobre juros pagos sobre remuneração de capital próprio (artigo 9º, da Lei nº 9.249/95). O montante do débito informado correspondia a R$ 490.457,26 (quatro- centos e noventa mil, quatrocentos e cinqüenta e sete reais e vinte e seis centavos).

Dessa feita, plasmada na permissão constante do parágrafo sexto, do arti- go 9º da Lei nº 9.249/95, a EMBARGANTE realizou a compensação, utili- zando-se, para tanto, dos seguintes valores:

R$423.567,90 (quatrocentos e vinte e três mil, quinhentos e sessenta e sete reais e noventa centavos) retidos pela “SOTREQ S/A”, inscrita no “CNPJ” sob o nº 61.064.689/0001-02 (o “CNPJ” que equivocadamente constou da “DCTF” apresentada foi o de nº 33.081.712/0001-31);

e R$ 66.889,36 (sessenta e seis mil, oitocentos e oitenta e nove reais e trinta e seis centavos) retidos pela “NOIL PARTICIPAÇÕES E COMÉCIO S/A”, inscrita no “CNPJ” sob o nº 01.352.859/0001-22, por ocasião do pagamento de juros sobre capital próprio em seu favor, na qualidade de sócia de ambas empresas, como se depreende da leitura dos documentos societários ora acostados (Docs. nºs 08 e 09).

Assim, com a comprovação de que a ora EMBARGANTE fi gurava na qualidade de sócia das empresas “_________________________________ _____” e “______________________________________” à época do pa- gamento dos valores cobrados na Execução Fiscal ora combatida, não restam dúvidas de que a mesma poderia se utilizar do instituto da compensação previsto no parágrafo sexto, do artigo 9º, da Lei nº 9.249/95.

De modo a demonstrar a plausibilidade do direito ora invocado e a cor- reção dos procedimentos adotados pela EMBARGANTE, traz-se à baila a demonstração dos valores retidos pelas empresas _____________________ _________________ ______________________________________ em nome da ora EMBARGANTE a título de “juros sobre o capital próprio”.

O quadro esquemático abaixo demonstra de forma induvidosa a certeza quanto aos valores objeto da compensação realizada:

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