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EDUCAÇÃO FORMAÇÃO FORMAÇÃO FORMAÇÃO FORMAÇÃO

No documento Capitulo I CAPITULO I ESTRUTURA TERRITORIAL (páginas 84-143)

EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO ---- FORMAÇÃO FORMAÇÃO FORMAÇÃO FORMAÇÃO

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Face aos múltiplos desafios do futuro, a educação/formação surge como um trunfo indispensável há humanidade na sua construção das ideias da paz, da liberdade, da justiça social e apresenta um papel essencial no desenvolvimento contínuo tanto das pessoas como das sociedades.

Não como um “remédio milagroso” que atingiu a realização de todos os seus ideais mas, entre outros caminhos e para além deles, como uma via que conduza a um desenvolvimento humano mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as incompreensões, as opressões e as guerras.10

A educação/formação deve ser acolhida nas nossas sociedades, dando-lhes o espaço que lhe cabe no sistema educativo, sem dúvida, mas também na família, na comunidade, na nação, ou seja é urgente envolver toda a comunidade, devendo ser tido em conta aquando das opções políticas, económicas e financeiras. As políticas educativas como processo permanente de enriquecimento dos conhecimentos, do saber - fazer mas também, de construção da própria pessoa, das relações entre indivíduos, grupos e nações devem ser pensadas e adequadas a cada realidade.

A educação/formação apresenta-se assim, como um trunfo que permite a todos frutificar os seus talentos e potencialidades, para tal, é necessário responsabilizar cada um pela realização do seu projecto pessoal.

A formação/educação é actualmente uma questão crucial e representa uma resposta credível à actual complexidade da sociedade, onde a qualificação dos indivíduos marca a diferença. Poderá e deverá ser resposta à falta de competitividade das empresas, à crescente evolução tecnológica e à ausência de requalificação e formação dos trabalhadores.

Estas premissas são ainda mais plausíveis quando associadas ao nosso concelho, pois a maioria das empresas enfrenta fortes problemas de competitividade, resistência à inovação tecnológica e na sua maioria têm colaboradores com baixa qualificação.

Segundo a Socióloga Maria João Simões (Universidade da Beira Interior), a redução do desemprego passa por aumentar o espírito de iniciativa e capacidade de enfrentar os desafios. Estes, para serem ultrapassados com sucesso, terão de ser apoiados via educação e formação, visto através da formação é possível prevenir e combater o desemprego, preparar-se os activos qualificados, desenvolvendo as suas competências, permitindo- lhe uma melhor adaptação às actividades profissionais. A formação facilita a (re) integração no mercado de trabalho.

____________________________________________________________ nenhum 1º ciclo 2ª ciclo 3ª ciclo secundário superior EDUCAÇÃO

Numa era caracterizada pela Globalização, a educação representa um dos pilares fundamentais, enquanto mecanismo potenciador de respostas e de desenvolvimento para com o indivíduo e para com a própria comunidade.

Tendo em conta uma breve caracterização da população residente no concelho de Arouca, quanto aos níveis de ensino, verificamos que:

A população do concelho, de Arouca, apresenta níveis de escolaridade bastantes reduzidos, o que pode correlacionar-se com o facto da população residente ser envelhecida e do território ter características marcadamente rurais em determinadas freguesias.

Quadro 47- Nível de Instrução da população residente

Fonte: INE, Censos 2001

De acordo com os Censos 2001, a maioria da população do concelho de Arouca (39.3%) atingiu um nível de instrução equivalente ao 1º ciclo do ensino básico (cerca de 9525 habitantes têm um nível de escolaridade equivalente ao 4º ano de escolaridade) o que

revela um baixo nível de instrução da maioria da população. Seguem-se 4576 habitantes (cerca de 18.8%) com escolaridade equivalente ao 2º ciclo do ensino básico. Cerca de 9.5% da população, 2308 habitantes têm escolaridade ao nível do 3º

ciclo. O elevado n.º de população sem nenhum nível de instrução – 4307 indivíduos - cerca de 17.7% da população total. No que concerne à população com instrução de nível secundário e superior os números são 2139 e 1296 habitantes respectivamente, o que corresponde a 14.1% da população residente, nessa situação. Podemos constatar também, que cerca de 76% da população residente tem um nível de instrução inferior ao 9º

Nível de instrução N.º habitantes

Nenhum 4307 1º ciclo completo 9525 2º ciclo completo 4576 3º ciclo completo 2308 Ensino secundário 2139 Ensino superior 1296

____________________________________________________________ 15% 11,70% 0% 5% 10% 15% Tx anaf 1991 Tx anaf 2001

Fonte: INE, Censos 1991/2001

Gráfico 16- Taxa de Analfabetismo

ano de escolaridade e que apenas de 23% da população tem um nível de instrução europeu, ou seja igual ou superior ao 9º ano de escolaridade.

Taxa de analfabetismo

Quadro 48- Taxa de analfabetismo, da população residente, por freguesia e sexo

Fonte: INE, Censos 2001

Pelo que constatamos anteriormente o nível de instrução da população residente é baixo, mas é também preocupante a elevada taxa de analfabetismo que o concelho

regista. Verificamos que a população com mais de 10 anos que não sabe ler nem escrever, quer do sexo masculino, quer feminino, no concelho de Arouca, ultrapassa os valores verificados a nível nacional.

A taxa de analfabetismo no concelho de Arouca situava-se, em 11,7%, em 2001. No entanto, verificou-se um decréscimo face a 1991 em que a mesma taxa se situava nos 15%, no concelho de Arouca. No entanto, o número de indivíduos, homem e mulher sem qualquer tipo de instrução ainda é

FREGUESIAS Taxa de analfabetismo H (%) Taxa de analfabetismo M (%) Albergaria 27.90 45.50 Alvarenga 11.60 23.50 Arouca 5.60 11.20 Burgo 7 16.50 Cabreiros 5.20 43.50 Canelas 6.90 18.50 Chave 6.40 13.70 Covelo de Paivó 12.30 37.30 Escariz 5.40 11.70 Espiunca 10.80 22 Fermedo 6.40 13.60 Janarde 21.60 42.30 Mansores 8.90 13.70 Moldes 8.60 15.70 Rossas 6.30 12.60 Santa Eulália 5.50 12.30 S. Miguel Mato 12.20 20.40 Tropeço 9.10 16.70 Urrô 8.30 20.60 Várzea 7.60 11.20

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bastante elevado pois, quase 12 pessoas em cada 100 são analfabetos. Apesar das melhorias verificadas em termos de analfabetismo, no período intercensitário, este continua superior aos valores revelados a nível nacional que, em 2001, se cifrava nos 9.0%, aos da Região Norte que se situava nos 8.3% e do que a taxa verificada ao nível da região EDV na ordem dos 7.3%.

Relativamente à população analfabeta, verificamos que as freguesias que mais populações têm nesta situação são: Albergaria, Cabreiros, Covelo e Janarde, ou seja, freguesias com características acentuadamente rurais, com uma população envelhecida e de maior distancia relativamente à sede do concelho. Em todas as freguesias a taxa de analfabetismo afecta mais população feminina do que masculina, verificando-se que nas freguesias acima indicadas uma percentagem da população analfabeta, atinge perto de metade da população feminina residente.

Esta situação deve-se ao facto das mulheres, por questões sociais e históricas, terem tido mais dificuldade em aceder à educação. No caso de locais situados em zonas acentuadamente rurais, essa dificuldade era ainda mais acentuada, pois as mulheres eram educadas para desenvolver actividades domésticas e agrícolas e era o homem que quando necessário desenvolvia actividade profissional, fora de casa e tinha acesso mais facilmente à escola.

O nível de escolaridade da população de um determinado território é um importante indicador do desenvolvimento do território, pelo que o concelho de Arouca necessita de politicas educativas ajustadas à realidade local.

De acordo com as informações disponibilizadas pelo Relatório final, do Conselho Pedagógico da EB 2/3 de Arouca, relativo ao Sucesso, Insucesso e Abandono Escolar, Arouca apresenta valores deveras preocupante no que respeita à conclusão do ensino básico.

Quadro 49- Médias Comparativas da Conclusão do ensino básico

Âmbito Geográfico Saída Precoce11

União Europeia 19% Média Nacional 44.8% Média do Concelho 62.3% Fonte: Relatório de Avaliação, do Conselho Pedagógico, da EB2/3 de Arouca/2003

Mais de 60% da população do concelho de Arouca, com idades compreendidas entre os 18-24 anos, não tem escolaridade ao nível do secundário, pelo que terá ficado pelo ensino básico. Esta informação demonstra a falta de “interesse” da população em relação à escola.

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População escolar

Quadro 50- Estabelecimentos escolares no concelho

Grau de ensino n.º alunos n.º turmas Pré- escolar 395 19 1º ciclo 1169 81 2º ciclo 651 28 3º ciclo 937 42 Secundário 548 24 TOTAL 3699 254 Fonte: Agrupamentos de escolas 2005/2006

O número de alunos a frequentar, algum nível de ensino no concelho de Arouca, é de 3699 indivíduos (desde o ensino pré- escolar ao ensino superior). Tendo em conta a sua repartição pelos diferentes níveis de ensino é: o primeiro ciclo, com 1169 indivíduos, seguido do 3º ciclo, do 2º ciclo, do secundário com respectivamente 937 alunos, 651 alunos e 548 alunos. O nível de ensino com menor número de alunos é o pré-escolar.

Estes indicadores podem dar-nos dois tipos de informação, por um lado o facto já verificado de que tem vindo a decrescer o número de população, e/ou também que na realidade nem toda a população tem acesso ao ensino pré-escolar. Esta última situação também poderá dever-se à localização do estabelecimento de ensino, que poderá não ser a melhor, sobretudo se tivermos em atenção a dispersão de algumas freguesias, em que o acesso não é facilitado aos que residem mais longe. Será também importante ter em conta que a maioria não tem prolongamento de horário e o seu horário de funcionamento, principalmente no período da tarde não possibilita a algumas famílias, sobretudo às que desempenham um actividade profissional e não têm outros recursos a possibilidade de usufruir deste serviço.

Relativamente ao ensino superior, desconhecemos o número de indivíduos do concelho que frequenta, no ano lectivo 2005/2006.

De acordo com as projecções da população escolar, ao nível do primeiro ciclo, para os próximos 10 anos, deparamos com uma tendência para a diminuição do número de alunos, ao nível do 1º ciclo, em quase todas as freguesias. As freguesias de Albergaria e Cabreiros, são as únicas a apresentar um crescimento, apesar de pouco significante. As projecções da freguesia de Urrô apontam para a manutenção do número de alunos, nas 54 crianças. Relativamente às primeiras projecções projecções, estas são alvo de algumas dúvidas, na medida em que desconhecemos o motivo pelo qual, são as duas freguesias com maior tendência para a perda da população que apresentam um crescimento do número de alunos, em idade de frequentar o 1º ciclo, apesar desse crescimento ser bastante reduzido.

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Quadro 51- Projecção de crescimento da população escolar do 1ºciclo

Freguesias 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Albergaria 6 6 6 7 7 7 7 7 7 Alvarenga 68 66 66 64 65 63 59 57 56 Arouca 234 232 233 231 232 230 228 226 225 Burgo 63 62 62 61 61 60 58 56 55 Cabreiros 10 11 11 11 11 11 11 12 12 Canelas 49 49 49 48 48 47 46 45 45 Chave 60 58 58 56 57 54 52 20 48 Covelo de Paivó Escariz 119 115 116 113 114 111 106 103 101 Espiunca 21 20 21 20 20 20 19 18 18 Fermedo 76 73 74 71 72 69 65 62 60 Janarde 8 9 9 10 9 10 12 13 14 Mansores 41 39 39 38 38 37 34 33 32 Moldes 60 57 57 55 55 52 48 45 43 Rossas 75 71 72 69 70 67 63 60 58 Santa Eulália 90 85 86 83 83 79 74 70 68 S. Miguel Mato 14 14 14 13 13 13 12 11 11 Tropeço 74 69 69 67 68 66 63 61 59 Urrô 54 54 54 54 54 54 54 54 54 Várzea 21 21 21 21 21 20 20 20 19 TOTAL 1140 1111 1117 1092 1098 1070 1031 1003 985 Fonte: CMA/ Carta Educativa do Município de Arouca

Abandono e Insucesso escolar

Portugal apresenta das piores taxas de abandono e insucesso escolar, ao nível da União Europeia. Situação idêntica se verifica ao nível do concelho de Arouca. Antes de mais seria de todo pertinente a análise destas problemáticas, o conhecimento das causas e a definição de propostas de actuação conjunta entre os diversos intervenientes no processo educativo, pois na base destas problemáticas estão causas diversas.

O concelho, de acordo com valores do Ministério da Educação, apresentava em 1999/2000, os seguintes indicadores de insucesso e abandono escolar:

Quadro 52 - Abandono e Insucesso escolar

Âmbito Geográfico Insucesso Escolar Abandono Escolar Nacional 11.9% 2.7% Regional 11.7% 2.6% Concelho 13.2% 3.3% Fonte: Relatório de Avaliação, do Conselho Pedagógico, da EB2/3 de Arouca/2003

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O concelho ultrapassa as médias do país e da região EDV, em ternos de Insucesso e Abandono Escolar, tendo estas registado em 99/00 13.2% e 3.3% respectivamente.

Abandono Escolar

Por abandono escolar entende-se o abandono da escola ou de outro sistema formativo, de um/a jovem com menos de 16 anos, sem ter concluído o 9º ano.

Segundo informação da Carta Educativa do Município de Arouca, em 2001, o concelho apresentava uma taxa de abandono escolar de cerca de 3.3%. Valor este, superior ao verificado na região EDV que ronda os 2.6% e o verificado em Portugal de 2.7%. No entanto e tal como verificado anteriormente desconhecem-se as causas do abandono e a sua distribuição por freguesias No entanto será importante fazer referência aos dados recolhidos por Afonso Veiga, que mesmo sendo referentes a 1997, ainda terão reflexo na situação actual e indicam que os casos de maior sucesso escolar são de alunos oriundos de famílias que residem na freguesia sede do concelho e nas freguesias limítrofes e que têm outras condições de partida, pois estão inseridas em contextos sócio- económicos diferentes. De qualquer forma, será importante termos em conta que é nas freguesias de carácter mais rural que se verifica por parte das famílias e consequente transmissão para os filhos, algum desencantamento para com a escola. A maioria das famílias não encara a escola como um potencial veículo para de formação e informação nesses casos assiste-se ao abandono desta.

Quadro 53- Abandono escolar - 1º ciclo

Estabelecimento

escolar Ano / N.º alunos Motivo Agrupamento de

Arouca 1 aluno Pais de etnia cigana abandonaram o concelho e levaram o filho

C

ic

lo

Agrupamento de

Escariz. 2 alunos (1%) Os filhos foram com os pais para o estrangeiro e não avisaram a escola Fonte: Agrupamento de Escolas de Arouca, Escariz

Ao nível do 1º ciclo (1º a 4º ano de escolaridade), os casos de abandono escolar são praticamente inexistentes, pois no ano lectivo transacto os casos verificados apesar de reduzidos, referem-se a 1 caso no agrupamento de Arouca e dois no agrupamento de Escariz, dizem respeito a situações em que os pais abandonaram o território e levaram os filhos consigo.

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Quadro 54- Abandono escolar - 2º ciclo

Estabelecimento escolar Ano / N.º alunos Motivo 5º ano - 8 alunos (3.8%)

Escola EB 2/3 de Arouca 6º ano - 1 aluno (0,5%)

Ano de transição entre ciclos

C

ic

lo

Escola EB 2/3 de Escariz 5º ano - 0 alunos (0%) - - - - Fonte: Agrupamento de Escolas de Arouca, Escariz

Relativamente ao 2º ciclo o abandono ocorreu apenas na EB 2/3 de Arouca. O Abandono, ao nível do 2º ciclo, foi superior no 5º ano de escolaridade, tendo registado 8 alunos nessas circunstâncias. O agrupamento aponta como principal causa, o facto de se estar a transitar entre ciclos e isso implicar uma mudança de estabelecimento de ensino.

No que concerne ao 3º ciclo, os valores apresentados são bem mais preocupantes, pois constatamos que ao nível do 7º ano a taxa de abandono ultrapassa os 10%. Nos anos escolares seguintes os valores apresentados já decrescem, mas continuam elevados. As escolas apresentam como motivo, para o elevado abandono escolar, a falta de interesse dos alunos pela escola, a falta da escola enquanto elemento de referência e instrumento de progresso pessoal e profissional e falta de envolvimento por parte da família enquanto elemento consciencilizador da importância da escolaridade.

Quadro 55- Abandono escolar - 3º ciclo Estabelecimento

escolar Ano/ Nº alunos Motivo

EB 2/3 de Arouca

7º ano - 13 alunos (12.4%) 8º ano - 3 alunos (3.8%) 9º ano - 2 alunos (3.1%)

Falta de interesse. Existência de outras referências nomeadamente materiais, em detrimento da escola. EB 2/3 de Escariz 7 ano – 11%

8º ano - 3% 9º ano – 0%

Idade superior à escolaridade obrigatória, abandono da escola para ir trabalhar. 3º C ic lo Secundária de Arouca 7º ano – 3 alunos 8º ano – 4 alunos 9º ano – 0 alunos

Falta de empenho, falta de acompanhamento familiar, falta de assiduidade.

Fonte: Agrupamento de Escolas de Arouca, Escariz e ESA

Relativamente ao ensino secundário, verificou-se que se mantém o elevado número de casos de abandono, embora seja importante salientar que não se tratando de escolaridade obrigatória, não é considerado abandono escolar “oficial”. De qualquer forma é importante referir que, existem alunos que abandonam o prosseguimento

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Quadro 56- Abandono escolar no ensino secundário

Estabelecimento

escolar Ano/ Nº alunos Motivo

En si no Se cu nd ár io Escola Secundária de Arouca 10º,11º,12º anos - 22 alunos

(17 anularam a matricula + 6 excluídos

+ 6 excluídos por faltas) Falta de pré-requisitos, falta de orientação vocacional, falta de empenho, falta de assiduidade, filtro do ensino obrigatório. Fonte: ESA

As causas apontadas pela escola relacionam-se com a falta de empenho, falta de objectivos, procura de emprego. Segundo informação da própria escola muito do abandono escolar que se verifica na transição do 9º para 10º ano se deve ao facto dos alunos irem trabalhar e na maioria doas casos se tratar de trabalho precário. Esta situação terá a ver com carências económicas das famílias para poderem dar resposta ao ímpeto economicista da sociedade actual. Assim teria todo o interesse a elaboração de um diagnóstico mais preciso que nos permitisse ter acesso às verdadeiras causas do abandono escolar, procurando assim traçar metas de actuação mais ajustadas.

É importante salientar que as causas do abandono escolar são diversas e poderão estar igualmente relacionados, entre outros, com os currículos desajustados/matérias que não cativam os alunos. Será de ter em conta que os alunos tomam a escola com facilitismo e não se esforçam. Por outro lado é pertinente que os pais se envolvam mais. Além disso é importante, por parte das escolas, um reapetrechamento em termos de recursos materiais e de recursos humanos através de equipas multidisciplinares, na medida em que actualmente se exige à escola coisas para as quais a mesma não está preparada.

Da informação, fornecida pela ESA, que consta da tabela seguinte verificamos que o número de jovens que abandona a escola decresceu ao longo dos tempos. Esse decréscimo aconteceu essencialmente entre os anos lectivos 99/2000 e após 2001/2002, uma vez que nos anos escolares seguintes voltou a aumentar. Assim, num período de sensivelmente 7 anos, abandonaram a escola 127 alunos, sendo maioritariamente do sexo masculino.

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Quadro 57- Abandono escolar, na ESA, por ano lectivo

Ano Lectivo Total Alunos Rapazes que

abandonaram Raparigas que abandonaram Total casos de abandono Percentagem de abandono 1998/1999 526 20 13 33 6.1% 1999/2000 536 16 6 22 4.1% 2000/2001 526 22 12 34 6.1% 2001/2002 470 18 4 22 4.3% 2002/2003 416 2 1 3 1.4% 2003/2004 371 3 3 6 1.6% 2004/2005 352 3 4 7 2% TOTAL 3197 84 41 127 3.97% Fonte: ESA

Existe por parte das escolas uma procura de resposta para as situações de abandono e insucesso escolar. Essa resposta passa na maioria dos casos por cursos de carácter profissional, procurando desta forma proporcionar aos jovens respostas formativas mais diversificadas e ajustadas às diversas situações. Assim, pode consultar-se a parte relativa à formação no sentido de verificar a formação ministrada pelas escolas. Além disso, existe ainda ao nível do 3º ciclo, os cursos PIEF – Plano Integrado de Educação e Formação. Estes cursos têm como principal finalidade a certificação académica de menores ao nível do 3º ciclo e procurar dar-lhe uma resposta antes que enveredem pelo abandono escolar.

Insucesso escolar

As causas apontadas para o insucesso escolar podem ser razões de ordem familiar, social e económica, e ainda de ordem escolar e curricular. Como exemplos de alguns factores, para estas causas, temos: os currículos pouco adaptados à realidade e que não dão resposta às necessidades das crianças e dos jovens; a desvalorização da escola; a carência de cursos de formação profissional; os problemas entre professores e colegas; os maus resultados; a falta de motivação e interesse das crianças e jovens para a escola; a disfuncionalidade da família; as más condições sociais em que algumas famílias vivem e consequentemente o recurso ao trabalho infantil e a falta de acompanhamento familiar à criança;

Nos anos 60 desenvolve-se a teoria do handicap sócio-cultural, ou seja, o insucesso escolar passa a ser explicado pela origem social e familiar da criança, pela sua bagagem cultural à entrada na escola. Esta nova teoria permitiu o desenvolvimento de políticas e reformas educativas, inicialmente nos Estados Unidos e na Grã- Bretanha, tais como programas de educação compensatória e a sinalização de áreas/zonas de educação e intervenção prioritária.

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Em Portugal, hoje em dia constata-se que os anos de maior retenção no 1.º Ciclo do Ensino Básico são o segundo e o quarto. Nos últimos anos tem-se verificado uma diminuição das retenções no 1.º Ciclo e um aumento das retenções no 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico.

Em Arouca a situação reflecte o que se verifica ao nível do País. Pois relativamente ao 1º ciclo, verificamos que: Quadro 58- Insucesso escolar 1º ciclo

Agrupamento Nível escolar Taxa de Insucesso escolar Agrupamento de Escolas de Arouca 1º ciclo 11.5%

1º ano 1% 2º ano 18% 3º ano 8% Agrupamento de escolas de Escariz

4º ano 3% Fonte: Agrupamentos de escolas de Arouca e Escariz

No agrupamento de escolas de Arouca, a taxa de insucesso escolar ao nível do 1º ciclo, situa-se nos 11.5%, em termos reais, do total de 849 alunos do 1º ciclo, 90 não transitaram de ano. Relativamente ao Agrupamento de Escariz e tendo em conta os dados discriminados por anos escolares verificamos que a situação mais grave é ao nível do 2º ano, cuja taxa se situa nos 18% e que terá a ver com o facto de ao nível do 1º ano não existirem retenções. De qualquer forma, exceptuando o 1º ano, o insucesso é transversal a todo o ensino básico.

Quadro 59- Insucesso escolar 2º ciclo

Agrupamento Nível escolar Taxa de Insucesso Escolar 5º ano 7.2% Agrupamento de Escolas de Arouca

6º ano 7.8% 5º ano 7% Agrupamento de escolas de Escariz 6º ano 12% Fonte: Agrupamentos de escolas de Arouca e Escariz

Ao nível do 2º ciclo, os indicadores das duas escolas são elevados. Assim, em termos de 5º ano, as duas escolas apresentam indicadores semelhantes, sendo o insucesso ligeiramente superior na EB 2/3 de Arouca. Relativamente ao 6º ano existe alguma discrepância entre as duas escolas, com Escariz a apresentar uma taxa de insucesso de 12%. Em ambas as escolas, o valor é mais elevado ao nível do 6º ano. Este factor poderá ser

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