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Segundo Philippe Perrenoud “( ) as novas tecnologias podem reforçar a contribuição dos trabalhos pedagógicos e didácticos contemporâneos” (Perrenoud,

2000: 139). A visualização de um

vídeo

ou

site

, por exemplo, favorece uma aprendizagem mais activa, contextualizada e centrada no aluno. O instrumento de comunicação audiovisual nas práticas pedagógicas facilita a imersão dos discípulos no tema apresentado. Consideramos que essa forma de transmitir informação na sala de aula irá envolver mais que a mera percepção sensorial do espectador, ou seja, a visualização de um produto desta natureza poderá também estimular o lado afectivo dos alunos (um parâmetro muitas vezes difícil de alcançar para os docentes e que pode originar resultados gratificantes). De certa forma, quando se mexe com as emoções, fantasias, desejos e sentimentos, abre-se espaço para a compreensão da mensagem didáctica. O envolvimento e participação activa do estudante, relativamente ao contexto exposto, é realizado de forma mais apelativa, nos momentos de debate e discussão que se seguem à visualização da obra.

Por outro lado, a utilização maioritária, embora não sistemática, das plataformas de aprendizagem em ambiente educativo, nomeadamente através da plataforma

Moodle

, contribui como suporte às diversas actividades, permitindo o elo de ligação e diálogo entre o espaço da sala de aula e todo o grupo de alunos em aprendizagem colaborativa e permanente, permitindo uma aprendizagem mais rica e diversificada.

Saber identificar os indicadores de qualidade de um

site

ou plataformas educativas é algo de imprescindível no século XXI, dada a crescente importância da

Web

como recurso informativo. É importante que o professor, mantendo o seu papel de orientador de aprendizagem, tire partido das ferramentas tecnológicas existentes na

Web

, rentabilizando a informação

online

e educando os alunos para a sociedade da informação.

NO ESTÁGIO, NA DISCIPLINA DE DESENHO E. S. de Monserrate: uma escola de projectos

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«No contexto de uma mais ampla desconcentração de funções e de poderes assume particular relevância a escola [...] como entidade decisiva na rede de estruturas do sistema educativo [...] já que se pretende redimensionar o perfil e actuação das escolas nos planos cultural, pedagógico, administrativo e financeiro, alargando, simultaneamente, a sua capacidade de dialogo com a comunidade em que se inserem.»

Preâmbulo do Decreto-Lei nº 43/89, de 3 de Fevereiro, Ministério da Educação.

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Actualmente sabemos que a educação assume um papel extremamente relevante na formação pessoal e social, em particular dos jovens. A Escola, é hoje considerada como um dos principais agentes socializadores, e neste contexto social o aluno, assimila uma aprendizagem de mecanismos, estratégias, normas e valores das mais variadas interacções sociais, possibilitando o êxito pessoal na vida académica e de grupo e, estendendo o seu valor e utilidade além do campo escolar. Esta aprendizagem irá induzir o aluno a uma forma de ser, pensar e agir nas suas relações sociais com o mundo de trabalho e na vida pública.

Para quem, até há pouco tempo, ouvia falar da Escola como um lugar para ensinar e aprender, esta nova perspectiva de uma escola também preocupada com a integração social e cultural, com a igualdade de oportunidades e com a formação para a cidadania, significará uma alteração cultural, um desafio aos agentes educativos e a todos os que, de algum modo, coabitam no mesmo território educativo.

Parto do suposto que esta perspectiva de Escola resulta da consciência verdadeiramente assumida da diacronia existente entre as atitudes mentais e os tempos sociais de uma escola resistente e fechada ao meio que começa a perceber a importância da inovação e da abertura à comunidade, uma Escola menos preocupada com a vertente “intrainstitucional” e mais atenta à dimensão “interinstitucional”, menos elitista e corporativa e mais dialogante com a comunidade envolvente.

Baseando-nos neste princípio, que o desenvolvimento do aluno se deve processar de forma articulada e coerente, é pertinente falar da existência de um trabalho de parceria entre a escola e as restantes instituições que fazem parte da comunidade.

Sei que em muitas escolas este percurso está a ser feito e com relativo sucesso, o que prova que o mesmo “sistema” com actores educativos diferentes pode gerar escolas diferentes. De facto, e na condição de estágio pedagógico, partilho de uma experiência nova, numa dessas escolas, diferente como é a Escola Secundária de Monserrate (ESM).

Refiro-me a uma escola na qual me revejo, que defende projectos e ideias adequadas a “uma educação activa”, a um ensino de características práticas e experimentais e cuja natureza educativa se pauta pela diversidade. Importa aqui referir a intervenção e renovação do Parque Escolar que visa, justamente, preparar a escola para essa divergência qualificada para o futuro. São princípios tidos em conta, de uma escola de qualidade dos espaços físicos e do equipamento, como condição para a melhoria da qualidade das práticas de ensino e de aprendizagem. Uma escola moderna, a tempo inteiro, adequada às exigências curriculares e de inovação, onde oferece espaços de trabalho e de estudo, multi-funcionais, espaços de socialização e de abertura à comunidade e condições de habitabilidade. Para cumprir com esse objectivo, E. S. de Monserrate está dotada de equipamentos de qualidade e capaz de responder aos desafios do uso intensivo de tecnologias de informação e comunicação, do trabalho oficinal e experimental e de outras complementares à sala de aula. Um Plano Educacional que cria um sistema eficiente de gestão e recuperação dos edifícios (modernizar os edifícios existentes, edificando três novos elementos independentes, interligados entre si, com fortes ligações ao edifício principal), e uma abertura espacial em blocos, que simetriza com a edificação da cidade, onde possui átrios e pátios que comunicam com o exterior.

Para além destas mudanças físicas, sem as quais não terá sentido equacionar a questão da transformação da escola, possibilitou poderem ser acompanhadas alterações do foro cognitivo e práticas lectivas; estas só se processarão através da diversidade, da criatividade, da multiplicidade de projectos, de experiências, de modos de organização e de relações.

Nunca é demais acentuar a importância crucial dos professores na mudança e na inovação das práticas escolares; este facto tem importantes consequências nas estratégias; para ultrapassar as mudanças formais, as estratégias terão de ter em conta a diversidade de situações, de pessoas, de modos, de ritmos, de tempos, de necessidades e de projectos inovadores.

Nesta condição, contextualizo uma escola de referência, situada na freguesia de Monserrate, concelho e distrito de Viana do Castelo, onde para além das diversidades sociais de inserção, o seu significativo enquadramento geográfico, as óptimas condições materiais, as amplas características diferenciadas do corpo docente, etc.. marcam uma identidade peculiar com prestígio dentro e fora desta

instituição que se preza pela descoberta desses projectos inovadores. !

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«O Minho é, desde tempos remotos, viveiro de hábeis artífices, famosos canteiros, habilidosos estucadores, ceramistas e rendeiras. Se às suas qualidades hereditárias de artistas brilhantes acrescentarmos ainda uma paisagem sempre verde e deslumbrante, as suas danças típicas, garrida e vistosa indumentária, de rendas delicadamente trabalhadas, facilmente compreenderemos o motivo por que, nos fins do século XIX, um numeroso grupo de artistas, desenhadores, operários, sentiu a necessidade da criação de um estabelecimento de ensino onde, «a bela intuição artística fosse orientada por mestres devotados e competentes». Era um sonho acalentado por aqueles que muito judiciosamente reconheciam que a instrução civiliza e o trabalho enobrece. E quando o homem sonha e Deus quer, a obra nasce. E nasceu em Junho de 1888, há precisamente 76 anos... Hoje, o primitivo edifício, embora grande, tornou-se demasiado pequeno para alojar os 1497 alunos, que tantos foram os que se matricularam no inicio deste ano lectivo».25

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No ano de 1988, a E. S. de Monserrate completou 100 anos de existência desde a remota aula de desenho, outrora iniciada no ano de 1888 pela!

Escola de

Desenho Industrial de Viana do Castelo.

!Desde então sofreu inúmeras mudanças no seu nome, passando pela!

Escola Elementar Industrial Nun´Álvares

!(1891), filha da Revolução Industrial, onde já possuía uma oferta que contemplava as seguintes indústrias: carpintaria, tecelagem, escultura decorativa em pedra e estuque, rendas, costura e bordados. Três anos depois, são atribuídas à escola as disciplinas de Desenho Geral, desenho Ornamental e desenho Arquitectónico e os cursos de rendeira, modista, costureira, tecelão, estucador e carpinteiro civil. Neste âmbito, a escola expressa-se por meio de um conjunto de representações e identidades visuais necessárias à compreensão, ao desenvolvimento e à comunicação de projecto para o produto industrial.

No ano de 1914 e face às dificuldades económicas subjacentes à 1ª Guerra Mundial, as circunstâncias de momento levaram à substituição das Escolas de Desenho Industrial pelas de Artes e Ofícios, ou seja, aulas comerciais. Foi então criada a!

Escola de Cerâmica e Trabalhos Femininos de Nun´Álvares

!onde foram criadas as oficinas de cerâmica e trabalhos! femininos. No ano de 1931, já sob a qualidade de!

Escola Industrial e Comercial

vê a sua vertente comercial acrescida. Moderniza-se e foi-se actualizando sempre com o objectivo de servir os alunos, a cidade e o ensino das artes e ofícios. Mais tarde (1964), submete-se à requalificação e ampliação do edifício, onde passaram a funcionar Cursos de Formação: Montador Electricista, Serralheiro Mecânico, Carpinteiro/Marceneiro, Geral do Comércio e Formação Feminina. Em 1972/73, estes mesmos cursos foram substituídos pelos Cursos Gerais, que passaram também a funcionar em regime

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nocturno e criados os Cursos Complementares. De realçar que, no ano lectivo de 1978/79, foram criados novos cursos no 10ª Ano, entre os quais, a Área de estudos de Artes Plásticas - Curso Complementar de Design e Arquitectura. Introduziram-se novas metodologias, deram-se respostas dignas ao sentir dos tempos e viram-se passar pelos seus espaços alunos que mais tarde seriam nomes de referência no panorama das artes, e a outros teve-os como professores e mestres.!

Nesse mesmo ano, e após a revolução de Abril de 1974, por determinação legal das mais diversas tendências ideológicas, o ensino técnico e o ensino liceal unificaram-se. As escolas do ensino secundário tem sido até agora poderosamente marcadas por distinções discriminatórias traduzidas na multiplicidade de cursos e vias a que urge pôr fim. Com efeito, a democratização das estruturas escolares impõe a implantação de troncos comuns, isto é, de estruturas onde não haja vias paralelas de desigual prestígio que reproduzam e reforcem a hierarquia da organização social capitalista, mas uma via única, aberta, sem distinção, quer aos que venham a ingressar na vida activa, quer aos que pretendem prosseguir estudos superiores. Assim, passaram a ser designadas por Escolas Secundárias.

A escola conhece e muda a sua actual designação para!

Escola Secundária

de Monserrate

(ESM).!

No seguimento das políticas nacionais que determinaram o alargamento de ensino secundário, em 1980/81 foram criados na escola os!

Cursos de Via Ensino

!e os!

Cursos Técnico-Profissionais

"!Dez anos mais tarde, foram criados! #$!

Cursos

Secundários Predominantemente Orientados para o Prosseguimento de Estudos

! (CSPOPE) e introduzidos os!

Cursos de Educação e Formação

!(CEF / “9º+1”).!!

Numa fase de mudança e de especificidade da escola, teve início neste novo milénio uma nova reforma do ensino secundário, com a divisão deste em!

Cursos

Científico-Humanísticos

!(Ciências e Tecnologias, Artes Visuais, Ciências Económico- Sociais, Ciências Sociais e Humanas, Línguas e Literaturas) e

Cursos Tecnológicos

! (Construção Civil e Edificações, Electrotecnia/Electrónica, Design de Equipamento, Administração, Acção Social e Informática), assim como abriram as duas primeiras turmas de Cursos Profissionais (Análise Laboratorial e Electromecânica).!

No sentido de alargar o referencial mínimo de formação até ao 12º ano de escolaridade para jovens e adultos, em 2006/07 foi criado na escola o!

Centro de

Novas Oportunidades

, integrando o processo de reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), Cursos EFA (Educação e Formação de Adultos), além dos Cursos Profissionais e dos CEF.!

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Esta história foi uma narrativa de projectos sucessivos que assume a diversidade, a inovação como um valor. Uma escola que!

(...) tem raízes grandes e

fortes, criou compromissos tão poderosos, deixou em tantos alunos e professores o

sentido tão agudo de responsabilidade (...)

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Hoje, depois destes anos todos, tenho