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sentido tão agudo de responsabilidade ( ) 26 Hoje, depois destes anos todos, tenho a consciência e a convicção que a escola está viva, confiante de que há caminhos

possíveis e absolutamente decisivos em agarrar projectos com identidade própria, adequados à população daquela escola, ao contexto, ao corpo docente e a toda a comunidade educativa que nela trabalha.

A E. S. de Monserrate é palco de boas iniciativas e parcerias locais, destacando-se, pela durabilidade e proximidade, a Universidade do Minho e o Instituto Politécnico de Viana do Castelo.

A Escola de Monserrate foi e é pioneira nas

práticas da Escola aberta, na busca pertinente ou impertinente de relações úteis

com o meio, no aprofundamento dos laços culturais, na pesquisa e na

experimentação de procedimentos técnico-pedagógicos até com escolas da vizinha

Galiza

2

.

! Esta rede de relações e protocolos institucionais com outros estabelecimentos de ensino e outras instituições públicas e privadas, optimiza os recursos e partilha projectos comuns com escolas do mesmo nível ou de outros níveis de ensino e a formação dos alunos em contexto de trabalho.

Esta estreita e profícua articulação com a Escola, tem dado saltos de gigante na vivência da multiculturalidade, da integração social e até da educação para a cidadania.

Por seu lado, a E. S. de Monserrate desenvolve actualmente projectos que abrem os seus horizontes e fronteiras, inserindo no seu espaço novas convivências de realidades culturais e que, conduzirá a uma cidadania europeia participada e a um diálogo intercultural. O envolvimento do estabelecimento de ensino em diferentes projectos nacionais e internacionais demonstra a preocupação em proporcionar aos discentes oportunidades diversificadas de aprendizagem.

Ora, um dos seus planos de Projecto Educativo (PE) concretiza-se através da adesão a diversas acções e parcerias multilaterais. Insere-se num processo de planificação estratégica do desenvolvimento da escola, representando a possibilidade de mudar o contexto, as práticas escolares e a mentalidade dos actores escolares, ou seja, “pensar a escola estrategicamente”. Com esse objectivo, a ESM, além!das actividades na sala de aula, que são o fulcro da acção!educativa, propõe e dinamiza uma série de outras actividades e projectos que procuram contribuir para o desenvolvimento nos alunos das competências necessárias e esperadas no final do Ensino Secundário. Neste sentido, é possível considerar “um instrumento de melhoria da qualidade da escola” e chamar-lhe-ia a este Projecto Educativo da Escola, o seu “cartão de identidade” revelando os seus traços fundamentais (actuais e futuros). Toda esta dinâmica do Projecto permitirá aumentar

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a visibilidade da escola e a sua identidade.

Assim, no âmbito do Projecto de Educação “Conectando Mundos”27, foi publicado o manifesto internacional intitulado!

“Educação para a Cidadania Global”

! com o qual, no entender da E. S. de Monserrate, as escolas se devem identificar.

De facto, e neste contexto,!

aprender a ser, aprender a estar com/a viver com

os outros, aprender a fazer e aprender a conhecer

28

,

!impera um esforço orientado por um entendimento intercultural, assim como uma prática pedagógica inclusiva, capaz de fazer convergir diferentes formas de aprender e interpretar o mundo.!

Passaria portanto, e obrigatoriamente, por educar o aluno para a descoberta das suas próprias potencialidades e limitações – do seu lugar – no processo de construção da comunidade em que vive. No fundo, significaria gerar um conjunto de processos de aprendizagem que permitam a cada aprendente sentir-se parte integrante, integradora e fundamental de um todo complexo, dinâmico e orientado que é a sua comunidade, comunidade esta que importa descobrir em permanência.

Aqui, a escola já não é considerada enquanto serviço local do Estado mas sim como escola-comunidade educativa, o que facilita o processo de desenvolvimento acima mencionado, isto é, os alunos ao contactarem com as diversas instituições estão simultaneamente a socializar-se. !

Devido a estes factos considero que os modelos de intervenção pedagógico e didáctico desenvolvidos pela E. S. de Monserrate, baseados na abordagem de projecto ou num sistema de organização cooperativa de aprendizagem, são aqueles que melhor satisfazem as intenções. Surgem sempre questões comuns que têm a ver com os processos de construção de novas práticas e de novas relações; estes processos assumem dinâmicas diversas e exigem estratégias adequadas.

Tudo isto valoriza-se pela internacionalização dos seus projectos, no sentido de melhor ir ao encontro dos seus objectivos: desenvolver o conhecimento e sensibilizar os jovens e o pessoal educativo para a diversidade e valor das culturas e línguas europeias; ajudar os jovens a adquirir as competências básicas de vida,! necessárias ao seu desenvolvimento pessoal, à sua futura vida profissional e a uma cidadania europeia activa. E a nível mais operacional: incentivar a aprendizagem de línguas estrangeiras; melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos a mobilidade de alunos e de pessoal educativo e as parcerias entre escolas nos diferentes Estados-membros da União Europeia, durante a vigência do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida (2007-2013). Nesta perspectiva, e no decorrer deste percurso, verifico que a E.S. de Monserrate e o grupo de Artes

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27 Projecto coordenado pela ONGD italiana UCODEP e que teve a colaboração da INTERMON OXFAM, de Espanha, da INIZJAMED, de Malta, e do CIDAC (Portugal).

Visuais assegura a universalização do saber num espaço educativo alargado e que concretiza, afinal, objectivos que já hoje se encontram explícitos em muitos projectos de referência como sendo o Projecto

Comenius

e

e-Twinning

, supondo a intervenção e o envolvimento criativo de todos os protagonistas, assim como a diversidade e riqueza de várias propostas e de práticas.

Falo de projectos que, partindo de uma determinada temática, se processam num espaço de troca de experiências e conhecimentos fundamentais para o desenvolvimento dos alunos, bem como um intercâmbio cultural entre escolas de diversos países, “como um pilar do futuro da educação”.

O Projecto

Comenius,

!com o apoio de fundos comunitários, visa melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da educação, ou seja, uma “democratização da escola e do ensino”, através de parcerias quer nos diferentes ciclos, quer nos estabelecimentos que oferecem estes níveis de ensino. Por outro lado, materializa a intervenção das organizações internacionais na pesquisa, na divulgação, e na multiplicação das oportunidades na educação.

O Projecto!

e-Twinning

, por seu lado,pretende a criação de redes de trabalho colaborativo entre a comunidade educativa e escolas europeias, através do desenvolvimento de projectos comuns apoiados pela

internet

e utilização das TIC, nos formatos de colaboração e desenvolvimento profissional dos professores, assim como no tipo de apoio oferecido às escolas (serviços em vez de financiamento). Ou seja, distingue-se dos outros programas congéneres (

Comenius

,

Leonardo da

Vinci

,…) pelo facto da intercomunicabilidade entre escolas se processar via

internet

.!! Deste modo,! uma escola, por voluntária cooperação, ao envolver-se num projecto

e-Twinning

contribui para que se experimentem e utilizem novas metodologias de ensino, nomeadamente através da utilização das TIC, aproximando professores e alunos de diferentes países, em contextos de colaboração que permitem aprofundar o conhecimento do outro e de si próprio, contribuindo, assim, para a construção de uma identidade educativa e europeia. Pensa-se que a estratégia mais apropriada na área do ensino perante a coexistência com uma sociedade de informação-comunicação, em constante transformação, será ver o computador como instrumento facilitador de aprendizagens.

O!

e-Twinning

constitui um complemento importante para o desenvolvimento e implementação das Parcerias

Comenius

dado que permite a disponibilização de uma infra-estrutura que facilita o trabalho colaborativo e a partilha de experiências, ideias e recursos pedagógicos. Em muitos casos, também é útil para encontrar parceiros, dar os primeiros passos no desenvolvimento de uma parceria colaborativa a distância ou dar continuidade a projectos

Comenius.

As ferramentas disponibilizadas pela infra-estrutura do

e-Twinning

podem tanto facilitar a concretização do projecto como permitir a sua sustentabilidade no tempo.

todos», será interessante analisar o contexto cultural/ideológico em que o grupo/turma de Artes Visuais colaborou nesta experiência. Mais do que apresentar uma proposta, estes projectos aparecem, sobretudo, como o ponto de partida de uma longa caminhada de diálogos interculturais.

Entre 2008 e 2010, no âmbito do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PROALV),

“Education and Culture, Lifelong Learning Programme Comenius”

da Comissão Europeia, o grupo de Artes Visuais da E.S. de Monserrate desenvolveu uma parceria internacional e bilateral com as escolas:

The Breidholt College

(

Reykjavik

) da Islândia,

1st Vocational Shool of Patroupolis

(

Athens

) da Grécia e

Lycée Technique Prive Montplaisir

(

Valence

) da França. Esta parceria entre escolas fomentou sob a coordenação do docente Joaquim Alberto Sousa, o Projecto

Comenius,

“Let us meet through the Art”

cujo propósito genérico visa accionar, nos estudantes e professores, o sentido comunitário e a unidade entre os cidadãos da comunidade Europeia. Através deste projecto, cujo tema principal recaía sobre o estudo das Artes Visuais e dos artistas nacionais, permitiu promover o intercâmbio cultural, desenvolver competências linguísticas na língua materna, na língua de comunicação (inglês) e na língua dos países envolvidos. Possibilitou desenvolver o conhecimento de obras de artistas reconhecidos pelos diferentes países envolvidos, assim como de uma forma global e interdisciplinar, procurou obter informação mais detalhada sobre os parceiros envolvidos, captando um melhor grau de familiaridade. Este objectivo foi realizado através da apresentação, por parte de cada participante, de aspectos culturais e sociais que caracterizam o respectivo país.

Todo este programa teve início em Novembro de 2008, no qual a escola anfitriã e coordenadora deste projecto, a parceira francesa em

Valence

, agendou uma primeira reunião de trabalho nas suas instalações onde foram traçadas linhas específicas para o desenvolvimento do trabalho e, programadas as sessões conjuntas nos países participantes. As sessões de trabalho permitiram a apresentação e partilha com os restantes de temáticas desenvolvidas em cada país. Foram, ainda, momentos de afinação do desenvolvimento do trabalho e das respectivas linhas de orientação.

Deste modo, a divulgação do projecto na E. S. de Monserrate constou da distribuição de panfletos pelos encarregados de educação e alunos por iniciativa da Comissão Executiva Provisória, da apresentação no auditório de versão em português de cada representação internacional e da publicação na plataforma

Moodle

dos trabalhos concluídos ou fotografias deles.

O projecto apresentado pela E. S. de Monserrate fez referência à obra de artistas nacionais com projecção significativa nas diferentes correntes artísticas ao nível da pintura e da escultura. Os alunos envolvidos no projecto desenvolveram trabalho de pesquisa sobre a vida e obra de artistas nacionais, incluindo a

apresentação de imagens das obras de arte mais representativas, entre elas as de

“Almada Negreiros”

. Foram construídas duas versões de cada estudo: uma em português e outra em inglês. As versões em português dos trabalhos ficaram consultáveis na plataforma

Moodle

da E. S. de Monserrate, à medida que se iam concluindo. As versões em inglês, estiveram consultáveis em

site

, a monitorar pela escola francesa, e em suporte informático para apresentação nas sessões de trabalho agendadas em

Valence

. Estes trabalhos estiveram disponíveis em suporte informático do final do projecto

(DVD-Rom: Comenius, “Let us meet through the Art”

2008-2010)

podendo sempre constituir uma ferramenta de trabalho para outros alunos que os pretendam enriquecer mais tarde, possivelmente no âmbito de outro projecto.

Este projecto permitiu ajudar os estudantes de Artes Visuais a abordar a arte de forma mais eficaz e experimental, compreendendo como a identidade cultural e a história de uma nação é sentida e expressa pelos seus artistas nas respectivas obras. Verificou-se uma abertura na apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos alunos nas aulas de Desenho podendo abarcar a reprodução de obras de arte de artistas nacionais, interpretação de obras de artistas nacionais ou mesmo obras criativas desenvolvidas pelos alunos, bem como outros trabalhos relacionados com a obra de artistas portugueses.

Os trabalhos obtidos foram expostos e explicados nas sessões de trabalho agendadas, e ainda alvo de partilha por toda a comunidade escolar e/ou apresentação em auditório. Após conclusão do projecto, os professores avaliaram a aplicabilidade e eficácia do método.

Com estes trabalhos pretendeu-se partilhar todo o potencial de formação da escola e a capacidade técnica dos alunos do ensino artístico, constituindo uma possibilidade de implementar um método de ensino mais directo e efectivo em cursos ligados às Artes Visuais.

No início deste ano lectivo, teve origem um outro projecto, o

e-Twinning,

“Music connecting people”

, dirigido por uma escola búlgara

(Kanzalak)

cuja plataforma internacional visava promover o intercâmbio cultural/musical e colaborativo entre mais de quinze escolas de diferentes países. Mais uma vez, e sob a coordenação do docente Joaquim Alberto Sousa, o grupo de Artes Visuais da E.S. de Monserrate participou nesta partilha cultural associada à divulgação/promoção de idiomas e melodias europeus. Este projecto, cujo tema incidiu em que cada escola criasse um retrato da música nacional, permitiu promover uma partilha do património musical inter-países no sentido de os alunos desenvolverem competências linguísticas e de cidadania, perante as novas abordagens tecnológicas, de pesquisa e tratamento de informação, face ao veículo de comunicação (inglês). Devo relatar que há professores que trabalham dentro deste

tema, mas que não trabalham associados, trabalham dispersos.

A concepção do projecto, adoptado pela E. S. de Monserrate e que teve a colaboração do docente Armando Paula, consistiu na selecção de uma turma participante e activa, 10º I de Artes Visuais, e assentou na escolha dos mais relevantes géneros da música portuguesa: fado, música tradicional, música ligeira, rock, pop, pimba, de intervenção e instrumental.

Este projecto envolveu os alunos (organizados em grupos) na pesquisa e caracterização em texto daqueles géneros, bem como na recolha de músicas características de cada género. Por mera coincidência, abordagem teórico-prático ao meu trabalho pictórico, possibilitou, a convite do docente cooperante, co-intervir neste programa e no plano do projecto, contemplando parte da obra sobre o

“Fado”

.

Fado in the paintings of Damião Porto:

Damião Porto is our teacher of drawing; he graduated in painting at the Fine Arts School of Porto University and has a master in Visual Arts Teaching. He took part in several individual and collective exhibitions. He is represented in several institutions and was rewarded in different painting meetings.

He is in love with Fado, so he chose this kind of music as a topic for his work, showing the magic of these genuinely Portuguese songs.

You may appreciate the musicality of Fado and the modern pictorial speech of our teacher.29

A tradução dos textos para inglês e articulação com os géneros musicais