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Capitulo I CAPITULO I ESTRUTURA TERRITORIAL

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Academic year: 2021

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Introdução

A intervenção social em rede pressupõe um processo partilhado, promovendo o desenvolvimento social de um determinado território. Assim, torna-se necessário desenvolver um trabalho de planeamento estratégico e operacional de intervenção, de forma a adequar as intervenções à diversidade das problemáticas locais. Dando continuidade aos objectivos do programa Rede Social, enquanto politica social activa, torna-se necessário avançar na definição de prioridades, e criar novas formas de conjugação de esforços, promovendo o esforço colectivo.

O Diagnóstico Social apresenta-se como um instrumento de trabalho de combate à pobreza e à exclusão social, baseado num método de trabalho capaz de proporcionar um conhecimento aprofundado, sistemático e articulado da realidade de um determinado território local. Este documento aborda os pontos críticos dos problemas, de modo a definir intervenções adequadas ao contexto local. Traduz um conhecimento alargado do meio, abarcando diferentes áreas da realidade social, sobretudo as mais associadas a dimensões vulneráveis e de exclusão social. Esse conhecimento passa pela sinalização e visualização de situações sociais até então desconhecidas, mas que se afiguram de extrema importância na compreensão das especificidades da pobreza e da exclusão social e revelam saberes e recursos potenciais na promoção do desenvolvimento social local. Nesse sentido, torna-se premente um bom conhecimento da realidade, para assim poder traçar uma intervenção social concertada e acertada, visando o objectivo máximo - desenvolvimento social local.

A elaboração do diagnóstico, segue a metodologia e fio condutor já iniciado com o Pré-diagnóstico, que permitiu a caracterização do concelho. Será um documento aberto e dinâmico que servirá de base ao Plano de Desenvolvimento Social. Terá em conta a informação estatística recolhida sobre o concelho, de modo a criar um retracto coerente e multidimensional do mesmo e procurará compreender, as problemáticas apresentadas, o que torna necessário conhecer a relação entre elas, bem como as fraquezas e potencialidades de cada uma.

Trata-se de um instrumento participado por cidadãos e instituições públicas e privadas, capaz de proporcionar uma leitura enriquecedora do território para a elaboração de politicas sociais concelhias. Permite também, definir linhas estratégicas para o Plano de Desenvolvimento Social que orientará a actuação do CLAS nas actividades futuras.

A realização de um diagnóstico social participado requer a mobilização de parcerias, pois, estas, afiguram-se como fontes de informação privilegiada e de extrema importância na análise das temáticas e na priorização da intervenção sobre os mesmos. Esta rede territorial surge como uma condição de articulação da acção dos

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diferentes agentes com actividade no mesmo território, em vez de multiplicar acções isoladas e por vezes concorrentes.

O conhecimento dos problemas sociais, do concelho, é fundamental para operacionalizar intervenções adequadas á realidade. Através deste documento é possível verificar que as problemáticas sociais se revestem de constrangimentos e oportunidades que é necessário conhecer para planear a intervenção. Esta análise permitirá ainda definir correlações entre as várias dimensões o que permite traçar ligações entre problemáticas e a partir daí definir relações institucionais e definir estratégias comuns de intervenção social.

A elaboração do diagnóstico orientou-se em torno de problemáticas como: - O desemprego;

- A falta de recursos sócio económicos das famílias; - O apoio à terceira idade;

- As crianças e jovens em risco; - Educação formação; - Parque escolar; - Desertificação do território; - Habitação; - Dependências; - Doença mental

Estas problemáticas surgem da necessidade de aprofundar o Pré-diagnóstico e orientar a actual análise para problemas específicos mais significativos dentro de cada temática.

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Metodologia

O processo de elaboração do diagnóstico social, baseou-se numa metodologia participada e de investigação, ou seja, procurou identificar as causas e os problemas a fim de se definirem estratégias de intervenção que resultem da análise dos problemas do território.

O diagnóstico social do concelho pretende organizar e sistematizar informações relevantes sobre um determinado problema, procurando assim contribuir para a compreensão das problemáticas sociais do concelho. Assim, a metodologia utilizada baseou-se na interpretação das causas dos problemas com vista à definição de estratégias de intervenção. Tendo em conta as orientações para um trabalho partilhado e em rede, o diagnóstico social foi trabalhado por uma equipa multidisciplinar e conhecedora da realidade social do concelho. O objectivo foi a constituição de um diagnóstico participado, claro, de fácil leitura e um instrumento aberto que permita actualizações constantes.

A elaboração do diagnóstico, obedeceu às seguintes etapas metodológicas: 1- Identificação dos problemas e constituição das problemáticas territoriais. 2- Priorização das problemáticas.

3- Análise das problemáticas.

4- Análise das causas das problemáticas. 5- Recolha de informação pertinente.

O presente documento obedeceu a uma metodologia de caracterização, apoiada numa análise estratégica das problemáticas apontadas como prioritários.

O processo de iniciação ao diagnóstico processou-se através da realização de um Workshop (reunião de trabalho) que teve por finalidade a identificação dos principais problemas sociais do concelho. Seguidamente foram agrupados os problemas, por temáticas relacionadas entre si – Construção de problemáticas. O grupo de trabalho que participou nesta sessão foi constituído por técnicos e representantes de diversas entidades locais. Posteriormente, foi realizada uma análise conjunta das problemáticas identificadas, em termos de constrangimentos, recursos de apoio e potencialidades do concelho, que possam ser utilizadas no sentido de minorar os problemas verificados. Para cada problemática criada foram definidos grupos de trabalho, constituídos por elementos do CLAS e /ou potenciais informadores da comunidade local. Estes grupos de trabalho organizaram-se em reuniões de trabalho, com o objectivo de recolher informação e discussão dos problemas identificados.

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Após a análise dos problemas inicialmente identificados, foi feita uma abordagem aos recursos existentes no concelho (que podem ajudar na resolução dos problemas), às oportunidades que podem vir a ser aproveitadas para colmatar esses problemas e ainda aos constrangimentos (factores impeditivos da resolução dos mesmos). Relativamente às técnicas utilizadas, estas foram de natureza quantitativa e qualitativa. Utilizaram-se dados estatísticos anteriormente recolhidos na elaboração do pré- diagnóstico e procuraram-se novos dados para completar a informação. Procedeu-se também, à consulta de documentos e opiniões junto de informadores privilegiados, bem como à procura de mais informação, utilizando para tal o inquérito e a entrevista. Esta conjugação de técnicas, deve-se à necessidade de percepção da realidade local, procurando desta forma fazer uma análise transversal das temáticas.

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Capitulo I

CAPITULO I

CAPITULO I

CAPITULO I

CAPITULO I

ESTRUTURA TERRITORIAL

ESTRUTURA TERRITORIAL

ESTRUTURA TERRITORIAL

ESTRUTURA TERRITORIAL

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O primeiro capítulo deste levantamento aborda a caracterização do concelho em termos de estrutura territorial, procurando caracterizar o concelho em termos históricos, geográficos e naturais. A presente análise procura ter em conta os concelhos limítrofes e o todo nacional. Procurou-se também, caracterizar o mais possível a rede viária: focando as acessibilidades internas do concelho, bem como as principais ligações com as redes viárias nacionais e os transportes existentes a nível concelhio.

Enquadramento histórico do concelho de Arouca

O território que hoje se apresenta como concelho de Arouca, constituído por 20 freguesias é uma povoação muito antiga como se pode comprovar pelo património arquitectónico existente por todo o concelho: Antas, Mamoas, Dolmens. Arouca possui um número bastante elevado de monumentos megalíticos que confirmam a ocupação deste território desde tempos antigos. São também conhecidos vestígios do período proto-histórico e da ocupação romana, existindo como testemunho a lápide de Fermêdo.

Foi fundado pelos Galo-Celtas, 400 ou 500 anos a.c.. Em 34 a.c., com a dominação romana, César Augusto fundou a cidade que mais tarde viria a chamar-se Arouca, tendo-lhe atribuído nomes como Arauca, Aruca e/pu Araducta. Foi uma cidade importante, pois fazia parte das cidades que participavam no Concilio de Lugo, até ao ano 716, altura em que, foi destruída pelos árabes, que repelidos, no século IX, voltaram de novo em 997.

Em 1151 D. Afonso Henriques concedeu foral à vila, situação que veio a ser confirmada pelo seu neto D. Afonso II, em Coimbra, no mês de Novembro de 1217. Posteriormente, D. Manuel confirmou-o através de novo foral atribuído em 20 de Dezembro de 1513.

O concelho elevado a comarca por decreto de 28 de Fevereiro de 1835, resulta da extinção de alguns concelhos, por reformas do século XIX, como Vila Meã do Burgo, Fermedo, Alvarenga e as terras de Covelo de Paivó desanexadas, de S. Pedro do Sul, por lei de 1917.O concelho do Burgo deu origem à freguesia do Burgo, quando em 1817, foi anexado ao concelho de Arouca. A extinção do município de Alvarenga, em 1836, trouxe para Arouca, as freguesias de Santa Cruz de Alvarenga, Canelas, Janarde, Espiunca e a agregação de Fermêdo, em 1855, trouxe S. Miguel do Mato, Fermêdo, Escariz e Mansores.

O antigo couto de Arouca, que congregava a maior parte das actuais freguesias, era constituído pelas freguesias de S. Bartolomeu, em 1846 desdobradas nas freguesias de S. Bartolomeu de Arouca, S. Estevão de Moldes, Cabreiros, Albergaria da Serra, parte da de S. Salvador do Burgo, Santa Eulália, S. Miguel de Urrô, Várzea, Rossas, Santa Marinha de Tropeço e Chave. Estas freguesias conjuntamente com as indicadas acima, perfazem as actuais 20 freguesias do concelho.

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romanização terá ocorrido tardiamente (o que pode dever-se ao facto da localização do concelho ser fora das rotas do litoral e das principais vias de circulação norte/sul). Será mais fácil atestar a presença de populações de origem germânica (resultante das invasões barbaras) pelos nomes encontrados como Sá, Saril, Alvarenga, Burgo, Escariz, Friães, etc…De ocupações mais recentes, como as muçulmanas, existem mais informações e vestígios. Nesta época e devido à instabilidade criada, a população cristã refugiou-se em locais menos acessíveis, dos quais terá regressado com os avanços da reconquista cristã.

Mas, a história de Arouca não pode dissociar-se, no entanto, do seu Mosteiro. Durante séculos, foi à sombra deste monumento que grande parte do povo arouquense viveu, trabalhou, rezou e gozou alguns dos poucos tempos livres. O Mosteiro terá sido fundado no século X e teve como primeiro padroeiro S. Pedro. Os seus fundadores foram Loderigo e Vandilo- nobres de Moldes. O primeiro edifício terá sido uma pequena moradia, que abrigou um pequeno número de professores de ambos os sexos. No século XII, sob o domínio de D.Toda Viegas e família, a sua riqueza e engrandecimento tornam-se notáveis. Foi neste século que o convento passou a feminino, da Ordem Beneditina.

Em 1220, o Mosteiro é legado a D. Mafalda, por seu pai D. Sancho I, rei de Portugal, que inicia o seu padroado em 1217/1220, onde começa por mudar o hábito e os estatutos da ordem, reduzindo o Convento à ordem de Cister. É durante o padroado de D. Mafalda que o mosteiro cresce, enriquece e atinge todo o seu esplendor, pela honra de aí se ter acolhido a Padroeira, bem como devido aos legados materiais que trouxe consigo e atribuiu ao mosteiro. O mosteiro, apenas feminino era então o principal pólo de dinamização económica do vale de Arouca. Após a morte da padroeira, a 1 de Maio de 1256, o prestígio continuou, tendo sido considerado um dos mais importantes da Península Ibérica. D. Mafalda foi beatificada, em 1792 e seu corpo repousa numa urna, executada em ébano, cristal, prata e bronze, numa das alas do Mosteiro, para onde foi transladada em 1973. Ao longo dos séculos XV e XVI, foram realizadas diversas obras de reconstrução, ampliação e enriquecimento do mosteiro. Sofreu vários incêndios que o destruíram, tendo sido reconstruído, tal como se apresenta hoje, em finais do século XVII, inícios do século XVIII.

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Imagem 1:Localização do concelho Fonte : CMA

Enquadramento geográfico

O concelho de Arouca localiza-se no centro – Norte de Portugal, próximo do litoral, aproximadamente 30 Km em linha recta. Situa-se no NUT III – Região Entre Douro e Vouga, na província do Douro Litoral. Faz fronteira, a Norte, com o Grande Porto e Tâmega; a Sul com o Baixo Vouga e a Sudeste com Dão Lafões. O concelho situa-se no extremo nordeste do Distrito de Aveiro (norte interior), ocupando uma posição quase central entre o interior da faixa litoral ocidental e todo o interior do norte de Portugal. Estende-se por cerca de 328 Km2 e apresenta-se de uma forma grosseiramente alongada segundo um eixo de orientação Este - Oeste. A sede do concelho – vila de Arouca – dista cerca de 60 e 75 Km das cidades do Porto e Aveiro respectivamente, sendo para estas que se registam os maiores fluxos de pessoas e bens, ligados à economia, ensino, saúde e cultura.

Apesar da proximidade física aos importantes centros urbanos do litoral, o isolamento do concelho é uma realidade. O concelho está localizado no centro geométrico de uma basta área não servida por itinerários principais, nem complementares, nem por qualquer outro eixo rodoviário do Plano Rodoviário Nacional que satisfaçam as actuais necessidades de circulação1.

Muito recentemente, em 2004, o concelho de Arouca, foi integrado na Grande Área Metropolitana do Porto (GAMP).

É um dos concelhos do limite sul interior da Região Norte e está inserido no conjunto de concelhos do Agrupamento Entre Douro e Vouga.

Estabelece fronteira administrativa com oito concelhos pertencentes a três distritos. Assim, o concelho de Arouca tem como concelhos limítrofes:

A Noroeste: Fronteira com Gondomar (distrito do Porto), através de uma estreita nesga de terra.

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A Norte e a Nordeste: Cinfães (distrito de Viseu).

Este e Sudeste: Concelho de Castro Daire e S. Pedro do Sul (distrito de Viseu).

Sul e Sudoeste: Concelhos de Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis (Distrito de Aveiro). Oeste: Santa Maria da Feira (Distrito de Aveiro).

Estende-se por um território com cerca de 328 Km2 que se divide por 20 freguesias, a saber: Albergaria da Serra, Alvarenga, Arouca, Burgo, Cabreiros, Chave, Covelo de Paivó, Escariz, Santa Eulália, Espiunca, Fermedo, Janarde, Canelas, Mansores, S. Miguel do Mato, Moldes, Rossas, Tropeço, Urrô e Várzea.

O actual mapa de freguesias do concelho resultou de uma evolução que se processou ao longo de alguns séculos pois, Arouca herdou concelhos suprimidos no século XIX e até mesmo concelhos na globalidade. Trata-se de um concelho marcadamente rural que sofre as limitações dos concelhos do interior, Trata-sendo que algumas freguesias apresentam características predominantemente rurais, como é o caso de Albergaria da Serra, Alvarenga, Cabreiros, Canelas, Covelo de Paivó, Espiunca, Janarde, Mansores, Moldes, Rossas, S. Miguel do Mato, outras encontram-se numa situação intermédia e que segundo o INE, poderão ser classificadas como Medianamente urbanas, é o caso das freguesias de Chave, Escariz, Fermedo, Tropeço, Urrô e Várzea. As freguesias com características urbanas situam-se em redor e na sede do concelho - Arouca, Burgo e Santa Eulália.

Imagem 3: Freguesias do Concelho de Arouca Fonte: CMA

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Imagem 4:Relevo do concelho Fonte : CMA

O concelho apresenta um tipo de povoamento concentrado nas áreas de montanha e um tipo de povoamento disperso, tipicamente minhoto, a meia encosta nas áreas mais baixas.2

O território apresenta amplitudes altimétricas, que em muito tem contribuído para dificultar as articulações e as ligações com outras regiões.

Enquadramento Natural

O concelho caracteriza-se pela sua envolvência numa faixa montanhosa, uma vez que é envolvido pelo Maciço da Gralheira – constituído pela Serra do Gamarão (a norte); Serra da Mó (a Leste) e Freita (a Sul) daí o seu relevo bastante acidentado. Esta faixa montanhosa liga uma área litoral, a Sul do Porto, suavemente ondulada, que desce progressivamente até à linha de costa, por pequenos degraus e o interior mais elevado. 3

De destacar que Arouca apresenta dois locais classificados em termos de Rede Natura 2000- o Rio Paiva e a Serra da Freita, bem como um importante património geológico e biológico pois, os cumes e encostas agrestes abrigam algumas espécies raras. A Serra da Freita, parte integrante do Maciço da Gralheira, apresenta-se como uma superfície aplanada, que se encontra a 1100m de altitude. Trata-se de um emblema paisagístico, do concelho, não apenas pela altitude mas também, pela forma como se apresenta.

As suas íngremes vertentes, autênticos precipícios, são cortados por inúmeras ribeiras que se transformam em maravilhosas cascatas (algumas só visíveis em época de chuvas), cujo exemplo mais sonante é a Frecha da Mizarela, no Rio Caima, onde as águas se precipitam por uma queda com cerca de 75 metros, durante todo o ano.

A par com a dimensão do concelho sobressai também, a diferenciação

topográfica com altitudes entre os 100 e os 1100 m, originados em parte pelo encaixe dos mais importantes cursos de água – os rios Paiva, Arda.

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De salientar, também a importância dos rios e cursos de água no território, quer pela quantidade quer pela qualidade das suas águas. Arouca é abrangida pelos Rios Arda, Paiva, Paivó, Caima, Urtigosa, Marialva, Ardena, Inha, Ínsua, Ribeira de Moldes, Rio de Frades e da Aguieira. O rio Paiva (corre na direcção SE/NW) é um rio típico de montanha e é de todos o maior e o mais caudeloso. Em algumas destas linhas de água existem praias fluviais, a saber: Albergaria, Areínho, Espiunca, Janarde, Meitriz, Paradinha e Vau que registam grande afluência, de população, em períodos de Verão. Registe-se apenas, a titulo de curiosidade que a Praia Fluvial do Areínho, foi recentemente galardoada com bandeira azul.

O concelho caracteriza-se ainda, pela rusticidade de algumas aldeias perdidas na serra, como Albergaria da Serra, Cabreiros, Drave, Regoufe, Silveiras, Rios de Frades, Covelo de Paivó, Janarde, Meitriz, Paradinha, Cando e Canelas que são a memória de uma cultura popular muito rica. Estas aldeias caracterizam-se pelos povoamentos concentrados, distantes uns dos outros e separadas por obstáculos naturais e por fracas vias de comunicação, o que intensifica ainda mais o isolamento. A distribuição das aldeias é, por vezes, feita entre a mancha florestal do concelho, que ocupa cerca de 63% do território.

O concelho de Arouca caracteriza-se também pela riqueza geológica, onde se encontram bem representados os xistos, grauvaques e rochas graníticas diversas. De destacar a presença de diversas rochas fossilíferas4. Esta

riqueza geológica do concelho, fará parte integrante do Geoparque Arouca que tem como finalidade proteger, divulgar e rentabilizar a diversidade geológica da região e ao que tudo indica situar-se-á em Canelas – freguesia onde existem excelentes exemplos de trilobites. Este projecto encontra-se já fundamentado do ponto de vista científico e está a ser preparada uma candidatura à European Geoparks Network.

Do ponto de vista climatérico, o concelho de Arouca, insere-se no Norte Atlântico, pelo que sofre a influência atlântica, tal como todo o noroeste de Portugal. O território apresenta o verde dos campos, bosques e prados do Minho, durante grande parte do ano, em oposição a um período pequeno, no Verão, onde o calor e a ausência de chuva não conseguem alterar a paisagem. Secam apenas os verdes mais intensos, especialmente nas áreas montanhosas e suas vertentes mais expostas.5

O concelho apresenta contrastes climáticos entre Verão e Inverno, diferenciados nas diversas zonas do concelho, pois a NE, Este e Sul predominam montanhas, com altitudes entre os 900 e 1100m, que conferem o respectivo clima de montanha em oposição à depressão alveolar que Arouca apresenta nas zonas do “fundo do concelho”, nomeadamente Nabais e Escariz. O clima do concelho apresenta assim, fortes contrastes entre a montanha e o vale, bem como em termos de temperatura e precipitação. As temperaturas mínimas,

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Imagem 5: Acessibilidades do concelho Fonte : CMA

habitualmente, registadas no concelho não apresentam valores inferiores aos 10º negativos e a temperatura máxima pode ultrapassar os 30º nos meses de Verão. A precipitação diverge com o tempo e o espaço, registando- se maior precipitação nas áreas de maior altitude. Estas diferenças, em termos de precipitação, deve-se às massas de ar carregadas de humidade que chegam do oceano Atlântico e em contacto com o Continente adquirem movimentos e trajectórias bastante variadas consoante a morfologia local. A morfologia do concelho configura um conjunto de obstáculos que as massas de ar precisam de transpor e passar: corredores estreitos por onde elas penetram, acelerando ou diminuindo a sua velocidade, isto obriga as massas de ar a elevarem-se abruptamente, ou a desviarem-se, ou a dividirem-se, ou ainda, a descer repentinamente. Estes movimentos originam variações, por vezes, brutais na intensidade e na distribuição da precipitação. O concelho regista como meses mais chuvosos Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março e como meses mais secos Julho e Agosto. O período húmido em Arouca prolonga-se de Outubro a Maio. A altitude do concelho influência o total da precipitação, não interferindo, no entanto, na configuração geral, ou seja, uma estação chuvosa que começa no Outono e prolonga-se até à Primavera e um período seco no Verão.6

Rede Viária: Acessibilidades e transportes

As acessibilidades no concelho de Arouca podem classificar-se a três níveis:

1. Rede principal – constituída pelas vias de ligação da sede de concelho aos itinerários principais e complementares do plano rodoviário nacional - EN

224, 326 e 327;

2. Rede secundária – constituída pelas vias de articulação da rede principal com os principais aglomerados e áreas geradoras de fluxos no interior do concelho e

3. Rede Local – constituída pelas restantes vias de comunicação local. Tratam-se de comunicações

rodoviárias difíceis, tendo em conta o traçado antigo e a distância considerável aos principais itinerários como A1, IP1, IC2, A4, IP3, A25.

Assim, as ligações Arouca/ exterior são feitas das seguintes formas: ⇒ EN324 (e-224-1) – através de Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis. ⇒ Para Norte, pela mesma EN, ligação a Castelo de Paiva e Penafiel

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Imagem 6: Rede de Acessibilidades do concelho Fonte: CMA

⇒ EN 326 ligação ao IC2 em Lourosa (Santa Maria da Feira)

⇒ EN 225 ligação ao interior a partir de Alvarenga em direcção a Castro Daire (IP3 e EN2). A ligação a esta estrada nacional faz-se da vila de Arouca até Alvarenga através da EN 326-1

⇒ A partir de Vale de Cambra é possível a ligação a A25, via Sever do Vouga. ⇒ Encontra-se neste momento em fase de construção a Via Estruturante – Variante à estrada Nacional 326. A primeira fase, ligação Arouca - Mansores(Ribeira), cerca de 10 Km, encontra-se em fase de conclusão, a segunda fase inclui a ligação Mansores - Nó da Feira, com uma extensão de 18 Km.

⇒ Também em fase de estudo encontra-se o futuro IC35 que servirá de ligação entre o IP4 – Penafiel e a A25 - Sever do Vouga, pelo que servirá os concelhos de Castelo de Paiva, Arouca e Sever do Vouga.

Transportes

A questão dos transportes afigura-se como uma das principais lacunas registadas no concelho. A extensão e dispersão do concelho tornam ainda mais visível a necessidade de reforço de uma rede de Transportes mais abrangente.

Como transportes públicos existentes, no concelho, salientamos o autocarro e o táxi.

Utilizando como transporte público o autocarro é possível fazer ligações, diariamente, a partir de Arouca para: → S. João da Madeira

→ Porto

(Através destas duas ligações é possível fazer “escala” em Carregosa e a partir daí obter transporte para Vale de Cambra, Oliveira de Azeméis, Aveiro, Lisboa, etc…)

Também existe carreira com ligação diária (ida e volta) para Castelo de Paiva.

A maioria das ligações Arouca/ exterior são feitas através da passagem/paragem em S. João da Madeira, onde se estabelecem ligações com Porto e também Oliveira de Azeméis, Aveiro e outras localidades. Estes serviços são prestados por 3 empresas de transportes públicos, que fazem parte do mesmo grupo.

São no entanto, as ligações internas do concelho que mais carecem de intervenção, no sentido de se intensificarem as áreas abrangidas pela rede de transportes. O número de freguesias sem rede de transporte

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públicos é, ainda considerável, e coincide, na maioria dos casos com as freguesias mais distantes da sede do concelho e que mais problemas apresentam em termos de isolamento e desertificação.

Apesar da maioria das freguesias terem cobertura de transporte público – carreira, ( ver tabela seguinte) muitos lugares das freguesias ficam por abranger por estes serviços. Tratam-se de freguesias muito dispersas, em que o transporte público tem passagem apenas nas estradas nacionais que fazem a ligação entre localidades, como por exemplo Arouca/ Porto e implica que grande parte da população da freguesia não tenha acesso a transporte público. A dispersão das freguesias e o difícil acesso a determinados lugares implica sérias dificuldades em termos de acessibilidades e transportes. No sentido de colmatar, de alguma forma este estrangulamento a Câmara Municipal tem em funcionamento circuitos especiais, apenas em época escolar, para transporte exclusivo de alunos, tal acontece nas freguesias de Albergaria, Cabreiros, Janarde e Covelo de Paivó e outros locais distanciados cujo transporte publico apenas serve parte da freguesia.

Quadro 1- Ligação Arouca/ freguesias por transporte público

Freguesias Ligações de Arouca Albergaria Circuito especial de transporte escolar

Alvarenga Parte da freguesia abrangida por carreira, de transporte público, diário Arouca Coincide com a sede de concelho

Burgo Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Cabreiros Circuito especial de transporte escolar

Canelas Parte da freguesia abrangida por carreira, de transporte público, diário Chave Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Covelo de Paivó Circuito especial de transporte escolar

Escariz Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Espiunca Parte da freguesia abrangida por carreira, de transporte público, diário Fermedo Parte da freguesia abrangida por carreira, de transporte público, diário Janarde Circuito especial de transporte escolar

Mansores Parte da freguesia abrangida por carreira, de transporte público, diário Moldes Transporte público apenas em tempo escolar

Rossas Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Santa Eulália Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) S. Miguel Mato Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Tropeço Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Urrô Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Várzea Parte da freguesia abrangida por transporte publico (ligação Arouca – Porto) Fonte: Empresas de camionagem de Arouca e Câmara Municipal

A ausência de uma rede de transportes mais abrangente contribui, ainda mais, para o isolamento e desertificação de determinadas freguesias sobretudo, as mais distanciadas da sede do concelho. Pois verifica-se que na maioria dos casos, o transporte público, apenas abrange os locais próximos da estrada nacional pelo que, os lugares abrangidos por estradas secundárias, não são na maioria dos casos contemplados. Torna-se

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Serviço de Táxis

O serviço de táxis, no concelho é feito por 29 veículos situados nas seguintes praças: Quadro2- Freguesias com praça de táxis

Freguesia N.º de Táxis com praça na freguesia

Arouca 7 Alvarenga 3 Santa Eulália 3 Chave 2 Espiunca 2 Moldes 2

Burgo, Cabreiros, Canelas, Escariz, Fermedo, Mansores,

Rossas, S. Miguel do Mato, Tropeço, Urrô 1 em cada uma das freguesias Fonte: Câmara Municipal de Arouca

De salientar que, as freguesias de Albergaria, Covelo, Janarde e Várzea não dispõem destes serviços, sendo que a freguesia de Cabreiros dispõe dos serviços de uma cooperativa de transportes.

O recurso aos táxis é uma alternativa ao transporte público incipiente ou mesmo inexistente em determinadas áreas do concelho, no entanto implica custos, por vezes, elevados devido à distância de algumas freguesias e que nem toda a população tem possibilidade de suportar, sobretudo quando falamos de uma população idosa, que reside nas freguesias mais distantes da sede e cuja fonte de rendimentos se resume na maioria dos casos à pensão de velhice, invalidez e sobrevivência. De salientar que, existem freguesias, como Albergaria, Covelo de Paivó e Janarde, que não têm nenhum tipo de transporte público sedeado na respectiva freguesia.

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CAPITULO II

CAPITULO II

CAPITULO II

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DESEMPREGO

DESEMPREGO

DESEMPREGO

DESEMPREGO

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A instabilidade da sociedade actual implica que qualquer indivíduo seja afectado pelo desemprego, independentemente da idade. Este problema assume, no entanto, maior gravidade quando ocorre em locais com poucas ofertas de emprego e abrange um público – alvo com idade encarada como tardia para aprender uma nova arte e muito cedo para transitar para a idade da reforma.

A situação do desemprego em Portugal está relacionada com a população activa pouco qualificada e a existência de empregos precários, entre outras e atinge valores crescentes, pois a taxa de desemprego na região norte, situa-se nos 9%. De salientar que, segundo dados do INE, 2001 o concelho de Arouca apresentava uma taxa média de 7.83%.

A situação de desemprego, segundo alguns sociólogos, pode conduzir a situações de pobreza, de rotura de laços sociais e de estigmatização do indivíduo pois a situação de desemprego põe em causa o estatuto social do indivíduo. No entanto, esta situação nem sempre se aplica ao nosso país e segundo Loisin - IV Congresso Português de Sociologia, 2000, é frequente em Portugal conjugarem o subsídio de desemprego a par com a chamada economia informal. Esta situação, segundo o mesmo autor, funciona como situação de compensação face ao desemprego, tal como nos meios rurais a prática agrícola é uma actividade complementar. Em Portugal, verifica-se também uma forte integração familiar que funciona como apoio de retaguarda.

Além disso, o território rural em que nos inserimos caracteriza-se de certa forma numa sociedade salarial inacabada/ausência de uma cultura de operariado, que implica que o desempregado não apresente as características do estatuto de desempregado, assim sendo, são poucos estigmatizados, uma vez que os indivíduos não se privam completamente dos contactos sociais.

Em suma, há uma falta de identidade social do desempregado porque desempenham outras funções em simultâneo à situação de desemprego. A realização de actividades paralelas, verifica-se mesmo enquanto estão no activo.

Certo é que o estatuto de desempregado implica restrições no quotidiano da família/indivíduo, uma vez que há ausência de respostas do Estado – Previdência e a sociedade civil ajuda os desempregados a atenuar as situações económicas difíceis. (Loisin, 2000).

Segundo indicações do Instituto Nacional de Estatística, a população sem actividade económica no concelho de Arouca era, em 2001, de 4612 indivíduos com idades compreendidas entre 15-60 anos e de 4333 com idade superior a 60 anos.

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Caracterização da população sem actividade económica Quadro 3- População sem actividade económica

População sem actividade económica

15-60 anos + 60 anos

HM H M HM H M

4612 1421 3191 4333 1776 2557 Fonte: INE – Censos, 2001

A população sem actividade económica é na maioria do sexo feminino, sendo a diferença ainda mais acentuada no caso da população em idade activa, ou seja entre os 15-60 anos. Esta situação poderá dever-se ao facto da mulher ficar em casa, a desempenhar funções de doméstica, mãe e/ou agricultora enquanto que cabe ao marido o desempenho de uma profissão remunerada. Esta situação ocorre mais significativamente quando os filhos são menores e altera-se significativamente quando os filhos crescem, pois a mulher fica mais liberta. Esta circunstância, juntamente com outras, como o custo actual do nível de vida, conduzem a que a mulher procure entrar no mercado de trabalho, o que nem sempre é fácil, pois não tem qualquer qualificação profissional, na maioria dos casos não tem disponibilidade para trabalhar fora do concelho, nem praticar determinados horários e na maioria dos casos procura uma actividade profissional na área dos serviços.

Quadro 4- Caracterização da População sem actividade económica

População sem actividade económica Estudante Doméstica Reformada, aposentada e na

reserva

Inc. para o trabalho Outras 1447 1877 4303 650 668 Fonte: INE, Censos 2001

Relativamente aos residentes que não têm actividade económica - 8945 indivíduos, o grupo com mais peso são os reformados, aposentados ou na reserva que correspondem a cerca de 48% da população sem actividade económica. Cerca de 57 % dos reformados, aposentados ou na reserva são do sexo feminino. De salientar ainda que 21% da população sem actividade são domésticas, com uma proporção esmagadora da população feminina e que pela razão acima exposta poderão contribuir para engrossar o número de desempregados.

A questão do desemprego, no concelho de Arouca, tem - se revelado de extrema importância e sentido mais significativamente após o encerramento da multinacional Clarks e outras unidades fabris, sobretudo da área do calçado. Quando falamos de desemprego temos de ter em conta as estatísticas apresentadas pelas entidades

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concelhos de Castelo de Paiva, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Vale de Cambra. Em Fevereiro de 2006 o Centro de Emprego registava as seguintes informações acerca dos concelhos de área de actuação:

Caracterização dos inscritos como desempregados, residentes em Arouca

Quadro 5- Caracterização dos utentes inscritos no C. Emprego de S. João da Madeira

Desempregados

Total 1º Emprego Novo Emprego

Ocupados Indisponíveis Empregados Ofertas de emprego 14291 643 13648 149 163 540 197 Fonte: IEFP, Fevereiro - 2006

O Centro de Emprego de S. João da Madeira registou em Fevereiro de 2006, um total de 14291 inscritos como desempregados, sendo que 13648 procuravam novo emprego e 643 se inscreveram à procura do primeiro emprego. De referir que, ao longo do segundo mês de 2006, recebeu 197 ofertas de emprego. De salientar que a inscrição no Centro de Emprego é voluntária e possível de ser influenciada por uma série de factores como o desemprego efectivo, a inscrição para subsidio de desemprego, isenção de taxa moderadora, entre outras. Assim, o volume de desemprego regista variações em determinados períodos.

Se tivermos em conta a repartição, do n.º efectivo de inscritos como desempregados, no Centro de Emprego de S. João da Madeira, pelos concelhos que integram este centro verificamos que:

Gráfico 1- Caracterização dos desempregos nos concelhos abrangidos pelo Centro de Emprego de S. João da Madeira 649 1324 2578 7969 1121 650 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 A ro uca Castelo de P aiva Oliveira de A zeméis

S.ta M .ª da Feira S. Jo ão da M adeira

Vale de Cambra

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____________________________________________________________ Fev. 04; 618 Fev. 05; 712 Fev. 06; 649 600 620 640 660 680 700 720

Arouca é o concelho que menos população tem inscrita no centro de Emprego como desempregados (649 indivíduos), apresentando um valor muito idêntico ao concelho de Vale de Cambra (650 indivíduos). O concelho com mais população inscrita é Santa Maria da Feira (7969 indivíduos).

Gráfico 2- Evolução do desemprego do concelho entre 2004/2006

Fonte: IEFP – Fevereiro 2006

Analisando a evolução do desemprego, no território, num período de 3 anos, verificamos que as alterações não foram muito significativas. Assim, houve um pico que se registou em Fevereiro de 2005 (712 inscritos). Os dois restantes períodos registaram valores aproximados em Fevereiro de 2004, 618 inscritos e em Fevereiro de 2006 649 inscritos.

Quadro 6- Evolução do n.º de desempregados, em 2005, no concelho de Arouca

Sexo Tempo de inscrição Situação face ao emprego Mês População total M F <1 ano 1ano e + 1º Emprego Novo Emprego Janeiro 674 249 425 415 259 58 616 Fevereiro 712 255 457 443 269 59 653 Março 693 234 459 437 256 51 642 Abril 686 224 462 434 252 47 639 Maio 670 216 454 396 274 47 623 Junho 686 216 470 412 274 48 638 Julho 674 212 462 405 269 49 625 Agosto 694 220 474 415 279 55 639 Setembro 732 224 508 435 297 57 675 Outubro 661 212 449 380 281 51 610 Novembro 672 215 457 393 279 54 618

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Durante o período Janeiro – Dezembro, do ano 2005, o número de desempregados registados ao longo do ano, foi relativamente constante, sendo o mês de Setembro foi o que registou maior número de desempregados - 732, 508 do sexo feminino (69.4%) e 224 (30.6%) do sexo masculino. À semelhança do que se verifica actualmente, o número de desempregadas do sexo feminino é superior ao masculino e mensalmente essa diferença é quase o dobro de desempregadas mulheres face aos desempregados homens.

Caracterização do desemprego por freguesia

De acordo com a informação, dos Censos 2001, para as freguesias do concelho de Arouca, podemos verificar que a freguesia de Arouca é a que mais indivíduos regista como desempregados, quer em 2001 (115), quer em 1991 (61). A maioria das freguesias registou um aumento do n.º de desempregados, sendo o crescimento mais acentuado na freguesia de Santa Eulália. De salientar, que as freguesias de Albergaria e Alvarenga registaram um decréscimo do n.º de desempregados de 5 e 4 indivíduos respectivamente, entre 91 e 2001. As freguesias de Covelo de Paivó e Moldes mantiveram o mesmo número efectivo de desempregados.

Gráfico 3 - População desempregada por freguesia, em 1991-2001

3 23 115 56 3 66 30 5 41 30 36 11 23 39 49 89 21 28 49 38 8 27 61 45 2 45 14 5 24 16 17 6 14 39 23 22 11 6 8 5 0 20 40 60 80 100 120 140 Albe rgar ia Alva reng a Aro uca Bur go Cab reiro s Can elas Cha ve Cov elo de P aivó Esc ariz Espi unca Ferm edo Jana rde Man sore s Mol des Ros sas sant a Eu lália S. M . M ato Trop eço Urrô Vár zea freguesias2001 1991

Fonte: INE, Censos 2001

A taxa média de desemprego em Arouca, em 2001, era de 7.83%, num período em que a taxa nacional era de 6.8% e a taxa regional de 4,7%.

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Quadro7- Taxa de desemprego por freguesia

Taxa de desemprego

Freguesias Homem (%) Mulher (%) População total (%) Albergaria 4,90 2,80 3,90 Alvarenga 2,60 7,70 4,80 Arouca 3,40 13,20 7,80 Burgo 3,90 8,50 5,80 Cabreiros 2,40 6,10 4,10 Canelas 7,70 30,90 16,20 Chave 2,50 7,60 4,70 Covelo de Paivó 4,80 11,10 7,20 Escariz 3 5,20 3,90 Espiunca 8,50 29,90 16,30 Fermedo 4,90 5,30 5 Janarde 4,80 40,90 17,20 Mansores 2,50 6,60 4,20 Moldes 3,40 12 6,30 Rossas 3,30 11,80 6,60 Santa Eulália 4,20 12,40 7,70 S. Miguel Mato 3,30 9,20 5,80 Tropeço 2,40 11,50 5,50 Urrô 3 24,10 10,40 Várzea 9,10 18,90 13,20 Fonte: INE, Censos 2001

Existem freguesias em que a taxa de desemprego da população feminina é bastante mais elevada que a masculina, atingindo valores muito elevados. Esta situação acontece nas freguesias de Janarde, Canelas e Espiunca com 40,90%, 30,90% e 29,90% respectivamente. No caso da população masculina fustigada pelo desemprego em todas as freguesias os valores não atingem os 10%. A freguesia que tem uma menor taxa de desemprego é a freguesia de Albergaria e Escariz. A primeira devido à pouca população residente e a segundo pelo facto de facto de beneficiar dos empregos proporcionados pela proximidade da bacia empregadora do entre Douro e Vouga. De referir que, estes valores poderão ser superiores ao registados pelo IEFP, pois o levantamento é feito porta-a- porta e os indivíduos podem considerar-se desempregados sem estarem inscritos à procura de emprego, no Centro de Emprego.

Quadro 8- Caracterização do desemprego, no concelho de Arouca, em Fevereiro de 2006

Género Tempo de inscrição Situação face à procura de emprego Concelho Homens Mulheres < 1ª ano 1 ano e + 1º Emprego Novo Emprego Total

Arouca 230 419 378 271 42 607 649 Fonte: IEFP 2006

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65% dos inscritos à procura de emprego, do concelho de Arouca são mulheres. Para tal, muito deve ter contribuído o encerramento das fábricas de calçado existentes na região, bem como a crescente procura de emprego por parte das mulheres que têm os filhos a frequentar a escola, que nunca trabalharam e que actualmente procuram uma ocupação sobretudo na área dos serviços, como as escolas, instituições, entre outras.

Relativamente ao tempo de inscrição, a maioria (cerca de 378 indivíduos) está inscrito há menos de 1 ano, ou seja, não se encontra na situação de desemprego de longa duração e procura um novo emprego, ou seja já desempenharam outra actividade anteriormente. Cerca de 271 encontra-se desempregado por um período de 1 ano ou mais o que implica que se encontram na situação de desempregados de longa duração.

Será ainda pertinente, acrescentar o número de utentes inscritos como desempregados, mas que em Fevereiro de 2006, tinham a respectiva inscrição inactiva por se encontrarem em formação ou a frequentar programas ocupacionais (POC´s). Assim, nessa data, encontravam-se em formação 81 formandos a frequentar formação promovida pelo IEFP ou por Centros de Gestão Participada e 14 indivíduos frequentavam programa ocupacional para desempregados. Será pertinente acrescentar estes desempregados, ao total apresentado pelo IEFP, pois apesar de ocupados, encontram-se efectivamente sem trabalho.

Quadro 9- Caracterização do desemprego, por grupo etário

Grupos Etários

Concelho < 25 anos 25-34 anos 35-54 anos 55 e + anos Total Arouca 135 175 252 87 649

Fonte: Centro de Emprego S. João da Madeira

O desemprego registado no concelho de Arouca afecta principalmente indivíduos com idades compreendidas entre os 25 e 54 anos. Especificando, mais, a idade dos desempregados, verificamos que a maioria se insere no grupo etário 35-54 anos, que 135 têm menos de 25 anos e que, 87 utentes têm 55 ou mais anos. Estes últimos tem dificuldade em (re)inserir-se devido à proximidade à idade da reforma.

Quadro 10- Caracterização do desemprego, por habilitações literárias Habilitações Literárias

Concelho < =4º ano 6 anos 9 anos 11-12 anos Curso Superior

Arouca 258 171 88 57 75

Fonte: Centro de Emprego S. João da Madeira

A maioria dos desempregados do concelho apresentam baixas qualificações escolares. A maioria tem como qualificação o 4º ano de escolaridade ou inferior, seguindo-se os utentes com o 6º ano de escolaridade. O

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número é menor à medida que progredimos em termos de qualificação escolar. No entanto, é importante salientar que o número de desempregados com curso superior tem tendência a aumentar, relativamente aqueles que possuem o 11º/12º ano de escolaridade. O número de utentes com qualificação superior vem ao encontro da situação verificada a nível nacional e evidencia a dificuldade do concelho, bem como dos concelhos limítrofes em proporcionar respostas de emprego para jovens com formação superior.

Quadro 11- Ofertas recebidas, do concelho de Arouca

Ano N.º de ofertas recebidas

2004 164

2005 217

2006 (Fevereiro) 65 Fonte: Centro de Emprego S. João da Madeira

O Centro de Emprego de S. João da Madeira, tem registado uma evolução em termos de ofertas de emprego recepcionadas para o concelho de Arouca. Assim, no ano de 2004 recebeu 164 ofertas de emprego, em 2005 217 ofertas e em Fevereiro de 2006 totalizava já cerca de 65 ofertas.

Segundo informações recolhidas junto dos responsáveis pelo Centro de Emprego de S. João da Madeira, a maioria das ofertas recepcionadas, inserem-se no sector do calçado e construção civil, o que corresponde às áreas de actividade com maior número de inscritos e corresponde a utentes que revelam grandes dificuldades de colocação. Segundo a mesma fonte de informação, apesar do número de ofertas recepcionadas, esta entidade tem sérias dificuldades em colocar pessoas do concelho de Arouca, mesmo que a oferta apresentada se situe no concelho. Os motivos apresentados para a não-aceitação das propostas de emprego, prendem-se com a falta de transportes compatíveis, a falta de disponibilidade das pessoas/impedimentos familiares (sobretudo mulheres) para a prática de determinados horários (nomeadamente trabalho por turnos) e pelo facto de existir um desajustamento entre as ofertas disponíveis, uma vez que a procura de emprego incide principalmente para a área dos serviços, enquanto que as ofertas se direccionam para a indústria.

Quadro 12- Subsidio de desemprego, no concelho de Arouca

Subsidio Atribuído/Declarações emitidas N.º Utentes Subsídios Atribuídos 268 Declarações Emitidas 57 Fonte: Centro de Emprego S. João da Madeira

Em Fevereiro de 2006, O Centro de Emprego tinha a indicação de que do total de desempregados inscritos, 268 estavam a receber subsídio de desemprego e que 57 recorreram ao Centro para solicitar declarações, para

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informação acerca do número de desempregados, a receber subsídio de desemprego, no concelho de Arouca, contactamos os serviços da Segurança Social, não tendo sido possível obter essa informação, embora se revelasse pertinente uma comparação. Segundo informação dos responsáveis do Centro de Emprego, por vezes, as inscrições para emprego são feitas por motivo de usufruir de alguns benefícios enquanto desempregados. Se tivermos em conta que temos cerca de 268 pessoas a receber subsidio (o que corresponde a aproximadamente 41% da população inscrita como desempregada) e que 70 dos utentes que recebem rendimento social de inserção estão encaminhados para emprego (aproximadamente 11%), verificamos que mais de metade dos inscritos como desempregados, cerca de 52%, recebem um subsídio. De acordo, com a informação recolhida junto dos responsáveis, são os desempregados subsidiados que, na maioria, revelam maior resistência a uma possível colocação profissional.

De acordo com dados disponibilizados, pela Delegação Regional do Norte, acerca dos pedidos de emprego/ áreas de actividade, em Fevereiro de 2006, verificamos o seguinte:

Quadro 13- caracterização dos pedidos de emprego dos utentes de Arouca, por área de actividade

CNP Utentes inscritos 1.1 Quadros Superiores da Administração Publica

1.2 Directores de Empresa

1.3 Directores e Gerentes de Pequenas Empresas

2.1Especialistas em Ciências Físicas, matemática e Engenharia 2.2 Especialistas em Ciências da Vida e profissionais da Saúde 2.3 Docentes ensino secundário, superior e prof. Similares 2.4 Outros especialistas, profissões intelectuais e cientificas 3.1 Técnicos de nível intermédio, da física, química e engenharia 3.2 Prof. Nível intermédio das ciências da vida e da saúde 3.3 Profissionais de nível intermédio do ensino

3.4 Outros técnicos e profissionais de nível intermédio 4.1 Empregados de escritório

4.2 Empregados de recepção, caixas, bilheteiras e similares 5.1 Pessoal dos serviços, de protecção e segurança 5.2 Manequins, vendedores e demonstradores 6.1 Trabalhadores qualificados da agricultura e pesca 6.2 Agricultores e pescadores – subsistência

7.1 Operários e trab. similares da ind. Extract. e c. civil 7.2 Trab. da metalurgia, metalomecânica e similares 7.3 Mecânicos de prec., oleiros, vidreiros, artes gráficas 7.4 Outros operários, artífices e trabalhadores similares

0 1 0 4 4 26 13 12 2 14 12 43 10 76 23 17 0 46 14 0 108

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8.1 Operadores de instalações fixas e similares

8.2 Operadores de máquinas e trabalhadores da montagem 8.3 Condutor de veículo e oper. Equip. pesados móveis 9.1 Trab. não qualificados dos serviços e comércio 9.2 Trab. não qualificados da agricultura e pescas 9.3 Trab. não qualific. Minas, c. civil, ind. Transformadora

4 10 25 66 2 117 TOTAL 649

Fonte: IEFP – Direcção de Serviços de Estudos

A maioria dos pedidos de emprego, insere-se principalmente nas categorias: a)Trabalhadores não qualificados, minas, construção civil e indústrias transformadoras – com 117 pedidos; b) outros operários, artífices e trabalhadores similares, com 108 e c) pessoal dos serviços, protecção e segurança com 76 utentes. Em áreas de actividade como Quadros superiores da Administração Publica; Directores e gerentes de pequenas empresas; agricultores e pescadores de subsistência não se registam qualquer tipo de pedido.

De salientar, o elevado número de inscritos, à procura de emprego, em áreas de actividade como trabalhadores não qualificados do comércio e serviços (66); operários e trabalhadores similares da industria extractiva e construção civil (46); empregados de escritório (43) e docentes do ensino secundário (26), pois permite-nos ter uma noção da anterior actividade desenvolvida pelo candidato a emprego, uma vez que quando desempregado fica obrigatoriamente inscrito na área de actividade anteriormente desempenhada e na qual tem experiência profissional.

Esta indicação vem ao encontro do referido anteriormente, em Pré-diagnóstico, de que a maioria da população residente com actividade económica, pertence maioritariamente à categoria operários qualificados e semi - qualificados e que categorias relacionadas com quadros superiores e directores englobam pouca população, o que significa que a maioria população do concelho, em idade activa, têm baixa qualificação profissional.

Relativamente aos inscritos, como desempregados, mas por nível de qualificação escolar, verificamos que 65 do total de inscritos, têm qualificação superior e destes, a maioria (25) são docentes do ensino secundário, superior e profissionais similares, seguidos dos profissionais de nível intermédio do ensino. A distribuição por área de actividade é semelhante para os inscritos do sexo masculino e feminino. No entanto, é bastante mais elevado o número de inscritos licenciados, do sexo feminino, sendo esta proporção de 47 indivíduos do sexo feminino, para 18 do sexo masculino.

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Quadro 14- N.º de licenciados, inscritos como desempregados, por área de actividade

CNP Homens Mulheres total 1.1 Quadros Superiores da Administração Publica

1.2 Directores de empresas

1.3 Directores e Gerentes de pequenas empresas

2.1- Especialistas das ciências físicas, matemáticas e engenharia 2.2- Especialistas da ciência da vida e Prof. da saúde

2.3- Docentes do ensino secundário, superior e profissões similares 2.4- Outros especialistas das profissões intelectuais e cientificas 3.1- Téc. e prof. de nível intermédio da física, química e engenharia 3.2- Profissionais de nível intermédio das ciências da vida e saúde 3.3- Profissionais nível intermédio do ensino

3.4- Outros técnicos e profissionais de nível intermédio 4.1- Empregados de escritório

4.2- Empregados de recepção, caixas, bilheteiras e similares 5.1- Pessoal dos serv Direc e Part de Protecção e Segurança 5.2- Manequins, vendedores e demonstradores

6.1- Agric e trab qual da agricultura cri ani pesca 6.2- Agric e pesc – agricultura e pesca de subsistência 7.1- Operários, artífices e trabalhadores similares

7.2- Trabalhadores da metalurgia, metalomecânica e trab similares 7.3- Mecânicos de prec, oleiros, videriros, art, artes gráficas 7.4- Outros operários, artífices e trabalhadores similares 8.1- Operadores de instalações fixas e similares

8.2- Operadores de máquinas e trabalhadores da montagem

8.3- Condutor de veículos, bem e operador de equipamentos pesados móveis 9.1- Trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio

9.2- Trabalhadores não qualificados da agricultura e pescas 9.3 – Trabalhadores não qualificados das minas e da construção cicil

2 6 4 3 2 1 1 1 2 19 4 4 1 9 5 1 1 3 2 25 8 7 1 11 5 1

Fonte: IEFP – Delegação Regional do Norte

Como recurso e em termos de ofertas de emprego, no concelho de Arouca, podemos apontar as seguintes zonas industriais, como potenciais locais criadores de ofertas de emprego. Assim, o concelho tem neste momento 7 zonas industriais, nas quais estão vendidos 68 lotes (alguns já em laboração, outros apenas vendidos) e 24 disponíveis para aquisição. De salientar, que a zona industrial da Mata em Arouca ainda tem disponíveis 19 lotes.

Quadro 15- Caracterização das zonas industriais do concelho

Zona Industrial Lotes vendidos Lotes disponíveis Zona Industrial de Escariz 5 lotes --- Zona Industrial da Farrapa 15 lotes -- Zona Industrial das Lameiradas/ Escariz 10 lotes -- Zona Industrial de Alvarenga 3 lotes 2 lotes Zona Industrial da Mata/Mansores – 1ª fase

Zona Industrial da Mata/Mansores – 2ª fase

7 lotes 9 lotes

-- 1 lote Zona Industrial S. Domingos 10 lotes 2 lotes Zona Industrial da Mata /Arouca 9 lotes 19 lotes Fonte: Câmara Municipal de Arouca – Divisão de Planeamento

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Se tivermos em conta a evolução do desemprego, nos últimos anos, verificamos que em Dezembro/2004, estavam inscritos no Centro de Emprego 640 indivíduos, (421 mulheres e 219 homens) a maioria encontrava-se desempregada há menos de 1 ano e à procura de um novo emprego. Situação idêntica à verificada em Dezembro de 2005, pois apenas aumentou o número de desempregados que passou para 667 indivíduos, dos quais 228 eram do sexo masculino e 439 do sexo feminino. A situação dos desempregados era idêntica, a maioria está inscrita há menos de 1 ano e procura novo emprego.

O Centro de Emprego de S. João da Madeira tem em funcionamento, no concelho de Arouca, o Balcão de Atendimento do Centro de Emprego, não permanente, que funciona uma vez por semana - 5ª feira, no horário 14h00/16h00, nas instalações da Adrimag (antiga cadeia), na Praça Brandão Vasconcelos. Este serviço é assegurado por um/a técnico/a do Centro de Emprego de S. João da Madeira e permite a realização de inscrições para emprego, encaminha para ofertas de emprego e presta informações de índole diversa.

Existe ainda outro mecanismo de apoio à inserção profissional – Univa de Arouca – Unidade de Inserção na Vida Activa de Arouca, que funciona desde 1997. É um serviço gratuito, da iniciativa da Adrimag, com o apoio do IEFP – Centro de Emprego de S. João da Madeira e funciona nas instalações da entidade promotora, na Praça Brandão Vasconcelos em Arouca.

Este serviço tem como principais objectivos:

♦ Recolha, divulgação, e encaminhamento para ofertas de emprego/ estágio e formação profissional; ♦ Colocação de jovens na vida activa;

♦ Apoio no processo de procura de emprego: como a elaboração do curriculum vitae, cartas de apresentação e cartas de candidaturas espontâneas, desenvolvimento de técnicas de entrevista;

♦ Informação sobre politicas de emprego e eventuais apoios existentes; ♦ Apoio às empresas locais no processo de recrutamento e selecção;

Esta estrutura, de apoio à inserção profissional, registou no ano de 2005, os seguintes movimentos: Quadro 16- Utentes inscritos na Univa de Arouca, no ano 2005

Sexo

Masculino Feminino N.º Total de inscritos

39 162 201

Fonte: Univa de Arouca – 2006

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____________________________________________________________ 25 26 16 16 17 14 16 71 0 10 20 30 40 50 60 70 80 16-18 anos 19-20 anos 21-22 anos 23-24 anos 25-26 anos 27-28 anos 29-30 anos > 30 anos Gráfico 4- Caracterização dos utentes inscritos, na Univa, por grupo - etário

Fonte: Univa de Arouca, 2006

A maioria dos utentes, inscritos, tem idade superior a 30 anos, destacando-se a supremacia do número de mulheres com esta idade, numa proporção de 65 mulheres, para 6 homens. As faixas etárias com menor número de homens são 27/28 anos e 29/30 anos. No que concerne às mulheres, o menor número de inscritos encontra-se na faixa etária 27/28 anos.

A maioria dos desempregados, inscritos na Univa, coincide com desempregados inscritos no Centro de Emprego, mas que recorrem a este serviço devido ao seu âmbito de actuação, mais local, e por isso recorrem mais mulheres que, tal como referido anteriormente, têm mais dificuldades de deslocação.

Relativamente à situação profissional dos inscritos, verificamos que:

Quadro 17- Caracterização dos Inscritos, quanto ao tempo de inscrição

Tempo de Inscrição

1º Emprego DLD Não DLD

50 42 109

Fonte: Univa de Arouca, 2006

A maioria dos inscritos, na Univa de Arouca, insere-se na categoria “Não DLD”, ou seja ainda não se encontra na situação de desempregado há mais de um ano (109 utentes), no entanto a maioria dos inscritos já desempenhou uma actividade. Seguem-se os utentes na situação de 1º emprego (50 utentes) e por último os desempregados de longa duração, ou seja aqueles que se encontram na situação de desemprego por um período superior a 1 ano.

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____________________________________________________________ Formação profissional Emprego S1 9 4 0 2 4 6 8 10

Fonte: Univa de Arouca- 2006

Gráfico 5- Colocações efectuadas em 2005

Relativamente às colocações efectuadas por este mecanismo de inserção no mercado de trabalho,

verificamos que foram executados 171

encaminhamentos para frequência de acções de formação e 104 encaminhamentos para ofertas de emprego. No entanto, apesar do elevado número de

encaminhamentos registados (275), foram

efectivamente colocados 9 utentes em formação profissional (7 mulheres e 2 homens) e 4 em emprego

(sendo estes na totalidade do sexo masculino). Durante o ano de 2005, a Univa de Arouca registou um total de 73 ofertas de emprego, na sua maioria para o sector da

indústria (metalúrgica) e foram apresentadas principalmente

por empresas de trabalho temporário. As ofertas de emprego registadas eram principalmente para fora do concelho mais precisamente para a zona de S. João da Madeira e Vale de Cambra, portanto fora do concelho. As ofertas de emprego recepcionadas na área da metalúrgica/metalomecânica, direccionam-se sobretudo a jovens, em situação de primeiro emprego. Estas ofertas, segundo a técnica responsável pela Univa, são de difícil resolução, pois a procura de emprego, por parte dos jovens, orientam-se para outro tipo de actividades, nomeadamente para serviços como o comércio, informática, etc…

A distribuição dos indivíduos que procuram emprego, por sexo, define claramente que as mulheres estão em maioria. Estas, procuram essencialmente uma actividade no sector dos serviços, nomeadamente escolas, instituições públicas e privadas. No entanto, é pertinente caracterizar determinadas profissões, com o objectivo de se dar a conhecer todas as suas funções pois, muitas vezes, não existe noção de que por exemplo, o trabalho num lar de idosos, implica trabalho por turnos e uma série de outras actividades, para as quais as pessoas nem sempre estão disponíveis.

Em suma, podemos afirmar que o desemprego, no concelho, abrange principalmente mulheres, inscritas à procura de um novo emprego, há menos de 1 ano e estão inscritas em categorias/profissões pouco qualificadas. A solução para a questão do desemprego poderá e deverá passar pela formação profissional, devendo esta, no entanto ser reformulada e mais ajustada às necessidades das empresas locais. Tal como referido, em pré- diagnóstico, o concelho dispõe de 3 entidades formadoras devidamente acreditadas pelo Instituto para a

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Centro de Emprego, que é frequentada por utentes de Arouca, mas que decorre fora do concelho. No concelho desenvolveram-se, também, duas acções - aquacultura e Apoio familiar e à comunidade e foram promovidas por uma entidade de Gaia, denominada Gesmind

Em 2004, foi desenvolvida um total de 16 acções de formação, que envolveram cerca de 214 formandos. Da formação promovida, no concelho, que terminou durante 2005, recebemos das entidades formadoras as seguintes indicações de colocações, dos respectivos formandos.

Quadro 18- Colocação de utentes que frequentaram acções de formação profissional

Curso/Acção N.º formandos que

frequentaram a acção N.º de colocações pós - formação Produção Agrícola/Fruticultura 12 5 ( 1 homem/4 mulheres) Conserva de frutas 13 2 +1 que se colocou durante a formação Anim. Interpretes da Natureza 13 8

Fonte: Entidades formadoras, 2006

De salientar que, do total das acções formativas promovidas, 7 foram destinadas a empregados, ou melhor a activos do sector agrícola. Dos restantes desempregados, poucos conseguiram colocação.

Sobre formação encontra-se, mais informação, descriminada no capítulo educação/formação.

Tendo em conta as reuniões dos grupos de trabalho sobre esta temática e o conhecimento que dispõe do concelho, verificamos que existem mais factores que impedem a resolução do problema do que recursos e oportunidades para o solucionar.

Os factores que dificultam a resolução do problema do desemprego, no concelho, giram em torno de questões estruturais, como as fracas acessibilidades do território, a falta de tecido empresarial forte e empregador, entre outras. Mas, o problema passa também pela falta de qualificação da mão-de-obra, bem como pela resistência dos desempregados em aceitar determinadas funções, nomeadamente fora do concelho de Arouca, em actividades como a metalúrgica/metalomecânica e outras. A população em causa, devido a défices de formação escolar e/ou profissional, aliado à desmotivação para com o mercado de trabalho, cada vez mais exigente, apresenta dificuldades em reconverter-se a actividades profissionais alternativas

No que concerne aos recursos existentes, são de certa forma limitados e prendem-se com organismos de apoio à inserção profissional como o Centro de Emprego e a Univa de Arouca, que mensalmente registam poucas ofertas de emprego para a região e quando as recepcionam nem sempre são aceites por quem procura emprego. A par com estas instituições de apoio à inserção, torna-se necessário fomentar as politicas de emprego existentes a serem utilizadas por potenciais desempregados. Existem também potencialidades locais que podem ter um papel preponderante nesta problemática, como as instituições locais que promovem formação profissional

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Quadro 19- Caracterização da problemática CONSTRANGIMENTOS

(factores que dificultam a resolução dos problemas)

POTENCIALIDADES

(oportunidades que possam resolver os problemas)

RECURSOS (existentes no concelho)

- Falta de oportunidades de emprego - Falta de mão - de –obra qualificada. - Fracas acessibilidades

- Falta de tecido empresarial - Falta de incentivos á instalação de indústrias/empresas/serviços.

- Falta de adaptação ao posto de trabalho - Falta de formação dos empresários

- Trabalhadores ilegais (que mantêm actividade profissional em simultâneo)

- Adaptação ao subsidio de desemprego (falta de fiscalização)

- Falta de fiscalização ás empresas. - Falta de empresas estáveis

- Burocratização no processo de criação das empresas e acesso a apoios

- Mentalidade face a determinadas actividades profissionais

- Requalificação das empresas

- AECA - ADRIMAG

- Associação Florestal Entre Douro e Vouga

- Associação de Agricultores do concelho de Arouca

- Ajustar cursos de formação às necessidades do concelho.

- Politicas de apoio á criação do próprio emprego. - UNIVA

- Empresas de inserção - IEFP

Fonte: Reunião grupo de trabalho/Rede Social 2006

Foi constituído um grupo de trabalho, para abordar as diversas vertentes, composto por elementos directa ou indirectamente ligados a esta problemática. De salientar a ausência do Centro de Emprego, nesta reunião. Da discussão do grupo de trabalho surgiram alguns aspectos que serão pertinentes abordar:

Necessidade de sensibilização de pais e jovens, para a importância dos cursos técnico - profissionais, como curriculum alternativo.

O concelho evidencia alguma falta de empreendedorismo/falta de espírito de iniciativa, por parte da população o que se revela resistência à mudança.

 O concelho, de características rurais, conduz de certa forma, à ausência de uma cultura de operariado da população local. Assim, a população não procura no imediato soluções para os problemas que vão surgindo como a necessidade de guarda dos filhos, a necessidade de deslocação para fora do concelho. Em simultâneo verifica-se, também, uma situação de falta de sentido de responsabilidade dos trabalhadores.

 Os mecanismos de apoio à inserção profissional reconhecem a existência de desajustamento entre a oferta e procura. Uma vez que as ofertas de emprego disponíveis no concelho, não correspondem à procura efectuada pelos desempregados. Esta situação implica o recrutamento de mão- de –obra qualificada e por vezes, mais especifica fora do concelho. Os desempregados do concelho, não se “sujeitam” a qualquer emprego.

Referências

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