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ii dos métodos e metodologias de ensino aplicados; iii dos projectos educativos apresentados

As entrevistas realizadas possibilitaram diferentes discursos dos três professores implicados, traços diferentes como modalidades distintas de uma mesma variável; porém, é possível perceber, nas versões manifestadas, traços comuns nos dizeres dos professores no que diz respeito à relevância de conhecimentos e de fundamentos acerca das actividades artísticas.

Relativamente ao primeiro ponto (i), estes docentes, entendem que os professores de Desenho consideram os artistas como seus pares e procuram inspiração nos contextos ricos da arte contemporânea. Isto é importante tanto para o ensino como para a sua criação artística.

«(...) Acreditamos que seja necessária essa experimentação ao qual os alunos foram submetidos para a disciplina, e vemo-la como uma oportunidade de aprendizagem, pois eles tiveram a abertura de colocar-se na situação de aprendizes e criadores, e nesta situação é possível experimentar. Isso implica na possibilidade de errar, recomeçar e acrescentar; essas etapas são indispensáveis na formação de um professor preparando-o para diversas situações.»10 (professor B

3)

«(...) tenho como a preocupação de integrar projectos paralelos envolvidos nos conteúdos da didáctica das aulas, (...) considero uma mais valia para a aprendizagem criativa e técnica do Desenho. É um plano que consegue fazer com que os alunos ganhem mais interesse por alguns conteúdos e os valorizem melhor. Os resultados finais são sempre surpreendentes e enriquecedores para as suas experiências pessoais e auto-estima. É eficiente, porque consegue conduzir o trabalho da turma para um objectivo comum, habituando-os a organizarem um projecto e a exercitarem conhecimentos diversificados.»10 (professor B

2)

Assim, é possível concluir que conhecer os trabalhos de diferentes artistas pode ajudar a “desvendar” o enigma e a sensibilidade do aluno. Este recurso participativo de experiências artísticas fora da escola, visa compartilhar perguntas e afirmações que o aluno realiza, estimulado pelo professor, que implica o contacto e confronto das suas produções com as dos artistas. É fundamental que aqui o professor estabeleça uma relação com o mundo experiencial artístico e o espaço físico da escola, respeitando o aluno como um todo e a turma como um colectivo complexo e diversificado. Contudo, o professor tem de ter cuidado para que as suas criações não subjuguem as vozes dos seus alunos.

O conhecimento constrói-se com a experimentação, com a criatividade que se desenvolve, com a partilha de saberes e sobretudo com a forma de o descobrir e criar. A educação do Desenho constrói mudanças, onde o processo inovador está sempre presente, já que mudar implica necessariamente inovar e aceitar desafios. Promove também um vínculo comunitário, no qual os alunos de acordo com as suas potencialidades e motivações, ritmos e conhecimentos, partilham a emoção, os sentidos e os afectos.

Outro aspecto destacado nesta categoria de colecta de informação, foi o modo como estes professores encontraram estratégias para lidar com inúmeras realidades didácticas através da definição de um espaço de acção próprio, até onde a flexibilidade relacional e pedagógica lhes permitiu adaptarem-se a novas situações e pautar o seu trabalho por um critério de iniciativa, de pertinência e de proximidade afectiva.

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10 Questão 2.1.) - Pela sua experiência pedagógica e diversidade de contextos escolares, nomeadamente na didáctica do Desenho, descreva um ou mais episódios que evidenciem uma estratégia significativa e eficiente de aprendizagem do Desenho?

«(...) recorro a projectos educativos em Museus; visitas a exposições; espaços fora da sala de aula; conferências sobre arte; convívio com artistas. Considero que esses espaços quebram a monotonia, dão estímulo e apresentam acima de tudo experiências diferentes. Na minha opinião são pontos de vista novos que alargam a memória visual.»11 (professor B

2)

Comparativamente a esta questão, anteriormente referida, é possível verificar que essas estratégias metodológicas activas de que falamos responsabilizam os professores de Desenho em relação à prática pedagógica, à qualidade do seu ensino e transfere para eles um número cada vez maior de funções (muitas das vezes, não relacionadas directamente com a função pedagógica), para as quais, muitas vezes, não estão preparados e/ou não possuem a competência necessária para exercê-las ou não as exploram quando dispõem. Face a esta situação, Perrenoud (2000) reconhece que os professores não possuem apenas saberes, mas também competências profissionais que não se reduzem ao domínio dos conteúdos a serem ensinados, e aceitar a ideia de que a evolução exige que todos os professores possuam competências antes reservadas aos inovadores. Daí, e a propósito desta questão12, esses professores afirmam cumprir um plano de aula coerente entre a intenção e a produção e devem, por isso, motivar os alunos para que isso seja possível, ainda que as condições não sejam as mais desejáveis.

«(...) Os escassos recursos financeiros das escolas, os parcos materiais didácticos disponíveis, o facto de o ensino ser obrigatório, o elevado número de alunos por turma e a indisciplina na sala de aula, revelam-se como as maiores condicionantes para levar a bom termo esta tarefa.» (professor B3)

«Verificamos que os alunos passam cada vez mais tempo na escola e nas actividades extra-curriculares o que, de algum modo, massifica objectivamente o sistema educativo.» (professor B2)

Perante estas afirmações, ficamos a perceber que o professor se vê cada vez mais

obrigado a

assumir um papel mentor no desenvolvimento e na vida dos seus alunos. O professor passa a desempenhar um papel preponderante, não só no ensino de conteúdos programáticos, mas também nas realidades contextuais em que podem estar inseridos.

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11 Questão 1.4.) - Para além da sala de aula, tende a recorrer a outros espaços de aprendizagem do Desenho? Se sim, de que forma, em que situações e qual a sua utilidade em contexto pedagógico? (a cidade; visita ao Museu/ atelier de um artista/ Belas Artes; etc.)

12 Questão 1.9.) - Será que nós professores, ao estabelecermos o nosso plano de Desenho, ou quando decidimos o que fazer na aula, perguntamo-nos se as estratégias que utilizaremos têm coerência com a nossa proposta pedagógica?

No segundo ponto (ii), com maior intensidade de análise incide sobre as diferentes metodologias aplicadas pelos professores, em confronto com as questões anteriormente referidas, as realidades, as experiências e as teorias do nosso tempo, quer no domínio da pedagogia, da teoria do Desenho e da prática e expressão artística.

Dos três professores de Desenho A que suportam o curso de Artes Visuais do ensino secundário, verificámos, pela sua larga experiência profissional enquanto professores-artistas13, um conjunto de descrições e práticas fundamentais que vão mais longe do que simplesmente ensinar aos alunos aptidões, práticas e conhecimentos específicos do Desenho. As aulas dos professores foram observadas (com a suas devidas autorizações) em diferentes momentos da suas práticas; de facto, foi extraordinário comparar como conseguem conservar a sua identidade, apesar dos desafios em que se envolvem com o ensino e da importância que a escola neles deposita em conformidade. Dos inúmeros aspectos que retive do “pensamento” do professor, ao expressar as suas opiniões sobre as questões colocadas, verificou-se que a aprendizagem dentro da sala de aula não se coaduna apenas com fornecer informação, mas está interligada com a cultura colectiva envolvente. Pelas dissemelhantes metodologias práticas que executam, todos os docentes não foram indiferentes a um modelo educativo próximo das artes, principalmente em valorizar um interesse pela aprendizagem prática profissional artística.

À priori e

, em circunstâncias ideais, os professores de Desenho devem ser sensíveis aos valores e qualidades artísticas. Além disso, devem também ser ministradas aos professores as competências que lhes permitam colaborar com os artistas em contextos educativos. Assim, ser-lhes-á possível desenvolver plenamente o seu próprio potencial e, simultaneamente, utilizar a arte no ensino.

Dando forma à observação das aulas assistidas, verificamos pelo professor B2 um processo metodológico capaz de desenvolver, explorar e compreender as variadíssimas soluções de ordem prática-artística que o Desenho proporciona.

«Considero que todos os meus conhecimentos em práticas artísticas diversificadas são uma mais valia para transmitir melhor a pedagogia em Desenho, porém todo este conhecimento só pode ser útil se o professor tiver facilidade em o transmitir. Na minha interacção com os alunos, estes conhecimentos têm ajudado a despertar interrogações, influenciar atitudes culturais e aumentar a curiosidade sobre o mundo da Arte. Procuro discutir a importância de encontrar um

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13 Isto não quer dizer que não haja excelentes professores que não se encontram activos enquanto artistas ou ser artista seja sinónimo de pedagogia eficaz. Ou o facto do professor possuir uma teoria do conhecimento do Desenho mais formada não significa que a sua prática seja coerente em função de outros fundamentos do trabalho pedagógico, que forçosamente devem ser levados em conta, sem com isto cair, no determinismo mecanicista (do “sistema”).

fio condutor e tento construir com os alunos uma sensibilidade para a observação atenta e cuidada durante a pesquisa.»14 (professor B

2)

O facto de trabalhar ao lado dos seus alunos e ser mais do que crítico ou perito demonstrou que a actividade do Desenho é um “apreendimento” aberto, imprevisível e divertido. Como artista, este professor estava acostumado a trabalhar em espaços abertos e ambíguos carregados de histórias e diversidade de projectos. Este professor transformou as suas salas de aula em estúdios, tornando estes espaços expressamente híbridos aproximando os interesses dos alunos;

(“sentiam-

se confortáveis a trabalhar”)

. É gratificante neste professor a forma de ajudar os alunos a ver como os outros deram forma às suas ideias e sentimentos - como usaram os elementos da forma, linha, cor, textura; como aproveitaram símbolos particulares para exprimir o significado; ou como usaram os instrumentos e materiais.

O estudo possibilitou compreender e comparar também as aulas assistidas, verificando pelo professor B2 (ao contrário dos seus colegas) que o ambiente da sala de Desenho provoca, consciente ou inconscientemente, um desprezo pela exploração pessoal da mensagem e gravita em direcção a um enfoque nos materiais e técnicas. Perante esta situação teme-se que retire ao Desenho o seu objectivo e que dê origem a uma produção uniforme. Face a esta realidade pedagógica, crê-se na necessidade de interrogar constantemente sobre o porquê do que estão a fazer e fazê-los questionar o mundo que os rodeia. Este processo não trata algo de novo, mas sim de reajustar estratégias que o professor pode orientar na descoberta de soluções.

O professor B1 enfatiza a reflexão, a hospitalidade e o diálogo como práticas pedagógicas importantes. Para além deste aspecto, leva a sua prática artística rica em experiências pessoais para as conversas com os alunos. Nestas conversas, a experiência artística, a crítica e a abertura a novas ideias do professor foram testadas vezes sem conta. Segundo refere, as trocas de opiniões são consideradas parte significante do ensino dando origem a uma relação que fazia com que a criação e/ou aprendizagem do Desenho fosse um assunto em cooperação.

«Dou particular importância à promoção da cultura visual e literacia das artes. Para o efeito, exibem-se e comentam-se imagens (desenho, pintura, etc.) oriundas de diferentes “escolas” enfatizando os aspectos mais relacionados com os conteúdos a tratar.»15 (professor B

1)

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14 Questão 1.10.) - Face (ou não) à sua identidade profissional como professor-artista, considera relevante a (sua) prática artística um contributo para a pedagogia do Desenho? Influenciam as suas interacções com os alunos?

Por seu lado, o professor B3, familiarizado com todas as linguagens de expressão visual, defende uma metodologia organizacional, preparando os alunos para uma prova de exame final de âmbito nacional. É interessante neste processo o modo como este professor direcciona as suas aulas, ao ponto de estipular tempos para a realização das propostas e a rotatividade no uso dos materiais, técnicas e suportes. Pela sua vasta experiência, disponibiliza e partilha recursos e actividades (texto, imagem, vídeo, som, documentos para

download

) de forma a proporcionar o trabalho colaborativo, estando aberto a resultados calculáveis ou completamente divergentes e imprevisíveis. Percebendo da sua importância e, segundo o professor B3, um trabalho desta índole, mesmo que possua uma única metodologia definida, é pouco provável que ele seja aplicável de uma só maneira em vários momentos e a diferentes alunos. Por isso, e conforme foi já referido, é importante que os métodos sejam flexíveis para que se tornem mais aplicáveis. Além disso, refere-se que o professor deve desenvolver uma capacidade de observação perceptível do Desenho para que possa adaptar-se em conduzir o aluno na sua experiência artística, aprendendo a propor maneiras de estimular sem com isso impor uma metodologia rígida que causaria ruídos e dificultaria a oportunidade de aprendizagem.

Durante este trabalho de campo, as práticas do ensino do Desenho, envolveram necessariamente uma demonstração por parte do professor, que tem uma ideia clara (não forçosamente rígida) do que tenciona realizar. A estrutura da sua aprendizagem, em qualquer destes níveis, foi feita com um propósito de conhecimento e entendimento maiores sobre a própria arte. O conceito do que constitui uma problemática “artística” - as suas limitações e possibilidades - é fundamental para o que está a ser ensinado.

É um facto que estes professores têm motivações e convicções com base na sua prática artística e na exposição à cultura da arte; reflectem uma interdependência entre a arte e a educação; desenvolvem estratégias de ensino adequadas para que as suas convicções, conhecimento e competências artísticas sejam efectivamente encaminhados para outros; traduzem o mundo da arte para os alunos, a fim de os ajudar a compreender os seus métodos, filosofias, a respeitar a história e a linguagem, e também as linguagens pessoais, culturas e interesses dos alunos em considerar como estas se conectam com o mundo da arte.

“São professores que contribuíram para o desenvolvimento de novas práticas escolares e pedagógicas, práticas diversificadas, valorizadoras dos saberes de cada um, capazes de

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15 Questão 1.3.) - Das estratégias que utiliza, com quais delas, na sua percepção, os alunos têm demonstrado melhores resultados de aprendizagem do Desenho?

promover a sua universalização, a linguagens e a registos tão diversos quanto os que existem na sociedade, práticas de trabalho de equipa, práticas de pertinência, de participação, de actividade física e intelectual, práticas de criação e expressão, práticas de experimentação e de rigor”.16

Nesta circunstância, a fim de solicitar outros documentos para análise, tais como planos dos professores, fichas de trabalho trimestrais, entre outras, o diálogo permanente e recíproco entre docentes possibilitou que fossem (re)formuladas variadíssimas sugestões (nunca aleatórias e casuais) em torno de uma questão central:

aprendizagem do Desenho

. Cada uma delas associa-se a uma técnica de ensino explorada segundo uma perspectiva que lhes possibilita uma determinada abordagem do conteúdo e que reflectem um dado contexto metodológico. Ao discutir e analisar alguns desses procedimentos metodológicos e suas práticas, seleccionaram-se alguns aspectos cruciais que podem ser considerados relevantes:17

(1) Desenvolver a sensibilidade às mudanças perceptivas do Desenho.

Exemplificação: O aluno deverá ser sensível às subtilezas e variações na sua percepção do mundo. Deverá ser capaz de demonstrar essa sensibilidade através da manipulação dos materiais. Deverá, por exemplo, ser capaz de demonstrar que é sensível às alterações de cor de um objecto no decorrer do dia, ou interpretar essas modificações no Desenho em termos de estados de espírito ou indicar como a alteração da cor sugere a alterações da forma do Desenho.

Estratégia: Circuito Urbano - Pequeno circuito urbano exterior que acompanha os caminhos da luz no entardecer. Desenho de manchas e contrastes, na passagem do dia para a noite. Preto sobre o branco e o branco sobre o preto.

(2) Desenvolver uma vasta gama de «skills»18 de expressão e comunicação, baseada em experiências visuais e tácteis.

Exemplificação: O aluno deverá ser capaz de exprimir e comunicar as ideias através de vários meios do Desenho como, por exemplo, a tinta, a fotografia ou imagem, a colagem, outros materiais, de maneira que as ideias por ele concebidas em formas não verbais possam ser expressas na forma da sua concepção ou numa alternativa apropriada. Ideias e experiências visuais poderão ser expressas visualmente e não necessariamente através da linguagem verbal. O aluno poderá dizer mais acerca da sua percepção do espaço que o envolve através de termos visuais (Desenho de um

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16PORTO, Damião (2011) escrito no contexto da unidade curricular Estágio: “Diário de bordo”.

17 Aprendizagem do Desenho em contexto de estágio (2011): alguns resultados desejáveis e exemplificações. Não há a intenção de apresentar uma lista rígida de resultados ou exemplos; são resultados de exemplos considerados desejáveis sugeridos e discutidos por vários professores que leccionam a disciplina de Desenho.

18 «skills»: Não há termo correspondente em português. Mantenho assim o original podendo subentender-se a competências, capacidades e/ou habilidades desenvolvidas e/ou adquiridas através da aprendizagem.

espaço público, por exemplo) do que em termos verbais, pois compreende o espaço através da visão e do movimento. Poderá mais facilmente comunicar a sua compreensão de uma experiência se escolher o meio de comunicação mais próxima dessa experiência.

Estratégia: Intervenção num espaço público - materialização do Desenho -, diz respeito ao modo como o Desenho se pode tornar palpável, criando novas leituras da realidade. Mais concretamente, procurar a partir deste trabalho desenvolver características humanas, físicas e psicológicas dentro do Desenho, para que este possa integrar a nossa realidade com forma e personalidade própria.

(3) Desenvolver a capacidade de organizar marcas ou formas, de maneira a comunicar ou demonstrar pelo Desenho a nossa reacção àquilo que foi observado.

Exemplificação: O aluno deverá ser capaz de traduzir em formas visuais as informações sobre as coisas que viu. Deverá ser capaz de comunicar a estrutura, a forma, a textura, a cor de uma flor ou de outra coisa qualquer, mas não necessariamente através do Desenho tradicional, antes como colecção de informações dadas da forma mais simples e directa. Poderá perguntar-se ao aluno quais as formas normalmente usadas para comunicar uma grande variedade de informações. O aluno deverá ser capaz de seleccionar a forma mais apropriada para a informação que ele pretende comunicar.

Estratégia: Visualização de um vídeo - Esta sessão irá explorar a memória e o processamento dos estímulos visuais. Por outras palavras, o Desenho como emulação da experiência perceptiva através da memória.

(4) Exteriorizar a nossa realidade pessoal através do tratamento das formas visuais do Desenho.

Exemplificação: Fornece-se a cada aluno uma fotografia ou imagem a preto e branco de uma paisagem. Pede-se a cada aluno que altere a qualidade expressiva dessa imagem:

a) seleccionando uma parte para modificar a natureza expressiva da composição; b) introduzindo cor de forma a modificar o seu ambiente emotivo;

c) modificando as relações de claro-escuro de forma a introduzir qualquer qualidade dramática.

Quando no final observarem os efeitos conseguidos, os alunos deverão verificar que, apesar de todos terem utilizado material idêntico à partida, as alterações dos seus elementos formais resultaram na criação de imagens expressivas diferentes.

Estratégia: Diários Gráficos - Apresentação dos diários gráficos pessoais do aluno, abordagem à evolução no tempo, no método e nos materiais utilizados. Alegrias e dificuldades nas trocas de experiências de diários gráficos. Realização de desenhos pelos diversos espaços da escola.

(5) Compreender a dinâmica das formas visuais.

Exemplificação: Os alunos deverão ser capazes de desenhar imagens através da compreensão do peso, direcção e equilíbrio que são criados pelo emprego de

formas diferentes. Na sua reorganização poderão alterar o efeito dinâmico, por exemplo, utilizando a cor para dar peso visual ou utilizando a linha para dar direcção.

Estratégia: Espaço de exposição - Desenhar uma acção, desenhar uma instalação -, convidar os alunos a imaginar um mapa [mental] com o qual se identifiquem. Com fita cola demarcam na parede e/ou chão do espaço um território-limite-de-acção. O espaço é o suporte de intervenção para desenhar/mapear. Movem-se dentro dele desenhando percursos e planos. Podem esboçar na parede e/ou no papel. Durante o processo estão perante uma acção-performativa processual que deixará os seus vestígios no espaço.

(6) Desenvolver a capacidade de anotar, o mais objectivamente possível e a duas dimensões, aquilo que se vê.

Exemplificação: O aluno deverá desenhar uma forma simples de maneira que outro aluno possa reconstrui-la no material original através dos apontamentos feitos.

Estratégia: Espaço museu - vários espaços rectangulares de paredes brancas e com esculturas isoladas entre si. Observar e registar a planificação da(s) forma(s).