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CAPÍTULO IV ANÁLISE DOS DADOS

4.1 A IES E O PBPF

O Programa de Bolsas de Estudo para Professores e Funcionários (PBPF) surgiu a partir da visão educacional de uma das gestoras da IES ao longo de suas atividades sociais, visando estimular o desenvolvimento humano. Acompanhando as alterações vinculadas ao desenvolvimento institucional, o PBPF atualmente é parte do PDI e segue regulamentações das ações sindicais e convenções coletivas acerca do programas de benefícios.

O PBPF trata-se de um benefício disponibilizado para todos os funcionários, professores e seus dependentes para cursarem a graduação, a pós-graduação, o ensino fundamental e médio no colégio vinculado à IES, conforme diretrizes (CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍIA UNICEUB, 2010) apresentadas pela política institucional de bolsas de estudo:

• Incentivar o desenvolvimento profissional dos colaboradores em todos os níveis;

• Valorizar o desempenho profissional;

• Propiciar aos colaboradores formação profissional;

• Promover talentos da instituição.

Começar uma história escrevendo sobre outra história, um sonho político, com viés educacional, é algo que torna uma pesquisa interessante, pelo menos para o pesquisador, e muito mais se ele a vivencia em sua rotina. No período inicial de Brasília, empresas e instituições de todos os tipos contribuíram para o início da consolidação da cidade, nesse sentido uma instituição de ensino surge e oferece oportunidade para os que desejavam estudar no período noturno e disponibiliza bolsas de estudo para seus colaboradores.

Políticos, empresários, homens e mulheres contribuíram para o que hoje se revela a capital do país, cada idéia era trabalhada para fundamentar os princípios educacionais que fariam parte de Brasília. Nesses grupos, inseriu-se um, em específico, que sonhava construir um colégio, uma faculdade para permitir a formação acadêmica dos que aqui passariam a viver. Muito se trabalhou analisando modelos e estruturas para a fundação de uma IES que atualmente sobressai como uma da melhores do país.

A partir de então, uma jovem senhora, esposa de um dos idealizadores da IES pesquisada, criou o Programa Bolsa Trabalho. Este modelo proporcionava possibilidade de estudo aos funcionários da IES que não tinham acesso ao ensino superior. Muitas pessoas usufruíram deste modelo até que, ao longo dos anos e com sua formalização, ele passa a ser denominado PBPF. Young (2007) introduz o conceito de programa com a seguinte definição: “Política para gestão de projetos e se seus processos, a fim de alcançar objetivos claramente definidos, identificados como necessidades estratégicas para administrar e controlar o processo de mudança”.

A partir dos objetivos de programa apresentado, o autor sugere que a área de gestão de pessoas mantenha o acompanhamento e a análise dos resultados periodicamente.

4.1.1 Caracterização da IES

A pesquisa desenvolveu-se em uma IES privada do DF, criada em 1968, e que mantém o PBPF desde 1974. Possui atualmente 1.147 colaboradores entre funcionários administrativos e docentes. A IES oferece atualmente amplo leque de cursos – 22 de graduação, 24 de pós-graduação lato sensu, 36 cursos sequenciais e 2 cursos de strictu-sensu , além dos cursos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio. Esta diversidade de cursos foi alcançada ao longo de seus anos de funcionamento, o que explica o empenho da administração em propiciar oportunidades de desenvolvimento profissional para fazer frente à demanda criada pela implantação dos novos programas.

De acordo com o PDI, a IES pesquisada tem como filosofia “preparar o homem integral por meio da busca do conhecimento e da verdade, assegurando-lhe a compreensão adequada de si mesmo e de sua responsabilidade social e profissional” e como missão: “Gerar, sistematizar e disseminar o conhecimento visando à formação de cidadãos reflexivos

e empreendedores, comprometidos com o desenvolvimento socioeconômico sustentável” (CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍIA UNICEUB, 2010).

4.1.2 A implementação e o funcionamento do PBPF

O Programa de Bolsas de Estudo para Professores e Funcionários (PBPF) teve início em 1974 e inclui histórias de pessoas que o utilizaram ao longo de 36 anos, a partir do seu trabalho na IES. Ressalta-se que o PBPF supera-se no quesito do que lhe é legislado nos sindicatos da categoria em relação a concessão de bolsas de estudo, sendo que disponibiliza 30% a mais do que é recomendado (70%), resultando em 100%. Além de já dispor esse Benefício nesse percentual, antes do inicio da solicitação sindical, que só veio muitos anos depois. As bolsas de estudo para graduação seguem os acordos coletivos anuais entre a as associações de professores e de funcionários que revêem os dados e propostas para adequar a legislação. No caso das bolsas de pós-graduação, as solicitações seguem o regimento das portarias institucionais para análise e avaliação da disponibilidade de liberação do Benefício. Em 2007, essas portarias foram suspensas pela direção superior, continuando sem alteração o programa de bolsas no quesito graduação e utilização da bolsa para dependentes.

O programa insere-se no PDI como fator importante para a caracterização das IES que atende o perfil educador, gerenciando ações de educação continuada para seu corpo discente, docente e para os funcionários administrativos.

As convenções coletivas, em conjunto com as normas sindicais das categorias docentes e de colaboradores das áreas de ensino, regulam anualmente os interesses dos gestores e usuários do PBPF. Os sindicatos das categorias são denominados como Sindicato das Escolas Particulares (SINEPE), Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino (SAEP) e o Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (SINPROEP) (Anexa cópia da Convenção Coletiva). Para a regulamentação do PBPF utilizam-se as convenções coletivas e as portarias institucionais que define o Programa de Benefício de Bolsas de Estudo para Professores e Funcionários.

O PBPF não atende somente os colaboradores, estende a concessão de bolsas de estudo, como forma de Benefício espontâneo, pois analisa e atende solicitações da comunidade acadêmica e do DF.

Para que haja uma delineação do PBPF, utilizou-se a teoria de benefícios como subsidio para análise do tema, que apesar de ter iniciado a partir de uma intenção particular, vincula-se á atual legislação trabalhista, que indica o percentual de responsabilidade que as IES devem destinar aos colaboradores.

Assim, segundo o escalonamento, os funcionários com mais de um ano de tempo de casa tem direito a bolsa que dá 100% de cobertura da mensalidade do curso freqüentado, os funcionários com mais de cinco anos de tempo de casa tem direito a bolsas para seus dependentes, com cobertura de 100% da mensalidade.

No caso dos professores, o acesso á bolsa de estudos leva em conta o tempo de casa, como também, a carga horária semanal dedicada à docência. Os professores como menos de cinco anos tem que ter no mínimo 22 horas/aula para ser contemplado com a bolsa que dá a cobertura de 100% da mensalidade do curso freqüentado. Os dependentes dos professores, tem bolsa com cobertura de 100% quando o professor tem mais de cinco anos de casa e uma carga horária semanal mínima de 12 horas.

4.1.3 Estatísticas sobre o PBPF

Para a realização desta pesquisa utilizou-se uma amostra randômica de colaboradores que concluíram o programa, independente do período de conclusão. Mas para exemplificar o programa optou-se em apresentar o número de bolsas disponibilizadas e os concluintes do PBPF no período entre 2007 /2009. Nesse intervalo a IES disponibilizou para funcionários, professores, dependentes e para solicitações da comunidade acadêmica e do DF, um total de 4.132 bolsas de estudo. Para o mesmo período levantou-se o número de colaboradores do programa formados pelo PBPF, parte dos sujeitos desta pesquisa, conforme apresentado na tabela a seguir:

Tabela 3 - Número de Funcionários e Professores concluintes de cursos pelo PBPF entre 2007 e 2009 Ano Funcionários Administrativos Docentes

2007 37 05

2008 29 02

2009 23 06

TOTAL 89 13

Os colaboradores na IES são divididos em funcionários administrativos e de docência. No caso do PBPF as considerações diferem no quesito “tempo de serviço” para os funcionários e “quantidade de horas-aula” para os docentes, igualando-se posteriormente todos os demais critérios para uso do PBPF. (O detalhamento do escalonamento encontra-se no anexo A)