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Sendo a estratégia “uma concepção global, intencional e organizada, de uma acção ou conjunto de acções tendo em vista a consecução das finalidades de

aprendizagem visadas”

(Roldão, 2009: 68), a importância do tema

“estratégias

promotoras de aprendizagem do Desenho: diversidade de recursos”

neste trabalho, implica falar de um professor capaz de gerir eficazmente o saber que transmite, procurando e realizando, nesse processo, soluções de um agir e fazer agir coerente, determinado, motivante e criativo. Um professor busca criar atmosferas em que os alunos vivenciem

!as!

diferentes tarefas em contextos variados sendo importante, portanto, que haja flexibilidade curricular. Esta noção implica a ideia de aprendizagem num sentido mais amplo, a que se faz como participante crítico numa comunidade, seja na escola ou fora, num museu ou num centro cultural.

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Face a este aspecto, a forma como os alunos se relacionam com as informações e a partir daí construam o seu próprio conhecimento, leva o professor a preparar a sua aula, decidir como quer dispor dos materiais, recursos ou mesmo a organização do espaço. Para que a aprendizagem se torne válida pelas estratégias adoptadas, o docente precisa reconhecer a importância dos seus planos a aplicar; planear, ver e avaliar a sua acção; relacionar essas estratégias com outros assuntos e estimular os alunos a reflectir e utilizar com autonomia as técnicas de estudo. Por conseguinte, pelas estratégias aplicam-se ou exploram-se meios, modos, jeitos e formas de evidenciar o pensamento, respeitando as condições favoráveis para executar ou fazer algo. Esses meios comportam determinadas dinâmicas, em que é necessário o conhecimento dos alunos para a escolha da melhor estratégia ou actividade de ensino.

Falar dessas

acções

ou actividades criativas, quando postas em prática nas suas múltiplas formas, contém necessariamente os mecanismos próprios da motivação autónoma dos alunos, geradora, ela própria, de criatividade. É com essa criatividade que se ligam as pessoas entre si, os alunos ao seu trabalho, e que, sem dúvida alguma, se determina a atenção dada à aprendizagem, o gosto pela descoberta e pela invenção. O sentido interrogativo alimenta-se de procura e experimentação, de comprovação de alternativas, de novidade e de originalidade. E que melhor forma existe de estimular a criatividade e motivação nos alunos do que aplicar estratégias pedagógicas que promovam a aprendizagem do Desenho? São inúmeros os autores que se aperceberam dessa importância como elemento

fomentador da criatividade no ensino do Desenho e veículo despoletador de capacidades criativas. Práticas diferenciadas que procurem reflectir a liberdade de expressão e reflexão de cada um, enquanto cidadãos, podem ser a solução para muitos alunos desinteressados e/ou com dificuldades na concepção do Desenho. Para Parsons, segundo Hernández (2000), o ensino do Desenho não é um conjunto de objectos/imagens belos, mas o processo de articulação de uma experiência interior com as nossas respostas ao mundo exterior.

Os alunos necessitam saber conduzir os seus conhecimentos em vivências que não estejam directamente ligadas à sala de aula ou ao conteúdo que o professor tratou. É necessário transferir o que aprenderam para contextos diferentes. Todos os alunos precisam, sistematicamente, conhecer a extensão e variedade de todas as configurações do Desenho, para que o seu conhecimento e compreensão possa crescer e expandir-se constantemente de forma interactiva, criativa e dinâmica. É um aspecto importante e, ao contrário do que parece, torna-se um processo complexo, isto porque o que é apreendido geralmente é reutilizado de forma bem diferente da situação em que foi armazenado na nossa memória. Na sala de aula, muitas vezes, as unidades de trabalho são exercidas repetitivamente, como na teoria empirista, mas que não resolvem o objectivo pretendido, o que causará dificuldade em transferir o conteúdo para as suas vivências quotidianas.

Num contexto em que as técnicas e estratégias na aula são objecto de questionamento, várias são as questões meritórias de reflexão à volta de um conjunto de actividades exercidas pelo professor. Importa enfatizar que, as reflexões em causa gravitam em torno das constatações óbvias dos alunos no trabalho da aula de Desenho e que, certamente, reflecte a realidade de outras disciplinas, turmas e níveis de ensino. A competência do professor muitas das vezes reduz-se na utilização exclusiva da sala de aula posta à sua disposição, limitando-o no uso de outras actividades e espaços plasmados pelo

habitat

artístico. Estes marcos, que o próprio professor cria de si, tornam-no refém de uma prática de ensino rotineira na sala de aula, o que o penaliza na heterogeneidade de aprendizagem dos alunos, expirando em aulas ineficazes o pouco ou o nada que cative a atenção e o seu interesse.

Contrariando este facto, o professor pode encontrar alternativas estratégicas que facilitem a assimilação de conteúdos do Desenho e daí resulte uma compreensão da matéria, plena e satisfatória, face aos objectivos propostos na disciplina. Assim, pensar no ensino do Desenho como algo que implica unicamente a tradução, exposição técnica ou apresentação dos temas lectivos, é possuir uma visão muito redutora do papel do docente na sala de aula, o que corresponde à ideia errónea de encarar a aprendizagem dos alunos como um processo passivo, completamente desenraizado dos seus gostos, personalidade e

background

cultural.

Por forma a obter melhores resultados, acreditamos que as actividades criativas do professor possam passar frequentemente por serem

Activas

, envolvendo dinamicamente o aluno em termos de manipulação de materiais e técnicas, experimentação de processos, descoberta de saberes, etc.;

Significativas

, levando em consideração as experiências escolares e não escolares do aluno, bem como as suas motivações e interesses;

Diversificadas

, possibilitando, por exemplo, a utilização de recursos e materiais variados;

Integradas

, promovendo a articulação e convergência de conceitos, conhecimentos e competências de diferentes áreas e natureza; e

Socializadoras

, promovendo as trocas culturais, a circulação partilhada de informação, criação de hábitos de entreajuda e cooperação, etc. De facto, pensamos que estas características podem funcionar como

critérios

de análise e planificação das actividades de aprendizagem do Desenho, independentemente de aspectos frequentemente sobrevalorizados, como a natureza da disciplina ou área programática em que se inscreve.

Retomando o que anteriormente foi dito, entre

currículo

e

estratégias

metodológicas de ensino

e as

propostas metodológicas com base na análise de

experiências de professores-artistas

, torna-se claro que se trata de procurar a melhor e mais eficaz via para os aprendentes24, no seu conjunto e na individualidade de cada um, se apropriarem do conteúdo curricular em causa naquela acção de ensino particular.

A acção de ensinar é pois em si mesma uma acção estratégica. Não se trata, para o professor de Desenho, de se perguntar: “Como é que vou organizar a apresentação deste conteúdo de modo a ser claro e perceptível”? - mas sim “Como é que vou conceber e realizar uma linha de actuação (que pode incluir a apresentação do conteúdo, estrategicamente organizada e articulada com outros dispositivos), com que tarefas, com que recursos, com que passos, para conseguir que estes alunos em concreto aprendam o conteúdo que pretendo ensinar”?

Mediante esta e outras questões, parece-nos possível clarificar e sugerir um conjunto de pontos ou ideias-chave que o processo de aprendizagem deverá conter, no sentido de eficazmente cumprir a função de suporte aos progressos e desenvolvimento dos alunos. Muitos destes pontos resultaram das experiências práticas pedagógicas e estão, aliás, explícitas nos textos oficiais que estabelecem os currículos em vigor. Assim, de forma adequada a cada contexto, as variadas situações de aprendizagem do Desenho podem:

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(1) Viabilizar uma plataforma de experimentação (espaços do Desenho) que

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24 Conceito de aprendente surge como alternativa ao de "aluno" ou "formando”. O aprendente (aquele que aprende) é auto-dirigido; isto significa que é responsável pela sua aprendizagem e estabelece e delimita o seu percurso educacional.

sirva de estrutura de produção artística e que potencie uma exploração das práticas e pensamento do Desenho nas suas múltiplas dimensões;

(2) Acolher artistas, críticos e investigadores nacionais e internacionais no espaço escolar, estabelecendo, quando possível, diálogos e colaborações entre os mesmos, divulgando também e dando visibilidade a trabalhos tanto emergentes como de relevância mais ou menos assumida na área do Desenho;

(3) Alargar as práticas materiais e discursivas do Desenho em Portugal ao contexto internacional e vice versa;

(4) Aumentar e promover o diálogo e interacção entre diferentes disciplinas do pensamento, a partir das práticas/pensamento do Desenho, entre artistas e investigadores e estudantes de diversas áreas académicas e não académicas;

(5) Promover e revelar novas possibilidades de percepção do real e da configuração e re-configuração do sensível, assim como questionar e/ou re- actualizar práticas ou modos mais tradicionais (através do Desenho), tornando-os acessíveis a agentes de contextos diversificados;

(6) Maximizar e explorar as múltiplas possibilidades do Desenho no seu campo mais alargado, enfatizando a sua experimentalidade, imediaticidade, dimensões espaciais e temporais, economias e processos, cruzamento e contaminação com diversas disciplinas - práticas e de pensamento -, como possibilidade de pensamento não verbal ou pré-verbal ou pré-estético, como possibilidade de questionar e destabilizar configurações sensíveis - delineadas por contextos culturais, sócio-políticos, etc., e ainda as daqueles que experienciam o Desenho, desenham o Desenho, pensam o Desenho... E, a partir destas possibilidades ‘elementares’ ou mais acessíveis ao Desenho, experimentar, (re)descobrir, despertar e viabilizar diversas estratégias de pensamento, subjectividade e criação de múltiplos e alternativos espaços e tempos para ver, pensar, agir, apagar, sentir, des/reconfigurar, movimentar, viver;

(7) Estabelecer uma base de estímulo para futuros trabalhos dentro das possibilidades estéticas, pedagógicas e sociais do Desenho;

(8) Continuar a viabilizar uma estrutura económica e de arquivo, de acesso ‘universal’ para a disseminação, partilha, comunicação e divulgação dos trabalhos desenvolvidos no/pelos espaços da escola, através de sites e plataformas educativas. Esta via serve de estrutura de acompanhamento dos projectos a nível internacional.

De facto, para atender às necessidades dos alunos e às mutações do meio, estas referências de acção estratégica podem caracterizar uma reorganização

constante e permanente do programa educativo de Desenho, visando adaptar-se à diversidade dos conteúdos de estudo e das possibilidades de sua assimilação pelos alunos. No fundo, leva-nos a falar de um programa “aberto” onde se propõem situações que contribuem para evolução do conhecimento e oferecem condições, ou seja, espaços e recursos pedagógicos que viabilizam o progresso do aluno, ao objectivar e clarificar o seu pensamento face ao Desenho.

Na prática pedagógica, este novo modelo implica a organização de um ambiente rico em possibilidades, em que são propostas actividades abertas, abrangentes, as deverão ser adaptadas aos alunos, de acordo com suas possibilidades e características. Os educandos são estimulados a explorar a situação até o limite a que conseguem chegar, não cabendo ao professor decidir qual a extensão e a profundidade dos conteúdos que os aprendizes devem construir; nem ele pode ter a pretensão de prever as dificuldades que alguns terão em realizar uma tarefa, para então tentar facilitar-lhes a actividade, pois só os alunos são capazes de regular o próprio processo de construção de conhecimentos. Este é um sistema inclusivo, que acolhe a diferença.

A somar às sugestões atrás apontadas, caracterizadas entre o tema de estudo e o programa procuramos, de igual modo, apresentar um conjunto de exemplos de abordagens ou actividades abertas, relacionadas com as diversas áreas artísticas e que, concretamente, podem ajudar a compreender melhor as práticas de acção e aprendizagem do Desenho.

O espaço público como recurso educativo e a cidade como sala de aula

O espaço comporta as redes comunicacionais, caracterizadoras da sociedade moderna. Vivemos num mundo globalizado em que a circulação se tornou voraz e movimentação entre espaços usual. As distâncias parecem praticamente inexistentes, o acesso às mais variadas culturas, cada vez mais cruzadas entre si, num circuito de fluxos permanentes, que fazem coabitar as distâncias que outrora aparentavam ser inalcançáveis. Neste contexto, muitas são as práticas de ensino do Desenho consideradas relevantes, que coabitam no espaço dito público, tendo como denominador comum à sala de aula a descoberta e a intervenção activa do sujeito/alunos na tarefa proposta. Esta deslocação espacial inicia em si uma novidade em relação ao tradicional contexto escolar, embora não seja sustentável por si só. A mudança de coordenadas é acompanhada por uma proposta que remete o sujeito/alunos para uma interacção com o meio exterior (a cidade como sala de aula), valorizando a participação autónoma e criativa dos mesmos, oferecendo assim aos alunos a possibilidade de alargar e

partilhar as suas experiências/interesses com a comunidade, sem que por vezes haja a intervenção (ou uma activa intervenção) do professor.

Este distanciamento do papel do professor poderá ser vantajoso, quer na descoberta de novas competências por parte dos alunos, quer na valorização das mesmas relativamente a um contexto diferente, particularmente na sua relação com as diversas práticas do Desenho, que lidam com a invenção e a produção da forma- espaço.

Tais práticas têm o objectivo claro de fomentar o espírito de iniciativa, bem como o de motivar para a investigação e participação dos alunos enquanto seres construtores da sua identidade individual e colectiva. À semelhança de outros espaços, o espaço público proporciona e fomenta recursos únicos para a aprendizagem de certos saberes, certas experiências do Desenho, permitindo abstrair do objecto concreto aqueles dados que se pretendem conceptualizar. Propõe-se desenvolver, através de um método de análise das relações entre os aspectos formais e funcionais do meio, processos do Desenho, enquanto despoletadores de uma ideia ou de uma acção num determinado lugar. Tanto mais que o espaço público poderá ser entendido como um modo alternativo de elaborar novas percepções sobre o que nos rodeia, capaz de integrar o aluno com o seu meio, relacionando as dimensões emocionais, sensoriais, corporais, imaginativas e participativas, na relação entre o aluno e o ambiente. Vejam-se os projectos artísticos e humanitários, muitas vezes realizados pelas escolas em parceria com os centros locais; mostram-se como importantes momentos de consciencialização da realidade e de procura de soluções na cooperação entre os seus intervenientes, criando muitas vezes pequenos projectos de parceria entre estes dois focos. Estes projectos têm como objectivo geral proporcionar aos alunos um conhecimento,

in

loco,

das diferentes realidades que os rodeiam, até então desconhecidas por eles, de tal modo “fechados” em toda a estrutura escolar e exclusivamente direccionados para a sala de aula.

Trazer a cidade para a escola e levar a escola para a cidade poderia ser um

espaço-ponte

entre professores/alunos, professores/professores e alunos/alunos, pois longe da sala de aula e da rigidez da definição de objectivos, conteúdos e orientações metodológicas, poderia ser um

espaço-flexível

, permitindo a satisfação das necessidades e interesses dos alunos, tornando os alunos elementos activos, capazes de construir e difundir informação. Um espaço de descoberta, investigação, reflexão e lazer, poderia mesmo ser um

espaço-[com]vivência

, que busca compreender a realidade como um campo favorável para as experimentações artísticas lúdicas do Desenho, perpassando os níveis sensíveis da criação aos níveis cognitivos da aprendizagem, a partir da troca de experiências no campo das artes e conhecimentos transversais. Estima-se que através da criação de um espaço interdisciplinar seja possível desenvolver práticas de experimentação

artísticas e educação ambiental, promovendo assim o acesso a conhecimentos da cultura popular e erudita, despertando o senso crítico para discutir e perceber conceitos universais e do Desenho. Partilhar estas experiências educativas mas também libertadoras (uma vez que saem do contexto da escola) é alargar conceitos como sítio, lugar e local, dependendo não só do contexto social em que se está inserido (a sua história, as suas regras, as suas pessoas, os seus ritmos e dinâmicas), como também daquilo que os próprios alunos pretendem, do que pode resultar também das suas visibilidades ou invisibilidades no campo visual.

Construir estas narrativas acerca do que se vê é fundamental para compreender a dialéctica deste recurso educativo. Consideramos pois conveniente abordar o pensamento de Paulo Freire, que se baseava no diálogo e intercâmbio recíproco com vista a estimular a “consciência crítica” dos estudantes. É necessário interrogar-se constantemente sobre o porquê do que estão a fazer e fazê-los questionar o mundo que os rodeia.

Museu Aberto

Como parceiro privilegiado da escola e do ensino das artes visuais, o museu deve ser considerado um espaço de prolongamento da mesma no que se refere à assimilação de conhecimentos. À escola cabe, entre outros, o papel de divulgar, perante os alunos, a instituição museu, não só porque sabemos que nem todos têm, em família, vivências culturais que lhes facilitam o acesso a espaços museológicos; ao ensino das artes visuais compete ainda assentar essa experiência numa metodologia activa que, por um lado, parte dos conhecimentos e apetências dos próprios alunos, para se concentrar na especificidade da mostra a analisar e, por outro lado, permitir-lhes serem agentes da descoberta da informação. A partir dos interesses dos alunos, visa-se atraí-los para os museus e para a arte, cumprindo-se assim as missões de ambas as instituições enquanto formadoras de cidadãos mais conscientes do seu património e da arte como integrante do quotidiano, da sua personalidade e do modo de ver e interpretar o mundo.

Por exemplo, certas matérias do Desenho poderão ser complementadas com o auxílio e a leitura de uma visita guiada. Deste modo, os museus têm ao seu alcance um conjunto de meios que podem reforçar ou potenciar essa experiência. Este pensamento vem ao encontro do conceito de “obra aberta”, teorizado por Umberto Eco, em que o autor defende que a obra de arte é completada pelo público, estando

“aberta a uma série virtualmente infinita de leituras possíveis”

(ECO, 1989: 92).

importância, têm vindo a mostrar cada vez mais interesse pelo intercâmbio com as escolas, implementando e divulgando cada vez mais actividades. Os objectos guardados nos espaços museológicos suscitam curiosidade e interesse, quando visualizados nas visitas de estudos ou interagindo noutro tipo de actividades. Além do mais, servem, também, para mostrar qual a função especifica desempenhada por cada elemento que compõe uma instituição do género. As aptidões académicas necessárias para se trabalhar num museu são variadas e essa percepção pode ser explicada e percebida não só no interior dos espaços de exposições, como também nos seus bastidores, através da visita aos laboratórios ou às reservas.

Por isso, na aprendizagem do Desenho, o contexto museológico assume-se como um importante recurso para a aprendizagem artística - “Arte pelo Desenho”, complementar ao ensino leccionado na sala de aula. A fim de eleger este ou outro tema de exploração e as estratégias mais adequadas para o abordar, estipulam-se prazos de realização e define-se um espaço para uma possível exposição. A criatividade dos alunos é posta à prova através de desenhos, desenvolvidos a partir da pesquisa histórica e de imagens recolhidas durante este percurso.

Definem-se conteúdos, determinam-se estratégias e elegem-se materiais. Porque a concepção de um objecto artístico é sempre uma oportunidade de enriquecimento cultural e ponto de partida para uma nova aventura.

!A principal finalidade de um projecto desta natureza é sensibilizar os alunos do Ensino Secundário para o conhecimento do Desenho, através do contacto directo com objectos artísticos e para experimentação de várias técnicas e linguagens artísticas. Associam-se os objectivos de estimular o espírito crítico e a criatividade dos alunos; tornar o ensino mais ligado com a realidade e contactar com diferentes artistas plásticos.! Este projecto, na nossa opinião, abre novas perspectivas para o que pode ser o trabalho interactivo entre escolas e museus. Perspectivas únicas onde se reposicionam os alunos como produtores de cultura e como facilitadores de aprendizagens tanto da sua como dos outros.

Ao nível do desenvolvimento pessoal, um aluno do Ensino Secundário está a iniciar uma etapa de afirmação do seu espírito crítico, de perturbante auto- descoberta da individualidade, de necessidade premente de estar em sociedade e de esboçar um projecto (profissional e de vida), através do qual possa futuramente intervir como cidadão responsável.

Assim, o ensino artístico, nomeadamente do Desenho, através do contacto directo com a obra de arte e do “fazer criativo”, contribui, de modo indubitável, para o desenvolvimento das competências de apreciação estética, o conhecimento da cultura e o respeito pelos outros povos. Através da arte pelo museu, facilita-se a