• Nenhum resultado encontrado

Domínios fundiários e criação de paróquias

No documento Lisboa Medieval (páginas 164-177)

André de Oliveira Leitão

3. Domínios fundiários e criação de paróquias

Como nos recorda Hermínia Vasconcelos Vilar, a normativa eclesiástica anterior a Trento não impunha a paróquia como base da organização religiosa21. Assim, o

“rol das igrejas” de 1320-21, se “nos fornece uma visão globalizante, mesmo que não exaustiva, dos centros de culto […], enumera um amplo conjunto de igrejas e as taxas colectadas, […] não acrescenta qualquer referência adicional […]. Apesar destes obstáculos, o rol de 1320 fornece-nos uma visão possível do espaço religioso da diocese no início do século XIV, mesmo que não totalmente abrangente ou até deformadora, por falta de informação”22.

Maria Alegria Fernandes Marques, por seu turno, salienta o facto de as igrejas aparecerem agrupadas por terras ou julgados dentro de cada bispado, talvez numa tentativa de fazer coincidir as paróquias religiosas com os espaços da administração concelhia, mas chama também a atenção para o facto de não ser possível distinguir se todas as igrejas mencionadas eram efectivamente sedes paroquiais, podendo existir “capelas representantes de devoções particulares ou de preenchimento de novos espaços dentro das vastas áreas das paróquias primitivas e dependentes das suas igrejas paroquiais”23.

Assim, o “rol das igrejas”, embora muito detalhado para as 23 paróquias urbanas (já existentes desde a segunda metade do século XII), cita apenas, para o termo de Lisboa, três dos mosteiros que aí pontificavam (São Vicente de Fora, cujas mesa e capítulo tinham rendas avaliadas em 3150 libras, Odivelas, com as suas anexas de Frielas e Alenquer, avaliado em 2000 libras, e Santos, com a mesa e comenda avaliadas num total de 930 libras; note-se a ausência de Chelas da lista), e somente nove igrejas paroquiais (cf. Mapa III) – a igreja de São Julião de Frielas, anexa à mesa do mosteiro de Odivelas, como já se disse (e cujo valor taxado não aparece referenciado de forma autónoma); a igreja Santa Maria de Sacavém, avaliada num

constituindo um caso singular na documentação que compulsámos, pois parece indicar que os lugares do termo tinham também um termo jurisdicional. Contudo, este lugar mesmo parece não ter subsistido até aos nossos dias, visto desaparecer da documentação após 1220.

21 Cf. VILAR, Hermínia Vasconcelos – As Dimensões de um Poder. A Diocese de Évora na Idade Média.

Lisboa: Editorial Estampa, 1999, p. 22. ISBN: 972-33-1490-8.

22 Id., ibid., p. 22.

23 Cf. MARQUES, Maria Alegria Fernandes – “Organização administrativa do Clero Secular”. In

SERRÃO, Joel; MARQUES, A. H. de Oliveira (dir.) – Nova História de Portugal, vol. IV – Portugal em Definição de Fronteiras – Do Condado Portucalense à Crise do Século XIV. Coord. de Maria Helena da Cruz COELHO e Armando Luís de Carvalho HOMEM. Lisboa: Editorial Presença, 1996, pp. 229-230. ISBN: 972-23-2039-9.

total de 830 libras; a igreja de São Silvestre de Unhos (380 libras); a igreja de São João Baptista do Lumiar (300 libras); a vigairaria da igreja de Loures (300 libras); a igreja de Santa Maria de Bucelas (250 libras); a igreja de Santa Maria de Belas (100 libras); a igreja de São Julião do Tojal (100 libras) e, finalmente, a vigairaria da igreja de Alhandra (30 libras). Destas, tinham raçoeiros (ou seja, estavam constituídas em igrejas colegiadas) as de Bucelas, Frielas, Sacavém e Unhos, por sinal, das mais ricas do termo (e mesmo até mais ricas que muitas das paróquias urbanas), se exceptuados os mosteiros. Estas quatro paróquias, a par da do Lumiar, faziam parte do padroado régio, competindo ao monarca designar o respectivo prior24. Também a

do Tojal estava constituída em colegiada desde a década de 1270, pertencendo o seu direito de padroado ao mosteiro de São Vicente; por fim, na vigairaria de Alhandra (note-se que não surge mencionada como igreja paroquial, mas apenas vigairaria) o direito de apresentação competia ao bispo de Lisboa. Apesar da profusão de lugares situados no termo de Lisboa, e que anteriormente elencámos, apenas uma dúzia

24 Cf. BOISSELIER, Stéphane (ed.) – “Registre de l’assiette de la décime de 1320”. in La Construction

Administrative d’un Royaume. Registres de Bénéfices Ecclésiastiques Portugais (XIII-XIVe Siècles). Lisboa: Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, 2012, pp. 109-203. ISBN: 978-972-8361- -47-1. Para uma lista das igrejas do padroado régio na diocese de Lisboa e seus titulares, veja-se ainda o estudo de FARELO, Mário – “O padroado régio na diocese de Lisboa durante a Idade Média: uma instituição in diminuendo”. Fragmenta Historica [online]. N.º 1 (2013), pp. 39-108. Consultado em 20.06.2014. Disponível em: www2.fcsh. unl.pt/ceh/pdf/revista-num-actual/02_FRAGMENTAHISTORICA_1_MarioFarelo.pdf. ISSN: 1647-6344.

deles logrou chegar à condição de sede paroquial. Paróquias, na maior parte dos casos, territorialmente extensas, o que explicaria os elevados montantes das dízimas com que algumas eram taxadas – atente-se, por exemplo, no caso de Sacavém, a qual (talvez por isso mesmo), decidiu contribuir, desde 1288, para o sustento do Estudo Geral que D. Dinis haveria de estabelecer em Lisboa25.

Parece-nos igualmente de destacar, neste contexto, a erecção da paróquia de São João Baptista do Lumiar pelo bispo de Lisboa, D. Mateus, em 2 de Abril de 127626

– facto a que não seria estranha a fervilhante actividade económica, certamente traduzida num aumento habitacional sustentado da região (territorialmente contínua) compreendida entre os lugares de Alvalade, Ameixoeira, Carnide, Charneca, Concha, Lumiar, Palma e Telheiras, e onde, como vimos, São Vicente de Fora se tornou o principal comprador e donatário de bens.

Conclusões

Procurámos, ao longo do presente estudo, elencar o quadro de aquisições de dois dos maiores mosteiros da periferia de Lisboa (São Vicente e Chelas) na zona do termo dessa mesma cidade, numa tentativa de reconstituir a rede de povoamento no pós- -“Reconquista”. Aludimos já, em outro trabalho27, a algumas hipóteses de trabalho

em torno da ocupação moçárabe do alfoz de al-Ušbūna e, embora continuemos a saber ainda pouco acerca da colonização do espaço regional do Baixo Vale do Tejo durante o domínio muçulmano, parece-nos inequívoco que uma parte bastante substancial dos lugares que compunham o termo de Lisboa surge mencionada num período de tempo que varia entre os 30 e os 70 anos após a “Reconquista”.

Seriam, pois, estes lugares onde se vão instalar as pequenas unidades de produção ligadas aos mosteiros de São Vicente e Chelas, uma reminiscência das muitas vilas e aldeias dispersas à volta da medina de al-Ušbūna, de que nos fala o anónimo autor do Ḏikr Bilad al-Andalus28? Muito embora este texto tenha sido

composto nos finais do século XIV ou inícios do século XV, deverá tratar-se, como em muitos outros produtos da cronistíca e da geografia árabes, de uma refundição de textos mais antigos, pelo que muito provavelmente esta afirmação prefigurava uma

25 Cf. SÁ, Artur Moreira de – Chartularium Universitatis Portugalensis (1288-1537), vol. I – 1288-1377.

Pref. de Marcello Caetano. Lisboa: Instituto de Alta Cultura/Centro de Estudos de Psicologia e História da Filosofia anexo à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 1966, p. 8.

26 Cf. BRANDÃO, Frei Francisco, O. Cist. – Monarquia Lusitana. Parte Quinta. Ed. facsimilada, com

introd. de António da Silva Rego e notas de António Dias Farinha e Eduardo dos Santos. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1976, fl. 225.

27 Cf. OLIVEIRA LEITÃO, André e SANTOS, Filipa – loc. cit., p. 95.

28 Cf. MOLINA, Luis (ed.) – Una Descripción Anónima de Al-Andalus [ikr Bilad al-Andalus], tomo

II –Traducción y estudio. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Científicas/Instituto Miguel Asín, 1983, pp. 56-57. ISBN: 84-00-05434-2.

realidade mais antiga, dos tempos em que Lisboa era ainda al-Ušbūna; talvez essas múltiplas explorações agrícolas (ḍiyā‘, pl. de al-ḍay‘a) fossem o local onde, segundo

a lição de Ibn Ḥawqal (ainda que reportando-se a outra área geográfica), habitavam “os milhares de camponeses que ignoram por completo a vida urbana, e que são os

Rūm (cristãos)”29. Ainda que careça de confirmações arqueológicas, estamos em crer

que a abundância de povoações que surgem na documentação cristã não se deverá tanto a novas fundações, mas sim ao aproveitamento de estruturas populacionais preexistentes – e acaso não será “lugar”, como são mencionados na documentação cristã a maior parte dos topónimos de que temos vindo a falar, a tradução romance do termo arábico al-ḍiy‘a, que só tardiamente se vulgariza no léxico português30?

A própria persistência de inúmeros topónimos de origem árabe na região, como constataram Hermann Lautensach31 ou José Pedro Machado32, parece ir de encontro

a esta tese, visto que, como sustenta Hermenegildo Fernandes, parece testemunhar “uma grande concentração de povoamento árabe ou berbere na zona, que não foi […] transformado pela conquista cristã, ou seja, esse povoamento não foi integralmente substituído por um novo povoamento de colonos vindos do Norte, porque […] a toponímia teria mudado. […] Quando a toponímia permanece, isso é um indicativo relativamente seguro […] de que há uma continuidade desse povoamento”33.

Apesar da aparente escassez de referências nas primeiras décadas após a

Reconquista, encontramos atestados, até 1220, um conjunto de topónimos que

parece testemunhar uma continuidade – se não na ocupação do espaço pelas mesmas comunidades, pelo menos uma persistência de topónimos que, embora não atestados nas fontes muçulmanas, revelam uma origem linguística árabe – e portanto a sua nomeação por uma comunidade humana precisa num período que, no nosso entender, apenas pode ser anterior a 1147.

Desta forma, 1147 parece marcar não uma ruptura abrupta com o passado, mas antes uma continuidade na maior parte das estruturas – se é certo que a população urbana de Lisboa foi passada a fio de espada pelos cruzados, não é menos certo que não possuímos quaisquer testemunhos para o que sucedeu às populações que

29 Cf. IBN ḤAWQAL – Opus Geographicum. Éd. J. H. KRAMERS. Leiden: Brill, 1967, p. 111, apud

LAGARDÈRE, Vincent – Campagnes et Paysans d’Al-Andalus. VIIIe-XVe Siècles. Paris: Éditions Maisonneuve et Larose, 1993, p. 101. ISBN: 2-7068-1069-6.

30 Cf. VASCONCELOS, José Leite de – Etnografia Portuguesa, vol. II, reimp. facsimilada da ed. de

1982; notícia introdutória de Orlando Ribeiro. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2007, p. 282. ISBN: 972-27-0752-3.

31 Cf. LAUTENSACH, Hermann – op. cit.

32 Cf. MACHADO, José Pedro – Sintra Muçulmana. Vista de olhos sobre a sua toponímia arábica.

Lisboa: na Imprensa Mediniana, 1940.

33 Cf. FERNANDES; Hermenegildo – “«Mar Adentro»: Sintra e a organização do território entre Lisboa e o

Oceano depois da Conquista Cristã”. in Contributos para a História Medieval de Sintra. Actas do I Curso de Sintra (28 de Março – 2 de Junho de 2007). Sintra: Câmara Municipal de Sintra, 2008, p. 89. ISBN: 978-972-8875-35-0.

habitavam os alfozes rurais de Lisboa e Sintra, sobre as quais nada sabemos e que podemos apenas conjecturar serem ou muçulmanos ou moçárabes. A maior parte das estruturas que vamos encontrar no aro rural de Lisboa – sejam terras de vinha, olivais, herdades, casais ou almuinhas, referenciadas sempre associadas a um dado topónimo –, seriam estruturas económicas criadas pela nova ordem cristã, estabelecida após a “Reconquista”, ou seriam elas mesmas estruturas, verificando- -se apenas a natural transferência de terras entre os antigos proprietários e os novos colonizadores (muito embora a análise da onomástica nos revele que alguns dos intervenientes nos contratos de compra e venda ou de aforamento nesta região poderiam ter ainda origens moçárabes ou arabizantes nas décadas imediatamente posteriores à “Reconquista”34, pelo que não é possível determinar com segurança

o grau de substituição destas populações no termo de Lisboa). Até 1321, término do nosso estudo, a rede de povoamento em torno de Lisboa parece estar já bem estruturada, sendo que a maior parte dos lugares atestados subsiste, na maior parte dos casos, até hoje.

34 Cf. SILVA, Manuel Fialho e LOURINHO, Inês – “O hibridismo na sociedade olisiponense pós-

-1147”. [online]. Consultado em 10.11.2016. Disponível em www.academia.edu/22285169/O_Hibridismo_na_ Sociedade_Olisiponense_pós-1147.

ANEXOS

Quadro I – Compras do mosteiro de São Vicente de Fora Data Tipologia dos bens transaccionados Lugares

1183-02 Uma vinha Alvalade35

1183-04 Um quarto de uma vinha Concha36

1185-12 Uma vinha e um quarto de um lagar Alvalade37

1185-12 Uma herdade Fanhões38

1187-04 Duas vinhas Alvalade39

1187-09 Um terço de uma herdade Fanhões40

1189-04 Uma vinha Alvalade41

1189-05 Uma vinha Benefarzom, termo de Alvalade42

1190-07 Uma herdade Bucelas e Romeira43

1190-10 Herdades Bucelas e Romeira44

1190-10 Herdades Odivelas45

1190-11 Um tojal Bucelas46

1190-11 Uma vinha Malapados47

1191-01 Uma herdade Zima de Abuzelas48

1191-02 Uma herdade Bucelas e Romeira49

1193-03 Uma vinha Alvalade50

1193-03 Uma herdade Fanhões51

1194-07 Um oitavo de uma vinha Alvalade52

1194-08 Uma herdade Águas Livres53

1194-11 Parte de duas herdades Águas Livres54

1196-03 Uma vinha Alvalade55

[continua na página seguinte]

35 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 2.

36 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário de Compras do Real Mosteiro de S. Vicente

de Fora (Cartulário do século XIII). Coimbra, 1969, n.º 9.

37 Id., ibid., n.º 38 e 65.

38 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 3. 39 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 44 e 67. 40 Id., ibid., n.º 12.

41 Id., ibid., n.º 46.

42 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 20. 43 Id., ibid., n.º 31.

44 Id., ibid., n.º 32. 45 Id., ibid., n.º 32. 46 Id., ibid., n.º 34.

47 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 6. 48 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 7. 49 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 36.

50 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 15. 51 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 16. 52 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 52.

53 Id., ibid., n.º 37. 54 Id., ibid., n.º 49.

Quadro I – Compras do mosteiro de São Vicente de Fora Data Tipologia dos bens transaccionados Lugares

1199-01 Uma vinha Benefarzom, termo de Alvalade56

1199-01 Uma vinha Alvalade57

1200-11 Uma herdade Carnide58

1204-01 Uma vinha Benalfarzom, termo de Alvalade59

1205-01 Uma herdade e uma almuinha Furadouro, junto do rio de Bucelas60

1206-04 Uma herdade Alpriate61

1206-06 Uma herdade Alpriate62

1209-02 Uma vinha Concha63

1211-05 Uma vinha Fanhões64

1221-06 Uma granja Alpriate65

1223-05 Uma granja Alpriate66

1225 Uma granja Alpriate67

1227-04 Uma herdade Arranhó68

1229-11 Uma granja Alpriate69

1238-05 Parte de uma herdade Arranhó70

1238-12 Uma herdade Pipa71

1240-07 Uma marinha, uma salina e um figueiral Tojal72

1241-05 Uma salina e figueiral Fonte do Judeu, em São Julião [do Tojal]73

1258-05 Uma vinha e almuinha Telheiras74

1266-06 Um olival Abóboda75

1285-05 Sete oliveiras Concha76

1286-08 Sete foros Ameixoeira77

1286-08 Uma vinha Poço entre Alvalade Grande e Telheiras78

56 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 28.

57 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 19. 58 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 29.

59 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 22. 60 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 24. 61 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 31. 62 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 32. 63 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 37. 64 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 42. 65 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 14. 66 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 19. 67 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 21. 68 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 26. 69 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 31. 70 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 41. 71 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 44. 72 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 45. 73 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 46. 74 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 33. 75 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 47. 76 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 4, n.º 11. 77 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 4, n.º 14. 78 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 4, n.º 14.

Quadro II – Doações ao mosteiro de São Vicente de Fora Data Tipologia dos bens doados Lugares

1173-02 Meia herdade Belas79

1187-09 Meia herdade Carnide80

1191-02 Uma herdade Carnide81

1192-02 Uma vinha Carnide82

1192-02 Uma vinha Chelas83

1192-02 Uma vinha Carnide84

1192-02 Um moinho São Gens85

1192-02 Um moinho Almofala86

1206-01 Casas com lagar Lapa87

1209-11 Um campo Almofala88

1211-12 Uma vinha Chelas89

1212-12 Uma vinha Abóboda90

1218-06 Uma herdade, com todas as suas pertenças e jurisdição cível e criminal Tojal91

1253-09 Cinco oliveiras Leceia92

1262-03 Dois casais Alhandra93

1267-07 Um figueiral e courela de vinha Almofala94

1268-12 Um herdamento Almargem95

[continua na página seguinte]

79 Cf. ACABADO, Maria Teresa Barbosa (ed.) – Inventário…, n.º 27. 80 Id., ibid., n.º 22 e 60.

81 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 8. 82 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 9. 83 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 9. 84 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 9. 85 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 9. 86 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 9. 87 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 30. 88 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 38. 89 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 43. 90 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 1, n.º 43.

91 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 2, n.º 8 e Colecção Especial,

cx. 28, n.º 411.

92 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 15. 93 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 45. 94 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 48.

95 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 52. Almargem (do ár.

al-marğ, com o significado de “prado, campo”; cf. MACHADO, José Pedro – Sintra Muçulmana..., pp. 9-10; id. – Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, vol. I, 3.ª ed. Lisboa: Livros Horizonte, 2003, p. 103. ISBN: 972-24-0843-7, e ainda LOPES; David – “Toponímia árabe de Portugal”, p. 261); a terminação em -em seria uma contaminação dos falares moçárabes e/ou romances (cf. SILVA, Carlos Guardado da – “A toponímia e o povoamento moçárabe, árabe e islâmico na região de Loures”. in O Medieval e o Moderno em Loures. Viagens pelo Património. Exposição de Arqueologia. 15 de Junho a 21 de Novembro de 1999 [Catálogo da Exposição]. Loures: Câmara Municipal de Loures/Museu Municipal de Loures, 1999, p. 14). Uma vez que as almargens seriam uma realidade bastante vulgar, e dada a alteração fonética propiciada pelas línguas novilatinas, o termo acabou por passar ao português arcaico como substantivo comum, pelo que não é possível aferir se a sua utilização como topónimo é ou não anterior à “Reconquista”; não obstante, surge mencionado muito precocemente a designar um espaço na periferia de Lisboa.

Quadro II – Doações ao mosteiro de São Vicente de Fora Data Tipologia dos bens doados Lugares

1269-04 Uma vinha Aguilhom, lugar da Charneca96

1277-11 Duas courelas de vinha Telheiras97

1284-01 Um quinhão de bens Belas98

1286-05 Metade de um casal Idanha99

Quadro III – Escambos envolvendo o mosteiro de São Vicente de Fora Data Tipologia dos bens escambados Lugares

1251-05 Uma azenha velha por

uma herdade São Julião do TojalSão Julião do Codesseiro, Guarda100 1259-11 Uma vinha e herdade por

quatro vinhas CarnideAlvalade, Leceia, Requeixada e Algés101

1259-11 Várias propriedades Algés102

1300-03 Um olival Leceia103

Quadro IV – Bens arrolados a São Vicente de Fora na “inquirição” de c. 1220 Data Tipologia dos bens Lugares

c. 1220 Três vinhas Chelas

c. 1220 Três vinhas Telheiras

c. 1220 Uma vinha Alvalade

c. 1220 Uma vinha Andaluzes

c. 1220 Uma vinha Carnide

c. 1220 Uma vinha Concha

c. 1220 Uma vinha Leceia

c. 1220 Uma vinha Lumiar

c. 1220 Uma vinha Palma

c. 1220 Uma vinha Repeles

c. 1220 Uma herdade com casal Abrachal

c. 1220 Uma herdade com dois casais Agualva

c. 1220 Uma herdade Carnide

c. 1220 Uma herdade, com casal Queluz

c. 1220 Uma granja Águas Livres

c. 1220 Uma granja, com dois casais Romeira

c. 1220 Uma granja, com quinze casais, vinhas, moinhos e salinas São Julião [do Tojal]

96 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 54. 97 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 4, n.º 6. 98 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 4, n.º 10. 99 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 4, n.º 13. 100 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 13 e 14. 101 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 15. 102 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 37. 103 Cf. A.N.T.T., Gavetas, I, maço 5, n.º 15.

Quadro V – Cartas de povoamento passadas por São Vicente de Fora Data Tipologia dos bens Lugares

1258-01 Charneca, próxima das azenhas São Julião [do Tojal] 104

1259-03 Herdades Carnide105

Quadro VI – Compras do mosteiro de Chelas

Data Tipologia dos bens Lugares

1190 Metade de uma herdade Aroil106

1223 Meia herdade Odivelas107

1229 Uma herdade Odivelas108

1229 Uma herdade Odivelas109

1235 Uma peça de herdade Arranhó110

1238 Um quinhão de herdade Alfornel111

1239 Uma herdade Alfornel112

1241 Uma herdade Arranhó113

1241 Uma herdade Arranhó114

1241 Uma herdade Arranhó115

1242 Uma herdade Arranhó116

1242 Uma herdade Arranhó117

1247 Uma vinha Almargem118

1249 Uma vinha Vila Cova119

1250 Uma vinha Cortes120

1251 Uma vinha Leceia121

1253 Uma vinha Leceia122

1256 Meio casal Paradela123

1259 Uma vinha e oliveira Leceia124

[continua na página seguinte]

104 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 29. 105 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Vicente de Fora, 1.ª incorporação, maço 3, n.º 36. 106 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 62, n.º 1237.

107 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 6, n.º 113. 108 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 6, n.º 112. 109 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 6, n.º 114. 110 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 10, n.º 184. 111 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 9, n.º 174 e 176. 112 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 4, n.º 71. 113 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 15, n.º 286. 114 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 14, n.º 267. 115 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 10, n.º 186. 116 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 15, n.º 284. 117 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 62, n.º 1231. 118 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 15, n.º 292. 119 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 15, n.º 288. 120 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 8, n.º 153. 121 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 6, n.º 116. 122 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 5, n.º 99. 123 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 8, n.º 147. 124 Cf. A.N.T.T., Mosteiro de São Félix de Chelas, maço 7, n.º 135.

Quadro VI – Compras do mosteiro de Chelas

No documento Lisboa Medieval (páginas 164-177)