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CAPÍTULO II – REVISÃO DE LITERATURA

2.5 EDUCAÇÃO CORPORATIVA, FORMAÇÃO E RESPONSABILIDADE NA ÁREA

A educação corporativa surge no final do século XXI como setor de crescimento na área educacional. O tema surgiu inicialmente nas instituições organizacionais e posteriormente ganhou espaço no mundo acadêmico Eboli (2004). Para a autora a Educação Corporativa (EC) articula mecanismos para aumentar a competitividade, o valor das instituições por meio da valorização das pessoas. A realidade mudou e com ela exige-se das pessoas em todos os níveis conhecimentos, capacidade de criar, além de serem solicitadas contribuições que gerem sucesso, que superem as expectativas.

Jeanne Meister (citado por COSTA, 2001) relata que a universidade corporativa é o guarda-chuva estratégico para o desenvolvimento e educação de funcionários, com o objetivo de atender as estratégias de uma instituição.

No Brasil a EC já é conhecida como universidade corporativa (UC) e como uma área de desenvolvimento de pessoas pautada por modelos de repasse e controle do conhecimento. A missão da UC consiste em formar e desenvolver talentos promovendo princípios de assimilação, difusão e aplicação, por meio de uma aprendizagem ativa e contínua, o que para a psicologia humanista no fundamento fisiológico pode ser uma promoção da organização do tempo, em que os colaboradores poderão negociar consigo mesmos o melhor momento para a aprendizagem virtual, dentro de um plano fixo temporal.

Para consolidar o conhecimento e o modelo da EC, Meister (1999) apresenta sua essência fenomenológica contextualizada em cinco itens:

• Organizações flexíveis – A emergência da instituição não hierárquica, enxuta e flexível, com capacidade de dar respostas rápidas;

• Era do conhecimento – O advento e a consolidação da economia do conhecimento é a nova base para a formação de riquezas nos níveis individual, institucional e nacional;

• Rápida obsolescência do conhecimento – Redução do prazo de validade do conhecimento associada ao sentido de urgência;

• Empregabilidade – O novo foco na capacidade de empregabilidade/ ocupacionalidade para a vida toda em lugar do emprego para toda a vida;

• Educação para estratégia global – Uma mudança fundamental no mercado da educação global, evidenciando-se a necessidade de formar pessoas com visão global e perspectiva internacional dos negócios.

Desses itens ressalta-se a empregabilidade como estando diretamente relacionada ao PBPF, tendo em vista que após a conclusão do curso surge a possibilidade de acesso a novas oportunidades. A literatura aponta que a EC pode se tornar parte de uma instituição educacional, consolidando o conhecimento e o aprendizado de sua equipe por meio da disponibilização de cursos e treinamentos presenciais e no modelo de educação a distancia.

O último pode facilitar e motivar, propondo um modelo de educação que facilite o acesso das pessoas, e promova a possibilidade de uma universidade a distância para seus colaboradores como forma de aprimorar a formação acadêmica e técnica do grupo conforme aponta Éboli (2004) “precisa-se evoluir na definição de critérios que permitam identificar e analisar os sistemas de EC para que ele seja eficaz na gestão administrativa, financeira e fundamentalmente na área de gestão de pessoas.”

Anísio Teixeira (citado por COSTA, 2001, p. 36) relata que a universidade brasileira, além de preparar profissionais para carreiras liberais e técnicas deve preocupar-se com o homem em seu contexto de vida. Pesquisadores da EC vêm se perguntando como poderão, então, formar trabalhadores com talento para ocuparem maiores espaços nesta era do talento tecnológico.

A autora reforça que a EC é uma realidade e que ela pode oferecer soluções para gestores e colaboradores ao adotar estratégias para aprimorar programas na área de gestão de pessoas.

A educação corporativa é um mecanismo que transforma a sociedade em grande escala. O ser humano se desenvolve ao longo da existência; o modo de analisar e compreender o universo, por mais simples que seja, só é possível pela aprendizagem. Dessa forma, esse modelo de educação encontra seu valor, proporcionando uma elaboração e interpretação crítica da realidade.

Aranha (1996 citado por ÉBOLI, 2004) aponta que “a EC designa o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, físico, espiritual, estético e afetivo existente

em cada ser humano; também designa o processo de transmissão da herança cultural às novas gerações.”

Como a educação mantém viva a memória de um povo e dá condições para sua sobrevivência, Costa (2001) reforça esse entendimento com um percurso histórico, relatando que no pensamento medieval ela surge como um instrumento para um fim maior, a salvação da alma e a vida eterna. Na Grécia, a visão da educação era menos rígida no sentido culto-religioso, porém havia uma distinção na forma em que o conhecimento era distribuído – os governantes vinculavam sua formação ao saber e pensar, enquanto os produtores focavam-se no fazer.

Atualmente, apesar da educação ainda não se encontrar em um patamar desejado, encontra-se apta para a competitividade. Sua implicação no desenvolvimento econômico fortalece a necessidade e a preocupação de disponibilizá-la para a maior parte da população, com a exigência de que seja distribuída em contextos onde a formação seja necessária e fundamentada no desenvolvimento institucional e humano. A educação tem o papel de ajudar a despertar em cada pessoa a consciência de sua própria dignidade e de exercer a cidadania (COSTA, 2001).

De acordo com Tobin (1998), várias são as razões para aprimorar a imagem interna e externa de uma instituição, e de acordo com pesquisas surgem a todo o momento universidades- empresas, faculdades e institutos de ensino para fortalecer o conhecimento entre gestores e colaboradores.

Através de modelo convencional da EC, instituições promovem novos mecanismos para estimular e aproveitar o conhecimento de seus colaboradores. A EC tem sete princípios que ilustram as possibilidades para sua implementação:

Princípios Práticas

Competitividade Conceber ações e programas educacionais

Perpetuidade Responsabilizar-se pelo processo de aprendizagem

Conectividade Criar mecanismos de gestão que favoreçam acompanhamento a grupos Disponibilidade Utilizar de forma intensiva a tecnologia aplicada a educação

Cidadania Obter sinergia entre programas educacionais e projetos sociais

Parceria Parceria interna: Responsabilizar gestores e colaboradores pelo processo de aprendizagem disponivel Sustentabilidade Criar mecanismo que favoreçam a auto – sustentabilidade do sistema de gestão corporativa

Quadro 1 - Os sete princípios da educação corporativa e suas práticas Fonte: Éboli (2004).

Instituições que realizam ou tem como objetivo iniciar as práticas apontadas pelos princípios da EC perceberão que a área de gestão de pessoas pode articular suas ações seguindo os sete princípios apresentados acima. Por exemplo, o Programa de Bolsas de

Estudo para Professores e Funcionário/PBPF pode encaixar-se no item conectividade, utilizando da tecnologia para acompanhar os usuários do programa.

De acordo com Gdikian e Silva (2001 apud ÉBOLI, 2004) após pesquisa realizada em 30 instituições o modelo de EC apontou os resultados a seguir:

• 60% das instituições adotaram pelo menos um dos princípios da EC;

• 70% das instituições incentivam/subsidiam a participação de seus funcionários em programas de graduação ou pós-graduação em IES

• De 60% a 70% adotaram mecanismos para acompanhar e orientar os colaboradores que participam dos programas de aprendizagem.

Essa consideração permite concluir que a existência de programa de bolsas de estudo é parte de um processo de educação corporativa. E que ao PBPF cabe sistematizar, mensurar e orientar os colaboradores para que haja um delineamento sistemático da utilização do mesmo. Além de analisar a possibilidade de estender a estrutura da IES para outras instituições que tenham interesse em subsidiar a participação de seus colaboradores nos programas educacionais da IES pesquisada.

2.6 PROGRAMAS DE BENEFÍCIOS – A EDUCAÇÃO COMO FERRAMENTA PARA A