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FALTA DE RECURSOS ECONÓMICOS FALTA DE RECURSOS ECONÓMICOS

No documento Capitulo I CAPITULO I ESTRUTURA TERRITORIAL (páginas 38-45)

FALTA DE RECURSOS ECONÓMICOS

FALTA DE RECURSOS ECONÓMICOS

FALTA DE RECURSOS ECONÓMICOS

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Os baixos recursos económicos foram uma das problemáticas identificadas para o concelho de Arouca. Esta problemática reveste-se de enorme complexidade de análise, na medida em que está estritamente relacionada com as outras temáticas sinalizadas no território.

Assim, como causa/consequências para os baixos recursos, apontam-se vários factores tais como: o desemprego e a inerente falta de um salário e a população idosa que se apresenta como alvo fácil de pobreza e exclusão social, principalmente os que se encontram mais isolados, pois recebem baixas pensões. De acordo com informações da Segurança Social, existem em Portugal cerca de um milhão de idosos que recebem pensões de valor inferior a €300 mensais e destes 30% encontram- se em risco de pobreza. Esta situação afecta particularmente o concelho de Arouca dado que a maioria da nossa população idosa recebe uma pensão dos descontos efectuados como agricultores.

Os baixos recursos económicos das famílias influenciam a atitude das crianças e jovens induzindo, por vezes, a comportamentos de risco e desviantes se se tiver em conta toda a influência consumista da sociedade actualmente. Por outro lado, afecta também o acesso à educação/formação, pois os alunos oriundos de famílias de baixos recursos apresentam em norma, valores mais elevados de insucesso e abandono escolar, pois as condições de partida são efectivamente mais fracas.

Muito associado aos baixos recursos económicos estão as más condições das habitações. As famílias não têm disponibilidade financeira para construir a própria habitação ou para efectuar obras de remodelação. Por último, as dependências e a doença mental poderão conduzir a, ou ser resultado dos baixos recursos económicos da população.

Assim sendo, as famílias que possuem baixos recursos económicos procuram muitas vezes apoio perante a Segurança Social, a Câmara Municipal, as Conferências Vicentinas e outras entidades que prestam apoio social. Além disso é possível auferirem de outros apoios como por exemplo acção social escolar, etc…

Na Segurança Social o apoio a famílias de baixos recursos é processado, entre outros através do Rendimento Social de Inserção. Esta política social consiste numa prestação incluída no subsistema de solidariedade e num programa de inserção, de modo a conferir aos titulares dos processos e respectivo agregado familiar uma integração gradual. Essa integração consiste no apoio/acompanhamento/encaminhamento adaptado às diversas situações pessoais, que contribuam para a satisfação das suas necessidades essenciais e que favoreçam a progressiva inserção laboral, social e comunitária. A legislação que regula esta política é a lei 13/2003 de 21 de Maio, com alterações introduzidas pela Lei 45/2005 de 29 de Agosto.

A aplicação desta medida, no concelho de Arouca, conta com a participação das seguintes entidades parceiras: a) de carácter obrigatório, Serviço Local de Segurança Social de Arouca, Câmara Municipal, Centro de Saúde, Centro de Emprego de S. João da Madeira, e Centro Educativo (CE): b) entidades parceiras com carácter não

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protocolo com a Segurança Social, pelo que tem uma equipa responsável pelo acompanhamento de 60 famílias beneficiárias.

No final de 2005, esta medida tinha a seguinte atribuição concelhia: Quadro 21- Acordos de Programa de Inserção em Dezembro de 2005

N.º acordos de inserção assinados N.º de beneficiários abrangidos nos Acordos de inserção

277 822

Fonte: Centro Distrital de Segurança Social - Arouca

No final do ano de 2005 existiam 277 acordos de Rendimento Social de Inserção assinados, que incluíam 822 elementos familiares. A distribuição dos acordos de inserção assinados por área de intervenção, distribuem-se da seguinte forma:

Quadro 22- Acções de Inserção assinadas por área de intervenção

Áreas N.º de Acções Educação 112 Formação Profissional 3 Emprego 73 Saúde 559 Acção Social 70 Habitação 8

Fonte: Centro Distrital de Segurança Social - Arouca

Os acordos assinados no âmbito do Rendimento Social de Inserção, visam a inserção social dos utentes, sendo necessário para tal que cada agregado resolva os principais problemas que impossibilitam essa integração. Assim, os acordos foram encaminhados para as seguintes áreas: Saúde, Educação, Emprego, Acção Social, habitação e formação profissional. Tal como referido anteriormente pela resolução dos aspectos que impedem a inserção, principalmente profissional. Os motivos de dispensa para inserção profissional são: Idade menor que 16 anos (275 casos), problemas de saúde (171 casos), a integração numa actividade (170 casos), o acompanhamento/apoio a familiares (57 casos), o facto de ser estudante (42 casos) e a idade superior a 65 anos (32 casos).

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Quadro 23- Acordos de Inserção em 2002 e 2003

Dezembro 2002 - RMG Dezembro 2003 - RMG Dezembro 2004*

N.º de Acordos de Inserção N.º de beneficiários abrangidos pelos acordos N.º de Acordos de Inserção N.º de beneficiários abrangidos pelos acordos N.º acordos de inserção N.º de beneficiários abrangidos pelos acordos 881 2569 322 851 111 304

Fonte: Centro Distrital de Segurança Social - Arouca * ano de transição de RMG para RSI

A distribuição desta politica em anos anteriores, nomeadamente 2002, 2003 e 2004 tem verificado uma diminuição considerável do número de acordos e do número de beneficiários abrangidos. Em 2002, beneficiavam cerca de 2569 beneficiários, num total de 881 acordos, em 2003 o número de beneficiários era de 851 para um total de 322 acordos. Em 2004, os valores apresentados são bastante menores, pois tem a ver com a transição das políticas de rendimento mínimo garantido para rendimento social de inserção. Se compararmos os dados de 2005, verificamos que a tendência é a diminuição do número de processos/ acordos.

De salientar que a aplicação do Rendimento Mínimo garantido teve início em 1 de Julho de 1997 e a transição para Rendimento Social de Inserção ocorreu entre 2003/2004.

Além deste apoio, são também concedidos pela Segurança Social, apoios eventuais que funcionam no âmbito do Plano Nacional para Inclusão e tratam-se de subsídios eventuais para colmatar as situações de carência.

Assim, durante o ano de 2005, foram concedidos pela Segurança Social, apoios num total de € 27113.68, que se distribuíram pelas seguintes rubricas: Idosos = € 15062.00; Casos de Precariedade = € 7744.68; Casos de Toxicodependência = € 3257.00; Casos de SIDA = € 1050.00.

Como podemos confirmar, existe no concelho um elevado número de idosos que auferem de baixos rendimentos e que tem necessidade de procurar outros apoios para colmatar as despesas.

Quadro 24- Caracterização dos apoios eventuais concedidos pela Segurança Social durante 2005

Âmbito do Apoio Valor total aplicado durante o ano 2005

Idosos € 15062.00

Casos de Precariedade € 7744.68

Casos de Toxicodependência € 3257.00

Casos de SIDA € 1050.00

Total € 27113.68

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Além do apoio monetário concedido pela Segurança Social, são inúmeros os casos que recorrem a este serviço não por motivos de carência mas por necessidade de apoio psicossocial, isto é procuram alguém com quem possam conversar.

Também a Câmara Municipal, apoia as famílias mais carenciadas, pata tal existe um regulamento próprio e uma Comissão que analisa a concessão prestações de natureza social, baseada na informação fornecida pelo serviço de acção social, sobre as condições de cada agregado. Assim, durante o ano de 2005, foram apoiadas as seguintes situações: aquisição de bens de primeira necessidade, no valor de aproximadamente € 21000.00; apoio para recuperação/material para construção de habitação, no valor de aproximadamente € 10.000; apoio para comparticipação das obras de ligação à rede publica de esgotos no valor de aproximadamente € 1200.00; apoios escolares, a saber: isenção do pagamento das refeições na cantina escolar, isenção no pagamento do transporte escolar e apoio para aquisição de material escolar, este último no valor de € 270.00. Foram também atribuídos outros apoios como comparticipação para pagamento de electricidade, água, apoio viagem a Cuba (tratamento médico), apoio nas despesas de um funeral e apoio pagamento rendas em atraso. Estes “outros apoios” englobaram um total de € 2350.00.

Quadro 25- Caracterização dos apoios sociais, atribuídos pela Câmara Municipal, em 2005

Tipo de Apoio Caracterização do apoio por freguesia Valor total Aquisição de bens de primeira

necessidade Alvarenga (1); Arouca (7); Burgo (11); Cabreiros (1); Canelas (1); Chave (3); Escariz (9); Espiunca (7); Fermedo (3); Moldes (5); Rossas (2); Santa Eulália (2); São Miguel do Mato (1); Tropeço (3); Urrô (3); Várzea (1)

€20965.00

Apoio para recuperação ou construção

de habitação própria Alvarenga (4); Arouca (7); Cabreiros (2); Canelas (1); Chave (1); Moldes (1); Rossas (1); Santa Eulália (1); São Miguel do Mato (1); Urrô (1)

€ 9900.00 Apoio para ligação à rede de

saneamento Canelas (5) € 1175.00 Apoios escolares:

- Isenção do pagamento das refeições na cantina escolar

- Isenção do pagamento do transporte escolar

- Apoio na aquisição de material escolar

- EB 1 de Arouca (6); EB1 de Alvarenga (11); EB1 Boavista (6); EB1 Escariz ( 1).

- Rossas (1); Alvarenga (1) - Espiunca, Santa Eulália

--

-- € 270, 00 Outros apoios:

- Apoio pagamento electricidade - Apoio pagamento água

- Apoio viagem a Cuba (tratamento médico)

- Apoio despesa funeral - Apoio pagamento rendas

Tropeço (1) Mansores Alvarenga (1) Escariz (1)

Arouca (1); Santa Eulália (1)

- € 400.00 - € 500.00 - € 250.00 - € 400.00 - € 800.00 Fonte: Serviço de Acção Social – Câmara Municipal de Arouca

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Relativamente à repartição por freguesias, verificamos que são poucas ou praticamente inexistentes as solicitações para as freguesias de Albergaria, Cabreiros, Janarde e Covelo, ou seja as freguesias com menos população, com a população mais envelhecida e sem recursos de diversa ordem. Assim, podemos concluir que os casos de maior carência económica se situam na freguesia sede do concelho ou em redor desta, muitas vezes em freguesias em crescimento populacional. Ao nível concelhio verifica-se um comportamento populacional idêntico ao das grandes cidades, a população procura as zonas limítrofes dos centros para se instalar, procurando melhores condições de vida e melhores oportunidades.

As conferências Vicentinas do concelho, (com excepção da freguesia de Arouca, Burgo e Santa Eulália que apenas em 2006, passaram a pertencer ao Conselho Central do Porto, Conselho Particular de Arouca, pelo que se desconhece o tipo de ajuda prestada anteriormente), procuram apoiar as famílias mais carenciadas. Assim sendo, distribuíram bens alimentares por 234 famílias, apoiaram em termos de medicação 3 situações; apoiaram 7 toxicodependentes e visitaram 90 doentes. Além destes apoios, que são de índole diversa, muitas vezes são visitas cujo objectivo é quebrar o isolamento. Também realizam outras actividades como festas convívios para idosos, etc…

Ao nível da Educação também existem indicadores dos baixos recursos das famílias. Esta situação tenta ser minimizada pela acção social escolar que se divide em dois escalões: subsidio A e subsidio B. O valor de cada tipo de subsídio depende dos anos escolares. Assim, nos anos 7º, 8º e 9º, o escalão A atribui para livros escolares € 99.90, para material escolar € 11.10 e isenta o pagamento de refeições. Para os mesmos anos lectivos, o escalão B atribui em termos de livros € 49.95, para material escolar € 5.55 e metade da quantia estipulada por refeição. Ao nível do secundário, o escalão A atribui para livros € 87.90, para material escolar € 9.75 e isenção do pagamento das refeições. Por seu turno, o escalão B atribui €44.20 para livros, € 4.90 para material escolar e metade da quantia paga por refeição.

Quadro 26- Caracterização da acção social escolar, por agrupamento de escolas

Agrupamento de escolas de Arouca Agrupamento de Escolas de Escariz Ano de

escolaridade Subsidio Tipo de N.º alunos escolaridade Ano de Subsidio Tipo de N.º alunos 5º ano A

B 75 18 5º ano A B 32 10 6º ano A

B 108 17 6º ano A B 44 13 Total 2º ciclo 218 Total 2º ciclo 99 7º ano A B 61 6 7º ano A B 31 14 8º ano A B 34 2 8º ano A B 26 6

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9º ano A

B 37 4 9º ano A B 25 8 Total 3º ciclo 144 Total 3º ciclo 110

Total 362 Total 209 Fonte: Carta Educativa do Município de Arouca

No agrupamento de escolas de Arouca têm direito à acção social escolar 362 alunos, 218 dos quais frequentam o segundo ciclo e 144 o terceiro ciclo. No agrupamento de Escariz, 99 alunos do 2º ciclo recebem subsídio e 110são do 3º ciclo. Verificamos que há mais a alunos a receber o subsidio tipo A

Assim, no agrupamento de escolas de Arouca beneficiam de subsidio 48% dos alunos que frequentam a escola e no agrupamento de Escariz 25% do total de alunos.

De referir que no Agrupamento de Escolas de Arouca é ainda fornecido suplemento alimentar a 46 alunos. Este complemento consiste em fornecer aos alunos pequenos – almoços e lanches.

No que concerne à Escola Secundária de Arouca a situação é a seguinte: Caracterização da acção social escolar na ESA

Na ESA, beneficiam de subsidio 296 alunos, dos quais 181 frequentam o 3º ciclo e 115, o ensino secundário. A repartição dos alunos por tipo de subsídio é: 237 alunos beneficiam do tipo A e 59 do tipo B. Acresce ainda 14 alunos que recebem suplemento de refeições.

Quadro 27- Acção Social na Escola Secundária de Arouca

Ano Lectivo Tipo de Subsidio N.º Alunos 7º ano A B 54 9 8º ano A B 46 7 9º ano A B 56 9 Total 3º ciclo 181 10º ano A B 36 17 11º ano A B 20 10 12º ano A B 25 7 Total Secundário 115 Total 296

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Também com o objectivo de apoiar os encargos com a educação, a alunos a frequentar o ensino superior universitário, a Câmara Municipal atribui bolsas de estudo, a alunos com poucos recursos económicos. Para tal estes devem apresentar a respectiva candidatura devendo esta obedecer ao respectivo Regulamento para Atribuição de Bolsas de Estudo, existente na Câmara Municipal de Arouca. Assim, em 2005 foram atribuídas as seguintes bolsas de estudo:

Quadro 28- Caracterização das Bolsas de Estudo atribuídas pela CMA

Distribuição por freguesias Valor total

Bolsas de estudo

Burgo (4), Rossas (1), Urrô (3), Fermedo (1), Arouca (2), Chave (2), Alvarenga (1), Espiunca (1), Santa Eulália (3), Tropeço (2), Várzea (2), Escariz (1)

€ 9800.00

Fonte: Serviço de Acção Social – Câmara Municipal de Arouca

Foram concedidas 24 bolsas de estudo, no montante global de € 9800.00. De referir que, e a titulo de curiosidade que do total de beneficiários, 23 beneficiários são do sexo feminino e 1 do sexo masculino.

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