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Duarte de Castelo Branco (a Castela) – [ Catarina] Xabregas, 16 de Novembro de

APÊNDICE DOCUMENTAL

D. Duarte de Castelo Branco (a Castela) – [ Catarina] Xabregas, 16 de Novembro de

Dom Duarte de Castello Branco o que por meu serviço fazeras he o seguinte

+ Dareis a señora Prinçesa minha filha a Carta minha que leuais e Visitalaeis de minha parte com palauras que signifiquem o amor que lhe tenho como a propria filha pedindo lhe vos de de si muitas nouas pera mas escreuerdes porque nenhum outro cuidado vos encommendo mais que de a servirdes em tudo e de me avisardes sempre de sua disposição que espero que seja a que lhe eu deseijo

+ Ao señor Rey meu filho dareis tambem a minha Carta que pera elle leuais e Visitaloheis de minha parte com todas as boas palauras que requerẽ o grande amor q̃ lhe tenho e a rezão que entre nos há significando lhe o muito contentamento que tenho de ter já celebrado este seu casamento em que espero a nosso snõr Viuira muitos annos com todas as prosperidades e contentamentos que lhe eu desejo e pedirlhe heis que desi vos de muitas nouas pera mas escreuerdes que prazera a nosso snõr que conforme a meus desejos serão muito boas.

+ Visitareis tambem a Señõra Rainha minha sobrinha dandolhe minha Carta e o pera bem de sua boa vinda a espanha e de seu casamento manifestandolhe o contentamento que pollo hum e pollo outro tenho e os (rasgado… “dezejos”) e esperança de lhe nosso sor dar muitos annos de vida pera (rasgado… “lograr”) seus

Reinos com muitos gostos e contentamentos, e que lhe peço me mande muito particulares nouas de sua /4v. disposição e me avise das cousas que forem de seu gosto por que o terey eu muito grande de me ocupar nellas com aquelle amor que por muitas rezões lhe tenho.

+ Dareis minha Carta ao Principe Rodolpho meu sobrinho e Visitaloeis a elle e ao Principe Arnesto seu hirmão significandolhes a magoa com que fico de os não ter visto ãtes de se hiren de Espanha e que reçeberey merçe donde quer que estiuerem mandarme muito boas nouas de si.

+ Visitareis os Prinçipes Alberto e Vinçislao seus hirmãos de sua boa Vinda com a Rainha sua hirmaã mostrandolhes o gosto que sempre terey de saber delles tam boas nouas como desejo.

+ E assim visitareis as Iffantes filhas do señor Rey meu filho se for conforme os custumes de laa e tiuerdes pera isso opportunidade.

183 + E se dom João daustria meu sobrinho for vindo já de Granada ou quando vier hey por bem que o visiteis de minha parte e lhe digaes a muita vontade e amor que lhe (rasgado… “tenho a qual sempre”) em mim achara pera tudo o que as (rasgado… “suas cousas tocar”) que folho de a nosso señor trazer são e saluo (deteriorado… “deixando Já em tão bom estado as cousas e de Granada”) e que lhe rogo que sempre me faça saber Como (fl. 5) esta porq̃ Reçeberey nisso muito plazer e que lhe não escreuo por não saber se seria já vindo

+ Ao Cardeal de Siguença e Duque de Feria e Prinçipe Deboli Visitareis de minha parte na maneira com que aveis de fazer da do señor Rey meu neto e agradeçendo hy a cada hum delles a vontade que nelles tenho conheçida pera as cousas de meu contentamento.

+ Encommendouos muito que todas as vezes que escreuerdes ao Señor Rey meu neto me escreuais nouas das desposições do señor Rey meu filho e da sñora Rainha sua molher minha sobrinha e Prinçipes de Boemia e da sñora Prinçesa minha fa e das Iffantes, e de Dom João Daustria meu sobrinho porque reçeberey

nisso de vos muito contentamento e scripta em Emxobreguas a xvj de Nouembro de 1570

RAYNHA

Lisboa, BA, Embaixada e Governo de D. Duarte de Castelo Branco, cód. 49-X-1, fls. 4-5.

DOCUMENTO Nº 7

Francisco Giraldes (a Inglaterra) Almeirim, 27 de Dezembro de 1571

Principia ElRei dizendo: que tinha recebido as cartas que este Ministro lhe havia escripto em 27 de Setembro a respeito da concordia (ajuste d’amizade) entre Portugal e Inglaterra, e da esperança que tinha o dito Giraldes em que o dito Tratado se concluiria em proveito dos dois Reinos.

Que elle Rei tivera muita satisfação em saber pela dita carta, que aquella negociação progredia de tal maneira que deveria esperar-se um favoravel resultado.

Que estava resoluto a seguir o que elle Giraldes propozera, e o que lhe fôra respondido sobre aquelle assumpto, estando assim o caminho aberto para se tomar uma boa resolução. Que por estes motivos elle Rei desejava que a concordia e ajuste se fizessem por tal forma e se concluísse de modo que pudesse durar, e conservar-se elle Rei em boa paz e amizade com a Rainha d’Inglaterra, como o havião praticado os seus predecessores com os da mesma Rainha, tanto mais que S. M. lhe havia mostrado a elle Giraldes os mesmos sentimentos, quando lhe respondèra aos comprimentos que lhe fizera da parte delle Rei de Portugal, e na benevola recepção que lhe fizera.

Que elle deveria mostrar (aos Ministros Inglezes) que em resposta à sua dita carta, elle Rei lhe tinha mandado poderes para concluir em nome delle Rei a concordia com a Inglaterra com as condições que elle Giraldes havia exposto nas suas ditas cartas. Que era necessario que os ajustes, que se concluíssem, fossem duráveis e perpétuos pela grande importância dos mesmos para os dois Soberanos, e seus respectivos paizes, autorizando-o a dizer em nome delle Rei tudo quanto fosse conducente ao dito fim; e logo que elle Giraldes lhe communicasse as condições ajustadas, elle Rei lhe enviaria imediatamente poder sufficiente afim de poder confirmar o dito Tratado com maior solemnidade, bem como os artigos desta concordia, e para subscrever aos mesmos em nome delle Rei de Portugal.

184 O original está presente em Londres, British Library, Cotton Library, Nero B-1, fl. 189 Visconde de Santarém, Quadro Elementar […], tomo XV, 1854, pp. 242-244

DOCUMENTO Nº 8

João Gomes da Silva (a França) – [D. Catarina] 1571

Recebida a instrucção do seu Soberano, lhe ordenou a Rainha D. Catharina, que entregando as suas Cartas escritas a ElRey Christianissimo, e à Rainha sua esposa, lhe significasse a hum sincéro jubilo que tivera, quando recebeo a fausta noticia de ter celebrado desposorios com sua sobrinha, e a esta o excessivo amor que lhe tinha, fundado em os estreitos vinculos do parentesco, e excellentes dotes de que a natureza beneficamente a ornara, esperando que brevemente o Author de todas as felicidades, lhe abençoasse o thalamo com dilatada descendencia, para com ella se illustrarem os mayores Thronos da Europa. Semelhante obsequio mandou practicar com a Rainha-mãy delRey, e a irmãa deste Principe a Infanta Margarida de Valois; e ultimamente ao Duque de Anjù, irmão delRey Christianissimo exaltando com grandes elogios o intrepido valor, e sagrado zelo, com que parcial dos interesses delRey, se tinha heroicamente opposto aos atrevidos intentos dos sequazes do Calvinismo.

Diogo Barbosa Machado, Memorias […], parte III, livro II, capítulo V, pp. 332-333

DOCUMENTO Nº 9

D. Dinis de Lencastre (a França)