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EDUCAÇÃO INFANTIL DO DIREITO AO ACESSO À REALIDADE DOS ESPAÇOS PARTILHADOS

2017 REUNIÃO dos Produtos das Oficinas, Folhetos e

EDUCAÇÃO INFANTIL DO DIREITO AO ACESSO À REALIDADE DOS ESPAÇOS PARTILHADOS

A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) reconheceu a Educação Infantil como direito da criança, das famílias, dever do Estado e também, primeira etapa da Educação Básica. Cury (2008), afirma que a educação básica é um conceito mais do que inovador para um país que por séculos, negou, de modo elitista e seletivo, a seus cidadãos, o direito ao conhecimento pela ação sistemática da organização escolar.

Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 59/2009, feita pelo Congresso Nacional, a legislação educacional vigente amplia a obrigatoriedade da educação, alterando o texto no Art. 208 o qual afirma que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de

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Discente do Programa de Formação de Professores/Mestrado em Educação Básica-UESC. ejsjp@hotmail.com 49

Discente do Programa de Formação de Professores/Mestrado em Educação Básica- UESC. neisasan@yahoo.com.br

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Docente do Programa de Formação de Professores/Mestrado em Educação Básica-UESC. candida_alves@yahoo.com.br

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 04 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) que preconiza sobre o dever do Estado com a educação.

Embora tenha deixado de fora um número ainda maior de crianças nas creches, a obrigatoriedade da educação básica gratuita para crianças a partir dos quatro anos de idade, garante a ampliação do direito à educação para esse público. Nesse sentido, é importante pontuar que o aumento gradativo da procura por um maior número de matrículas na Pré- escola é consequência da ação dos movimentos sociais organizados pela expansão e qualificação do atendimento da educação infantil.

Esse processo da política de cobertura objetiva expandir o atendimento educacional às crianças de zero a cinco anos e onze meses, tendo como fim alcançar as metas fixadas no Plano Nacional de Educação, o que perpassa pela garantia de espaços físicos adequados, assegurando os padrões mínimos de infraestrutura para o funcionamento das instituições de Educação Infantil.

Nessa perspectiva, a garantia de ampliação da oferta exige, indubitavelmente, que os gestores municipais sistematizem o reordenamento da oferta de vagas das redes municipais de educação. Compromisso assumido mediante o regime de colaboração entre os entes federados, com autonomia local para: autorização, reconhecimento, credenciamento, fiscalização, supervisão e avaliação dos estabelecimentos educacionais.

A escola como espaço da educação é um conceito que foi formado e transformado no acúmulo histórico de diferentes civilizações. Já na antiguidade, diferentes sociedades preocupavam-se com a educação das crianças pequenas, de pais para filhos eram transmitidos valores e conhecimentos nos espaços da casa. Kowaltowski (2011) afirma que em muitas culturas primitivas, a educação acontece sem estrutura formal, mas o ambiente onde se vive pode ser chamado de escola.

Os dados históricos a respeito do panorama das instituições escolares no Brasil são marcados por múltiplas determinações da realidade social. Mattos citado por Saviani (2008, p.149) afirma que no Brasil a origem das instituições escolares pode ser localizada em 1549 com a chegada dos jesuítas que criaram, na então colônia portuguesa, “a primeira escola brasileira”. Desse ponto em diante, o relato da história das instituições, apresenta diversificadas propostas de estabelecimentos de ensino: casa, espaço religioso, prédio, espaços ocupados e/ou alugados, e grupos escolares.

Brito, Colau e Werle (2007), em seu artigo sobre espaço escolar e história das instituições escolares afirmam que em decorrência das novas exigências de espaços e de reorganização administrativas, as relações com os ambientes vão sendo reinventadas ao longo do tempo, o que demanda novos projetos institucionais, muito embora algumas alternativas configurem-se como transgressora dos limites entre espaço e objeto de uso, o que ocorre com o uso dos espaços partilhados entre Educação Infantil e Ensino Fundamental, foco que iremos tratar neste estudo.

A OBRIGATORIEDADE LEGAL E OS “ARRANJOS” LOCAL

A abertura do ano letivo de 2015 da rede municipal de ensino de Itabuna/BA foi marcada por um decreto de extinção de dez escolas, processo que se iniciou no ano anterior com a criação de uma comissão temporária de acompanhamento do reordenamento expedida pela titular da Secretaria de Educação. A referida portaria constava de três artigos que designava servidores para compor a comissão e determinava o acompanhamento de dez áreas geográficas e suas respectivas escolas.

O reordenamento de níveis de ensino e oferta de vagas da rede municipal de ensino de Itabuna apresentou diretrizes e normas nas áreas de jurisdição das escolas que assegurassem a ampliação da capacidade de atendimento de crianças na faixa etária de quatro e cinco anos de idade e aumento da eficiência da ocupação das estruturas existentes (a exemplo de prédios próprios que estavam com espaços ociosos).

Como estratégia de expansão do número de vagas na educação infantil da rede municipal, três escolas passaram a oferecer vagas para a pré-escola. O processo envolveu, ainda, a extinção de dez escolas em diferentes áreas geográficas do município, sem prejuízo para as crianças, professores e funcionários que seriam relotados em outras unidades próximas às suas residências.

Kowaltowski (2011) pontua que a Lei nº 9.424/1996, que dispõe sobre o FUNDEF, no artigo 60, trata dos critérios a serem considerados para os ajustes progressivos a um padrão mínimo de qualidade, orientando a observância dos seguintes princípios: relação matrícula/docente; qualificação profissional permanente (formação continuada); jornada de trabalho; complexidade de funcionamento; localização e atendimento da cidade; busca de aumento do padrão de qualidade do ensino.

Muito embora a proposta de intervenção da administração municipal afirme que tais mudanças visavam promover a melhoria da qualidade da educação com a adequação dos

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