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CAPÍTULO IV ANÁLISE DOS DADOS

4.2 O PBPF NA VISÃO DOS GESTORES, PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS

4.2.1 O PBPF e os gestores

Nas entrevistas com os gestores, foi-lhes perguntado sobre a visão destes em relação ao modelo atual do PBPF. Na tabela a seguir lista das perguntas e respostas obtidas:

Tabela 4. Visão dos Gestores em relação PBPF

Fonte: Entrevistas com gestores sobre o PBPF

VISÃO DOS GESTORES RESULTADO

Relação entre concessão de bolsas e atuação

Não existe”

“Única relação é a contratação dos colaboradores” Somente para concessão( Tabela Progressiva) Existe avaliação para os inseridos no

PBPF?

“Não existe avaliação formal”

“Existe acompanhamento informal do colaborador em alguns setores da IES”.

Existe Satisfação pessoal ou colaboradores vêem o PBPF somente como complemento salarial ?

Satisfação pessoal é maior entre os colaboradores mais antigos na IES”

“Complemento Salarial - Dependentes e Recém contratados

O PBPF promove o maior desempenho do colaborador?

“ Sim”

Não acreditam que o PBPF aumente consideravelmente o desempenho ”

“Aumenta o desempenho enquanto estão estudando” Diminui o desempenho quando questionam outros benefícios.

Quais as diretrizes mais importantes do PBPF?

Os acordos coletivos”

“O fato do colaborador ter que pagar a mensalidade em caso de reprovação e a impossibilidade de mudança frequente de curso”

O PBPF pode reter ou motivar os colaboradores?

“Sim”

“Motivação só até a conclusão do curso”

“Retenção caso não haja oportunidades no mercado de trabalho, ou quando possuem dependentes inseridos no PBPF ”

Acomodação é o maior aspecto da retenção O que poderiam acrescentar em relação ao

PBPF?

Alguns colaboradores utilizam o PBPF sem considerar sua importância pessoal e financeira ”*

Avaliar o PBPF

Nas entrevistas com os gestores/assessores, foi-lhes perguntado se existia relação entre a concessão das bolsas de estudo e a atuação prévia dos funcionários e professores, na IES. A maior parte dos respondentes disse que não; os demais apontaram a relação com as normas de contratação e tempo de serviço para que os usuários fossem inseridos no programa, mas que não existia relação formal da concessão com a atuação do usuário em sua função no trabalho.

Sobre a existência de avaliação dos usuários inseridos no PBPF antes/depois de sua formação, os respondentes disseram que não existia avaliação na instituição. Alguns indicaram que realizavam uma avaliação estabelecendo critérios próprios dentro de seu setor na IES. Como por exemplo, foi citado o acompanhamento do desempenho acadêmico do bolsista de um modo mais próximo, oferecendo sugestões e orientando conforme as possibilidades do gestor; cada caso era analisado em condições individuais e sem registros.

Quando questionados se os usuários apresentavam satisfação pessoal ou se viam o PBPF apenas como um “complemento salarial”, os respondentes se dividiram entre uma opção e outra, considerando que a satisfação pessoal era maior entre os usuários com mais tempo de serviço na IES. Os respondentes que mais enfatizaram satisfação pessoal citaram que havia casos freqüentes de desconsideração total no uso do PBPF, relatou-se que alguns colaboradores só o viam como “complemento salarial”, além de ressaltarem que muitos dependentes relacionavam sua formação com como um direito por seus responsáveis trabalharem na IES. Esse item apontou que parte dos dependentes não valorizava o PBPF, não o vinculavam a um benefício mas a um direito.

Alguns gestores relataram preocupação com os dependentes no nível fundamental e médio, pois haviam casos em que os alunos só utilizavam a bolsa para satisfazer aos pais, demonstrando pouca dedicação aos estudos, pois preferiam estar em outras instituições.

Os gestores/assessores do PBPF indicaram que o fato da IES dispor de um programa de bolsas nem sempre promove um melhor desempenho do colaborador em suas atividades: “O funcionário é o que é em alguns casos, quando existe possibilidade de demissão ou outros interesses, nota-se uma tentativa de melhorar suas ações”. Indicou-se que benefícios como planos de saúde e ticket de alimentação são solicitados por colaboradores que não utilizam o PBPF.

Os gestores/assessores indicaram que as diretrizes mais importantes do PBPF estão nos acordos coletivos e nas convenções sindicais que regulamentam o programa, porém ressaltam que a existência do PBPF como parte da história da IES, que criou a Bolsa Trabalho a partir de uma ação espontânea. Tanto é assim que os acordos pontuam 70% de desconto em uma escala que combina tempo de serviço e carga horária exercida, e a IES oferece mais 30%

(espontaneamente) para atingir os 100% desde seu início, independentemente de regulamentações sindicais.

Em relação às estratégias do PBPF, os respondentes indicaram que o fato de o usuário reprovado em uma disciplina atualmente ter de pagar sua mensalidade e ser impedido de trocar frequentemente de curso são alterações consideradas por todos como especialmente eficazes. Apesar de considerarem positivo o pagamento em caso de reprovação alguns gestores percebem que esse fato tem gerado problemas relacionados ao acumulo de dívidas adquiridas pelo funcionário, que tem que pagar por sua reprovação ou de seus dependentes. Muitos procuram seus superiores para gerenciar esse tipo de problema, indicando que essa conseqüente “dívida” traz preocupações que atrapalham o andamento de suas atividades. Um dos respondentes acrescentou que A IES busca cumprir as determinações das classes sindicais, avaliando sempre a oportunidade de acrescentar mais ao PBPF, mas que os colaboradores também devem se responsabilizar por suas atitudes enquanto estudante- colaborador.

Ao serem questionados se o fato de a IES oferecer o PBPF poderia reter ou motivar os colaboradores, os gestores- respondentes indicaram que muitos dos colaboradores ficam por motivados apenas até a conclusão dos cursos; após essa etapa, desmotivam isso em relação aos funcionários administrativos, que são a maioria dos inseridos no PBPF. Sobre a retenção, disseram que os usuários continuam caso tenham dependentes utilizando o PBPF ou quando não conseguem sucesso profissional fora da IES. Para os docentes tudo depende da carga horária e de quantos dependentes eles tem utilizando o PBPF.

Foi relatado por alguns que a motivação somente existiria caso o usuário estivesse inserido na atividade de acordo com sua formação. E que também percebem a motivação e o sentimento de valorização quando o colaborador participa de programas de educação continuada ou de extensão da IES, que são parte do PDI.

Quando perguntados sobre as alterações e ajustes que aperfeiçoaram ou comprometeram o programa, os respondentes indicaram que ocorreram sim, e todos foram analisados mais internamente do que sob imposição sindical. A equiparação dos benefícios entre funcionários e professores é um dos itens sempre analisados. Nessa questão alguns entrevistados indicaram que o PBPF está atualmente sendo avaliado por uma comissão interna da IES a fim de aperfeiçoar o programa.

Ao serem questionados sobre o que poderiam acrescentar em relação ao PBPF que não fora abordado anteriormente, os respondentes disseram que é importante fazer com que os usuários:

• Conheçam mais o PBPF e seus objetivos;

• Identifiquem de modo claro seus critérios;

• Tracem os prós e os contras da relação do seu trabalho com o horário exigido pelo estudo;

• Sejam orientados na decisão para a escolha do curso, com o objetivo de minimizar os abandonos e as reprovações;

• Que seja esclarecido ao bolsista de que é impossível á IES absorver todos os formados pelo PBPF