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DOS ALPES À SERRA DO MAR: A COLONIZAÇÃO SUÍÇA DE SUPERAGU

SOB INSPIRAÇÃO DO SISTEMA DE PARCERIA

Aluno: Caiubi Martins Dysarz Orientador: Prof. Dr. Sérgio Odilon Nadalin Palavras-chave: Imigração no Paraná; Colônia de Superagui; Imigração Suíça.

Durante o período imperial, existiram dois tipos de orientação para a ocupação do contingente europeu que aportou no Brasil durante os oitocentos: uma, defendida por latifundiários e grandes cafeicultores, que preconizava o uso dos imigrantes enquanto substitutos do braço escravo – a chamada “imigração” –, dedicada principalmente as lavouras paulistas; uma outra orientação destinava os europeus para a ocupação de “vazios demográficos”, em núcleos de povoamento, na condição de pequenos proprietários e produzindo gêneros de subsistência, a denominada “colonização”1.

Num contexto regional, no caso o Paraná, as tentativas de imigração de estrangeiros foram pautadas pela criação de colônias para fornecimento de gêneros de subsistência, e os colonos europeus foram alçados à categoria de pequenos proprietários. No entanto, uma das colônias da então província do Paraná teve sua criação inspirada justamente nos desígnios da grande lavoura: a colônia de Superagui. Seu fundador, o cônsul suíço Carlos Perret Gentil, testemunhara o sistema de parceria em Ibicaba e, inspirado pela experiência, decidiu se lançar no empreendimento imigratório. Os desdobramentos de seu projeto inicial, ou como Perret Gentil sustentou a intenção de implantar o sistema de parceria em sua colônia – embora não conseguisse – constitui o objetivo principal desse trabalho.

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Carlos (ou Charles) Perret Gentil nasceu em 1815, no cantão suíço de Neuchâtel, e emigrou para o Brasil com dezesseis anos de idade. Tornou-se cônsul suíço em 1838, e cônsul-geral da Confederação Suíça em 1840, representando o país alpino no Rio de Janeiro2, sendo questionado pelas autoridades suíças sobre os sucessos ou

fracassos que os imigrantes suíços tinham no Brasil3. Perret Gentil enviou a resposta a seu país natal em 1843, juntamente com a correspondência de outros dois imigrantes helvéticos. No que tange à imigração suíça no Brasil, a referência mais acentuada, até aquele momento, era a colônia de Nova Friburgo, na província do Rio de Janeiro, fundada em 1817, sob a política colonizadora de D. João VI, que previa a melhoria da lavoura e do trabalho, o crescimento de habitantes e a ocupação dos “vazios demográficos”4. No seu texto, o cônsul nota que, entre os

insucessos que pontuaram a colônia, estavam o terreno acidentado e improdutivo para gêneros tropicais, os preconceitos em função da religião professada pelos colonos e a ausência de uma administração colonial5.

A partir de 1823, imigraram alguns poucos indivíduos suíços no Brasil, que se dedicavam principalmente a ofícios diversos nos centros urbanos, obtendo certo sucesso. Os imigrantes que exerciam trabalhos agrícolas tinham apenas infortúnios tinham pela frente. O período de 1830, do fim do financiamento de empreendimentos de

1 BALHANA, Altiva Pilatti.; MACHADO, Brasil Pinheiro.; WESTPHALEN, Cecília Maria. Alguns Aspectos Relativos Aos Estudos de Imigração e

Colonização. In:BALHANA, Altiva Pilati. Un Mazzolino de Fiori, vol.I / Cecília Maria Westphalen (org.). Curitiba: Imprensa Oficial, 2002. p.240.

2 VEYRASSAT, Beatrice. Réseaux d'affaires internationaux, émigrations et exportations en Amérique Latine au XIXe siècle: le commerce

suisse aux Amériques. Genève: Librairie Droz, 1993, p. 166.

3 SUÍÇA. Enquête auprés de Messieurs les Consuls de la Confédération, en Europe, dans le Nord de L‟Afrique, L‟Amérique du Nord,

L‟Amérique Centrale et du Sud. Lausanne: Imprimerie et Librairie de L. Alex. Michod, 1845, VI

4 OBERACKER, Carlos. A colonização baseada no regime da pequena propriedade agrícola. In: HOLLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral

da Civilização Brasileira. II. O Brasil Monárquico 3. Reações e Transações. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2004. p. 221

colonização estrangeira, até 1850, com a proibição definitiva do tráfico, é marcado pela decadência da imigração européia no Brasil, com a entrada de apenas 22 mil imigrantes6. Já nesta época, Carlos Perret Gentil elabora seus primeiros planos com respeito à colonização7.

Em 1846, o cônsul suíço conhece José Vergueiro, presidente da companhia de imigração Vergueiro e Cia, cujos os métodos de emprego do trabalho de imigrantes europeus impressionaram muito Perret Gentil8. O senador Nicolau Vergueiro, pai do referido personagem, tentara introduzir colonos europeus em suas propriedades na década de 1840, com portugueses da região do Minho9. Foram os primeiros colonos da fazenda Ibicaba com os

quais Perret Gentil teve contato. No entanto, os esforços maiores do empreendimento dos Vergueiro dão-se com a vinda de 450 colonos de Hamburgo em 1847, cujo périplo até a propriedade paulista e a situação em que estavam na mesma são objeto das considerações do cônsul suíço10.

Após mencionar todo o tipo de agrura que os imigrantes poderiam ter na viagem e no novo país, Perret Gentil descreve um estado esplendoroso e quase nababesco da situação dos hamburgueses em Ibicaba11. Entre as obrigações do colono ao fazendeiro, a principal era em relação à dívida dos custos do transporte desde a Europa e os débitos adquiridos na fazenda, que, de acordo com o cônsul suíço, em três anos estavam quitados, possuindo as famílias um saldo muito positivo a seu favor12. O sistema implantado por Nicolau Vergueiro e seus filhos pretendia ser a síntese entre o trabalho assalariado na grande lavoura com a perspectiva do colono europeu se tornar um pequeno proprietário, como acontecia nas colônias fundadas por iniciativa real ou particular: “a parceria representa um meio termo entre o regime dos serviços assalariados e o das pequenas propriedades”13.

Outros estrangeiros mostraram-se mais reticentes quanto aos “sucessos” do empreendimento de parceria. Thomas Davatz, colono em Ibicaba e que leu as informações de Perret Gentil sobre o empreendimento paulista, perguntou-se sobre o que o cônsul vira de especial na empreitada14, chegando a questioná-lo pessoalmente sobre os relatos impressionantes que havia escrito. O representante suíço Tschudi, apesar de colocar muito da culpa do malogro do sistema nos colonos, havia considerado a fazenda dos Vergueiro a pior colônia de europeus da província de São Paulo, atribuindo a Perret Gentil a sugestão de que José Vergueiro angariasse trabalhadores na Suíça15.

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No ano em que Perret Gentil publicou suas considerações sobre o empreendimento da família paulista, acabou por admitir que desejava se envolver na colonização de estrangeiros, com base no sistema de Ibicaba16. De fato, em 1851, suas atenções voltam-se para uma região específica da então província de São Paulo: a península de Superagui. A região que o então cônsul suíço comprou de dois proprietários ingleses, compreendia a península em sua totalidade e a parte sul da Ilha das Peças.

6 NADALIN, Sérgio Odilon. Op. Cit. p. 65-66; e BALHANA, Altiva Pilatti.; MACHADO, Brasil Pinheiro.; WESTPHALEN, Cecília Maria. Alguns

Aspectos Relativos Aos Estudos de Imigração e Colonização. In:BALHANA, Altiva Pilati. Un Mazzolino de Fiori, vol.I / Cecília Maria Westphalen (org.). Curitiba: Imprensa Oficial, 2002. p. 246

7 SUÍÇA, Op. Cit. p. 82-83

8 GENTIL, Carlos Perret. A Colônia Senador Vergueiro – Considerações. Santos: Typographia Imparcial de F. M. R. D‟Almeida, 1851. p. 33. 9 HEFLINGER JR, José Eduardo. Op. Cit. p. 26

10 GENTIL, Carlos Perret. Op. Cit., p. 34. 11 Ibidem, p. 66.

12 Ibidem, p. 90.

13 HOLLANDA, Sérgio Buarque de. HOLANDA, Sérgio Buarque de. As colônias de parceria. In: HOLLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da

Civilização Brasileira. II. O Brasil Monárquico 3. Reações e Transações. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 2004. p. 249.

14 DAVATZ, Thomas. Memórias de um colono no Brasil: 1850. São Paulo EDUSP, 1980. p.149

15 TSCHUDI, Johann Jakob Von. Viagem às províncias de São Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1980.

p. 140.

Perret Gentil arrematou a propriedade de 35 mil hectares pelo valor de 6:500$000 réis17, o que em parte

explicaria a sua escolha pela região. Tal valor para uma propriedade dessas proporções era muito baixo, até mesmo para o preço mínimo estipulado pela Lei de Terras, que era de $000,5 réis a braça quadrada. Outra explicação para a escolha da região enquanto colônia de imigrantes era a tendência dos colonos europeus ocuparem terras marginais, geralmente desprezadas pelos grandes latifúndios18. A escolha de uma região com um clima quente estaria nos desígnios de Perret Gentil, uma vez que desejava cultivar um produto tropical como o café. Era necessário, pois, escolher uma região onde a principal riqueza do país pudesse vicejar19.

A colônia de Superagui foi fundada em outubro de 1851, com cinco colonos homens, alguns acompanhados de suas mulheres20. Seu fundador dirigiu esforços para angariar mais colonos na Suíça, auxiliando na publicação de um panfleto que fez propaganda tanto do empreendimento do Senador Vergueiro, quanto da nascente colônia de Superagui. Nesta publicação, encontramos referência à inspiração do sistema de parceria enquanto princípio organizador da colônia de Perret Gentil, conforme o trecho a seguir: “a península de Superagui, onde se fundou uma colônia particular dirigida sobre os princípios da colonização Vergueiro, pelo senhor Charles Perret-Gentil, amigo do nobre senador brasileiro”21. Entretanto, as primeiras discordâncias entre o projeto de Nicolau Vergueiro e

aquele pretendido pelo cônsul suíço aparecem em suas primeiras páginas.

O primeiro dos desígnios pretendidos para a nova colônia foi a formação de um centro urbano, que ao mesmo tempo servisse de porto. Para tal, Perret Gentil pretendia fornecer pequenos lotes, praticamente gratuitos, aos que desejassem residir na proximidade da região que deveria tornar-se uma cidade. Encontramos ofertas de terrenos para contratos de arrendamento, bem como a venda de lotes de 15 hectares ao valor de 330$000 réis. Tais ofertas demonstram que os planos de Perret Gentil haviam se desviado daquele proposto em Ibicaba, não mais interessado em contratos de trabalho ou meação da venda do café, mas para fazer os imigrantes europeus pequenos agricultores e proprietários.

Outras ofertas são feitas aos possíveis imigrantes e que são muito parecidas com aquelas reinantes na propriedade dos Vergueiro. Ofereceu-se a artesãos o trabalho em Superagui, sendo os ganhos partilhados com o fundador da colônia. Quanto aos colonos que fossem proprietários ou arrendatários, haveria outros vínculos de dependência com Perret Gentil, entre os quais, a obrigação de usar os engenhos da colônia para beneficiar aos gêneros agrícolas, como o café. Por fim, o panfleto suíço termina por discriminar as três formas diferentes pelas quais os imigrantes europeus arroteariam a terra no empreendimento: como pequenos proprietários; como arrendatários; ou, ainda, dividindo o ganho de acordo com o sistema de parceria.

Tais anúncios parecem ter surtido pouco ou nenhum efeito para aumentar o contingente de colonos europeus; apesar disso, aumentou de 12 colonos para 38, no espaço de dois anos, alguns destes brasileiros. Em 1854, Perret Gentil deu informações sobre como funcionaria o “sistema” empregado em Superagui, que consistiria na venda ou aforamento de lotes aos colonos, com a obrigação dos mesmos em beneficiar os produtos na própria colônia, e, principalmente, o proprietário tendo a preferência na venda dos produtos. Este “sistema” persiste no correr da década de 1850, sendo chamado posteriormente de “sistema superaguy”22.

Outras tentativas são feitas no sentido de empregar colonos enquanto trabalhadores rurais, como atesta a proposta de contrato veiculada na Suíça23, que previa o cultivo de pés de café numa quantidade pré-definida, e não de acordo com as forças da família, como ocorria sob o regime de trabalho dos Vergueiro. O endividamento,

17 2° TABELIONATO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. Auto de Arrematação da Fazenda do Superagui. Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1852.

Arquivo Nacional apud: LOPES, José Carlos Veiga. Superagui: Informações Históricas. Curitiba: Instituto Memória, 2009, p.110.

18 WAIBEL, Leo. Princípios de Colonização Européia no Sul do Brasil In: Capítulos de Geografia Tropical e do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1979.

p.230.

19 GENTIL, Carlos Perret. Op. Cit., p. 11.

20 GENTIL, Carlos Perret.. Ofício para o Presidente Zacarias de Góes e Vasconcellos. Superagui, 22 fev. 1854. Arquivo Público do Paraná, AP

– 3, folhas 207-213.

21 MORÉ, Jean-Louis, Le Bresil en 1852 et sa Colonisation Future. Geneve: Chez les Principaux Libraries, 1852, p. 222.

22 PARANÁ Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial da Provincia do Parana no dia 7 de janeiro de 1857 pelo vice-

presidente José Antonio Vaz de Carvalhaes. Curitiba: Typ. Paranaense de C. M. Lopes, 1857, p. 55.

23 MELLY, G. Colonie du Superaguhy. Genebra, 5 de março de 1854. Arquivo Comunal de Vevey apud DURIEUX, Everton. La famille Durieu(x).

em função do custeio das passagens, determinaria a duração do contrato, de 7 anos, não podendo os colonos abandonar o estabelecimento sem quitar as dívidas. Novamente, tais esforços parecem ter influído pouco para o aumento do contingente imigrante.

De qualquer modo, os colonos engajados por Perret Gentil contraíram algumas despesas, vendo-se livres destas (de acordo com o proprietário) num espaço de poucos anos. O modo de trabalho predominante parece ter sido mais o aforamento de lotes do que propriamente a venda dos mesmos, numa conjuntura que previa a regularização da propriedade fundiária no Brasil, e o aforamento de terrenos ia de encontro com práticas que não pressupunham a posse legal da terra para cultivá-la, algo que a Lei de Terras tentara remediar, determinando a revalidação de posses e sesmarias.

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Em comparação com as outras regiões meridionais do Brasil, o Paraná pareceu desfavorecido nas políticas de povoamento que sofreu essa parte do território. No século XVIII, Rio Grande do Sul e Santa Catarina receberam a imigração de casais açorianos, que aumentaram de maneira significante a população dessas regiões24. Mesmo na colonização de europeus durante o século XIX, o atual território paranaense teve poucas

iniciativas de vulto até 1860. O Rio Grande do Sul tinha a colônia de São Leopoldo, e passados trinta anos de sua fundação, somava uma população que correspondia ao dobro do contingente de Curitiba25. Santa Catarina tivera duas iniciativas particulares de grande importância: a fundação das colônias Dona Francisca e Blumenau26,

enquanto o Paraná, no mesmo período, teve empreendimentos de pouca importância e sucesso. Houve a criação da colônia Rio Negro em 182927, com contingente teutônico e a colônia Thereza, da qual abandonou quase todos os franceses engajados no empreendimento28.

A colônia de Superagui estava inserida no contexto regional marcado principalmente pela exploração da erva-mate e criação de gado, atividades que, segundo uma perspectiva da época, desviavam trabalhadores da faina agrícola29. Neste sentido, as iniciativas provinciais estavam voltadas para o estabelecimento de estrangeiros para a agricultura de subsistência30. As autoridades não achavam cabível a aplicação do sistema de parceria na Província

do Paraná, uma vez que não existiam estabelecimentos que demandassem grande número de trabalhadores, e tampouco estavam dispostas a empregar o contingente imigrante para atividades de exportação, algo que entrava em conflito com os planos iniciais de Perret Gentil.

O empreendimento do cônsul suíço abrangia uma população bastante diminuta – apenas 38 colonos em 1854 –, mas, desde os primeiros momentos, o diretor da colônia usou a mão-de-obra nacional enquanto jornaleiros. Em função deste motivo, tanto as autoridades imperiais como provinciais julgavam o núcleo como pouco próspero e destinado a desaparecer. No entanto, com o aumento do contingente, em apenas um ano de 64 para 403 pessoas, a grande maioria nacionais31, opiniões mais favoráveis começam a ser emitidas sobre Superagui. Perret Gentil decidira pela introdução dos nacionais enquanto colonos no seu empreendimento, e, aparentemente, tal decisão não estava alicerçada somente na necessidade de dar viabilidade ao núcleo, e sim numa política imperial que previa a

24 BALHANA, Altiva Pilatti. Política Imigratória no Brasil Meridional. In: BALHANA, Altiva Pilati. Un Mazzolino de Fiori, vol.III / Cecília Maria

Westphalen (org.). Curitiba: Imprensa Oficial, 2002. p. 130.

25 OBERACKER, Carlos. Op. Cit. p. 228. 26 Ibidem, p. 230-236.

27 MARTINS, Romário. Quantos somos e quem somos. Curitiba: Empreza Graphica Paranaense, 1941, p. 59.

28 PARANÁ Relatorio apresentado a Assembléa Legislativa Provincial do Paranã no dia 1° de Março de 1856 pelo vice-presidente em

exercicio Henrique de Beaurepaire Rohan. Curitiba: Typ. Candido Lopes, 1856. p. 45.

29 BRASIL. Relatorio Apresentado á Assembléa Geral Legislativa na Segunda Sessão da Decima Legislatura pelo Ministro e Secretario

D‟Estado dos Negocios do Imperio Marques de Olinda. Rio de Janeiro: Typ. Universal de Laemmert, 1858. Anexo G. Informações de Diversos Presidentes das Províncias Sobre A Carestia dos Generos Alimenticios. MATTOS, Francisco Liberato. Informações do Presidente do Paraná, p.2.

30 BALHANA, Altiva Pilatti. Política Imigratória do Paraná. In: BALHANA, Altiva Pilati. Un Mazzolino de Fiori, vol. I / Cecília Maria Westphalen

organização de núcleos de povoamento – como as colônias militares e aldeamento de índios – com base no contingente nacional. Mesmo a colônia Thereza, da qual a maior parte dos colonos fugiu, não deixou de receber investimentos imperiais quando já estava confundida com a população local.

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Perret Gentil não chegou a aplicar o sistema de parceria em Superagui, ao menos como foi praticado na Província de São Paulo, embora por várias vezes manifestasse essa intenção. Tendo em vista que tanto colonos suíços como brasileiros estavam sob as mesmas condições, partilhando de experiências e expectativas muito próximas, é de se perguntar o papel do fator étnico na imigração de europeus no Brasil, tanto quanto definidor das situações que esses indivíduos enfrentaram, como pela necessidade que teriam as elites nacionais de “europeizar” o país.

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